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Aborto Infeccioso

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FISIOPATOLOGIA DA REPRODUÇÃO
ABORTO INFECCIOSO
· Período de lactação:
Nesse período a infertilidade pode ser causada por disfunção endócrina ou morte embrionária. 
Nessa fase também são observados abortos, principalmente por IBR (rinotraqueite infecciosa bovina), BVD (diarreia viral bovina), Leptospirose, Neosporose, entre outros.
Cálculo de taxa de aborto – ideal fazer o cálculo mensal, para identificar problemas na propriedade, conseguindo intervir para eliminar a causa. Fórmula: Número de abortos/Número de animais prenhes x 100. Até 1% é considerado aceitável quando para vacas e 0,5% para novilhas.
· Causas de perdas embrionárias e abortos:
- Não infeccioso: Causado por fator genético, que não é comum, ou por fator não genético devido falhas nutricionais, temperatura, substâncias tóxicas, deficiências de micro-elementos/minerais.
- Infeccioso: Causado por vírus, bactérias, fungos, protozoários.
· Diagnóstico do aborto – dificuldades:
Dificilmente se consegue visualizar o aborto no momento em que ele ocorre, o mais comum é observar dias ou até semanas após ter acontecido.
As vezes se tem aborto mas o feto não é eliminado, ficando retido dentro do útero, pode ocorrer autólise ou mumificação.
O principal meio para diagnostico é o envio da placenta para análise, e por ser detectado o aborto por tempos depois que já ocorreu, a placenta não consegue ser enviada.
Se for causada por agentes tóxicos ou genéticos, o diagnóstico fica mais complicado.
Abortos de origem infeccioso:
· Brucelose
Agente Brucella abortus. Tem como órgão alvo o genital masculino, útero gravídico e glândulas mamárias.
Alta afinidade da brucela pelo útero (principalmente trofoblasto) – ocorre devido alta produção de eritritol e progesterona, acaba por agir de forma quimiotáxica atraindo o agente para o útero.
· Principais fontes de infecção: 
Fetos abortados, placentas, anexos fetais, descargas uterinas contaminadas, inseminação artificial com sêmen contaminado. Geralmente a monta natural não transmite mesmo o macho que estiver fazendo a cobertura estando positivo, pois a deposição do sêmen em bovinos ocorre na vagina, onde o PH vaginal inativa a Brucela, já na inseminação artificial a deposição do sêmen ocorre diretamente no útero.
· Patogenia x produção: 
- Fêmeas com brucelose: Se observa queda na produção de leite, mastite intersticial, redução da fertilidade, aumento no intervalo de partos. Só se consegue identificar essas alterações se houver acompanhamento diário/semanal dos animais.
- Machos com brucelose: Se observa Orquite, vesiculite, epididimite. É mais fácil de identificar.
Observado na macroscopia do aborto: Cotilédones friáveis, feto autolisado, lesões uterinas. 
Macroscopia machos com brucelose: Infarto testicular, orquite necrótica.
· Vacinação, controle e erradicação:
Obrigatória notificação dos animais positivos.
Obrigatória vacinação, que pode ser feita com dois tipos de vacinas, sendo a RB51 ou a B19. 
A B19 deve ser feita somente em fêmeas de 3 a 5 meses. Imunização parcial, não promove a cura. As fêmeas que forem vacinadas nesse período de 3-5 meses só devem ser testadas para brucelose ou só se deve confiar no resultado do teste 30 meses após a vacinação, pois antes disso dará como falso positivo.
Fazer sempre triagem para identificar animais positivos e eliminá-los do rebanho.
· Diarréia Viral Bovina (BVD)
Promove baixas taxas de concepção, infertilidade temporária, mortalidade embrionária precoce, mortalidade fetal (aborto e mumificação fetal), malformações fetais, nascimento de natimortos, nascimento de bezerros fracos e inviáveis.
Se um animal adulto pega a BVD ele pode ter a doença subclínica ou clínica. Na clínica pode-se ter uma forma mais branda com presença de diarreia, ou mais severa que pode culminar na morte.
Quando uma fêmea se contamina gestante, dependendo da fase da gestação que ela for contaminada, se terá sinais clínicos diferentes. 
- Sendo contaminada com menos de 40 dias de gestação haverá morte embrionária. 
- Fêmea contaminada entre 40-90 dias de gestação (período de formação do sistema imune) haverá aborto ou nascimento de bezerro permanentemente infectado, pois o sistema imune passa a reconhecer o DNA viral como próprio, não produzindo anticorpos para este agente. É sorologicamente negativo mas consegue eliminar o agente, mantendo-o na propriedade e contaminando outros animais. Nem sempre é fraco/debilitado, pode ser sem alteração e saudável sendo portador. 
- Contaminação entre 90-160 dias ocorre aborto ou anomalias. Haverá ou não presença de anticorpos e o animal pode ou não eliminar o vírus.
- Infecção entre 160 dias de gestação até o momento do parto nem sempre o aborto acontece, a gestação pode ser levada a termo, ter um bezerro normal e ele apresentar anticorpos, não elimina o agente.
Quando o macho reprodutor é PI (persistentemente infectado), o agente é liberado no sêmen (grande quantidade do vírus) infectando fêmeas por inseminação artificial. Difícil identificar somente com a avaliação do sêmen, pois pode se apresentar normal sem alterações. As vezes terá sêmen de má qualidade e animal infértil pela BVD, mas nem sempre acontece. Haverá também, através do sêmen infectado, baixas taxas de concepção (efeito direto do vírus na fertilização).
· Controle da doença: 
Vacinação: Deve se pensar nos riscos pois não tem cobertura muito grande e tem animais que com a vacina adquirem a doença e não a imunidade. 
Controle sem a vacinação: É o ideal. Todo animal testado que der positivo tem que ser eliminado do rebanho. Avaliar o controle clínico e reprodutivo da propriedade. Fazer aquisição de animais que sejam negativos. Tentar manter dois rebanhos separados, sendo um suspeito e que foi vacinado, o outro de negativos e sem vacinação. Tentar fazer identificação dos animais PI.
· Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR)
Também conhecida como vulvo-vaginite pustular infecciosa.
· Patogenia: 
Herpes vírus, toda vez que o animal é submetido a estresse (desmama, transporte, temperatura, movimentação/manejo) cai a imunidade do animal e terá nova reinfecção viral que pode vir acompanhada de infecção bacteriana secundária.
· Perdas reprodutivas: 
Aborto: Comum ocorrer a partir dos 7 meses de gestação, mas pode ocorrer em qualquer fase de gestação.
Morte embrionária ou fetal.
Pustulas vaginais.
Nos machos também pode se observar pústulas e inflamação no prepúcio (balanopostite).
· Controle:
Controlar entrada de animais, somente entrada de animais negativos, controlar também entrada de pessoas e fômites;
Animais adquiridos devem ser submetidos à quarentena isolados.
Utilizar sempre touros negativos.
Vacinação de todos os animais, sendo bezerros a partir de 6 meses de idade. Reforço um mês após e anualmente. Isso gera um custo a mais, por isso muitas propriedades não usam a vacinação como forma de controle.
· Leptospirose
· Impacto na reprodução:
Diminuição expressiva na fertilidade (80%).
Falhas reprodutivas (em torno de 10% das fêmeas retornam ao cio após a cobertura).
Nascimento de crias fracas.
Natimortos.
Aumento do intervalo entre partos.
podem persistir Infecções por até 142 dias no útero de fêmeas gestantes, comprometendo o feto.
Infecções podem persistir por 97 dias em fêmeas.
· Machos infectados:
Baixa qualidade do sêmen, não funcionando bem sua utilização para inseminação.
Inibição dos reflexos sexuais, principalmente de comportamento.
Queda de concentração, motilidade e volume do ejaculado.
Necrospermia (eliminação de espermatozoides mortos).
· Controle/prevenção:
Quarentena dos animais adquiridos.
Adquirir somente animais negativos.
Realizar exames sorológicos semestrais.
Fazer vacinação.
Fazer controle de roedores, que são principal fonte de manutenção desse agente no ambiente (desratização).
Tratamento dos animais portadores e doentes relativamente fácil (antibioticoterapia, mas como é feito com base no peso do animal, acaba se tornando muito caro, sendo as vezes inviável). Acaba se tratando mais animais com valor produtivo/zootécnico/sentimental.
Animais que não tem grande valorzootécnico, quando diagnosticados com lepto, são eliminados do rebanho.
· Tricomonose genital bovina
Protozoário que causa infertilidade, morte embrionária, abortamento (principalmente no quarto mês) e piometra pós cobertura.
· Epidemiologia – fatores de risco:
- Uso de touros mais velhos (acima de 8 anos). O habitat de preferência do agente são as criptas prepuciais. A medida que o animal vai envelhecendo essas criptas aumentam e fica mais difícil a eliminação do agente, que permanece com local para se abrigar e multiplicar, o animal servindo de fonte de infecção e manutenção do agente no rebanho.
- Uso de touros de rapasse.
- Uso de touros comunitários.
- Permanência de fêmeas vazias após estação de monta.
- Ausência de diagnóstico. O diagnóstico é feito principalmente dos machos, através de lavado prepucial para analise onde tenta-se identificar o agente. Quando mais velho o animal for, é necessário fazer uma lavagem mais intensa para que o liquido chegue até o fundo das criptas e consiga recolher o agente.
· Transmissão:
É uma doença sexualmente transmissível, principalmente pela monta natural. Cerca de 90% das fêmeas são infectadas com a monta natural.
A inseminação artificial só serve como fonte de infecção se o sêmen estiver contaminado (presença do agente no sêmen).
· Patogenia:
Quando há monta natural, ocorre multiplicação do Tricomonas na vagina durante 7-14 dias, agente atinge o útero, onde se observa repetição de cios, piometra pós cobertura, abortamento.
· Tratamento:
Descanso sexual de 4-5 meses, porque naturalmente a fêmea elimina o agente se curando, mas não pode ter contato com outros machos pois pode passar para macho negativo.
No caso dos machos não existe a autocura, o único tratamento que se aplica para eles é o descarte.
· Controle:
Uso de touros jovens (5 anos), pois possuem criptas menores, ficando mais fácil de identificar o agente.
Uso de inseminação artificial com sêmen adquirido de central.
Vacinas (uso questionável por conta da eficácia, é pouco utilizada).
· Campilobacteriose genital bovina (vibriose)
Causado por bactéria gram negativa, gênero Campylobacter spp (C. fetus subsp. venerealis e C. fetus subsp. fetus).
Coloniza todo trato oral, intestinal e genital.
Causa infertilidade e aborto.
· Transmissão: 
Venérea. 
Touros contaminando vacas e touros contaminando touros.
Transmissão via coito por monta natural, inseminação artificial ou fômites/instrumentos contaminados.
Já foi relatado contaminação pela cama.
· Danos reprodutivos:
Impede concepção.
Morte embrionária.
Reabsorção fetal.
Retorno ao cio 40 dias após cobertura. 
Aborto entre 4-8 mês de gestação.
Maioria de fêmeas se recuperam naturalmente sem necessidade de tratamento.
· Sinais clínicos:
Touros: Portador assintomático. Não apresenta alteração seminal.
Fêmeas: Infertilidade temporária (repete cio, falha em uma estação em outra consegue), aborto em fêmeas gestantes, endometrite, vaginite e cervicite.
· Tratamento:
Fêmeas: Repouso sexual (90 a 150 dias). Nas inférteis fazer descarte.
Machos: Tratamento com Dihidroestreptomicina (lavagem prepucial 5g/5dias e aplicação parenteral, sendo primeiro e terceiro dia 22mg/kg). É considerado negativo quando der 3 testes consecutivos negativos no intervalo de 15 dias.
Animais que vão para a central são testados durante o período de quarentena, antes de entrar na central.
· Controle:
Vacinação de novilhas e touros.
Utilizar touros negativos.
Sêmen tratado com estreptomicina.
Uso de inseminação artificial e não mais com monta natural.
· Aborto:
Dependendo do agente que se tem, há ocorrência de aborto em fases diferentes da gestação.
	Doenças ou agentes
	Tempo médio (meses)
	Leptospirose
	6
	Brucelose
	7,5
	C. fetus subsp. fetus
	6
	C. fetus subsp. venerealis
	4
	Staphylococcus aureus
	7
	Streptococcus beta hemolítico
	6,5
	IBR
	7
	BVD
	4-6
	Tricomoníase
	3
	Neosporose
	4-6
Nem sempre esse tempo que está na tabela é respeitado, podendo ser observado aborto fora do período mais comum para aquele tipo de agente.
Ao se identificar aumento da taxa de aborto deve-se rastrear as possíveis causas.

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