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Após a perda dos dentes naturais, alterações ósseas na maxila e na mandíbula começam a ocorrer imediatamente. Diante da falta do estímulo gerado pelo dente e pelo ligamento periodontal sobre o tecido ósseo alveolar, se inicia um processo de reabsorção. A reabilitação protética envolve frequentemente preparação cirúrgica do tecido bucal remanescente para melhor suportar a possível prótese. Normalmente, estruturas bucais, como freios e exostoses, não trazem interferências quando os dentes estão presentes, mas tornam-se obstáculos para a adequada confecção de prótese após a perda dentária. O tratamento cirúrgico pré-protético deve ser precedido pelo exame clínico completo, o qual envolve a anamnese e o exame físico. Um importante aspecto da anamnese é obter a queixa principal do paciente e a expectativa do tratamento cirúrgico e protético. EXAME CLÍNICO O exame físico deve incluir: • Avaliação da relação oclusal existente (se houver algum remanescente) e a relação interarcos. • Quantidade, altura, largura e contorno do remanescente ósseo. • Qualidade do tecido mole sobrejacente. • Profundidade vestibular (fundo de sulco). • Localização da inserção muscular. • Presença de condição patológica no tecido mole ou ósseo. A partir das radiografias, é possível identificar e avaliar lesões ósseas patológicas, dentes retidos ou porções de raízes remanescentes, padrão ósseo do rebordo alveolar, pneumatização do seio maxilar e localização do nervo alveolar inferior e forames mentonianos associados. Mesmo que a abordagem seja apenas em tecido mole, a solicitação de radiografia pré-operatória é essencial para avaliarmos as condições descritas acima. Desta forma, prevenimos complicações transoperatórias e descartamos a associação com alterações em tecido ósseo. - - Na indicação de um exodontia e planejamento de reabilitação protética, o primeiro passo é o cuidado no transoperatório da extração. Permitir um remodelamento ósseo adequado é ponto crucial no planejamento protético. Por isso, as primeiras técnicas de cirurgias pré-protéticas que vamos descrever serão aquelas que devemos realizar imediatamente após a luxação e remoção dentária. COMPRESSÃO DO ALVÉOLO / MANOBRA DE CHOMPRET-HIRONDEL A forma mais simples de alveoloplastia consiste na compressão das paredes laterais do alvéolo dentário após a remoção de um dente, a chamada Manobra de Chompret-Hirondel. Em muitos casos de exodontias unitárias simples, a compressão digital do sítio da extração já promove o contorno adequado do osso subjacente, não gerando nenhuma irregularidade grosseira. Apesar de ser uma manobra simples, devemos estar atentos para evitarmos a compressão excessiva e a sobrerredução das irregularidades. Manobra e Chompret-Hirondel Quando múltiplas irregularidades são encontradas, um recontorno mais extenso frequentemente se faz necessário. 1. Exposição das irregularidades: as áreas ósseas que necessitam de recontorno podem ser expostas usando-se um retalho tipo envelope. Esta incisão seguida pelo descolamento mucoperiosteal ao longo da crista do rebordo, com adequada extensão anteroposterior da área a ser exposta e o retalho rebatido, permitirá adequada visualização e acesso ao rebordo alveolar. 2. Remoção das irregularidades: dependendo do grau da irregularidade da área de rebordo alveolar, o recontorno pode ser realizado com pinça-goiva/alveolótomo/ saca-bocado, lima óssea ou com broca para osso em uma peça de mão. Durante toda a remoção do tecido ósseo, devemos realizar irrigação abundante com soro fisiológico ou água destilada estéril para evitar o superaquecimento e a necrose óssea. Remoção de irregularidades ósseas. 3. Cuidados com a ferida operatória: após o recontorno ósseo, o retalho deve ser reaproximado por pressão digital e o rebordo palpado com a ponta do dedo indicador, para assegurar que todas as irregularidades foram removidas. Ao final do procedimento, iremos também realizar abundante irrigação para a remoção de todos os detritos. 4. Sutura: por fim, as margens do tecido podem ser reaproximadas com suturas contínuas ou isoladas
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