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AVALIAÇÃO FINAL - COMO CHEGAMOS AO FINAL DO CURSO, PARA AVALIAÇÃO FINAL, CADA GRUPO, POR OPM, DEVERÁ ENVIAR: I) UM PLANO DE CURSO DE LAVRATURA DO TCO DA SUA OPM E II) UM PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO TCO TAMBÉM RELACIONADO À SUA OPM. Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 1 PARTE I - PLANO DE CURSO LAVRATURA DE TCO (TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA) NO ÂMBITO DO 5º BPM Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 2 Por ordem do Major Marcos Swami de Sousa Pereira - Comandante do 5º BPM, convocamos as praças que comandam que compõem as companhias desse batalhão (comandantes de guarnição) abaixo relacionados e convidamos os demais relacionados no público-alvo para o Curso Integrado sobre Termo Circunstanciado de Ocorrência lavrado pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte, na modalidade remota, conforme abaixo especificado: 1 – OBJETIVOS E METAS: 1.1 - OBJETIVOS: Ao final da ação educacional os participantes serão capazes de: ❖ Implantar as comissões de Lavratura de TCO, através dos Pontos Focais, em todo o Rio Grande do Norte, ou seja, o objetivo é proporcionar no âmbito de toda a corporação, a expansão da lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência - TCO, que é o registro das infrações de menor potencial ofensivo para, em seguida, comunicar o fato diretamente à Justiça. (geral); ❖ Disseminar conhecimentos sobre a implantação do Termo Circunstanciado de Ocorrência (cognitivos); ❖ Aplicar as tecnologias e processos utilizados, em outras Unidades Federativas, para implementar o Termo Circunstanciado de Ocorrência (operativos); ❖ Consolidar o processo do Termo Circunstanciado de Ocorrência em toda a Zona Sul de Natal (atitudinais). 1.2. METAS. ❖ Implementar a Lavratura de TCO, no âmbito da PM do Estado do Rio Grande do Norte até o final de 2021 através da Capacitação de Gestores, Multiplicadores e Operadores que atuarão em todas as OPMs. ❖ Implantar, no âmbito do batalhão Câmara Cascudo uma equipe revisora com, no mínimo, 04 (quatro) componentes. Equipe essa que será encarregada de transcrever os fatos para um relatório e remeter o TCO, após a devida revisão, ao Poder Judiciário ❖ Implantar, no âmbito do batalhão Câmara Cascudo, a Central de TCO do 5º BPM, no máximo, em janeiro de 2021. 2 – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 3 2.1- A importância da lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência pela Polícia do Estado do Rio Grande do Norte como estratégia na melhoria da prestação de serviços para a comunidade; 2.2. Base de conhecimento ligada à lavratura do TCO. 2.3- A contribuição do Tribunal de Justiça de Minas Gerais para a efetivação do Termo Circunstanciado de Ocorrência pela Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte 2.4- O direito subjetivo de não ser conduzido preso aplicado ao agente de infração de menor potencial ofensivo mediante a aplicação do Termo Circunstanciado de Ocorrência lavrado pela Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte 2.5- A experiência da Brigada Militar na lavratura de TCO 2.6- A experiência da Polícia Militar de Rondônia na lavratura de TCO 2.7- A experiência da Polícia Militar de Santa Catarina na lavratura de TCO 2.8 - A experiência da Polícia Rodoviária Federal na lavratura de TCO 2.8 - A experiência da CIPAM/PMRN na lavratura de TCO 3 – MODALIDADES: EaD. Enquanto o ensino remoto é apenas uma alternativa temporária, que ainda usa muito dos conteúdos e ideias pensadas para o ensino presencial, o EaD é desenvolvido desde sua concepção para ser totalmente realizado em ambiente online. O ensino a distância foi pensado para que seja possível aplicar atividades, aulas, prestar atendimento e auxiliar em outras demandas do aluno, exclusivamente online. Presencial:O ensino presencial é aquele que todos nós conhecemos e estávamos acostumados antes da pandemia: em salas de aula, com vários alunos e professores, onde todos interagem, trabalham em grupo e utilizam materiais físicos para facilitar o aprendizado. Essa modalidade dar-se-á nos encontros presenciais. Remoto: o ensino remoto preconiza a transmissão em tempo real das aulas. A ideia é que professor e alunos de uma turma tenham interações nos mesmos horários em que as aulas da disciplina ocorreriam no modelo presencial. Essa modalidade dar-se-á nos encontros síncronos. O ensino remoto é uma das alternativas que está sendo utilizada durante a pandemia, como forma de manter as atividades pedagógicas e minimizar os impactos negativos da suspensão das aulas presenciais. Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 4 https://pm.ro.gov.br/images/admin/TCO/Infra_menor_pot_ofencivo.pdf https://pm.ro.gov.br/images/admin/TCO/Infra_menor_pot_ofencivo.pdf Não podemos considerar as aulas remotas como uma modalidade de ensino, visto que foi idealizada como uma solução temporária. 4 – PÚBLICO-ALVO: Sargentos e Cabos da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte que são lotados nas companhias do 5º BPM. 5 – PERÍODO DO CURSO: 02 de agosto a 1º de setembro de 2021 6 – HORÁRIOS: Dia Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Data 02 03 04 05 06 Horário 19h00min às 20h30min - Encontro Síncrono. Encontro Assíncrono. Encontro Assíncrono. Encontro Assíncrono. Encontro Assíncrono. Data 09 10 11 12 13 Horário Encontro Assíncrono.. 19h00min às 20h30min - Encontro Síncrono. Encontro Presencial Sargentos da 1ª CPM1 Encontro Presencial Cabos e Soldados da 1ª CPM Encontro Assíncrono. Data 16 17 18 19 20 Horário 19h00min às 20h30min - Encontro Síncrono. Encontro Assíncrono. Encontro Presencial Sargentos da 2ª CPM Encontro Presencial Cabos e Soldados da 2ª CPM Encontro Assíncrono. Data 23 24 25 26 27 1 Os encontros presenciais realizar-se-ão no horário das 07h30min às 09h10min e das 09h30min às 11h10min totalizando quatro horas/aula. Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 5 Horário Encontro Assíncrono. Encontro Assíncrono. Encontro Presencial Sargentos da 3ª CPM Encontro Presencial Cabos e Soldados da 1ª CPM 19h00min às 20h30min - Encontro Síncrono. Data 28 29 30 31 01 Horário Encontro Presencial - Deltas Sete Encontro Assíncrono. Encontro Assíncrono. Encontro Assíncrono. 19h00min às 20h30min - Encontro Síncrono. 7 – CARGA HORÁRIA: 50 horas 8 – LOCAL DE REALIZAÇÃO: Auditório do 5º BPM – Rua Monte Carmelo, 2939 – Conjunto Pirangi – Neópolis – Natal – RN (apenas para os sete encontros presenciais). 9 – NÚMERO DE VAGAS: Primeira turma: 53 (cinquenta e três) vagas, sendo 08 (oito) vagas destinadas aos Delta Sete e 45 (quarenta e cinco) vagas distribuídas equitativamente entre as três companhias. Segunda Turma: 45 (quarenta e cinco) vagas distribuídas equitativamente entre as três companhias. 10 – DAS INSCRIÇÕES 10.1 – PERÍODO DE INSCRIÇÕES: 19 de julho de 2021, a partir das 08h00min até 30 julho de 2021, às 23h59min através do formulário. 11 – PROCEDIMENTOS PARA REALIZAR A INSCRIÇÃO: 11.1 – Acessar o link: Formulário de Inscrição. 11.2 – Selecionar o público ao qual pertence e realizar o devido preenchimento para a inscrição 12- CRITÉRIOS DE SELEÇÃO: As vagas serão preenchidas de acordo com o período e ordem de inscrição. Serão excluídas: Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 6 https://docs.google.com/forms/d/1rUUeWKylkDHY-I791z2wytLZSFSzs16WkfAC4x7NbqQ/edit?usp=forms_home&ths=true https://docs.google.com/forms/d/1rUUeWKylkDHY-I791z2wytLZSFSzs16WkfAC4x7NbqQ/edit https://docs.google.com/forms/d/1rUUeWKylkDHY-I791z2wytLZSFSzs16WkfAC4x7NbqQ/edit • Inscrições daqueles que compartilharemo mesmo endereço de e-mail, ou seja é obrigatório que este e-mail institucional ou não seja individual e de uso exclusivo do participante; • Inscrições daqueles que não pertencerem ao público; • Número excedente ao número de vagas disponibilizadas. 13 – IMPOSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO: 13.1 – Caso o pré-inscrito não possa atender a esta convocação, deverá enviar uma justificativa para o e-mail ajanildo2@gmail.com ou através do formulário https://docs.google.com/forms/d/1eSlcaE9BtLD_u14aIRUAWMPqdhEsz2ay4VPhA5v4MOY /edit , impreterivelmente, até o dia 30 de julho de 2021, com as informações, abaixo: – No Campo Assunto: Inserir nome do Curso / Ação de Formação e de Aperfeiçoamento – No Corpo da Correspondência: Inserir o nome completo do servidor, matrícula, justificativa. – É possível a juntada de documentos, quando necessária, e esses deverão ser digitalizados e enviados como anexo. 13.2 – A impossibilidade de participação decorrente de fato imprevisível também deverá ser comunicada pelo e-mail supracitado. 14 – REQUISITOS PARA CERTIFICAÇÃO: O participante deverá cumprir 100% (cem por cento) da carga horária total do seminário para obtenção do certificado. O certificado deverá ser entregue na sargenteação de cada companhia, a partir do dia 13 de setembro de, a partir das 08h00min. 15 – COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVA: 1º Sgt PM Janildo da Silva Arante 3º Sgt PM Fernando Francisco de Moura Filho Anexo I - Relação dos convocados Convocados 16. Referências Remoto, presencial e EaD: entenda as diferenças. Disponível em: <https://www.aerotd.com.br/decoleseufuturo/remoto-presencial-e-ead-entenda-as-diferencas/ >. Acesso em 23 jun 2021. Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 7 mailto:ajanildo2@gmail.com https://docs.google.com/forms/d/1eSlcaE9BtLD_u14aIRUAWMPqdhEsz2ay4VPhA5v4MOY/edit https://docs.google.com/forms/d/1eSlcaE9BtLD_u14aIRUAWMPqdhEsz2ay4VPhA5v4MOY/edit https://docs.google.com/document/d/1TvPqFulX0vVnxOXv3NfJ0D9vJdsCazVD/edit https://www.aerotd.com.br/decoleseufuturo/remoto-presencial-e-ead-entenda-as-diferencas/ PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DO TCO NO 5º BPM Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 8 PARTE II - IMPLANTAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DA LAVRATURA DO TCO NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE NO ÂMBITO DO 5º BPM Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 9 1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA O Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) surge com a Lei nº 9.099/95, que instituiu os Juizados Especiais Criminais, competentes para o processo e julgamento das Infrações de Menor Potencial Ofensivo (IMPO). Embora exista divergência sobre a legitimidade da lavratura do TCO por agentes das polícias militares e da Polícia Rodoviária Federal, o mecanismo vem sendo empregado por estas organizações como instrumento de ciclo completo de polícia. Neste trabalho, analisa-se a implementação do TCO pela Polícia Rodoviária Federal, adotando como recorte espacial a 9ª Superintendência Regional, circunscrita ao Estado do Rio Grande do Sul. Teoricamente, as análises se sustentam em discussões da literatura nacional e estrangeira sobre implementação de políticas públicas, com destaque para os modelos propostos por Matland (1995), baseados no binômio ambiguidade conflito. Para a operacionalização desse modelo teórico, a pesquisa se valeu de uma abordagem mista, congregando técnicas de análise de conteúdo e estatística descritiva (teste de hipóteses). Neste sentido, a análise da implementação ponderou duas dimensões: uma configurada pelos aspectos históricos relativos às negociações políticas e estratégias referentes à assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre a PRF e o Ministério Público Estadual; e outra a partir da análise pormenorizada de 4.273 registros de ocorrências criminais lavrados pelos agentes federais no período de 2015 e 2016. Tais agentes, responsáveis por estes registros, enquadram-se no conceito de “burocratas de nível de rua” (LIPSKY, 1980), sendo considerados seus poderes discricionários no “fazer policial” diário. Verificou-se que o mecanismo do TCO possui grande aceitação na burocracia investigada com um considerável aumento de seu emprego na maioria dos tipos penais registrados. Os dados e testes estatísticos gerados demonstram que não há desvios significativos quanto à aplicação da regra, confirmando-se, também, que a discricionariedade policial ocorre apenas de forma residual, não chegando a comprometer o correto emprego do mecanismo. Por fim, identificou-se ser o modelo teórico mais apropriado à análise da implementação do TCO pela PRF aquele denominado “Administrativo” (MATLAND, 1995), uma vez que o cenário se configura por baixos níveis de conflitos e ambiguidades, tendo o mecanismo normativo como o principal sistema de controle da burocracia. Do ponto de vista empírico, a pesquisa mobiliza dados restritos às organizações policiais, extraídos de sistemas de informação internos, cuja natureza inédita e abrangente desvela achados originais para o campo da segurança pública. Numa Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 10 https://pm.ro.gov.br/images/admin/TCO/Infra_menor_pot_ofencivo.pdf https://ibsp.org.br/conselho-nacional-de-justica-decide-irrecorrivelmente-pm-e-prf-podem-lavrar-tco/ perspectiva prática e instrumental, acredita-se que eventuais vícios ou incorreções quanto ao uso da regra do TCO poderão ser sanados por meio das sugestões apresentadas, considerando-se a análise desagregada dos dados. 1.1. Implementação do TCO nas PPMM e PRF CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA DECIDE IRRECORRIVELMENTE: PM e PRF PODEM LAVRAR TCO […] a orientação mais recente do Supremo Tribunal Federal é no sentido de interpretar a expressão “autoridade policial” constante no artigo 69 da Lei 9.099/95 em sentido amplo, de forma a alcançar outros órgãos de segurança pública. A lavratura de TCO’s por policiais militares além de não configurar invasão na competência da Polícia Judiciária, ainda atende aos objetivos da Lei 9.099/95. Neste caso, o registro de infrações penais é balizado pelos princípios da efetividade, oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade. (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Procedimento de Controle Administrativo 0008430-38.2018.2.00.0000. Requerente: SINDICATO DOS DELEGADOS DE POLICIA DO DISTRITO FEDERAL. Requerido: CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS e outros. Julgado em 25 de novembro de 2020). Veja o Acórdão na íntegra: Acórdão PCA 8430-38.2018-2-11 Mais uma batalha vencida por aqueles que defendem um sistema policial e de justiça criminal mais eficaz, eficiente e efetivo. A decisão irrecorrível do Conselho Nacional de Justiça consolida o ENUNCIADO 34 do Fórum Nacional de Juizados Especiais (“Atendidas as peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar“) e ainda o amplia para “outros órgãos da segurança pública”, como é o caso da Polícia Rodoviária Federal, que já vem lavrando Termos Circunstanciados de Ocorrência nas infrações de menor potencial ofensivo desde que aprovado pelo Ministério da Justiça o PARECER n. 00671/2019/CONJUR-MJSP/CGU/AGU (Veja o Parecer na íntegra: PARECER 00671-2019-CONJUR-MJSP-CGU-AGU). Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 11 http://criminal.mppr.mp.br/pagina-1510.html https://ibsp.org.br/conselho-nacional-de-justica-decide-irrecorrivelmente-pm-e-prf-podem-lavrar-tco/ https://ibsp.org.br/conselho-nacional-de-justica-decide-irrecorrivelmente-pm-e-prf-podem-lavrar-tco/ https://ibsp.org.br/wp-content/uploads/2020/12/Ac%C3%B3rd%C3%A3o-PCA-8430-38.2018-2-11.pdf https://pm.ro.gov.br/images/admin/TCO/Infra_menor_pot_ofencivo.pdfhttps://ibsp.org.br/wp-content/uploads/2020/12/PARECER-00671-2019-CONJUR-MJSP-CGU-AGU.pdf https://ibsp.org.br/wp-content/uploads/2020/12/PARECER-00671-2019-CONJUR-MJSP-CGU-AGU.pdf Ganha a sociedade e, além da Polícia Rodoviária Federal, outras 15 Polícias Militares estaduais que já atuam nesse sentido, destacando-se a Polícia Militar de Santa Catarina que agregou tecnologia de ponta ao processo, como já publicamos em https://ibsp.org.br/direito-penal-e-processual/o-termo-circunstanciado-de-ocorrencia-duas-decadas-de-discussao/; perdem mais uma vez os incansáveis órgãos de representação da categoria profissional dos delegados de polícia que, até o momento, veem a questão como mera disputa por poder (digo eu: pequeno poder), e não como uma forma de focarem seus esforços naquilo que é sua verdadeira vocação e qualificação (a investigação criminal de crimes complexos e criminalidade organizada), deixando o varejo dos pequenos delitos à cargo das polícias que, tendo maior capilaridade podem dar ao cidadão um tratamento mais digno e ágil e levar ao Poder Judiciário essas infrações menores que, pela via convencional, acabam por se transformarem em meros boletins de ocorrência que se acumulam naquilo que pesquisadores definem como “cifras negras” (ou taxas de subnotificação), cujo efeito mais perverso é a odiosa impunidade. o Instituto Brasileiro de Segurança Pública (IBSP) disponibiliza neste Dia da Independência a edição Revista e Atualizada do Manual de Apoio Jurídico Operacional – Termo Circunstanciado de Ocorrência, lançado em primeira edição no ano de 2003; em sua primeira versão (imagem ilustrativa) a obra fora publicada em versão impressa pela própria Corporação (PMESP) e, desde então, vem disponibilizada até os dias de hoje no Website da Polícia Militar do Estado de São Paulo (Disponível em: https://www.policiamilitar.sp.gov.br/institucional/nossos-autores/32/manual-de-apoio-juridico-operacional . Acesso em 07 set. 2020); mais adiante, com ampliações para trazer também texto doutrinário, ela foi editada nos anos de 2006 e 2008 com outro título: SILVA JÚNIOR, A. L.. Teoria e prática policial aplicada aos juizados especiais criminais. 2. ed. São Paulo: Suprema Cultura, 2008. v. 1000. 256p. Agora ele vem como um Suplemento na Revista do Instituto Brasileiro de Segurança Pública (ISSN 2595-2153, DOI https://doi.org/10.36776/ribsp.v3i7.124, Volume 3, número 7, Julho/Dezembro 2020). Faça download do Manual em https://doi.org/10.36776/ribsp.v3i7.124 O livro fora um sucesso quando de seu lançamento, isso porque associa a prática (modelos de versões sumuladas dos envolvidos na ocorrência) com um roteiro prático de medidas exigidas e imprescindíveis pelo ordenamento jurídico, legitimadas por farta jurisprudência, selecionada para cada um dos 23 crimes de maior incidência no cotidiano das cidades e ainda outros 4 contra o meio ambiente, o que facilita o trabalho de registro pelas patrulhas de policiamento urbano e ambiental. Não há rodeios, não se tergiversa sobre o assunto: se dá a ferramenta para o usuário final. A atualização e a revisão da obra ocorreram por demanda de vários leitores de todo o país; afinal, ano após ano as Polícias Militares de cada um dos Estados e o Distrito Federal têm avançado na lavratura de Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) por meio de seus policiais militares diante do atendimento de infrações penais de menor potencial ofensivo (contravenções penais e crimes cuja pena máxima não supere 2 anos); atualmente perto de 15 Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 12 https://ibsp.org.br/direito-penal-e-processual/o-termo-circunstanciado-de-ocorrencia-duas-decadas-de-discussao/ https://www.policiamilitar.sp.gov.br/institucional/nossos-autores/32/manual-de-apoio-juridico-operacional https://doi.org/10.36776/ribsp.v3i7.124 https://pm.ro.gov.br/images/admin/TCO/Infra_menor_pot_ofencivo.pdf unidades federadas tomaram isso como uma política pública institucionalizada, a despeito de Fórum Nacional de Juizados Especiais criado em 1997 clara e publicamente proclamar: “ENUNCIADO 34 – Atendidas as peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar”. Mais recentemente (27/06/2020), reiterando já antigos julgados ao enfrentar o tema, no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, por ocasião do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 3807, a Ministra Cármen Lúcia deixou expresso: “O entendimento de que a lavratura de termo circunstanciado não configura atividade investigativa e, portanto, não é função privativa de polícia judiciária não contraria jurisprudência assentada deste Supremo Tribunal Federal […] o termo circunstanciado não é procedimento investigativo, mas peça informativa com descrição detalhada do fato e as declarações do condutor do flagrante e do autor do fato […]” (Disponível em: < http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2425065 >.); pouco antes disso, mais precisamente em 31 de janeiro de 2020, falando pela presidência do Fórum Nacional dos Juizados Especiais (FONAJE), a Desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina Janice Goulart Garcia Ubialli, emitiu a NOTA TÉCNICA N. 1/2020, que assenta a mesma posição. Da nota se extrai: “Diante da iminência do julgamento do PCA n. 0008430-38.2018.2.00.0000, pelo C. Conselho Nacional de Justiça, […] O art. 69 da Lei n. 9.099/95 dispõe que, em relação aos crimes de menor potencial ofensivo e às contravenções penais, o termo circunstanciado será lavrado por qualquer autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência, seguindo o procedimento com a apresentação de autor e vítima ao Juizado Especial, sem menção a condicionantes ou à homologação do TCO pelo delegado civil. […] Historicamente a jurisprudência dos juizados especiais vem repelindo alegações de nulidade processual decorrente da suposta incompetência da Polícia Militar para lavrar termos circunstanciados, haja vista o Enunciado Criminal n. 34 do FONAJE (Atendidas as peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar). No mesmo sentido, a Conclusão II do Encontro Nacional de Presidentes dos Tribunais de Justiça, realizada em Vitória (ES) no mês de outubro de 1995, e a decisão proferida pelo CNMP no Pedido de Providências 0.00.000.001461/2013-22. […] Ao todo, 12 estados da federação autorizam a lavratura de TCO com encaminhamento direto ao Poder Judiciário, o que resultou, no último biênio, no registro de 284.067 ocorrências, com redução de custos na movimentação da máquina estatal e, Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 13 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2425065 sobretudo, de tempo na conclusão dos procedimentos de natureza criminal. Retroceder seria, a bem da verdade, abrir as portas do Judiciário para o reconhecimento de nulidade processual absolutamente impertinente, e fomentar, ao cabo, a impunidade através da prescrição de inúmeros casos ainda em curso.” São José do Rio Preto (SP), 06 de dezembro de 2020. Azor Lopes da Silva Júnior, Prof. Dr. Presidente do IBSP 2. Precedentes na PM RN Na terça-feira, 10 de maio de 2016 a Comissão de Implantação do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) no âmbito da Polícia Militar, presidida pelo Tenente Coronel PM André Gustavo de Moraes Vespaziano Borges, Chefe da 1ª Seção da Polícia Militar, fez uma explanação ao Desembargador Francisco Saraiva Dantas Sobrinho e a magistrados da área criminal sobre a sistemática a ser utilizada pela PMRN no tocante ao TCO, inclusive com a apresentação de modelos de formulários a serem utilizados. A apresentação foi realizada no auditório Desembargadora Eliane Amorim das Virgens de Oliveira, localizado na Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, no bairro de Lagoa Nova em Natal. O Capitão PM Dantas,um dos integrantes da Comissão de Implantação do TCO presente ao evento, afirmou que os policiais serão orientados a preencher corretamente todos os campos dos formulários e quais as infrações penais e contravenções que caberão no TCO pela PM. “Inicialmente os policiais terão duas aulas teóricas, onde serão apresentadas as bases legais para a confecção do TCO pela Polícia Militar e, posteriormente, os militares irão para a parte prática, onde atenderão ocorrências reais, sendo supervisionados por uma equipe da comissão”, explicou o oficial. O Tenente Coronel PM Borges, na ocasião, explicou o trâmite desde a confecção do TCO pelo policial militar até a remessa ao Poder Judiciário. “O militar, durante a ocorrência, irá preencher todos os dados e no próprio local irá informar à vítima e o acusado o dia e o horário da audiência preliminar, ressaltando que o procedimento dará mais celeridade ao atendimento do cidadão”, disse o oficial superior. Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 14 “Haverá, ainda, em cada batalhão uma equipe revisora que será encarregada de transcrever os fatos para um relatório e remeter o TCO, após a devida revisão, ao Poder Judiciário”, explicou. “Esse será um trabalho a ser desenvolvido pela Polícia Militar que irá melhorar a qualidade de vida profissional de cada policial militar e em consequência do cidadão potiguar”, frisou o TC PM Borges. Participaram da apresentação, o Juiz de direito Gustavo Marinho da 12ª Vara Criminal, Juíza de direito Adriana Santiago da Corregedoria, Juiz de direito Flávio Barbalho da Corregedoria, Juiz de direito Paulo Maia Coordenador do Juizado Especial, Juíza de direito Ana Cláudia do Juizado Especial Criminal de Parnamirim, juntamente com seus respectivos assessores, bem como o Comandante Geral da PMRN, Coronel PM Dancleiton Pereira Leite, além de outros Oficiais. [1] 3. OBJETIVOS E METAS: 3.1 - OBJETIVOS: Ao final da ação educacional, nos batalhões ou companhias independentes, os participantes serão capazes de: ❖ Implantar, através de discussões democráticas, as comissões de Lavratura de TCO, através dos Pontos Focais que atendam todas subunidades, ou seja, o objetivo é proporcionar no âmbito de toda a área abrangência do 5º BPM (Aisps 05, 10 e 15), a expansão da lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência - TCO, que é o registro das infrações de menor potencial ofensivo para, em seguida, comunicar o fato diretamente à Justiça. (geral); ❖ Disseminar conhecimentos sobre a implantação do Termo Circunstanciado de Ocorrência através de cursos no âmbito da OPM (cognitivos); ❖ Aplicar as tecnologias e processos utilizados, em outras Unidades Federativas, para implementar o Termo Circunstanciado de Ocorrência no 5º BPM (operativos); ❖ Consolidar o processo do Termo Circunstanciado de Ocorrência em toda a Zona Sul de Natal (atitudinais). 3.2. METAS. Implementar a Lavratura de TCO, no âmbito da PM do Estado do Rio Grande do Norte até o final de 2021 através da Capacitação de Gestores, Multiplicadores e Operadores que atuarão em todas as OPMs. Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 15 Implantar, em cada batalhão uma equipe revisora que será encarregada de transcrever os fatos para um relatório e remeter o TCO, após a devida revisão, ao Poder Judiciário 4. JUSTIFICATIVA 4.1. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA A disciplina sobre este assunto está contida na Lei 9.099/99, Lei dos Juizados Especiais, a saber, no momento de criação desta Lei foi prevista a figura do Termo Circunstanciado de Ocorrência como instrumento que passaria a registrar, de maneira simples e objetiva, as infrações penais de menor potencial ofensivo, dando celeridade e economia ao rito processual, em substituição ao Inquérito Policial. Neste sentido, as infrações objetos desses registros serão aquelas, cuja pena máxima não ultrapassam dois anos de pena combinada, são elas as contravenções penais e os crimes de pena em abstrato menor ou igual a 02 anos. Corroborando com essa afirmativa é o que reza o artigo 61 da Lei 9.099/95, vejamos: “Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.” Nesta ótica, ao Juizado Especial Criminal (JECrim) foi prevista a competência para julgar as infrações penais de menor potencial ofensivo, senão vejamos: Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Grifo nosso). Para tanto, cabe à autoridade policial formular o registro da infração penal de menor potencial ofensivo e encaminhá-la ao JECrim, assim como está previsto no artigo 69 da Lei 9.099/95, Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 16 https://pm.ro.gov.br/images/admin/TCO/Infra_menor_pot_ofencivo.pdf https://jus.com.br/artigos/55196/termo-circunstanciado-e-concurso-de-infracoes-penais-de-menor-potencial-ofensivo#:~:text=As%20infra%C3%A7%C3%B5es%20de%20menor%20potencial,da%20Lei%209.099%2F95). https://jus.com.br/artigos/55196/termo-circunstanciado-e-concurso-de-infracoes-penais-de-menor-potencial-ofensivo#:~:text=As%20infra%C3%A7%C3%B5es%20de%20menor%20potencial,da%20Lei%209.099%2F95). Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. Vale a pena dizer que termo consiste em tornar oficial o registro de um fato, então, lavrar o termo circunstanciado implica dizer que um fato foi registrado de forma detalhada ou minuciosa, contendo suas circunstâncias, e por sua vez, a ocorrência nada mais é que um fato típico e ilícito penalmente tutelado. Assim pode-se dizer em linha gerais que Termo Circunstanciado de Ocorrência consiste num registro oficial simplificado de fato típico e ilícito, detalhado com as circunstâncias que envolveram este fato, e tem como finalidade informar ao Juizado Especial Criminal a autoria e materialidade da infração penal de menor potencial ofensivo. Outros conceitos podem existir para efeito de melhor caracterizar o TCO, no entanto a discussão mais interessante não reside nesta ótica. 4.2. DISCUSSÃO ACERCA DA COMPETÊNCIA PARA LAVRAR O TCO A temática sobre o TCO ganhou relevante espaço para discussão a partir do momento em que veio a ser confeccionado pela pelas Polícias Militares e Rodoviárias Federais. Entre estas discussões está contida a questão da função privativa de polícia judiciária versus a aplicação legal do artigo 69 da Lei 9.099/95 em harmonia ao ordenamento jurídico. Convém enfatizar que atividade de polícia judiciária é aquela pela qual o Estado promove a persecução criminal logo após que o crime ocorra, em outra ótica, as atividades de polícia judiciária seriam aquelas as quais estão previstas no código de processo penal. Em contrapartida, a atividade de polícia administrativa seria aquela que ocorre no momento anterior ao crime com a finalidade de prevenir que a infração penal ocorra. Mutatis Mutandis, grande parte da doutrina entende que a Constituição Federal reservou a atividade de polícia judiciária às polícias Civil e Federal, por estar disposto no artigo 144, assim vejamos: Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 17 144. (…) § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina- se a: IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciáriada União. (...) § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. Logo, à Polícia Militar caberia à atividade de Polícia Administrativa, visto que a Constituição previu sua competência com a seguinte redação, vejamos: § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. Com a devida vênia, perceba que neste prisma não há como dizer que a Constituição previu que as atividades de polícia judiciária exercidas pela polícia civil são exclusivas, assim como o fez em relação à polícia federal. Nesta ótica, perceba também que a atividade destinada pela Constituição às polícias militares não necessariamente são apenas de polícia administrativa, visto que as ações para preservar a ordem ocorrem mesmo depois que a infração penal é cometida, ou seja, já não exercem apenas as atividades de prevenção, mas também de repressão. Em outro pórtico, se considerarmos que mesmo sem exclusividade a atividade de polícia judiciária é função privativa de policiais civis, seja ele federal ou estadual, convém retomar o conceito de polícia judiciária no qual entende-se que consiste nas atividades prevista pelo Código de Processo Penal referente à persecução criminal, ou seja, tudo que está contido no Código de Processo Penal referente à persecução criminal seria atividade de Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 18 polícia judiciária. Ora, ainda assim estaríamos mais uma vez voltando à estaca zero, em relação à divisão estática dessas atividades, visto que algumas atividades exercidas pelas polícias ostensivas, sejam elas militares ou rodoviárias federais também estão contidas na Lei Processual Penal e tem relação direta com a persecução criminal, veja por exemplo o ato de realizar uma prisão em flagrante, disposto no artigo 301 do Código de Processo Penal, Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. (Grifo nosso) Portanto, vejam que tentar definir qual é a competência da polícia civil ou da polícia militar apenas sob a ótica das atividades de polícia judiciária ou administrativa acabará se tornando uma classificação desastrosa e confusa. Contudo, se considerarmos que cabe à polícia militar exercer funções de polícia judiciária ou administrativa desde que previstas em lei e em harmonia com a Constituição, daí convergiremos para o entendimento de que a Lei 9.099/95, em seu artigo 69, prevê que autoridade policial é qualquer policial e não apenas o policial civil e tampouco apenas o delegado. Neste contexto, parte da doutrina e jurisprudência está dividida quanto à legalidade da confecção do TCO pelas polícias militares e rodoviárias federais, visto que essa atividade seria um exercício de polícia judiciária. Ora, com a devida vênia, diante do contexto analisado, ainda que a confecção do TCO fosse atividade de polícia judiciária, ainda assim, a confecção deste termo por qualquer policial estaria em harmonia com a Constituição, haja vista que esta não atribuiu a exclusividade às polícias civis, tampouco a lei definiu que autoridade policial é apenas o delegado de polícia. Nesta sorte, a própria Lei 9.099/95 através de seus princípios, seja da economia processual, da celeridade, da simplicidade e informalidade, esculpidos no artigo 2º deste Diploma Legal, corrobora com o entendimento de que a autoridade policial que Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 19 confeccionará o TCO poderá ser qualquer policial, seja civil, militar ou rodoviário. Ainda nesta discussão, de forma mais detalhada e com riqueza de pormenores estão fundamentados no Parecer nº 00671/2019 da Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (PARECER n. 00671/2019/CONJUR-MJSP/CGU/AGU), onde constam pontos de vistas em contrário e a favor da confecção do TCO pelas polícias militares e rodoviárias federais. Neste mister, ressalte-se que o próprio Ministério da Justiça e da Segurança Pública concluiu que as polícias militares e rodoviárias federais estão habilitadas a confecção do TCO, para tanto, emitiu despacho neste parecer nº 00671/2019 aprovando a medida para que seja difundida a todos os Estados da Federação. A Lei Federal nº 9.099/95, criou os Juizados Especiais Criminais e Cíveis, buscando uma Justiça mais célere e eficiente, pelo menos no que tange ao tratamento dispensado às infrações penais de menor potencial ofensivo, previstas no artigo 61 da Lei nº 9.009/95, que assim dispõe: “Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 dois anos, cumulada ou não com multa”. Desta forma, restringindo-me à matéria penal, objeto dessas linhas, trouxe a Lei 9.099/95 a figura do Termo Circunstanciado, em substituição ao conhecido inquérito policial, quando a autoridade policial deparar-se com infrações penais de menor potencial ofensivo, conforme conceito supracitado. O Termo Circunstanciado é uma espécie de boletim de ocorrência policial mais detalhado, porém sem as formalidades exigidas no inquérito policial, contendo a notícia de uma infração penal de menor potencial ofensivo (notitia criminis). Ou seja, trata-se da narração sucinta do fato delituoso, com local e hora verificados, acrescida de breves relatos de autor, vítima e testemunha(s), bem como, citando-se objeto(s) apreendido(s), relacionado(s) à infração, se houve, podendo conter, ainda, dependendo do delito, a indicação das perícias requeridas pela autoridade policial que o lavrou. Este "boletim de ocorrência", lavrado pela autoridade policial, seja civil ou militar, como veremos adiante, despido de inúmeras formalidades que o Inquérito Policial exige, é encaminhado ao Juizado Especial Criminal competente. O Termo Circunstanciado é, pois, não só um expediente que substitui o arcaico inquérito policial, mas também um mecanismo pré-processual que visa atender todos os Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 20 https://www.conjur.com.br/dl/lavrar-tco-nao-atividade-exclusiva.pdf https://www.conjur.com.br/dl/lavrar-tco-nao-atividade-exclusiva.pdf princípios norteadores da Lei nº 9.099/95, expressos no seu art. 2º (princípios da oralidade, da simplicidade, da informalidade, da economia processual e da celeridade). Em que pese o Termo Circunstanciado já ser uma realidade jurídica e fática desde o ano de 1995, alguns doutrinadores e estudiosos ainda discutem o conceito de "autoridade policial" insculpido no artigo 69, da Lei nº 9.099/95, objetivando determinar quem seria competente para a lavratura do Termo Circunstanciado. Assim está expressa a norma referenciada: “Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários”. A maioria da doutrina, adiante citada, acompanhada da jurisprudência, entende que o conceito de "autoridade policial", para fins de lavratura do termo e posterior encaminhamento ao Judiciário, não encerra no delegado de polícia, e muitos são os argumentos. De acordo com o Enunciado 34 dos Magistrados Coordenadores dos Juizados Criminais no Brasil, “Atendidas as peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá ser lavrado pela Polícia Civil ou Militar”. Resta claro que a Carta Magna não conferiu às Polícias Civis a atribuição exclusiva para exercer as funçõesde polícia judiciária, como o fez poder constituinte originário ao tratar da Polícia Federal, em que pese esta afirmação tornar-se irrelevante, tendo-se em vista que, conforme o parecer supracitado, a lavratura do Termo Circunstanciado não constitui ato de polícia judiciária. Isto porque desprovido de uma atividade investigatória, como aquela executada durante o inquérito policial. Por fim a lavratura do TCO pela PM tem os seguintes pontos positivos: ➢ Evitar a dupla vitimização do cidadão: Busca-se com o procedimento evitar a dupla vitimização (ou vitimização secundária), e alcança-se este escopo exatamente com a elaboração do Termo Circunstanciado no local dos fatos, visto que o cidadão vitimado por uma infração penal não quer e nem pode ser novamente vitimizado, sendo retirado do local onde se encontra (em casa, em atividade de lazer, com a família, em deslocamento ao trabalho) para ser conduzido a repartições policiais sobrecarregadas, às vezes longínquas, perdendo seu valioso tempo esperando ser atendido para relatar tudo que outrora já havia relatado ao policial militar que primeiramente atendeu à ocorrência e Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 21 já fez constar os fatos na sua ficha de atendimento. ➢ Diminuição da “cifra negra”: A denominada “cifra negra”, número de infrações penais não levadas ao conhecimento do Estado e, portanto, fora de suas estatísticas criminais, ocorre por variados motivos, como, por exemplo, o descrédito na polícia e no judiciário, temor de represália e até mesmo a relativa insignificância de determinada infração penal na visão da vítima. A resposta imediata do Estado, mediante a atuação da Polícia Militar, diminui a sensação de impunidade e, por outro lado, a confiança na Polícia e no Judiciário aumenta, uma vez que os conflitos são rapidamente solucionados. ➢ Economia de recursos: Lavrando-se o Termo Circunstanciado no local da ocorrência, desnecessário será o deslocamento de policiais militares às delegacias de polícia. ➢ Liberação de policiais civis para a investigação de crimes mais graves: a partir do momento em que os cidadãos não precisam mais registrar determinados tipos de crimes diretamente nas delegacias de polícia, estas ficam menos sobrecarregadas em relação às infrações juridicamente menos lesivas (de número muito maior que as demais), podendo os respectivos delegados direcionar o emprego de seus agentes à apuração das infrações mais graves, geralmente mais complexas. ➢ Aumento da confiança do policial militar: Com a elaboração do Termo Circunstanciado pelo policial militar nas infrações penais de menor potencial ofensivo, o ciclo completo de polícia efetiva-se em suas mãos. Propicia-se o primeiro atendimento do Estado ao cidadão, mediante a atuação policial, seguido do imediato encaminhamento do caso penal ao Poder Judiciário, com todos os elementos indispensáveis (relatos, apreensão de objetos, exames sumários) à solução do conflito pelo órgão jurisdicional. O policial militar deixa de ser taxado como mero “repassador de ocorrência” ou, ainda, de “taxista da Polícia Civil”, expressões conhecidas e utilizadas no âmbito policial. ➢ Respeitabilidade da Polícia Militar: Justamente pela certeza do Termo Circunstanciado lavrado pela Polícia Militar ter um destino certo (o Judiciário), rápido e eficiente, diminui-se a sensação de impunidade. Como consequência, aumenta a respeitabilidade da instituição policial-militar. Por fim, a PM/RN está autorizada a realizar TCO conforme provimento Nº 144/2016, da Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte (11/03/2016). [2] Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 22 https://www.cnj.jus.br/InfojurisI2/Jurisprudencia.seam;jsessionid=479D6774F66264D0BC4787A9D234D15E?jurisprudenciaIdJuris=48525&indiceListaJurisprudencia=7&firstResult=5650&tipoPesquisa=BANCO https://www.cnj.jus.br/InfojurisI2/Jurisprudencia.seam;jsessionid=479D6774F66264D0BC4787A9D234D15E?jurisprudenciaIdJuris=48525&indiceListaJurisprudencia=7&firstResult=5650&tipoPesquisa=BANCO http://www.tjrn.jus.br/index.php/comunicacao/noticias/10194-provimento-da-corregedoria-autoriza-recebimento-de-tco-lavrado-por-policial Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 23 5.CAPACITAÇÃO Para iniciar a capacitação foi designada pela COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM PROCESSOS SUSTENTÁVEIS DE SEGURANÇA PÚBLICA através da NOTA Nº 27/2021/PM - GAB SUBCMD/PM - SUB CMD/PM - CMD GERALPMRN/PGF/AGU gerada pelo PROCESSO Nº 01510504.000037/2021-11 do Sistema Eletrônico de Informações publicada no BG Nº 068, de 12 de abril de 2021 e corrigida pelo BG Nº 081, de 30 de abril de 2021. Essa comissão foi instituída através da PORTARIA NORMATIVA Nº 025/2020-CG/PMRN, DE 12 DE JANEIRO DE 2021 - Transcrita do DOE de 19/01/2021 - Edição Nº 14.844 publicada no BG Nº 011, de 19 de janeiro de 2021 com o objetivo de, dentre outros, implantar o Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO, em todo território do Estado do Rio Grande do Norte conforme o que diz a portaria em tela: PORTARIA NORMATIVA Nº 025/2020-CG/PMRN, DE 12 DE JANEIRO DE 2021 - Transcrita do DOE de 19/01/2021 - Edição Nº 14.844. Cria a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação em Processos Sustentáveis de Segurança Pública (CCTISP) na Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte e dá outras providências. O COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso das atribuições que lhe confere o art. 4º, da Lei Complementar Estadual nº 090, de 04 de janeiro de 1991, e CONSIDERANDO os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) números 9, 11, 16 e 17, aprovados por ocasião da Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em 2015, que abrangem os temas Ciência, Tecnologia & Inovação, Sustentabilidade, Paz, Justiça e Instituições fortes; CONSIDERANDO a Lei Federal nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências, a qual em seu BG Nº 011, de 19 de janeiro de 2021 013 art. 69, dispõe que a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará Termo Circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado Especial Criminal, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários; CONSIDERANDO o Provimento n° 172, de 04 de Dezembro de 2017, do Corregedoria Geral de Justiça do Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 24 Norte, que determina aos Juízes de 1ª Instância, do Poder Judiciário do Estado do RN, o recebimento e conhecimento dos Termos Circunstanciados de Ocorrência – TCO, eventualmente lavrados por quaisquer dos órgãos policiais elencados no art. 144 da Constituição Federal; CONSIDERANDO que a Secretaria Nacional de Segurança Pública/SENASP/MJSP e o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, através da Secretaria de Estado, assinaram o Termo de Adesão SEI/MJ n° 4120166, para implantação dos Módulos do Sistema de Informações de Segurança Pública, Prisional e sobre Drogas – SINESP: Procedimentos Policiais Eletrônicos – PPe, Central de Atendimento e Despacho – CAD e Integração, nos termos da Lei Federal n° 12.681, de 4 de julho de 2012 e do Decreto Federal nº 9.489, de 30 de agosto de 2018; CONSIDERANDO que o SINESP-CAD (Central de Atendimento e Despacho) tem como objetivo atender às necessidades dos Centros Integrados de Comando e Controle – CICC, tornando possível a integração desses com as agências (Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar, SAMU, PRF etc.), permitindo, através de apenas um contato telefônico feito pelo cidadão, o atendimento por uma ou mais agências de forma integrada, conforme as circunscriçõese as atribuições, frente à natureza do incidente, facilitando a comunicação entre agências de um estado, bem como a cooperação dos entes federativos que vieram a adotá-lo como ferramenta principal ou de apoio ao atendimento, despacho, monitoramento e finalização de incidentes; CONSIDERANDO o Termo de Adesão SEI/MJ nº 4120166, que tem por objeto reafirmar a parceria entre o Governo Federal e o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, visando a efetiva integração da Unidade da Federação ao SINESP, através da implementação do Módulo SINESP-CAD; CONSIDERANDO o objetivo estratégico da Secretaria Nacional de Segurança Pública/SENASP/MJSP, expresso no OFÍCIO Nº 5861/2019/GAB-SENASP/SENASP/MJ, de 30 de julho de 2019, de integração do Sinesp PPE e demais sistemas informatizados do Poder Judiciário do RN, visando a prestação de serviço de melhor qualidade e celeridade à sociedade; CONSIDERANDO a implementação da Administração Pública gerencial no âmbito do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Norte, que visa conferir eficiência nos serviços estatais, bem como na avaliação de desempenho e no controle dos resultados; CONSIDERANDO a convergência dos objetivos, princípios e diretrizes do Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, a uma atuação sistêmica, coordenada e cooperativa dos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social; CONSIDERANDO a necessidade de instituir fluxos e processos internos atinentes à gestão Policial Militar; e Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 25 CONSIDERANDO a necessidade de fomentar a pesquisa científica, a coleta e mineração de dados em segurança pública, RESOLVE: Art. 1º Instituir a Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação em Processos Sustentáveis de Segurança Pública – CCTISP, com o objetivo de: (grifo nosso) I – realizar estudos sobre os fluxos e processos internos existentes na Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte; II – desenvolver a prospecção de soluções tecnológicas para mapeamento de processos, registro e remessa de documentos produzidos em atendimentos de ocorrências policiais; III – elaborar proposta de procedimento operacional padrão para orientar a atuação policial no atendimento de ocorrências; IV – representar a PMRN perante outras instituições de segurança pública, com o objetivo de realizar Notas Técnicas, relatórios e propor medidas para adequações e correções dos processos, visando o atingimento dos objetivos e impactos esperados; V – representar a PMRN perante possíveis empresas fornecedoras e, após contratadas, no sentido de solicitar explicações técnicas, propor requisitos para sistemas e demais tratativas de natureza eminentemente técnica; VI – elaborar calendário de vistorias nas unidades policiais com vistas a mapear a existência e execução dos processos internos; VII – ordenar procedimentos de monitoramento e acompanhamento das medidas aqui propostas, elaborando indicadores objetivos de acompanhamento das atividades executadas pelos gestores locais; VIII – contribuir para o alcance dos objetivos propostos no planejamento estratégico, a partir do alinhamento de aquisições e financiamento de programas e projetos; IX – implantar o Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO, em todo território do Estado do Rio Grande do Norte; (grifo nosso) X – realizar a integração de processos, buscando a eficiência de entrega de serviços para a sociedade potiguar; XI – atender reuniões com órgãos e agências de segurança pública, ou setores, grupos ou instituições que impactam de alguma maneira os processos de segurança pública da PMRN; XII – elaborar manuais técnicos para serem utilizados nos cursos de formação, aperfeiçoamento e qualificação da PMRN; e XIII – elaborar cartilhas educativas para orientar a população como proceder em casos de ocorrências policiais. Art. 2º A Comissão será constituída de: I – 01 (um) Gestor Estadual de Assuntos Estratégicos do Sistema de Atendimento e Despacho – SINESP – CAD/ TCO e Processos no âmbito da PMRN (GAE); Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 26 II – 02 (dois) Gestores do Sistema Organizacional (GSO); III – 01 (um) Secretário da Comissão; IV – 01 (um) ponto focal; V – 01 (um) suplente; e VI – 01 (um) Cadastrador Autorizador em cada Unidade Policial da PMRN. § 1º O Gestor Estadual de Assuntos Estratégicos do Sistema de Atendimento e Despacho – SINESP – CAD/ TCO e Processos no âmbito da PMRN (GAE) possui as seguintes atribuições: I – definir os GSO; II – coordenar e controlar as atividades da comissão de homologação de estruturas organizacionais nos processos; III – representar a comissão perante outros órgãos; IV – apresentar relatórios sobre os processos em modelagem e implantação; V – realizar auditorias periódicas; e VI – definir cronograma de modelagem e implantação de processos. § 2º O Gestor de Sistema Organizacional (GSO) possui as atribuições de: I – selecionar os pontos focais de todas unidades policiais; II – homologar as estruturas organizacionais dos processos; III – confeccionar relatórios sobre os processos em modelagem e em implantação; IV – elaborar manuais e notas técnicas relacionadas a processos de segurança pública; e V – organizar treinamentos para o efetivo das Unidades Policiais. § 3º O Secretário da comissão possui as atribuições de: I – cadastrar os pontos focais de todas as unidades policiais; II – controlar os processos administrativos internos da comissão; III – elaborar documentos padronizados da comissão; IV – executar auditorias nos processos em modelagem e implantação; VI – auxiliar na organização de treinamentos para o efetivo das unidades policiais; e VII – aprovação de dados cadastrais, inclusive as alterações, como alteração de email e telefone autorizador do sistema SINESP CAD, CAD RN ou outra solução. § 4º Os pontos focais nas Unidades Policiais possuem as atribuições de: I – acompanhar os processos de implantação de sua unidade; II – elaborar relatórios sobre a modelagem e implantação de processos de sua unidade; III – auxiliar no suporte técnico na área de informática, rede e sistema; IV – manter contato com as equipes de implantação de processos, reportando problemas, sugestões e informações úteis para o funcionamento dos processos; V – cadastrar usuários nos sistemas oriundos da implantação de processos; Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 27 VI – auxiliar na organização de treinamento e capacitação do efetivo da Unidade Policial; e VII – definir o Cadastrador Autorizador. § 5º O Cadastrador Autorizador possui as atribuições de: I – aprovação de pré-cadastro de usuários; e II – aprovação de dados cadastrais, inclusive as alterações, como alteração de email e telefone autorizador do sistema SINESP CAD, CAD RN ou outra solução. Art. 3º Todos as Organizações Policiais Militares (OPMs) da PMRN deverão nomear um ponto focal e um suplente no prazo de 10 (dez) dias, contados a partir da entrada em vigor desta Portaria Normativa. (grifo nosso) Art. 4º Esta Portaria Normativa entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5º Determinar à Diretoria de Pessoal publicar no Diário Oficial do Estado; à Ajudância Geral transcrever para o Boletim Geral; e, por fim, à Seção de Expediente para arquivar. Quartel do Comando-Geral, em Natal, 12 de janeiro de 2021, 200º da Independência e 133º da República. ALARICO JOSÉ PESSOA AZEVÊDO JÚNIOR – CEL PM Comandante Geral (RN, 2021, pág 12-15) Para tanto, os cursos foram divididos nos seguintes níveis: 5.1. CURSO DE GESTOR DO TCO. Com o objetivo de implantar a Lavratura do TCO no âmbito da Polícia Militar do Estado do Grande do Norte através da elaboração conjunta de uma Norma Geral de Ação - Instrução Normativa. 5.1. CURSO DE MULTIPLICADOR (DE LAVRATURA) DO TCO: Aser ministrado pela COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM PROCESSOS SUSTENTÁVEIS DE SEGURANÇA PÚBLICA. 5.2. CURSO DE OPERADOR (DE LAVRATURA) DO TCO: A ser ministrado pela COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM PROCESSOS SUSTENTÁVEIS DE SEGURANÇA PÚBLICA, pelos multiplicadores e gestores. 6. FUNDAMENTAÇÃO E BASE DE CONHECIMENTO A fundamentação (base de conhecimento) da lavratura do TCO/PM é embasada em normas documentos, e decisões judiciais, dentre os quais podemos citar alguns abaixo: Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 28 Lei dos Juizados Especiais (Lei 9.099/1995) [3] Supremo Tribunal Federal – Recurso Extraordinário 1.050.631. Pedido de Providências nº 1461/2013-22 do Conselho Nacional do Ministério Público; Recurso Extraordinário nº 01.051.393 – Parecer da Procuradoria Geral da República; Autos 0003967-53.2018.2.00.0000 – Conselho Nacional de Justiça; Provimento 04/1999 – Tribunal de Justiça de Santa Catarina; Provimento 34/2000 – Tribunal de Justiça do Paraná; Portaria 172/2000 – Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul; Instrução 05/2004 – Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul; Portaria 758/2001 – Tribunal de Justiça de São Paulo; Portaria 13/2007 – Tribunal de Justiça de Alagoas; Provimento 13/2008 – Tribunal de Justiça de Sergipe; Carta de São Luis do Maranhão – Desembargadores Corregedores de Justiça do Brasil; Notas Técnicas – Profissionais de Segurança Pública e Ministérios Públicos do Brasil. Parecer nº 00671/2019/CONJUR-MJSP/CGU/AGU, Despacho nº 498/2019, de 26/06/2019, do Ministério da Justiça Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.807 – Decisão do plenário do STF, em 26/06/2020 [4] MPO 024 Logo, quando surgiram questionamentos por parte de alguns membros do Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil ou Ordem dos Advogados do Brasil, eram produzidas respostas embasadas legalmente com os argumentos acima acompanhados de entendimentos doutrinários majoritários, sendo que o principal amparo jurídico é a própria Lei dos Juizados Especiais, que aduz que a autoridade policial que atender a ocorrência deve encaminhar as partes ao Juizado Especial Criminal, diretamente ou mediante agendamento. Ou seja, qualquer autoridade, das instituições policiais insculpidas na Constituição Federal, está legalmente amparada a confeccionar o termo. 7. OPERACIONALIZAÇÃO: EXEMPLO DA PMGO A implantação do TCO/PM, a exemplo do Estado de Goiás, foi pensada de forma a abranger toda a instituição de forma rápida. Para tanto, criou-se a função do Gestor, o qual seria responsável pela disseminação doutrinária e legal do TCO na respectiva Unidade. Isto é, seria alguém, preferencialmente ligado à seção de Planejamento Operacional – P3, que Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm https://www.jusbrasil.com.br/processos/154886324/processo-n-1050631-do-stf https://www.cnmp.mp.br/portal/todas-as-noticias/6335-cnmp-decique-que-prf-pode-lavrar-termos-circunstanciados-de-ocorrencia https://www.jusbrasil.com.br/processos/155024924/processo-n-1051393-do-stf https://images.jota.info/wp-content/uploads/2018/07/cb28e83b0bbf3d614da929c2ee8b07af.pdf?x65737 https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Provimento+n%C2%BA+04+%2F99 https://www.tjpr.jus.br/home?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_returnToFullPageURL=%2F&_101_assetEntryId=33376464&_101_type=document&_101_showComments=true&_101_redirect=https%3A%2F%2Fwww.tjpr.jus.br%2Fhome%3Fp_p_id%3D3%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dmaximized%26p_p_mode%3Dview%26_3_advancedSearch%3Dfalse%26_3_groupId%3D0%26_3_keywords%3DPROVIMENTO%2B263%26_3_delta%3D20%26_3_resetCur%3Dfalse%26_3_cur%3D5%26_3_struts_action%3D%252Fsearch%252Fsearch%26_3_redirect%3D%252F%26_3_andOperator%3Dtrue https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=portaria+n.+172%2f2000 https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_provimento_758_2001_sp.pdf https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/1477 https://www.gilbertomelo.com.br/carta-de-sao-luis/ https://www.assofepar.org.br/nota-tecnica-do-gabinete-integrado-de-seguranca-publica-e-ministerio-publico-do-brasil-90 https://www.rotajuridica.com.br/ministerio-da-justica-autoriza-policia-rodoviaria-federal-a-assinar-termo-circunstanciado/ https://www.rotajuridica.com.br/ministerio-da-justica-autoriza-policia-rodoviaria-federal-a-assinar-termo-circunstanciado/ https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14779081/acao-direta-de-inconstitucionalidade-adi-3807-df-stf http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2425065 https://drive.google.com/drive/search?q=tco serviria de elo entre os policiais operacionais e o Comandante, para subsidiá-lo de informações referentes ao procedimento. Este deveria ter o conhecimento aprofundado do TCO, pois também seria o representante perante os órgãos integrados, como o Poder Judiciário e Ministério Público. A ideia é que o policial militar, em epígrafe, fosse um multiplicador, dando início a criação de seções técnicas específicas ao TCO. Ressalta-se também a importância do papel do Comandante do Policiamento da Unidade (CPU), pois este está 24h com a tropa e, na maioria das vezes, o gestor só trabalhava durante o expediente . Então, o CPU deveria dar o apoio necessário à sua equipe e valorizar cada atendimento à infração de menor potencial ofensivo, tal qual uma ocorrência de vulto, ele serviria também de filtro entre as equipes e o gestor. Na tropa, a princípio, houve resistência à implementação, por terem a falsa impressão de estar angariando mais uma atividade. Contudo a tropa entendeu a finalidade do procedimento, que além de propiciar praticidade na aplicabilidade da lei, economizava recurso/tempo, além de ganhar qualidade e reconhecimento técnico perante a comunidade. Percebeu-se que surgiram equipes com perfis próprios para o atendimento das ocorrências de menor potencial ofensivo. Então algumas unidades designaram equipes específicas, até que todas se adaptassem ao novo sistema. As Unidades que mais se destacaram na gestão do TCO/PM foram aquelas que conseguiram estruturar uma Seção Técnica específica para o TCO/PM, pois percebeu-se que a qualidade do termo, da organização e gestão eram muito melhores, até porque os próprios policiais militares sentiam ter um amparo maior para suas eventuais dúvidas com uma equipe técnica específica. Como exemplo pode-se citar o 07º Batalhão de Polícia Militar, o qual possui a Seção do TCO/PM com 01 policial militar por 24h. Assim, a equipe da viatura atende a ocorrência de menor potencial ofensivo, colhe os principais termos/dados/assinaturas e repassa à seção. A Seção Técnica confere e envia a ocorrência para o Poder Judiciário. Nesse diapasão a viatura efetua o atendimento de forma mais célere e a seção realiza a conferência da qualidade. Além disso, cuidam dos objetos apreendidos, estatísticas, mantém o contato direto com a Coordenação do TCO/PM e subsidia o seu Comandante das informações necessárias. O problema atual que as UPM´s estão enfrentando é a falta de meios adequados para a cadeia de custódia dos bens apreendidos. Isto é, sacos plásticos e lacres para as drogas e Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 30 espaço físico para objetos como aparelhos de som. As drogas devem ser encaminhadas para o Instituto de Criminalística realizar o exame de constatação de drogas e os objetos para o Depósito Judicial, porém esses órgãos funcionam apenas durante o expediente e também se encontram sobrecarregados. Estuda-se a possibilidade de melhorar a infraestrutura de cada subnidade para armazenar os objetos apreendidos e criar uma Central de Custódia do TCO/PM em nossas três AISPs. 8. CRONOGRAMA Etapa Descrição PeríodoI Curso de Lavratura do TCO - Nível Gestor - De 25 de maio a 28 de junho de 2021. II Curso de Lavratura do TCO - Nível Gestor - De 29 de junho a 31 de julho de 2021. III Curso de Lavratura do TCO - Nível Operador - Delta Sete e Comandantes de Viatura - 53 (cinquenta e três vagas) De 02 de agosto a 1º de setembro de 2021. IV Curso de Lavratura do TCO - Nível Operador - Sargentos, Cabos e Soldados que trabalham em viaturas - 45 (quarenta e cinco) De 13 de setembro a 15 de outubro de 2021. V Curso de Lavratura do TCO - Nível Operador - Sargentos, Cabos e Soldados que não estejam à disposição JPMS - 45 (quarenta e cinco). De 18 de outubro a 19 de novembro de 2021. VI Reforma do Anexo ao Batalhão ou do arquivo para que seja Implementada a Central de TCO do 5º BPM De 02 de agosto a 31 de dezembro de 2021. VII Curso de Lavratura do TCO - Nível Operador - Sargentos, Cabos e Soldados que não estejam à disposição JPMS - 45 (quarenta e cinco). De 22 de novembro a 24 de dezembro de 2021. VIII Implementação da Central de TCO Janeiro de 2021 Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 31 Anexos: ADIN 3614 - STF - Voto - Ministro Gilmar Mendes ADI 2862 - STF HC 7199 PR - STJ RE 702617 Provimento 758/2001 SP Provimento 1670/2009 SP Declaração - Reclamação TCO - Doutrina TCO + PRF TCO + PM - Doutrina TCO + PM - Jurisprudência Lavratura do TCO na PMESP e PRF Lavratura do TCO na PMRN - 1 Lavratura do TCO na PMRN - 2 Lista de Crimes de Menor Potencial Ofensivo Link para esse artigo: https://docs.google.com/document/d/1ASHt43zPIRlL7u-Z7DB969ir3dh2d0rqK43Oz86EzsQ/ edit ____________ Notas [1] Polícia Militar expõe procedimentos sobre implantação do TCO a magistrados. Disponível em: Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 32 https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_ADIN_3614_Voto_Min_Gilmar_Mendes.pdf https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_ADI_2862_STF.pdf https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_HC_7199_PR_STJ.pdf https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_RE_702617.pdf https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_provimento_758_2001_sp.pdf https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_provimento_1670_2009_sp.pdf https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_DEC_RECLAM.doc https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_doutrina_TCO.doc https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_TCO_PRF.doc https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_TCO_PM_doutrina.doc https://criminal.mppr.mp.br/arquivos/File/informativos/INF_333_TCO_PM_juris.doc https://ibsp.org.br/conselho-nacional-de-justica-decide-irrecorrivelmente-pm-e-prf-podem-lavrar-tco/ https://marciojorio.jusbrasil.com.br/artigos/756835189/termo-circunstanciado-de-ocorrencia-tco-lavrado-por-policiais-militares https://asspmbmrn.org.br/noticias/detalhes/stf-considera-legal-a-lavratura-de-tco-por-policiais-militares https://pm.ro.gov.br/images/admin/TCO/Infra_menor_pot_ofencivo.pdf <https://tribunadajustica.com.br/policia-militar-expoe-procedimentos-sobre-implantacao-do-t co-a-magistrados/>. Acesso em 23 jun 2021. [2] Notas de Aula - Janildo da Silva Arante [3] Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm >. Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. [4] Disponível em: < http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2425065 >. Curso de Lavratura de TCO – Plano de Curso e Projeto de Implementação – 1º Sgt PM Janildo – 5º BPM – Página 33 https://tribunadajustica.com.br/policia-militar-expoe-procedimentos-sobre-implantacao-do-tco-a-magistrados/ https://tribunadajustica.com.br/policia-militar-expoe-procedimentos-sobre-implantacao-do-tco-a-magistrados/ https://drive.google.com/drive/search?q=tco http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2425065
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