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Tipos de Articulações em Animais

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@mskellynunes
Articulaçõe�
Definição
Os ossos formam junturas ou
articulações; algumas delas unem
firmemente os ossos, outras permitem
a livre movimentação.
Os formatos e as estruturas
articulares são muito variáveis. O
sistema oficial atual reconhece três
categorias principais:
● As articulações fibrosas: nas
quais os ossos são unidos por tecido
conjuntivo denso; termo obsoleto:
sinartroses.
● As articulações cartilagíneas:
nas quais os ossos são unidos por
cartilagens; termo obsoleto:
sinartroses.
● As articulações sinoviais: nas
quais existe uma cavidade preenchida
por fluido posicionada entre os ossos.
Termo obsoleto: diartroses.
Articulações Fibrosas
Muitas das articulações fibrosas estão
no crânio e são conhecidas como
suturas. As estreitas faixas de tecido
fibroso que delineiam e unem as
margens dos ossos representam a
parte remanescente de uma
membrana outrora contínua que
abrigava centros distintos de
ossificação. As suturas têm papel
importante em animais jovens,
permitindo o crescimento do crânio
pela extensão de suas margens, ao
mesmo tempo em que a proliferação
da membrana continua. As suturas
são gradualmente eliminadas
conforme a ossificação se estende
pela membrana, após a interrupção de
seu crescimento. O processo é lento e
desigual, não estando completo
mesmo em animais idosos. A
modificação gradual do padrão das
suturas é usada na antropologia e na
medicina forense para indicar sem
precisão a idade de um indivíduo. Em
comparação às suturas do crânio
adulto, as suturas mais amplas do
crânio fetal permitem certa
deformação passiva e útil durante o
parto em algumas espécies, inclusive
primatas.
● As sindesmoses são
articulações fibrosas onde dois ossos
são unidos por ligamentos de tecido
conjuntivo. Em algumas sindesmoses,
áreas ósseas relativamente extensas
são unidas por ligamentos curtos e,
assim, a movimentação é muito
limitada; são exemplos dessas
articulações as que unem os ossos
menores e maiores do metacarpo de
equinos. Em outras, os ligamentos são
longos e suas inserções, mais
estreitas, possibilitando maior
movimentação; um exemplo é a
Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.
@mskellynunes
articulação entre as diáfises do rádio e
da ulna no antebraço de cães.
*** A inserção de um dente ao osso
que contém seu alvéolo, ou gonfose,
pode ser incluída entre as
articulações fibrosas.
Articulações cartilaginosas
Muitas das articulações cartilaginosas
são conhecidas como sincondroses.
Entre elas incluem-se as articulações
entre as epífises e as diáfises de ossos
longos jovens e as articulações
correspondentes da base do crânio.
Essas articulações temporárias
desaparecem com a ossificação da
cartilagem. As poucas sincondroses
permanentes são a articulação entre
o crânio e o aparelho hioide, que
permite movimentação considerável
em algumas espécies.
Já na sínfise, mais complexa, os ossos
articulados são divididos por uma
sucessão de tecidos; a cartilagem
geralmente recobre os ossos e há
fibrocartilagem ou tecido fibroso no
meio. A categoria inclui as articulações
entre as metades simétricas da
mandíbula (em espécies como cães,
gatos e ruminantes, onde a fusão não
é completa) e no cíngulo pélvico e as
articulações entre os corpos de
vértebras sucessivas. Cada uma delas
apresenta características próprias, às
vezes de variação espécie-específica.
Articulações sinoviais
Secção de uma articulação sinovial. 1, Cavidade
articular; 2, membrana sinovial; 3, cartilagem
hialina articular; 4, camada fibrosa da cápsula
articular; 5, periósteo; 6, osso compacto.
Estrutura
Nas articulações sinoviais, os ossos
articulados são separados por um
espaço preenchido por fluido, a
cavidade articular. As margens desse
espaço são formadas por uma faixa de
tecido conjuntivo delicado, a
membrana sinovial. Essa membrana
se liga à periferia das faces articulares.
Na maioria das articulações sinoviais,
porém, a membrana sinovial é
externamente fortalecida por uma
cápsula fibrosa e bandas fibrosas
adicionais (ligamentos), de localização
estratégica, unem os ossos e
restringem a movimentação às
direções e extensões necessárias. As
lesões de articulações sinoviais são
muito prevalentes em animais
domésticos.
Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.
@mskellynunes
A face articular é recoberta
pela cartilagem articular, geralmente
do tipo hialino, embora alguns locais
apresentem fibrocartilagem ou mesmo
tecido fibroso denso. A espessura da
cartilagem varia de cerca de um
milímetro em cães a vários milímetros
nas articulações maiores de bovinos e
equinos.
A cartilagem acentua a
curvatura do osso subjacente, sendo
mais espessa no centro das faces
convexas e na periferia das faces
côncavas. A cartilagem é um material
maleável, de aparência translúcida e
vítrea e, embora geralmente branca,
com um toque azulado ou rosado em
animais jovens, torna-se amarelada e
perde elasticidade com a idade. A
superfície é uniforme ao toque e ao
olho nu, mas apresenta muitas
irregularidades quando observada em
aumento baixo.
A cartilagem possui estrutura
complexa, com pequenas fibras
embebidas em sua matriz que seguem
do osso subjacente até a superfície,
onde se curvam, formando
agrupamentos. Uma vez que o
rompimento da cartilagem,
comumente observado em doenças
articulares, tende a seguir o trajeto
das fibras, as lesões superficiais
provocam fragmentação tangencial,
enquanto aquelas de extensão mais
profunda criam rupturas mais ou
menos verticais.
A cartilagem articular é insensível e
avascular. A insensibilidade explica
por que as lesões articulares podem
progredir tanto antes que o paciente
perceba sua existência. Seus
requerimentos de oxigênio e
nutrientes são atendidos por difusão,
a partir de três fontes: fluido da
cavidade articular, vasos dos tecidos
na periferia da cartilagem e vasos dos
espaços medulares subjacentes. A
difusão é facilitada pela porosidade da
matriz da cartilagem, que retém e
libera fluidos conforme a cartilagem é
alternadamente comprimida e
descomprimida durante os
movimentos articulares.
● A membrana sinovial, que
completa o revestimento da
cartilagem, é uma lâmina de tecido
conjuntivo róseo e brilhante. Pode
ser totalmente livre, repousar
diretamente sobre uma cápsula
fibrosa externa mais rígida ou ainda
ser separada desta por coxins
interpostos de tecido adiposo; as três
disposições podem ocorrer em
diferentes regiões da mesma
articulação. Nos pontos sem
sustentação, a membrana pode
formar divertículos que podem ser
muito extensos; o que é importante,
pois explica como as articulações
podem ser penetradas por feridas
aparentemente remotas. A face
interna da membrana possui muitas
Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.
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projeções, de diversos tamanhos e
profundidades, que aumentam
enormemente sua superfície de
contato. Diferentemente das
membranas mucosas, a membrana
sinovial não possui cobertura celular
contínua. As partes mais celulares,
limitadas a situações relativamente
protegidas, são responsáveis pela
produção do componente
lubrificante (aminoglicanas) do
fluido sinovial. Os demais
componentes são derivados do
plasma sanguíneo. A membrana é
vascularizada e sensível.
● A sinóvia, o fluido presente no
interior da cavidade, tem esse nome
graças à semelhança com a clara de
ovos. É um fluido viscoso de cor
entre palha claro e marrom médio.
Costuma-se dizer que a sinóvia é
encontrada em quantidades
diminutas, mas, na verdade, é
abundante nas grandes articulações;
entre 20 e 40 mL podem ser
aspirados das articulações dos
membros de equinos e bovinos. A
quantidade é maior em animais que
podem se exercitar livremente.
● A sinóvia tem funções
lubrificantes e nutritivas. As formas
como exerce sua função lubrificante
ainda são discutidas, mas não há
dúvidas sobre sua eficiência, já que a
fricção praticamente não desgasta as
articulações saudáveis. O fluido
ajuda a nutrir a cartilagem articular,
quaisquer estruturas intra-articulares
e, talvez, a camada superficial da
própria membrana sinovial.
● Uma camada fibrosa externa
geralmente completaa cápsula. Ela
se fixa às margens das faces
articulares e apresenta
espessamentos locais,
individualmente chamados
ligamentos quando bem
desenvolvidos e diferenciados.
Alguns, como os ligamentos
cruzados do joelho, parecem
atravessar a cavidade articular de
osso a osso. Às vezes, são
denominados intracapsulares para
distingui-los dos muitos que ocupam
posições periféricas e claramente
extracapsulares; mas estes
ligamentos são excluídos da
cavidade por um revestimento de
membrana sinovial. A camada
fibrosa e os ligamentos são supridos
por terminações nervosas
proprioceptivas, que registram a
posição da articulação e a frequência
de suas mudanças; outros receptores
percebem a dor.
● Algumas articulações
possuem discos ou meniscos que
são realmente intracaespsular. Um
disco, como o existente na
articulação temporomandibular
formada entre a mandíbula e o
crânio, funde-se com a membrana
sinovial em sua periferia, assim
dividindo a cavidade em
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compartimentos superior e inferior.
Meniscos pareados, que, como o
nome sugere, são semilunares, estão
na articulação do joelho. Os
meniscos são fixos somente por suas
margens convexas; portanto, dividem
a cavidade de forma incompleta. As
duas estruturas são compostas por
cartilagem hialina, fibrocartilagem e
tecido fibroso em proporções que
variam conforme a parte, a espécie e
a idade do indivíduo. Os meniscos e
os discos conferem congruência a
faces articulares incompatíveis. A
explicação alternativa mais provável
é que sejam uma forma de decompor
movimentos complexos em
componentes mais simples que
aqueles atribuídos aos diferentes
níveis da articulação. Assim, na
articulação temporomandibular, o
movimento de dobradiça para
abertura da boca ocorre em nível
mais baixo (entre o disco e a
mandíbula), enquanto os
movimentos de translação para
protrusão, retração ou deslizamento
lateral da mandíbula ocorrem um
nível mais alto (entre o disco e o
crânio).
Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.

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