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NEFRO 3 TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA ● Indicação formal no estágio 5 da DRC ● Equilíbrio homeostático ● Remoção de fluídos ● Risco x benefícios em relação às modalidades ● Acesso vascular para iniciar a terapia escolhida ● Mortalidade de pacientes em diálise em 1 ano: 18% ● Risco CV do paciente dialítico no mínimo 5x maior que a população em geral. Existem 3 modalidades de terapia renal substitutiva (TRS): ● Modalidades hemodialíticas (HD, HDD, HDF, HDN) ● Diálise peritoneal (CAPD ou DPA) ● Transplante renal (doador vivo - preemptivo ou não - ou falecido) ○ Preemptivo: transplante ocorre antes do paciente entrar em diálise. Preparo: ● Avaliar momento adequado ● Iniciar conversa sobre TRS com TFG <20 (estágio 4) ● Atenção com pacientes de rápida deterioração da função renal ○ Diabéticos mal aderentes e mal controlados, perda de função renal >5% em 6 meses. ● Aspectos psicológicos, sociais, familiares e financeiros. ● Escolha da modalidade. ● Educação de paciente e familiares. ● Avaliação de “não diálise”, principalmente em relação a curta sobrevida (pacientes terminais). ● Preservação das veias do braço e antebraço não dominante - evitar punções, coletas de exame e medição de PA. ● Se escolha por fístula arteriovenosa (1a escolha) - confecção de 3 a 6 meses antes do início de HD. ● Evitar drogas nefrotóxicas ● Evitar exames contrastados ● Preservar função renal residual ● Monitorar progressão da doença e indicar início de diálise no momento adequado. ○ Estágios 4 e 5: consultas 3/3 meses no mínimo. ● Manejo de fatores de risco cardiovasculares - principal causa de mortalidade ● Correção da anemia - avaliar perfil de ferro, necessidade de EPO. ● Controle do DMO - cálcio, fósforo, PTH e vitamina D. ● Ingestão proteica x desnutrição ● Controle da acidose metabólica ● Controle dos distúrbios eletrolíticos ● Controle volêmico ● Sintomatologia ○ Pode ser o indício para diálise. Quando iniciar a terapia renal substitutiva? ● Dificuldade no manejo volêmico ● Dificuldade no manejo de potássio, fósforo, cálcio e acidose metabólica. ● Hipertensão refratária associada à hipervolemia. ● Sintomas: anorexia, náuseas, vômito, emagrecimento. ● Complicações relacionadas à uremia (ex. sangramento gástrico). ● Neuropatia - padrão sensitivo motor distal. ● Piora de status cardiológico. ● Piora de status funcional e cognitivo. Em relação a TFG, antes recomendava-se diálise imediata em TFG <15, porém com um acompanhamento de perto e com um paciente em boas condições clínicas, pode-se esperar mais. (TFG 7-8). O que esperar da diálise? ● Reabilitação - melhora do status funcional do paciente (média em 3 meses). ● Reversão dos principais sintomas e sinais relacionados à uremia. ● Melhora da qualidade de vida. ● Aumento de sobrevida. ● Não previne o desenvolvimento ou progressão das complicações de outras doenças (DM, HAS) ● Risco aumento de infecções e doenças cardiovasculares, bem como maior mortalidade. ○ Principal causa de morte em pacientes dialíticos: cerebro e cardiovasculares. 2a causa: infecção (geralmente de cateter). HEMODIÁLISE ● Modalidade de TRS mais realizada no mundo. ● Acesso vascular: ○ Risco de infecções ○ Atenção com grupos selecionados, como cardiopatas graves (FE<30%, cardiomiopatia dilatadas), devido ao seu perfil hemodinâmico (risco de hipotensão, stunning miocárdico, arritmias). ■ Melhor alternativa hemodialítica nesses casos: hemodiálise diária (diálise por menos tempo, mas mais frequente). ■ Melhor alternativa de diálise como um todo: diálise peritoneal. ○ Modificação do estilo de vida ● Compartilhamento de responsabilidade sobre o acesso vascular com o centro de cuidados. ● Perfil metabólico melhor que DP. ● Taxa de mortalidade semelhantes. Modalidades: ● HD convencional ambulatorial ○ 3 sessões por semana, 3 a 4 horas por sessão. ● HD noturna ambulatorial ○ 3 sessões por semana, 8 a 10 horas por sessão. ● HD curta diária ○ 5 a 6 sessões por semana, 2 a 3 horas por sessão. ○ Indicado para pacientes que retém muito líquido entre sessões e cardiopatas. ○ Aumento de sobrevida, redução da hipertrofia do VE, melhor controle da hipertensão arterial, menor ganho interdialítico, melhor controle de fósforo e potássio, taxas de sobrevida se igualam às do transplante renal no longo prazo. ○ A melhor eficiência da diálise é nas 2 primeiras horas, então sessões diárias de 2h são o ideal. Objetivos: ● Variam de acordo com o tempo e frequência das sessões. ○ Quanto maior o tempo e quanto mais frequente, melhores resultados. ● Maior estabilidade hemodinâmica. ● Melhor controle de volemia - paciente atinge o peso seco (peso sem acúmulo de líquidos, ou seja, sem o ganho interdialítico) ● Melhora status cardiológico ● Melhor controle de potássio e fósforo - menos restrições alimentares. ● Reabilitação mais rápida. ● Melhora de qualidade de vida. ● Redução de mortalidade. Acesso vascular: ● 1a opção: fístula arterio-venosa ○ É feita anastomose entre veia e arteria, de forma que a veia se “arterialize”, e as punções sejam feitas nela. ○ Distais: radio-cefálicas. Proximais: braquiais. ● Também existe a opção de enxertos sintéticos. ● Cateteres: ○ Devem ser provisórios até a confecção de FAV/prótese de PTFE. ○ Cateteres não tunelizados (duplo lumen usados na emergência) ■ Maior risco de infecção ■ Mais trombose com perda de acesso ■ Preferência por acesso em v. jugular direita ○ Pacientes com impossibilidade de FAV/prótese: cateteres tunelizados (port-a cath) ■ Menor risco de infecção. ■ Melhor patência a longo prazo. ○ Riscos de passagem de cateter: punção arterial, pneumotórax, hemotórax, arritmia, embolia gasosa, tamponamento pericárdico, tromboses, infecções e lesão de plexo braquial. ○ Agentes mais frequentes de infecção de cateter: ■ Gram (+): mais frequentes; S. aureus (30%), S. epidermidis (37%), Enterococcus (16+1%). ■ Gram (-): Enterobacter (11%), Pseudomonas (7%), Acinetobacter (4%). ■ Micobactérias (2%). ● Protocolo de infecção de cateter: inicia com vancomicina (para gram+) e ceftazidima (para gram-). Parâmetros que podem ser ajustados nas sessões: ● Tempo de diálise ● Volume de ultrafiltrado ○ Limite: 1L/hora. ● Fluxo de sangue - dependência de um bom acesso vascular (ideal >350 mL/minuto) ● Fluxo de dialisato (ideal >500 mL/minuto) ● Temperatura ● Concentração de sódio do banho ● Potássio e cálcio no dialisato ● “Perfil” de sódio, temperatura e ultrafiltração. Hemodiálise Adequada ● Kt/V: índice de remoção de ureia durante a sessão de hemodiálise; maior que 1,3. ● Ausência de complicações durante as sessões de hemodiálise - hipotensões, náuseas, vômitos, prurido, bacteremia. ● Ausência de desnutrição. ● Controle da hipertensão arterial. ● Controle do metabolismo mineral ósseo. ● Melhora da qualidade de vida e reabilitação. ● Aumento de sobrevida. HEMODIAFILTRAÇÃO (HDF) ● Poros maiores do capilar que ocasionam aumento da remoção de solutos por convecção. ● Maior remoção de fosfato. ● Remoção de b2-microglobulina, quimiocinas inflamatórias - ajuda no estado inflamatório crônico do paciente. ● Melhor que a hemodiálise convencional, porém não é melhor que hemodiálise diária. DIÁLISE PERITONEAL Cateter peritoneal Tenckhoff que infunde uma bolsa de dialisato no peritônio. A membrana peritoneal é semipermeável e muito vascularizada, então desempenha o papel da membrana do capilar da hemodiálise. O dialisato possui componente osmótico que é responsável pela retirada de líquido. Melhor método: noturna automatizada. Diálise peritoneal deve ser utilizada como primeira escolha por: ● Proporcionar tempo para preparação de acesso vascular. ● Sem risco de infecção de cateter. ● Maior independência em relação a hemodiálise. ● Melhor perfil hemodinâmico em cardiopatas. ● Pacientes devem ter superfície corpórea pequena e função renal residual. ○ Porque o restante de líquido deve ser perdido através da urina na DP, que por si só não consegue remover muito líquido. ● Pior perfil metabólico: solução tem a glicose como soluto produtor de gradiente osmótico, o que pode serruim para diabéticos. ○ Atualmente existe bolsas com hipodestrina que é inerte no metabolismo. ● Sobrevida semelhante DPxHD. ● DURAÇÃO MÁXIMA DE 2 ANOS, porque o peritônio perde a sua capacidade membranosa, sendo substituído por HD.
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