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PEDIATRIA – 29/03/2021 Asma e bronquiolite • Ausculta – o som normal é o murmúrio vesicular simétrico, comparando sempre com o lado oposto, um som limpo sem nenhum ruído. Caso se tenha um pulmão alterado, pode-se ter um murmúrio assimétrico. Ruídos: os principais são os sibilos, crepitantes e estertores. • Crepitante – quando o paciente está com infecção de parênquima (alvéolo), por exemplo, uma pneumonia. • Sibilo – um assobio, ocorre quando alguma estrutura da árvore brônquica está semi-obstruída, isto é, o diâmetro por onde o ar deveria passar está reduzido. • Estertor – são ruídos pulmonares anormais causados pela passagem de ar por vias aéreas estreitas ou cheias de fluídos. • Asma – por definição, é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, que cursa com episódio recorrentes de sibilo, dispneia e tosse. Sendo a maioria dos casos de origem alérgica, ademais todo asmático é um paciente alérgico, sendo uma alergia bem específica do pulmão, mas nem todo alérgico é asmático. É uma doença crônica mais prevalente na infância, com índices de 5 a 20% da população. É um dos principais motivas para procura de atendimento de urgência em pediatria, sendo a 3ª maior causa de hospitalização no SUS. É uma doença inflamatória crônica predominantemente alérgica, com hiper-reatividade da parede muscular que se torna inflamada e espessada (imagem do meio). Nos momentos de crise asmática, o edema aumenta, a obstrução se torna maior e a musculatura sofre uma constrição devido a hiperreação (como na imagem a direita). O paciente em crise apresenta uma dispnéia progressiva, esforço respiratório, taquipneia, retração furcular e subcostal e dessaturação. Fora da crise o asmático também apresenta sintomas, como tosse e cansaço aos esforços, limitação física, tosse ao acordar ou durante o sono e necessidade de drogas de alívio. DIAGNÓSTICO: normalmente é clínico, através da detecção das crises recorrentes ou sintomas intercrises. Além disso, pode-se fazer o diagnóstico com a resposta a terapia (teste terapêutico), hemograma com eosinofilia (eosinofilia = 2 alergia), IgE aumentada, RX de tórax hiperinsuflados ou com atelectasias (com o estreitamento da luz, o ar não consegue ser expirado) e a espirometria pré e pós broncodilatador (crianças maiores de 5 anos). PARA PACIENTE > 2 ANOS. TRATAMENTO: com objetivo de deixar o paciente assintomático, sem crises e sem sintomas fora da crise. Terapia de manutenção: é a profilaxia da asma, isto é, tratamento para usar todos os dias para evitar que o paciente tenha crise. • Corticóide inalatório (CI) • Beta 2 agonista de longa ação (LABA) – praticamente o mesmo da terapia aguda, mas de duração longa. Ação broncodilatadora por mais tempo. • Antileucotrienos – para romper com a reação alérgica, com intuito, pois, de romper a reação inflamatória. • Antimuscarínico (tiotrópico) • Anti-IgE Terapia Aguda: • Beta 2 agonista de curta ação (SABA) – Aerolin/salbutamol (bombinha). Broncodilatador • Antimuscarínico (ipatrópio) • Corticoide oral (CO) – corticóide sistêmico que causa desinflamação abrupta ESCALA DE GRAVIDADE: depende exclusivamente do tratamento necessário para alcançar o controle da asma, isto é, na asma se trata a doença, tenta alcançar o controle e de acordo com a dificuldade para alcançar o controle se estabelece a gravidade. 3 • Bronquiolite – classicamente definida como o primeiro episódio de sibilancia em uma criança com menos de 24 meses de idade. Caso tenha um segundo episódio, caracteriza-se como lactente sibilante, um termo para crianças menores de 2 anos com sibilancia recorrente, sendo muito confundida com asma, mas não é asma pois a criança pode ter sibilancia por muitos motivos A bronquiolite é uma infecção autolimitada mais comumente associada ao vírus sinsicial respiratório (VSR), podendo também ser causada por metapneumovírus, influenza, adenovírus, parainfluenza e bacavírus. A infecção acomete os bronquíolos terminais e causa: • Edema das paredes brônquicas – não tem origem alérgica da asma, sendo um edema causado pela infecção, diante disso, não responde a corticoides. • Obstrução e constrição brônquica – menos do que nas crises da asma. • Aumento da secreção de muco • Alçaponamento de ar • Atelectasias • Distúrbios na relação ventilação-perfusão Paciente apresenta dispnéia, sibilancia e crepitação alveolar, esforço respiratório (taquipneia, tiragem, batimento de asa nasal), congestão nasal, tosse e cianose (principalmente cianos perioral). TRATAMENTO: maioria poderá tratar em casa com remédio para febre e limpeza do nariz. No caso de piora, internar, principalmente se inicia cianose ou sintoma mais grave de sinal de dessaturação: • Saturação < 92 • Taquipneia grave com FR aumentada para idade (FR > 70) – maior chance de aspirar e realizar pneumonia por aspiração • Incapacidade de manter hidratação oral • Dificuldade na alimentação • Crianças com menos de 3 meses de idade • Prematuridade • Doença pulmonar crônica • Doença cardíaca congênita • Familiares incapazes de cuidar da criança no domicílio Nos casos de internação, o objetivo é evitar o desconforto respiratório, hipoxemia, apneias, nutrição adequada e desidratação: • Monitorização • Oxigenioterapia (visando sat > 92%). • Dieta conforme frequência respiratória (NPO ou SNG) • Higiene nasal frequente • Reidratação
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