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Julia S. Crescencio/P3/TUT 2 UC 9 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR - resumo Sístole: contração, ejeção do sangue Diástole: relaxamento, enchimento Débito cardíaco: fluxo sanguíneo distribuído pelo coração. FC x Volume sistólico (L/min) Volume de ejeção: VDF - VSF VDF: depende da pressão e tempo de enchimento e da complacência (capacidade de distensão) ventricular. VSF: depende da pré-carga (grau de distensão do ventrículo ao final da diástole, seu volume que vai ser ejetado, momento mais cheio) e da pós-carga (pressão da aorta, resistência vascular periférica no esquerdo e pulmonar no direito durante a sístole), da FC e da contratilidade. Frank-Starling: regulação intrínseca; quanto mais sangue chega, mais sangue sai. Quando maior a distensão na diástole, os filamentos de actina e miosina atingem um grau ideal, aumentando a força de contratilidade na sístole. Ou seja, quanto maior a distensão na parede do VE, maior a pré-carga e maior a FC. FISIOPATOLOGIA DA ICC ● Declínio progressivo da função ventricular, devido à disfunção mielocítica progressiva causada por alterações na expressão de genes, perda de células por necrose e apoptose e consequente remodelamento celular e das câmaras cardíacas. ● O processo de remodelamento resulta em dilatação e hipertrofia ventricular, estresse parietal elevado, isquemia miocárdica relativa, depleção de energia e fibrose. ● Essa série de eventos é mediada essencialmente pela ativação de sistemas neuro-hormonais e autócrinos/parácrinos, decorrentes da queda do débito cardíaco. ● Essas alterações destinam-se a restaurar o volume sanguíneo, o débito cardíaco e a homeostase circulatória, funcionando como mecanismos compensatórios úteis. Porém, muitas respostas podem tornar-se deletérias. Respostas neuro-humorais ● Sistemas que promovem a vasoconstrição, retenção de sódio e água e proliferação celular: ativação do SNS e do SRAA, liberação de arginina, vasopressina, endotelinais e citocinas ● Sistemas que causam vasodilatação, natriurese e diurese e são antiproliferativos: peptídeos natriuréticos, prostaglandinas, bradicinina e óxido nítrico. Embora influenciando-se mutuamente, as ações vasoconstritoras sobrepujam as oponentes, resultando em aumento da resistência vascular periférica, da pré e pós-carga, edema e congestão visceral e efeitos proliferativos. VER PDF _________________________________ DIAGNÓSTICO ● Dispneia de esforço, ortopneia, edema de membros inferiores e redução da tolerância ao exercício ● A dispneia evolui para ortopneia, dispneia paroxística noturna, dispneia de repouso e, sem intervenção, edema agudo de pulmão. ● A dispneia é a expressão clínica de hipertensão venocapilar pulmonar, enquanto fadiga e Julia S. Crescencio/P3/TUT 2 UC 9 cansaço estão relacionados com a menor perfusão e vasoconstrição da musculatura esquelética. ● Sintomas atípicos presentes principalmente após os 80 anos: confusão, déficit de memória, delirium, síncope, fadiga, anorexia… ● Náuseas, vômitos, obstipação ou diarreia mais frequentes em idosos. ● Nictúria observada nos quadros iniciais pela redistribuição sanguínea para os rins, em repouso. Oligúria surge tardiamente pela redução do débito cardíaco. ● Outros sinais: pressão venosa jugular elevada, refluxo hepatojugular, terceira bulha e estertores pulmonares. ● Edema resultante do aumento da pressão hidrostática e da retenção de sódio ● Edema periférico precedido por hepatomegalia, podendo evoluir para anasarca com ascite e derrame pleural (quando unilateral predomina no direito) ● Aumento da FC pela hiperatividade simpática é menos acentuado no idoso devido ao menor tônus adrenérgico do coração ● Extremidades frias e cianose pela vasoconstrição periférica ● A hipertensão venosa sistêmica leva a sinais congestivos, como estase jugular. A pressão venosa jugular aumenta com o esforço (sinal de Kussmaul). Nos idosos, no entanto, a dilatação da aorta pode provocar compressão da VCS, com estase jugular que, a inspiração profunda, mostra redução do ingurgitamento venoso. ● A IC pode ser causada por disfunção sistólica, com fração de ejeção reduzida (ICFER), por diastólica com fração de ejeção preservada (ICFEP), ou pela associação de ambas. Classificação funcional NYA Critérios de Framingham Exames Complementares ● ECG: distúrbios de ritmo, bloqueios de ramo, sobrecarga de câmaras cardíacas, isquemia miocárdica. ● Radiografia de tórax: cardiomegalia, principalmente se associado com congestão pulmonar e hipertensão pulmonar, com inversão do padrão vascular, presença de linhas de Kerley e derrame pleural. ● Ecodopplercardiograma: quantificar lesões valvares, gradientes pressóricos, diâmetro das cavidades, espessura parietal, contratilidade, fração de ejeção ventricular, complacência e relaxamento dos ventrículos. ● Teste ergométrico: útil na avaliação da capacidade funcional e na resposta do paciente ao tratamento instituído, além de essencial na reabilitação e Julia S. Crescencio/P3/TUT 2 UC 9 atualização da prescrição dos exercícios físicos. Limitado porque cansaço e fadiga podem estar presentes em outras doenças. ● Teste de caminhada de 6min: avaliação funcional mais bem tolerado que o TE e de baixo custo. ● Medicina nuclear: funções ventriculares, isquemia, viabilidade miocárdica. ● Peptídeo natriurético tipo B (PNB): secreção associada ao estiramento da fibra miocárdica, já que ele é produzido principalmente pelos cardiomiócitos ventriculares. ● Laboratoriais: glicemia, distúrbios eletrolíticos, função renal, avaliação das funções tireoidiana, respiratória e hepática. DISLIPIDEMIA E MECANISMO DAS PLACAS Dislipidemia: aumento do colesterol de triglicerídeos e/ou diminuição do HDL. Em muitas situações não haverá indicação para tratamento, como em pacientes com doenças concomitantes graves. Pacientes com DAC ou múltiplos fatores de risco devem ser considerados mais precocemente para tratamento medicamentoso e medidas higienodietéticas. Aqueles com baixo perfil de risco devem ser tratados com orientação para hábitos de vida saudáveis. A análise de Framingham mostra que a relação entre colesterol total e DAC é positiva dos 40 aos 70, embora atenuada com o aumento da idade e negativa após os 80 anos. Recomenda-se o uso do escore de risco global e avaliação clínica para decidir quando iniciar estatinas (inibem a síntese de colesterol). ATEROGÊNESE Fatores de risco: hipercolesterolemia, tabagismo, HAS (modelo anglo-saxão); estresse oxidativo, com dieta sem elementos antioxidantes, tabagismo e estresse (modelo eslavo); resistência à insulina, obesidade, HAS e diabetes. Lesão por mudanças funcionais, rompimento endotelial ou dano à camada média ➨ aumento de expressão de moléculas de adesão, de permeabilidade endotelial e da transmigração do LDL para a íntima, diminuição do óxido nítrico ➨ alteração do LDL na íntima, como sua oxidação ➨ fagocitado por macrófagos➨ formação de células espumosas ➨ formação de estrias gordurosas ➨ resposta inflamatória contínua (citocinas, macrófagos, células T, células musculares lisas) ➨ maior aumento das moléculas de adesão e da permeabilidade ➨ células espumosas se agregam em lados lipídicos ➨ núcleos lipídios➨ placa aterosclerótica ➨ capa fibrosa separando o conteúdo lipídico do sangue ➨ erosão/ruptura se o equilíbrio entre os mecanismos pró e anti-inflamatórios forem rompidos ou se o agente agressor (colesterol) seja mantido. A aterosclerose é um processo que se autoperpetua. Macrófagos ativados produzem metaloproteinases que degradam o colágeno, podendo diminuir a capa fibrosa deixando mais instável e sujeita a ruptura/erosão. Se isso acontecer, o conteúdo trombogênico entra em contato com o sangue, resultando em coágulo. Julia S. Crescencio/P3/TUT 2 UC 9 NUTRIÇÃO DO IDOSO CARDÍACO ➔ Restrição de sódio: 4g de cloreto de sódio (2g em casos mais graves) ➔ Dieta com alto teor energético em pequenas quantidades em pacientes com caquexia cardíaca ➔ Ingestão de líquidos evitando excesso e escassez. Nos casos graves, com hiponatremiadilucional, a restrição hídrica é necessária. MECANISMO DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS Betabloqueadores bloqueiam os receptores beta-adrenérgicos: β1 (aumento do débito cardíaco, aumento da fração de ejeção de sangue e FC, lipólise, liberação de renina) e β2 (relaxamento visceral, lipólise, aumento da secreção de renina, liberação de histamina, dilatação das artérias…). Ex.: carvedilol Diuréticos: aumentam a excreção de água pelos rins, que geralmente se dá pelo aumento da perda de sódio. Podem ser: de alça (furosemida), tiazídicos e poupadores de potássio (espironolactona). BRA's: antagonizam a ação da angiotensina II por meio de bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações vasoconstritoras, proliferativas e estimuladoras da liberação de aldosterona. Ex.: Losartan IECA’s: bloqueio da ação da enzima conversora da angiotensina, que é um vasoconstritor estimulador da aldosterona; também inibe a degradação da bradicinina, vasodilatador. Ex.: captopril Bloqueadores de canal de cálcio: diminuição da resistência vascular periférica, com redução da PA e diminuição da concentração de cálcio nas células da musculatura lisa vascular. Ex.: verapamil (age na musculatura cardíaca promovendo depressão na contratilidade miocárdica) Estatinas: inibição da enzima HMG-CoA redutase por competição. Ex.: sinvastatina _________________________________ Espironolactona ➔ Diurético e anti hipertensivo: antagonista da aldosterona, aumentando as quantidades de sódio e água a serem excretados e retendo potássio Carvedilol ➔ Betabloqueador não seletivo, alfabloqueador e antioxidante ➔ Reduz a resistência vascular periférica por vasodilatação mediada pelo bloqueio alfa1 ➔ Suprime o sistema renina-angiotensina-aldosterona devido ao bloqueio beta Furosemida ➔ Diurético: inibição da reabsorção de cloreto de sódio ➔ Redução da pré-carga cardíaca pela dilatação da capacidade venosa ➔ Natriurético: reduz a reatividade vascular das catecolaminas ➔ Aumento da excreção de sódio, redução do volume sanguíneo e redução da resposta do músculo liso vascular ao estímulo vasoconstritor Losartana ➔ Impede a ligação da angiotensina II no seu receptor, levando a uma menor produção de aldosterona, responsável pelo controle hídrico e pressórico Julia S. Crescencio/P3/TUT 2 UC 9 ➔ A angiotensina II aumenta a absorção de sódio e água Captopril ➔ Supressão do sistema renina-angiotensina-aldosterona Sinvastatina ➔ Inibe competitivamente a 3-hidroxi-3-metilglutaril-coenzima A (HMG-CoA) redutase, que catalisa a biossíntese do colesterol Verapamil retard ➔ O cloridrato de verapamil bloqueia o influxo de íons de cálcio (e possivelmente de sódio) através do canal lento no interior das células cardíacas de contração e condução e células musculares vasculares. O efeito antiarrítmico de cloridrato de verapamil deve-se ao seu efeito no canal lento das células do sistema cardíaco de condução ➔ Reduz a exigência de oxigênio do miocárdio diretamente através da intervenção em processos metabólicos consumidores de energia no músculo cardíaco, e indiretamente por redução da pós-carga
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