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AFECÇÃO/DOENÇA BUCAL DA INFÂNCIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES
ODONTOLOGIA - 8º PERÍODO
BRUNA SENISKI DE ALMEIDA
JULIANA DE SOUZA MADEIRO
AFECÇÃO/DOENÇA BUCAL NA INFÂNCIA
MACEIÓ – AL
2018
BRUNA SENISKI DE ALMEIDA
JULIANA DE SOUZA MADEIRO
AFECÇÃO/DOENÇA BUCAL NA INFÂNCIA
Pesquisa realizada para obtenção de nota da medida de eficiência como requisito de avaliação da disciplina de Estágio Supervisionado Infantil I, do curso de Odontologia.
MACEIÓ – AL
2018
INTRODUÇÃO
	A cavidade bucal na infância pode apresentar diversos fenômenos fisiológicos, ou de alteração de desenvolvimento, ou patogenias, sendo assim esta cavidade torna-se um órgão investido de enorme complexidade (VALENTIM, 1998). Segundo Shafer; Hine; Levy (1987) algumas bactérias, vírus e fungos podem produzir doenças que se manifestam na cavidade bucal podendo ser de natureza específica e causada por microrganismos específicos; outras são clinicamente específicas, mas podem ser produzidas por qualquer microrganismo. 
	Esta especificidade ou inespecifidade microbiana é característica das doenças infecciosas. Sonis (1996) argumenta que o cirurgião-dentista necessita de conhecimento do desenvolvimento do fisiológico e morfológico normal e entendimento da relação de doenças a esses processos, para que possa estabelecer um diagnóstico preciso e correto. As doenças da cavidade bucal são as que se manifestam na mucosa e nos tecidos gengivais, através de uma alteração própria da boca, trauma ou como uma manifestação secundária de uma doença geral. 
	As doenças da cavidade bucal podem ser consideradas e analisadas em grupos de acordo com sua etiologia (WALTER; FERELLE; ISSÁO, 1996). Haddad et al. (2009) salientam que o cirurgião-dentista deve conhecer o normal e diferenciá-lo do patológico, pois muitas vezes é o primeiro profissional a examinar. Algumas manifestações na cavidade bucal do paciente infantil, devendo realizar o diagnóstico precoce e o encaminhamento deste paciente para um profissional adequado.
MUCOCELE
	As mucoceles são cistos formados a partir da obstrução dos condutos excretores das pequenas glândulas mucosas acessórias da cavidade bucal. Dois fenômenos são responsáveis: o extravasamento de muco e o cisto de retenção de muco. Sendo que, o primeiro é o mais comum e está basicamente relacionado com um dano no ducto excretor da glândula salivar; resulta em extravasamento de muco nos tecidos moles adjacentes. Frequentemente, esta lesão é causada por um trauma. (MATOS, et al, 2016)
	O segundo aparece após a obstrução parcial ou completa do ducto excretor. como exemplo, o cálculo que causa a retenção da secreção (BALDANI, et al, 2005; LIMA, et al, 2002). A lesão não tem predileção por nenhum gênero. Pode aparecer em qualquer região que abriga uma glândula salivar menor, sendo mais comum em lábio inferior. Pacientes com mordida profunda anterior, overjet acentuado e protusão dentária anterior superior são mais propensos ao trauma em lábio inferior (KNIGHT, 2003; LIMA, et al, 2002; ANDIRAN, et al, 2001). 
	As características clínicas podem variar. As lesões mais superficiais são de formato arredondado, flutuantes, ligeiramente azulados ou translúcidos, indolores. As lesões mais profundas apresentam coloração semelhante à da mucosa do local. O tamanho varia de alguns milímetros a vários centímetros (BALDANI, et al, 2005; KNIGHT, 2003; WU, et al, 2011). 
	Lesões extensas e situadas em determinadas posições anatômicas podem trazer prejuízo à fala e à mastigação; realçando a essencialidade não só do cirurgião-dentista, mas também do conhecimento do fonoaudiólogo quanto a esta patologia intrabucal. O tratamento consiste na remoção cirúrgica. Durante a cirurgia, devem ser removidas também as glândulas salivares menores que circundam a mucocele, visando evitar recidiva (LIMA, et al, 2012; ANDIRAN, et al, 2001).
RÂNULA
	Rânula é o termo usado pela patologia para distinguir as mucoceles que surgem no soalho bucal. As rânulas podem originar-se do extravasamento de mucina do ducto submandibular ou das glândulas salivares menores do soalho da boca. Pode haver infecção bacteriana associada causando dor, febre e grande desconforto. (MATOS, et al, 2016)
	Grandes cálculos salivares podem originar esta lesão (BONET-COLOMA, et al, 2001; YUCA, et al, 2005). A manifestação clínica consiste em aumento de volume do soalho bucal, e assim como a mucocele, sua cor pode variar de rosa a azul claro (BAHNASSY, 2009). Crianças que apresentam rânula de tamanhos médios e/ou grandes apresentam dificuldade na fala causada pela alteração do posicionamento da língua. O tratamento da rânula consiste na remoção e/ou marsupialização da glândula sublingual (SOUSA, et al, 2002; KNIGHT, 2003; YUCA, et al, 2005).
GENGIVOESTOMATIVE HERPÉTICA AGUDA PRIMÁRIA
	Infecções pelo vírus herpes simples (HSV) são frequentemente encontradas em humanos, sendo este o maior causador de infecções virais na boca. Dois tipos de infecções pelo HSV têm sido identificados: HSV-1, usualmente relacionado a doenças bucais; e HSV-2, mais associado com infecções genitais e do recém-nascido (16), embora muitas vezes o tipo 2 seja identificado em boca e o tipo 1 em herpes genital (SOAMES, et al, 1998). 
	A infecção pelo HSV no recém-nascido, durante o parto, pode gerar doenças na pele, olhos, boca, encefalites ou infecção sistêmica disseminada (WHITLEY, 2002); no entanto, é mais comum o primeiro contato com o HSV ocorrer na infância, através do contato direto com gotículas de saliva ou com a própria lesão de outra criança ou adulto infectado, podendo manifestar-se de forma aguda ou subclínica (DELANEY, 1995). 
	Na manifestação aguda, após um período de incubação de quatro a cinco dias, a criança apresenta febre, mal-estar, irritabilidade, dor de cabeça e desconforto localizado ou generalizado. Com um ou dois dias as manifestações bucais aparecem como eritemas e vesículas distribuídas pela mucosa bucal e com a gengiva marginal avermelhada, edemaciada, com tendência ao sangramento (BLEVINS, 2003), daí a denominação de gengivoestomatite herpética primária.
	 Tais vesículas logo se tornam úlceras, produzindo desconforto durante a alimentação e higienização, além de nessa fase ser comum a linfadenopatia cervical (FLAITZ, et al, 2000). Lesões extra bucais também podem estar presentes, principalmente em crianças e se manifestam nos dedos devido à sucção ou no queixo pela transmissão por saliva infectada (SOAMES, et al, 1998). O diagnóstico da gengivoestomatite herpética primária é clínico; no entanto, quando as lesões estão localizadas mais na região peribucal do que intrabucal pode-se confundi-la com o aspecto clínico de impetigo (LYNCH, 2000). 
	A cura espontânea das lesões pode levar duas semanas, devendo ser orientada a ingestão de dieta líquida, o uso de soluções com agentes anestésicos antes das refeições e a escovação dos dentes. Nos casos com maior envolvimento sistêmico pode ser necessária a prescrição de agentes antivirais, antitérmicos e analgésicos, assim como antifúngicos e antibióticos podem ser utilizados em casos de infecções oportunistas por fungos ou bactérias (BLEVINS, 2003). 
	Para auxiliar na higienização e controlar os riscos de disseminação da infecção se deve prescrever anti-sépticos bucais, como solução de digluconato de clorexidina a 0,12%, para bochecho ou aplicação tópica com cotonetes, no caso de pacientes de pouca idade. (MOTISUKI, et al, 2005)
HERPES RECORRENTE
	A infecção recorrente pelo HSV é causada pela reativação do vírus que após infecção primária permanece latente no gânglio do nervo trigêmeo. A reativação dá-se em seguida a estímulos como exposição excessiva ao sol, resfriados, trauma mecânico local, estresse, período menstrual e imunossupressão (DELANEY, 1995). 
	Aproximadamente um em cada três indivíduos que tiveram a infecção primária pelo vírus HSV, com manifestações clínicas ou subclínicas, desenvolvem a infecção recorrente caracterizada por sintomas locais não acompanhados de alterações sistêmicas (SOAMES, et al, 1998). O herpes labialé o tipo mais frequente de herpes recorrente, embora lesões intrabucais possam ocorrer em palato duro ou gengiva, uma vez que as lesões recorrentes são limitadas à mucosa queratinizada (LYNCH, 2000). 
	O diagnóstico de herpes recorrente raramente apresenta dúvidas, já que a história do paciente confirma a suspeita clínica e as lesões intrabucais podem ser distinguidas de úlceras aftosas recidivantes através de sua localização anatômica (TILLISS, et al, 2002). Esta lesão se caracteriza por pequenas vesículas, rodeadas por uma área eritematosa, na pele adjacente ao contorno labial. As vesículas aparecem poucas horas após os sinais prodrômicos de prurido e formigamento na região. 
	Em pouco tempo se rompem formando uma lesão ulcerada, que em seguida forma uma crosta e geralmente cicatriza entre sete e dez dias. O período de recorrência pode ser de poucas semanas e até dias em alguns indivíduos, mas normalmente este intervalo é de meses, dependendo do grau de exposição aos estímulos individuais envolvidos (TYLDESLEY, 1995). 
	Existem controvérsias na literatura quanto à dose e ao tempo de tratamento ideais para efeito do aciclovir no tratamento de lesões de herpes em crianças, tanto na forma sistêmica quanto tópica (SASADEUSZ, et al, 1993; AMIR, et al, 1997), estando indicado para os casos mais graves que apresentam recorrências frequentes e para pacientes imunossuprimidos. 
	Agentes secantes como álcool, éter e clorofórmio têm demonstrado diminuição na duração das lesões, resultando em um processo mais rápido de cura; no entanto, por apresentarem efeitos nocivos, devem ser utilizados com precaução. Outra alternativa é o uso do laser de baixa potência, que apresentou resultados satisfatórios na diminuição do ciclo viral (MACHNIKOWSKI, et al, 1989).
LÍNGUA GEOGRÁFICA
	A língua geográfica, também denominada de eritema migratório e glossite migratória benigna, é uma condição patológica de etiologia ainda obscura, caracterizada clinicamente por áreas avermelhadas irregulares, semelhantes a úlceras, distribuídas no dorso ou borda lateral da língua e associadas com perda das papilas filiformes Essas áreas tendem a mudar de localização, formato e tamanho em minutos, horas ou na recorrência das lesões, produzindo o efeito migratório da língua geográfica que é caracterizada por períodos de exacerbação e remissão (MOTISUKI, et al, 2005).
	 É uma das lesões mais comuns observadas no exame clínico da língua das crianças (VÖRÖS-BALOG, et al, 2003; DELANEY, 1995), embora apresente baixa incidência quando comparada às outras lesões bucais (KLEINMAN, et al, 1994). O diagnóstico diferencial de língua geográfica nas crianças deve incluir candidose atrófica, trauma localizado e neutropenia grave (ASSIMAKOPOULOS, et al, 2002). Esta lesão não apresenta sintomatologia dolorosa, na maioria dos pacientes e trata-se de uma patologia benigna, sem maiores consequências. Durante o período de exacerbação as lesões podem provocar desconforto, ardor, sensação de corpo estranho e inflamação dos linfonodos submandibulares (SIGAL, et al, 1992). 
	Nestes casos, faz-se necessário apenas o controle ou tratamento sintomático, através de soluções anestésicas tópicas, anti-histamínicos e enxaguatórios bucais (FLAITZ, et al, 2000). Segundo Assimakopoulos et al. (2002), deve-se recomendar aos pacientes que evitem fatores locais que possam exacerbar tais sintomas, como os alimentos muito quentes, picantes ou ácidos e as nozes secas e salgadas.
ÚLCERA AFTOSA RECIDIVANTE
	A ulceração aftosa recidivante é classificada, de acordo com as características clínicas, em ulceração aftosa comum, periadenite mucosa necrótica recidivante ou ulceração herpetiforme. A forma mais comum e frequentemente encontrada em crianças é a ulceração aftosa comum (PORTER, et al, 2000), caracterizada por úlceras rasas, com menos de 5 mm de diâmetro, forma arredondada ou ovalada, apresentando uma pseudomembrana amarelo-esbranquiçada, envolvida por um halo eritematoso. 
	Geralmente aparecem de uma a cinco lesões, em geral em superfícies não queratinizadas, como mucosa labial e bucal e assoalho de boca. As úlceras possuem sintomatologia dolorosa e desaparecem dentro de uma ou duas semanas, sem deixar cicatrizes (KNIGHT, 2003). A etiologia da úlcera aftosa comum não é muito bem definida. 
	Alguns autores associam seu aparecimento à utilização de drogas (TACK, et al, 2002), a distúrbios sistêmicos, como a síndrome de Behçet (KRAUSE, et al, 1998), a síndrome de Sweet (NOTANI, et al, 2000), a síndrome de Crohn (RAMASWAMY, et al, 2003) e a síndrome periódica de febre (LONG, 1999), deficiências imunológicas, problemas de má absorção gastrointestinal (SCULLY, et al, 2002), trauma local, estresse (MCCARTAN, et al, 1996), deficiência de vitamina B12 (PISKIN, et al, 2002), ácido fólico e ferro (BARNADAS, et al, 1997) e sensibilidade a aditivos alimentares (NOLAN, et al, 1991).
	 O diagnóstico da ulceração aftosa comum é baseado nos aspectos clínicos e na história do paciente, sendo o local da úlcera um importante dado para o diagnóstico diferencial com a ulceração intra-oral recidivante, que é causada pelo vírus herpes simples e acomete mucosas adjacentes ao tecido ósseo, como palato e gengiva e geralmente é unilateral (FEHRENBACH, et al, 2000). 
	Investigações rotineiras de contagem de sangue puro, células vermelhas, folato, vitamina B12 e ferritina sérica podem ser recomendadas, a menos que haja fortes razões clínicas para suspeitar de uma infecção viral (SMITH, et al, 1999). Devido a sua patologia autolimitante, nos casos em que houver sintomatologia dolorosa leve e recorrência pouco frequente não há necessidade de tratamento. Porém, na presença de dor intensa, o alívio pode ser realizado, principalmente, através de corticosteróides ou imunomoduladores tópicos (TILLISS, et al, 2002; SCULLY, et al, 2003; FRAIHA, et al, 2002). 
CANDIDOSE OU CANDIDÍASE
	A Candida albicans é uma espécie de fungo encontrada em alta proporção na cavidade bucal de indivíduos saudáveis (KURNATOWSKA, 2001), podendo tornar-se patogênica diante de uma alteração sistêmica ou local, capaz de reduzir a resistência imune do hospedeiro (FEHRENBACH, et al, 2000). Dentre os fatores predisponentes se destacam a infecção pelo HIV (BARASCH, et al, 2000) e a utilização de antibióticos de amplo espectro, esteróides, corticosteróides ou drogas psicotrópicas (SAMARANAYAKE, et al, 2002; ELLEPOLA, et al, 2001). 
	Em crianças de baixa faixa etária, a candidose aguda pseudomembranosa é a infecção fúngica oral mais comum (BALDANI, et al, 2001). Clinicamente as lesões são caracterizadas por placas brancas cremosas que se desprendem, deixando uma superfície cruenta e dolorida (DELANEY, et al, 2000). Fissuras eritematosas localizadas em um dos lados da comissura labial também podem estar associadas à infecção intra-oral e são denominadas de queilite angular. O diagnóstico é realizado através das características clínicas da lesão e de testes laboratoriais, excluindo-se a possibilidade de outras lesões brancas potencialmente carcinogênicas, como as leucoplasias (AKPAN, et al, 2002). 
	A raspagem das placas, evidenciando uma superfície cruenta remanescente, é um teste preliminar importante para diferenciar a candidose de outras placas brancas intrínsecas da mucosa oral (TYLDESLEY, 1995). O tratamento recomendado inclui agentes antifúngicos tópicos ou sistêmicos (SAMARANAYAKE, et al, 2002). Estudos recentes demonstraram melhor eficácia do fluconazol em suspensão (GOINS, et al, 2002; HUTTOVA, et al, 1998). A clorexidina a 0,12% também pode ser utilizada como complemento ao tratamento antimicótico convencional, na posologia de 2x/dia, bochecho por 30 segundos (ELLEPOLA, et al, 2001).
CISTO DE ERUPÇÃO
	Bodner (2002) realizou, durante um período de dez anos, levantamento das principais lesões císticas em mandíbula e verificou que o cisto de erupção era o tipo de cisto mais prevalente em crianças com idade média de 4,7 anos. Essa lesão, localizada somente em tecido mole, é formada pelo acúmulo de fluido tissular dentro do espaço folicularao redor da coroa de um dente em erupção, sendo difícil de detectar radiograficamente (DILLEY, et al, 1991). 
	Clinicamente se apresenta como uma região intumescida na mucosa da crista alveolar, de coloração semelhante ao tecido normal, não apresentando sintomatologia dolorosa. Porém essa região pode sofrer traumatismos e aparentar uma coloração azulada em consequência do extravasamento sanguíneo. (MOTISUKI, et al, 2005)
	 Nesses casos, o termo hematoma de erupção é mais indicado. Os principais fatores responsáveis pela indução do cisto de erupção ainda não estão bem definidos. Aguiló et al. (1998) sugeriram a associação com cárie precoce na infância, inflamação periapical crônica, trauma em dentes decíduos e predisposição genética. A formação do cisto também pode estar relacionada a um efeito adverso da administração de ciclosporina A, em crianças com dentes em erupção (KUCZEC, et al, 2003). 
	Se a erupção do dente ocorrer espontaneamente, através do cisto, não há necessidade de tratamento; caso contrário, uma incisão no tecido gengival pode ser realizada para facilitar esse processo (FEHRENBACH, et al, 2000). O diagnóstico diferencial deve ser feito com hemangioma e épulis congênito.
CONCLUSÃO
	Apesar da dificuldade em se realizar o diagnóstico de lesões bucais, devido à pouca informação obtida do paciente infantil durante a anamnese, à semelhança clínica das lesões e à presença de infecções secundárias, esse estudo fornece informações para auxiliar o profissional no diagnóstico das principais lesões de tecido mole que acometem crianças e na indicação dos cuidados e tratamentos adequados. Profissionais de saúde que lidam com crianças e interagem suas ações com aspectos da saúde do aparelho estomatognático devem procurar sempre ampliar seus conhecimentos para proporcionar uma maior e melhor atenção aos seus pacientes. É preciso agir em consonância científica para alcançar a excelência em suas atividades cotidianas.
REFERÊNCIAS
· CAMPOS DELL'ORTO, G. B., et al. Manifestações bucais de doenças infecciosas em crianças: diagnóstico e tratamento. 26 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - FACS, 
UNIVALE, [S.l.], 2009.
· MATOS, A. L., et al. Lesões bucais na infância: revisão sistemática de interesse da fonoaudiologia. Rev. CEFAC. 2016 Jan-Fev; 18(1):209-213.
· MOTISUKI, C.; LIMA, L. M.; SANTOS-PINTO, L. A abordagem clínica das principais lesões bucais em crianças. Pediatria Moderna., São Paulo, v. 4, p. 190-196, 2005.

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