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BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE

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BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA A TERCEIRA IDADE
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................6
CAPÍTULO I: TERCEIRA IDADE............................................................................8
CAPTULO II: ENVELHECIMENTO E ATIVIDADE FÍSICA....................................9
CAPÍTULO III: MUSCULAÇÃO.............................................................................11
CAPÍTULO IV: BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA TERCEIRA IDADE...13
METODOLOGIA....................................................................................................16
Tipo de pesquisa..................................................................................................16
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................18
RESUMO
Um fenômeno contemporâneo é o crescente aumento da expectativa de vida. Percebe-se, então, o surgimento de um novo mercado que requer atenção. Observando estes fatos torna-se imprescindível uma mobilização de vários setores e órgãos competentes ligados à área da saúde e bem-estar, com o intuito de alertar, esclarecer e educar a população como um todo e em especial os idosos, da importância da prevenção e manutenção da saúde e qualidade de vida, diminuindo os riscos de doenças e outros problemas que levariam a um estado de morbidade ou até à mortalidade. E no momento em que a procura pela atividade física cresce, os profissionais de Educação Física precisam estar capacitados para atender os mais diversos tipos de público. Sabendo que a expectativa de vida aumentou nos últimos anos e que o envelhecimento trás problemas de saúde para essa população, a musculação surge como uma alternativa para minimizar os efeitos do tempo sobre o corpo. Muitos são os nomes utilizados para designar essa população que compreende idades à partir dos 60 (sessenta) anos, tais como: idoso, terceira idade, melhor idade, idade madura, senilidade. A musculação consiste em um treinamento caracterizado pelo uso de pesos e cargas, no qual o objetivo é gerar alguma carga mecânica em oposição ao movimento dos segmentos corporais. a musculação entra nesse contexto para contribuir positivamente para a mobilidade articular, sociabilidade e no emocional principalmente nas pessoas da terceira idade, lembrando que a prática regular de musculação exerce papel importante no fortalecimento de ligamentos, tendões e articulações. Todos esses fatores proporcionam mais saúde e melhoram as condições funcionais do idoso, dando-lhe autonomia para que ele possa realizar os esforços da vida diária com mais disposição e segurança. O método utilizado neste trabalho foi o método de procedimentos, mais precisamente do tipo estudo de caso ou monográfico e o tipo de pesquisa utilizada foi a Pesquisa Bibliográfica.
PALAVRAS-CHAVE: TERCEIRA IDADE, MUSCULAÇÃO, ENVELHECIMENTO.
ABSTRACT
A contemporary phenomenon is the increasing increase in life expectancy. Then, a new market is emerging that requires attention. Observing these facts, it is essential to mobilize various sectors and competent bodies linked to the health and well-being area, with the aim of alerting, clarifying and educating the population as a whole, and especially the elderly, of the importance of prevention and maintenance of health and quality of life, reducing the risks of diseases and other problems that would lead to a state of morbidity or even mortality. And at a time when the demand for physical activity grows, Physical Education professionals need to be trained to serve the most diverse types of public. Knowing that life expectancy has increased in recent years and that aging brings health problems to this population, weight training emerges as an alternative to minimize the effects of time on the body. Many are the names used to designate this population that comprises ages from 60 (sixty) years, such as: elderly, seniors, better age, mature age, senility. Bodybuilding consists of training characterized by the use of weights and loads, in which the objective is to generate some mechanical load as opposed to the movement of the bodysegments. weight training comes into this context to positively contribute to joint, sociability and emotional mobility, especially in the elderly, remembering that regular weight training plays an important role in strengthening ligaments, tendons and joints. All of these factors provide more health and improve the functional conditions of the elderly, giving them autonomy so that they can carry out the efforts of daily life with more disposition and security. The method used in this work was the method of procedures, more precisely of the case study or monographic type and the type of research used was Bibliographic Research.
KEYWORDS: THIRD AGE, BODYBUILDING, AGING.
 INTRODUÇÃO
 
Um fenômeno contemporâneo é o crescente aumento da expectativa de vida, devido às melhorias no campo das ciências médicas e da biotecnologia. O rápido crescimento populacional de grupos acima dos 60 (sessenta) anos, de acordo com Raso et al. (1997a), é atribuído a melhores técnicas de controle de enfermidades e hábitos de vida saudáveis como alimentação adequada, ausência de vícios e prática de atividade física regular.
Percebe-se, então, o surgimento de um novo mercado que requer atenção visto que, apesar de um grande direcionamento comercial de atividades desenvolvidas para idosos, ainda falta o reconhecimento desse grupo como seres humanos (SOMCHINDA e FERNANDES, 2003).
A principal mudança no estilo de vida tem sido a maior participação dos indivíduos em algum tipo de atividade física, considerando Matsudo e Matsudo (1992): 
“... a diminuição na incidência das principais causas de morte está relacionada às mudanças do comportamento em relação à saúde, já que a contribuição do estilo de vida e do ambiente na prevenção da mortalidade por enfermidade cardíaca, câncer, acidente vascular cerebral, entre outros, é maior do que a influência dos serviços médicos e hereditariedade.”
Observando estes fatos torna-se imprescindível uma mobilização de vários setores e órgãos competentes ligados à área da saúde e bem-estar, com o intuito de alertar, esclarecer e educar a população como um todo e em especial os idosos, da importância da prevenção e manutenção da saúde e qualidade de vida para se ter uma velhice bem sucedida, diminuindo os riscos de doenças e outros problemas que levariam a um estado de morbidade ou até à mortalidade. 
O aumento da expectativa de vida proporciona às pessoas um maior período de tempo para sintetizar e culminar a realização de seus projetos de vida. Porém, para que isso ocorra, é necessário que a velhice seja vivida com qualidade. (OKUMA, et al.,1995)
Segundo Andreotti e Okuma (1999), infelizmente, o aumento do número de idosos na população tem se traduzido em um maior número de problemas de longa duração, seja em nível pessoal ou social. Citam ainda que, em nível pessoal, aproximadamente 80% das pessoas acima de 65 anos apresentam ao menos um problema crônico de saúde. 
Da mesma forma, Okuma (1997) ressalta que: 
“...grande porcentagem de pessoas acima de 60 anos tem algum tipo de dificuldade para realizar atividades cotidianas. [...] os diversos domínios da ciência tem a preocupação de descobrir as virtudes da velhice, prolongar a juventude e envelhecer com boa qualidade de vida individual e social.”
Entende-se então que não é suficiente considerar apenas o aumento da expectativa de vida da população, mas avaliar se os anos adicionais de um indivíduo serão saudáveis. E no momento em que a procura pela atividade física cresce, os profissionais de Educação Física precisam estar capacitados para atender os mais diversos tipos de público. Sabendo que a expectativa de vida aumentou nos últimos anos e que o envelhecimento trás problemas de saúde para essa população,a musculação surge como uma alternativa para minimizar os efeitos do tempo sobre o corpo. 
Podemos com este estudo colaborar para a melhoria da qualidade de vida e saúde destes indivíduos e assim cumprir nosso propósito de disseminar a promoção da saúde.
Devido o aumento do número de indivíduos pertencentes ao grupo de terceira idade nas academias, o objetivo deste estudo é averiguar/investigar os reais benefícios da prática da musculação para indivíduos da terceira idade, restringindo entre 60 e 80 anos, considerando os aspectos fisiológicos. 
Neste trabalho utilizamos o método de procedimentos, do tipo monográfico. De acordo com Lakatos e Marconi (1991), é o trabalho que requer um vasto levantamento bibliográfico e pesquisa aprofundada. O tipo de pesquisa será a Pesquisa Bibliográfica.
CAPÍTULO I: TERCEIRA IDADE
Muitos são os nomes utilizados para designar essa população que compreende idades à partir dos 60 (sessenta) anos, tais como: idoso, terceira idade, melhor idade, idade madura, senilidade; nomes esses utilizados por grandes estudiosos que serão explicados individualmente a seguir.
Idosos, segundo Neri (2001), são populações de indivíduos que podem ser assim caracterizados em termos da duração do seu ciclo de vida. Em países desenvolvidos são indivíduos com mais de 65 anos, países em desenvolvimento, indivíduos com mais de 60 anos.
Somchinda e Fernandes (2003) relatam que o termo terceira idade surgiu no final dos anos 60, na França, para expressar novos padrões de comportamento de uma geração, que se aposenta e envelhece ativamente.
Campos (2000) esclarece que os indivíduos são classificados de acordo com a faixa etária, citando a Organização Mundial da Saúde (OMS), da seguinte forma:
· Dos 45 aos 59 anos - meia idade;
· Dos 60 aos 74 anos - idosos;
· Dos 75 aos 90 anos - velhos;
· Acima dos 90 anos - muito velhos.
Somchinda e Fernandes (2003) definem:
“A senilidade, representativa à partir dos 60 anos de idade, mas podendo-se encontrar dados à partir dos 65 anos, talvez pela variedade dos termos se sociais ou técnico-científicos , mas que na verdade vários autores enfatizam que não há um consenso nesta questão, constitui-se por um grupo heterogêneo, devido as diferenças em experiência de vida acumulada por cada indivíduo, bem como pelas diferentes transformações que o organismo sofre com o passar dos anos, devido a hábitos alimentares, de saúde, convívio social, por práticas desportivas, entre outras”.
CAPTULO II: ENVELHECIMENTO E ATIVIDADE FÍSICA
O envelhecimento, de acordo com Neri (1993), é um aumento de conhecimento e experiência. Afirma ainda que biologicamente há uma transformação no corpo humano, sendo estas mudanças nos aspectos fisiológicos, psicológicos e sociais. É o processo de mudanças universais pautados geneticamente para a espécie e para cada indivíduo, que se traduz à diminuição da plasticidade comportamental, um aumento da probabilidade à morte (NERI, 2001).
 Alguns gerontólogos acreditam que 50% do envelhecimento ocorre devido a um estilo sedentário e por muito responsável pela diminuição da capacidade física (MATSUDO E MATSUDO, 1992).
 Segundo Pescatello e Di Pietro (1993) apud Andreotti e Okuma (1999), infelizmente, o aumento do número de idosos na população tem se traduzido em um maior número de problemas de longa duração, seja em nível pessoal ou social. Citam ainda que, em nível pessoal, aproximadamente 80% das pessoas acima de 65 anos apresentam ao menos um problema crônico de saúde. Da mesma forma, Okuma (1997) ressalta que grande porcentagem de pessoas acima de 60 anos tem algum tipo de dificuldade para realizar atividades cotidianas. Dizem ainda que os diversos domínios da ciência tem a preocupação de descobrir as virtudes da velhice, prolongar a juventude e envelhecer com boa qualidade de vida individual e social.
De acordo com Gallahue e Ozmun (2001), na velhice, a capacidade de realizar as atividades de vida diárias (AVD’s) pode sofrer alterações. Nesta fase, nota-se grande tendência à diminuição da atuação do indivíduo no meio em que vive.
Para a American Geriatrics Society, apresentado por Gallahue e Ozmun (2001), as AVD’s são classificadas como:
Básicas (ABVD’s) – que incluem as atividades de autocuidado; determinam o desempenho funcional do indivíduo levando em consideração os desempenhos físicos, psíquicos e sociais.
Intermediárias (AIVD’s) – englobam as ABVD’s e tarefas essenciais para a manutenção da independência, tratando das possibilidades do indivíduo se adaptar ao meio em que vive.
Avançadas (AAVD’s) – refere-se às funções necessárias para viver sozinho, sendo específica para cada indivíduo. Incluem a manutenção das funções ocupacionais, recreacionais e prestação de serviços comunitários.
Ou seja, o que caracteriza a capacidade funcional é a capacidade de cuidar sozinho de necessidades domésticas, sociais e da vida diária, bem como, manter-se independente em casa, lembrando que com o decorrer dos anos o idoso fica debilitado, perdendo o condicionamento necessário para realizar tais atividades.
Raso (2000b) comenta que a principal consequência do processo de envelhecimento é a diminuição da capacidade de realizar as atividades de vida diária sem auxílio, sendo que o declínio da capacidade funcional está diretamente associado à dependência física.
Sabe-se, porém, que a condição de incapacidade ou dificuldade para realizar AVD pode ser modificada pelo treinamento físico, através de programas de atividade física.
Relacionando a atividade física com o processo de envelhecimento, Matsudo, Matsudo e Neto (2000a) expõem a existência de um fenômeno que se converte em um círculo vicioso: à medida que incrementa a idade, o indivíduo se torna menos ativo, suas capacidades físicas diminuem, começa a aparecer o sentimento de velhice, que pode por sua vez causar estresse, depressão e levar a maior diminuição da atividade física e, consequentemente, à aparição de doenças crônicas, que por si só contribuem para o envelhecimento. Relata ainda que “os cientistas enfatizam cada vez mais a necessidade de que a atividade física seja parte fundamental dos programas mundiais de promoção de saúde”.
Os efeitos gerais do envelhecimento são descritos por níveis: antropométrico, muscular, cardiovascular, pulmonar e neural (MATSUDO e MATSUDO, 1992). 
CAPÍTULO III: MUSCULAÇÃO
A musculação consiste em um treinamento caracterizado pelo uso de pesos e cargas, no qual o objetivo é gerar alguma carga mecânica em oposição ao movimento dos segmentos corporais. O intuito principal da musculação é a treinagem da força muscular de forma sistemática e persistente (CHAGAS; LIMA, 2008).
De acordo com Ferreira et al. (2013):
“O nome Treinamento de Força é utilizado para caracterizar uma ação voluntária do músculo esquelético contra uma resistência, através de estímulos que causam estresse mecânico/metabólico e a geração subsequente de aumento nos diferentes tipos de força, advindo dos ajustes neuromusculares e hormonais em resposta aos mesmos, cuja magnitude está diretamente relacionada às variáveis envolvidas no treinamento físico, como a escolha dos exercícios, tipo de ação muscular, intensidade e volume aplicados, tempo de pausa entre estímulos e séries e frequência nos programas de treinamento, resultando na ascensão da força, potência, resistência, velocidade, equilíbrio, coordenação e hipertrofia.”
Miranda (2014) descreve a musculação como “uma atividade física anaeróbica capaz de desenvolver a capacidade músculo esquelética através de exercícios contra a resistência”. 
A origem histórica da musculação está na Grécia Antiga, quando os gregos tinham uma visão voltada para a cultura corporal e para o preparo físico. De acordo com Miranda (2014) Milon de Crotona, foi atleta nos campos dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga por seis vezes, dando base para a iniciação da musculação praticada na atualidade:
“os treinamentos de Milon de Crotona eram realizados com um bezerro ás costas, e à medida que este ia crescendo, o atleta aumentava sua força. O mesmo autor consideratambém, que o levantamento de pesos também tenha contribuído para a musculação, embora o levantamento de peso não tenha feito parte do programa oficial em Olímpia. Contudo, encontrou-se uma pedra com peso de 143,5Kg, que continha inscrições dizendo que um atleta de nome Bybom a tinha levantado acima da cabeça, usando apenas uma mão.” 
A musculação não é uma atividade de pratica recente, já era utilizada nos séculos passados, onde o homem já fazia exercícios com pesos progressivos objetivando fortalecer os músculos e em consequência dessa ação ganhar maior força como forma de sobrevivência, pois só os fortes obtinham sucesso na caça e conseguiam defender suas terras (FILHO, GONÇALVES, 2017).
Documentando esse período existem estátuas gregas que registram o início da prática do culturismo e também para corroborar, as pinturas de Michelangelo na Capela Cistina que retratam corpos musculosos.
A partir do século XIX, que os médicos higienistas, com suas ideias de higienização e eugenia de raça, deram inicio ao incentivo para a prática da atividade física para manter o individuo forte e saudável, entretanto, o intuito era de preparar os homens para o trabalho e as mulheres para a produção de serviços domésticos (GODOY 1994).
De acordo com Farias e Rodrigues (2009) são muitos os termos usados para descrever a variedade de meios de treinamento de força: treinamento contra resistência, treinamento resistido ou musculação, potência muscular ou resistência e eventos de fisiculturismo ou levantamentos de pesos. Mas, na verdade o treinamento de força não abrange só o levantamento de pesos, faz referência também, ao uso de resistência em máquinas ou de elásticos.
A musculação como atividade objetiva trabalhar a musculatura do corpo, sendo assim realiza-se exercícios contra uma resistência que pode ser usada de diferentes formas; como carga usando halter ou barra longa, podendo ser em aparelhos, tensores ou mesmo contra a força gravitacional.
CAPÍTULO IV: BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA TERCEIRA IDADE
Diversos grupos da sociedade podem se beneficiar com a prática da musculação, principalmente os idosos, pois de acordo com Miranda (2014) ela se apresenta como uma atividade profilática que visa melhorar a qualidade de vida e oportunizar mais dignidade às pessoas da terceira idade.
A musculação tem sido uma das atividades físicas mais eficientes quando se trata de benefícios na terceira idade devido às modificações que ocorrem na força muscular em reduzido período de treino associado à prática constante. Demonstra melhorias nas capacidades físicas como flexibilidade, força, resistência e até mesmo melhoras no equilíbrio (PALOMBO e MIGUEL, 2018). Entendemos então, que a melhora destes componentes, a independência e a capacidade funcional dos idosos tornam-se ferramentas essenciais para aumento da longevidade com qualidade de vida. 
Estudos realizados por Silveira Junior (2001) esclarecem que a musculação é a modalidade mais indicada para reduzir a incapacidade muscular na terceira idade. Isso se deve ao fato de que essa prática melhora e também aumenta os níveis de força, além de ajudar na preservação dos tecidos musculares e contribuir ainda para o combate à osteoporose e demais problemas de saúde ocasionados pela inatividade associada ao peso da idade.
Brito (2001) apud Filho e Gonçalves (2017) declara que os exercícios de musculação em pessoas da terceira idade são eficientes e produzem resultados positivos, dentre os quais: a redução da sarcopenia que é a diminuição da função da musculatura esquelética promove a melhora da marcha, reduzindo os riscos de queda, garantindo mais autonomia para a realização de atividades diárias.
Durante a fase da terceira idade o individuo sofre a diminuição da massa magra e o aumento da massa gorda, o que ocasiona atrofia nos músculos e perda de massa óssea. Os ossos vão perdendo minerais e as articulações sofrem a diminuição da mobilidade. As fibras diminuem de tamanho levando ao declínio da massa magra. Entretanto, Rocha (2013) comenta que a musculação é fundamental para restituir a massa óssea e também para o sistema locomotor das pessoas idosas, melhorando o equilíbrio e diminuindo os riscos de queda. Sendo ainda, de grande relevância na capacidade física para a qualidade de vida das pessoas da terceira idade.
A expectativa de vida ativa termina quando a saúde de uma pessoa se deteriora a ponto de provocar a perda da sua independência nas atividades da vida cotidiana, tornando-se dependente de outros ou de algum tipo de assistência (HAYFLICK,1996). Sendo assim, a musculação entra nesse contexto para contribuir positivamente para a mobilidade articular, sociabilidade e no emocional principalmente nas pessoas da terceira idade, lembrando que a prática regular de musculação exerce papel importante no fortalecimento de ligamentos, tendões e articulações. Todos esses fatores proporcionam mais saúde e melhoram as condições funcionais do idoso, dando-lhe autonomia para que ele possa realizar os esforços da vida diária com mais disposição e segurança.
De acordo com Matsudo, Matsudo e Barros Neto (2000b), a atividade física apresenta efeitos benéficos nos aspectos psicológicos, sociais e cognitivos, sendo um aspecto fundamental do estilo de vida na promoção de um envelhecimento saudável e bem sucedido.
Os efeitos antropométricos e neuromusculares são: diminuição da gordura corporal incremento da massa muscular, incremento da força muscular, incremento da densidade óssea, fortalecimento do tecido conetivo, e incremento da flexibilidade. Com relação ao aspecto metabólico ocorre o aumento do volume sistólico; diminuição da frequência cardíaca no repouso e no trabalho submáximo; aumento de 10 a 30% no VO2 máximo; aumento da ventilação pulmonar; diminuição da pressão arterial e melhora do perfil lipídio. Os efeitos psicológicos, como melhora do autoconceito, da autoestima, da imagem corporal, diminuição do stress, ansiedade; melhora da tensão muscular e insônia; diminuição do consumo de medicamentos melhora das funções cognitivas e socialização também são notados (MATSUDO e MATSUDO, 1992; RASO et al. 1997b; MATSUDO, MATSUDO e BARROS NETO, 2000a).
De acordo com Raso et al. (1997a), os efeitos mais óbvios do exercício físico no idoso, especialmente nos mais propensos à ansiedade e depressão, favorecem aos relacionamentos sociais, exercendo um impacto positivo sobre a redução dos riscos de morte por doenças crônicas degenerativas.
Okuma (1998) cita que alguns estudos realizados indicam que indivíduos ativos tendem a apresentar uma auto percepção mais positiva das variáveis psicológicas, como autoconceito, autoestima, autossatisfação, auto realização e outros.
Embora ainda não existam estudos conclusivos sobre a influência da atividade física no bem estar das pessoas, há evidência de que a saúde percebida é mais preditiva de satisfação na velhice quando relacionada à saúde medida por indicadores objetivos e que a vivência de experiências positivas com a atividade física é mais significativa para o idoso do que a falta dos negativos (OKUMA, 1998).
Baixos níveis de atividade física foram associados com sintomas depressivos mais severos um estudo elaborado por Moore (apud MATSUDO, MATSUDO e BARROS NETO, 2000a). Embora isso não permita fazer uma relação causa efeito, a atividade física pode ser um método efetivo para a manutenção da habilidade funcional e a promoção de uma melhor sensação de bem estar em idosos.
Okuma (1997 e 1998) ressalta ainda que a vivência de experiências positivas como atividade física é mais significativa para o idoso, torna-se um compromisso interno e termina sendo um recurso para lidar com o estresse emocional, possibilitando a convivência com os pares, desenvolve auto eficácia e rompe com o estereótipo que a sociedade atribui ao idoso.
Entende-se então, que a musculação; mesmo iniciado na terceira idade traz grandes benefícios para os indivíduos, lembrando que o importante é manter a saúde e não ao desempenho, objetivando o contato do idoso com seus pares, incrementandoa socialização que é fundamental nesta fase da vida (MATSUDO e MATSUDO, 1992).
Diversos benefícios adquiridos pela terceira idade através da prática de musculação são mencionados por Souza et al. (2015), dentre eles: o aumento da massa muscular, da massa óssea, aumento da mobilidade articular, aumento da taxa metabólica, redução de tecido adiposo, aumento da sensibilidade à insulina, proteção de articulações anatomicamente instáveis, considera-se que também, diminui significativamente os processos degenerativos ou inflamatórios, a pessoa idosa se torna mais independente, passa a ter menos quedas, tornam se mais confiantes, reduz a pressão arterial entre outros benefícios essenciais para uma vida de saudável.
Entretanto, a musculação ou qualquer outra atividade de força envolvendo pessoa idosa precisa ser acompanhada por uma pessoa que tenha um profundo conhecimento de todas as alterações fisiológicas associadas à idade, devem-se considerar os riscos desse tipo de atividade. Exames médicos são necessários para dar mais segurança (COELHO; NATALLI, 2013).
A maior vantagem do treinamento de força a nível morfológico reside na desaceleração do processo de perda de massa muscular ocorrido com envelhecimento. A maioria das pessoas vai se tornando fraca devida à perda da densidade óssea, e por isso, estão sujeitas a quedas e fraturas. A osteoporose afeta geralmente as vértebras lombares, os processos estiloides da articulação do punho e a articulação do quadril. Entretanto, estudos realizados têm evidenciado que a musculação aumenta a densidade mineral óssea (DUNCAN NETO, 2009).
 METODOLOGIA
 O método utilizado neste trabalho foi o método de procedimentos, mais precisamente do tipo estudo de caso ou monográfico; que segundo Lakatos e Marconi (1991), consistem no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações, podendo também abranger o conjunto das atividades de um grupo social.
Tipo de pesquisa
 O tipo de pesquisa utilizada foi a Pesquisa Bibliográfica, com revisão de literatura, que tem com o objetivo reunir informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir do tema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste trabalho, é possível concluir que a atividade física torna-se uma terapia importante para a população de terceira idade, sendo necessário que o professor de Educação Física que visa a saúde do aluno, se interesse mesmo que superficialmente pelas diversas enfermidades e, se for o caso, até mesmo redirecionar a modalidade física após uma conversa com o médico. 
O estilo de vida ativo pode ser considerado fundamental para melhoria da qualidade de vida, além de melhorar a saúde durante o processo de envelhecimento. A atividade física moderada, realizada de maneira regular, como a caminhada e outras atividades recreativas e de lazer, é um fator de grande importância no processo de envelhecimento saudável.
Os programas de atividades físicas que são dirigidos aos idosos colaboram para melhoria da qualidade de vida deles. Pois a melhoria da aptidão física auxilia na conquista da autonomia. Entretanto, a busca desta autonomia necessita da superação das necessidades básicas, para que no futuro não dependam da ação solidária de grupos bem intencionados e sensíveis a esta questão, ou seja, que as condições de vida permitam.
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