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Cárie de radiação - Tratamentos oncológicos e a cárie - Odontologia Hospitalar

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Radiação e cárie: qual o efeito dos tratamentos oncológicos na estrutura
dentária?
Um dos possíveis efeitos da radioterapia é a cárie de radiação. Por esse motivo, um exame
prévio e acompanhamento com dentista durante o tratamento é imprescindível.
A cárie de radiação se dá pela ação
direta dos raios ionizantes no esmalte
dentário e da dentina, gerando perda
de minerais nos dentes. O esmalte é a
parte mais externa do dente, em bocas
saudáveis, podendo ser de branco a
amarelado. Ele possui a maior parte
dos minerais dentários e é responsável
por proteger todo o dente, inclusive a
dentina – que também apresenta a
função de defender o dente quando o
esmalte está desgastado. Juntos, eles contêm a
maior parte dos minerais encontrados nos dentes.
Dessa forma, quando os raios da rádio os
atingem, o dente fica exposto.
Os raios também podem afetar as glândulas
salivares, fazendo com que haja uma diminuição
na qualidade e quantidade de saliva. Isso faz com
que a boca fique seca e o ph salivar alterado,
levando a uma maior probabilidade do
desenvolvimento da cárie.
Por depender da dose utilizada, é comum que esse efeito apareça a partir de 12 meses após o fim do
tratamento.
A partir de 45 Gy e do tamanho de campo a ser irradiado, as chances da cárie ocorrer é maior.
Geralmente, elas aparecem a partir de 12 meses, em média, depois do final da radioterapia. É
incomum que essa cárie cause dor ou qualquer outro sintoma. Normalmente, quando o paciente
descobre, ela já está instalada e os buracos no dente já estão aparentes.
A cárie de radiação é de progressão rápida. Ou seja, uma vez instalada, devido às modificações no
esmalte e dentina, o aparecimento de grandes cavidades é frequente. A progressão é assintomática
e leva, muitas vezes, a fratura completa da coroa dental.
Justamente por causa das alterações no esmalte do dente, não é possível tratar esse tipo de cárie da
mesma forma que a comum é tratada. Nesse caso, como as resinas tradicionais não permanecem
presas ao dente, é utilizado um cimento restaurador com boa adesão e flúor. Dessa forma, evita-se o
aparecimento de cáries secundárias.
O paciente deve ser orientado quanto à manutenção da higiene oral, dieta e hidratação. Também é
preciso visitar regularmente o cirurgião dentista para acompanhamento frequente.
Como prevenir a cárie de radiação?
Muito da prevenção está relacionada com os avanços obtidos no tratamento radioterápico. Isto é,
conforme a radioterapia vem ganhando maior precisão e atingindo um campo menor, os efeitos
colaterais também têm diminuído.
Entretanto, ainda é muito importante que o paciente siga um protocolo de saúde oral. Especialmente,
devem ser realizados exames antes do início da radioterapia, como a radiografia completa.
O paciente deve ser orientado em relação à escovação, uso de fio dental e bochechos diários com
solução de fluoreto de sódio 1%. Além disso, deve-se controlar a xerostomia, ou boca seca, por meio
de medicamentos ou saliva artificial. A dieta deve ser adequada, principalmente com restrição de
açúcares e alimentos processados industrialmente. Os alimentos processados e ricos em açúcar
aderem com mais facilidade aos dentes, acelerando o processo de perda de minerais que já estão
sofrendo com os efeitos da própria radiação. A dieta alimentar é um fator determinante na ocorrência
de cáries, principalmente em pacientes irradiados devido às alterações da saliva. Uma dieta rica em
açúcares e em alimentos processados, que aderem mais às superfícies dos dentes, produzirá mais
ácidos. Dessa forma, os dentes serão desmineralizados mais rapidamente.
Fonte das fotos: Revista Cubana de Estomatologia:
http://www.revestomatologia.sld.cu/index.php/est/article/view/1495
https://revista.abrale.org.br/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-radioterapia/

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