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Alimentação Coletiva no Brasil Metodologia KLW » A respeito das Unidades de Alimentação e Nutrição e atuação do nutricionista neste espaço: ⇀ K (Know): O que você conhecer? ▪ Mais sobre a história do início da nutrição e de seus locais de distribuição. ⇀ W (Want): O que você gostaria ou acha necessário aprender? ▪ Higiene sobre os locais onde a alimentação preparada, servida e distribuída. ⇀ L (Learn): O que você aprendeu? ▪ Voltar ao final do semestre. Definição de termos » Setor de alimentação coletiva: setor produtor de serviços, representados por todos os estabelecimentos envolvidos com a produção e a distribuição de refeições, para qualquer tipo de coletividade (exemplo: empresas, escolas, asilos – ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos, prisões, comunidades religiosas ou forças armadas). » Alimentação coletiva: fornecimento de refeições em creches, escolas, restaurantes comerciais, hotéis, resorts e outras instituições. » A designação acompanha a do idioma francês com os termos alimentação comercial e alimentação coletiva. » Os estabelecimentos de alimentação (produção e distribuição) recebiam a denominação de: ⇀ Serviço de Alimentação e Nutrição (SAN) – coletividades sadias. ⇀ Serviço de Nutrição e Dietética (SND) – coletividades enfermas. » Atualmente, há tendência à utilização de uma denominação comum: Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN). Pensando, por exemplo, que em um hospital a alimentação ainda é feita para acompanhantes e funcionários, não apenas para os enfermos. Por isso, após à década de noventa, houve a unificação da SAN e da SND em UAN. Alimentação fora de casa » Fonte da imagem: Proença (1996). » Empresas de Concessão: empresas terceirizadas. » Empresas de Autogestão: local físico, onde há a contratação do próprio funcionário, compra da matéria- prima, etc. » Aumento significativo do percentual de pessoas que comem fora de casa. Surgimento do termo restaurante » Antes da revolução Francesa (1789- 1799), os franceses tinham algumas opções de estabelecimentos que ofereciam comida, mas eram mais voltados para os viajantes. As estalagens ou hospedarias, tinham horários específicos para servir a refeição, decidida pelo dono do lugar, para todos. » As tabernas eram lugares em que as pessoas iam para beber, mas tinham um cardápio do dia que era servido em horários específicos. Já os traiteurs serviam refeições uma única vez ao dia, mas as pessoas não podiam escolher os pratos. » Por último tinham os cafés, que comercializavam bebidas como café, chocolate e chá. Além disso, era servido alguns doces e petiscos. » Ainda não havia um lugar em que as pessoas pudessem escolher do cardápio o que queriam comer e pagar o valor referente ao que pediam. Mas, com a Revolução Francesa, isso mudou. » Existem duas versões para o surgimento do primeiro restaurante. A primeira diz que ele foi criado em 1765, em Paris, por M. Boulanger. Ele teria sido o primeiro estabelecimento a anunciar sopas restauradoras para o estômago (bouillon restaurant, em francês). » Já na segunda versão, diz que o primeiro restaurante foi criado em 1766, em Paris, por Marthurin Roze de Chantoiseau. Ele vendia comidas saudáveis, incluindo a sopa restauradora. » Sendo assim, o nome restaurante deriva da palavra francesa restaurant. Só que nesses lugares o cardápio era restrito a sopas, sendo um pouco diferente do restaurante que conhecemos. » Assim, em 1782, em Paris, Antoine Beaubillers fundou o primeiro restaurante do jeito que conhecemos – o La Grande Taverne of London –, com uma equipe treinada de garçons, um salão elegante, uma cozinha com bons ingredientes e uma boa adega. Dessa forma, os franceses começaram a criar o hábito de comer fora. » Alguns anos depois, esse tipo de estabelecimento estava ganhando mercado nos Estados Unidos, com a abertura do primeiro Jullien´s Restaurator em Boston, em 1974. Porém, o costume era que as próprias pessoas se servissem. » Só em 1810 o estilo Service à La Russe, em que os clientes eram servidos com a comida preparada no prato, começou a ser introduzido na França, depois Inglaterra e outros países. Quem trouxe essa nova forma de servir os clientes foi o príncipe russo Kurakin. » Se hoje temos várias opções de restaurantes para irmos almoçar ou jantar, se deve ao fato da Revolução Francesa ter surgido, fazendo com que a classe burguesa ganhasse força, culminando, entre tantas outras coisas, no surgimento dos restaurantes. Origem da Alimentação Coletiva » Os primeiros estabelecimentos do tipo restaurante surgiram antes da Revolução Francesa (1789). » Um dos primeiros era de um comerciante que oferecia sopas restauradoras, dando origem a palavra restaurante. » Os bares são alterações dos restaurantes, que se difundiram nos EAU, após a 2ª guerra. » Em tempos remotos: ⇀ Alimentação coletiva era restrita à mosteiros, hospitais, asilos (ILPI), orfanatos, forças armadas. » No Brasil: ⇀ 1400: grandes navegações, especiarias e carências nutricionais (escorbuto – deficiência de vitamina C). ⇀ 1500: descoberta do Brasil. ⇀ Durante um longo tempo: segue inicialmente a mesma estrutura dos países europeus com os serviços limitados aos mosteiros, asilos, orfanatos, forças armadas e hospitais. » Início do Século XX: ⇀ Marco histórico da alimentação coletiva. Época em que as atividades de transformação industrial começaram a representar evolução significativa. ⇀ Déc. 30 (1929-1930): ▪ Origem da profissão Nutricionista. ▪ Revolução Industrial – Tecnologia de processamento. ▪ O desenvolvimento do setor, enquanto ramo comercial ter seu início juntamente com o processo de industrialização do país, no final da década de 30 e com o processo de êxodo rural, além do aumento da população urbana. ▪ Frente à crise econômica interna e crise política (crise rural, com o aumento da população urbana). ▪ Revolução de 1930 – Instalação do populismo. ⇀ Desenvolvimento devido a alterações: ▪ Estrutura econômica brasileira. ▪ Industrialização. ▪ Nova ocupação espacial (rural x urbano). ▪ Mão-de-obra feminina. ▪ Criação dos parques industriais distantes – aparecimento de mais restaurantes. ⇀ 1933, 1936 e 1937: ▪ Feitos estudos no campo da problemática alimentar para conhecer as condições de vida da classe operária. ▪ Lei nº 185 – salário mínimo: “...seria determinado pela soma diária das despesas efetuadas com alimentação, vestuário, higiene e transporte...”. ▪ Destaque a Josué de Castro (escritor e ativista político) que escreveu “Geografia da fome”, importante obra que fala sobre a distribuição da fome em diferentes regiões do Brasil. ⇀ 1939: ▪ 1º curso de Nutrição USP: dirigido por médicos (visitadoras de alimentação). ⇀ 1940: ▪ Vargas institui a obrigatoriedade de empresas instalarem um refeitório e cria SAPS (Serviços de Alimentação da Previdência Social). ▪ Deu origem à Alimentação Institucional (Alimentação Coletiva), considerada como uma especialização matriz do campo da nutrição, direcionada para a “administração do sentido de racionalização da alimentação”. ⇀ 1940 a 1967 – SAPS: ▪ Serviço de Alimentação da Previdência Social. ▪ Fornecer refeições aos trabalhadores através dos restaurantes – tendo como pioneiros no processo São Paulo e Distrito Federal. ▪ Promover EN (educação nutricional) aos trabalhadores e famílias. ▪ O mercado iniciou seu crescimento na década de 40. ▪ Déc. 40: surgem as primeiras empresas fabricantes de equipamentos para cozinhas industriais. ▪ 1940: início da estruturação de alimentação coletiva para o subsetor saúde, unidadesnos hospitais (início no Hospital Federal dos Servidores do Estado – RJ). ▪ 1941: 1º empreendimento de grande porte a instalar um refeitório e estabelecer um plano de alimentação para seus funcionários foi a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional. ▪ 1943: passou a organizar e administrar cursos técnicos e profissionais na área (auxiliares técnicos em alimentação, nutricionistas, nutrólogos). ▪ 1947: 1ª cozinha industrial do SESI e SESC. ▪ 1948: 2ª cozinha industrial do SESI (com média de produção de 2 mil refeições diárias). ▪ 1950: houve desenvolvimento significativo da produção industrial. ▪ 1953: CNA (Congresso de Nutrição e Alimentação) propõe o PNAN (Política Nacional de Alimentação e Nutrição) para os grupos de risco (escolares, trabalhadores). ▪ 1955: Início do Programa “Merenda” Escolar (atualmente chamado de Programa Alimentação Escolar). ▪ Depois: Início dos RU´s (Restaurantes Universitários) – tendo como pioneiro o RU da Universidade Brasil no Rio de Janeiro. ▪ No entanto, existem relatos que em 1940, com a criação do SAPS, foi criado um restaurante para União Nacional dos Estudantes – UNE. ⇀ Década de 60: ▪ Em 1967 – Lei nº 5.276: Regulamentação do exercício do profissional em Nutrição. ⇀ Década de 70: ▪ Período de grande expansão do número de cursos, em 1975 foram 7 cursos (INUFRJ, UNIRIO, UERJ, UFF, USO, INUFFPe e UFBA). ▪ 1970: ✓ Expansão da alimentação para estudantes. ✓ Criação dos RU´s, nos campis afastados. ▪ 1976: ✓ Surgiu PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador). ✓ Implantação de grandes projetos industriais. ✓ Desenvolvimentos de concessionárias de alimentação de origem multinacional (francesas). Avanços da Alimentação Coletiva no Brasil » Século XX: ⇀ Nos anos que se seguiram houve um aumento no número de cozinhas industriais: ▪ Expansão dos centros urbanos. ▪ Início da implantação do parque industrial brasileiro. ▪ Instalação de grandes montadoras automobilísticas. ▪ Shopping center. ⇀ De 70 a 90: ▪ Maior profissionalização e padronização dos serviços de alimentação coletiva. ▪ Aumento na prestação de serviços na área de alimentação. ▪ Mudança quanto ao sistema de produção domiciliar e a produção de alimentos em larga escala (forma industrializada – escala industrial). ▪ As empresas se apropriaram da ideia de terceirização dos serviços não essenciais, já que não estavam dando conta sendo empresas de alta gestão, então elas começaram a contratar outras empresas (chamadas de concessionárias ou empresas terceirizadas). ▪ Com isso, foi criado um segmento bastante específico de prestação de Serviços em UANs. ▪ No período, o mercado se caracterizou como ineficiente, monopolista e determinava os preços dos produtos que eram normalmente altos: ✓ 80: baixa qualidade e consumidor desinformado e menos exigente. ✓ 90: consumidor passou a ser mais informado e exigente. Houve o surgimento de controle técnico do governo. ⇀ Década de 70: ▪ Houve um grande estímulo do governo, das políticas e da economia. ▪ Surgiram as primeiras empresas especializadas no atendimento de serviços de refeições coletivas, chamadas de Concessionárias de Alimentação. ▪ Aumento do número de cursos de Nutrição, já que até a década de 60 existiam apenas 7 cursos no Brasil, chegando a 106 cursos até 2000. ⇀ Década de 90: ▪ Maior padronização e controle do governo com os serviços de alimentação coletiva e produção de alimentos. ▪ 93: Portaria 1.428 (Boas Práticas – APPCC). ▪ 97: Portaria 326 (O detalhamento do processo de manipulação de alimentos na cadeia alimentar). ▪ 99: CVS 6/SP (Boas Práticas de Fabricação de Alimentos – BPF). ▪ 02: RDC 275 (Procedimentos Operacionais Padronizados – POP´s) – 8 POP´s obrigatórios nesta RDC. ▪ 04: RDC 216 (Boas Práticas para Serviços de Alimentação). ▪ Investimento em inovação tecnológica de equipamentos, processos e produção. ▪ Novos equipamentos e processos (transmissão de calor): ✓ Cook Chill. ✓ Fornos de Convecção. ✓ Forno Combinado. ✓ Cozinha de montagem (uso de produtos pré-elaborados). ✓ Alimentos Minimamente Processados. » Início do Século XXI: ⇀ Época do governo Lula. ⇀ Vários programas de alimentação e programas sociais criados: ▪ Banco de Alimentos ▪ Bolsa Família. ▪ PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). ▪ Retorno dos Restaurantes Populares. ▪ PNAE (Programa Nacional da Alimentação Escolar) – fez 50 anos sendo um programa extremamente importante para a alimentação das crianças. Terceirização » Década de 70: ⇀ Junto com o PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), houve o surgimento de empresas terceirizadas de alimentação no país. ⇀ Foco no Trabalhador. ⇀ Depois se expandiu para o hospital e, posteriormente, rede de ensino. » A alimentação coletiva no trabalho pode ser considerada, atualmente, o serviço mais terceirizado no Brasil. Um estudo realizado entre as 500 maiores empresas do país revela um índice de 70% de terceirização em alimentos (Price Waterhouse). Empresas que prestam serviços de alimentação » Empresas terceirizadas atuantes na Bahia (mais conhecidas): ⇀ Chalé. ⇀ Gran Sapore. ⇀ Lemos Passos. ⇀ GR S/A. ⇀ Elasa/Alimenta. ⇀ Sodexho. ⇀ Prince. Contratos na área de refeições coletivas » Refeições coletivas – Valor Setorial / Gazeta Mercantil – Agosto 2018. Perspectivas da Alimentação Coletiva no Brasil » Tendências do setor de alimentação coletiva: ⇀ Fornecimentos de serviços: ▪ Rápido – muitas pessoas têm pressa hoje em dia, logo, prefere a rapidez dos serviços. ▪ Flexibilidade de horário. ▪ Opção de escolha variadas. ▪ Alimentação saudável. ▪ Utilização de gêneros pré- preparados (finalizados no local) – possuem uma cozinha matriz onde os alimentos são pré-preparados e no ambiente de venda é feita a finalização. ▪ Utilização de alimentos de última geração (5ª geração: cozidos, embalados à vácuo) – busca de praticidade, por mais que muitas vezes essa praticidade vá de contramão à sustentabilidade. ✓ Exemplo 1 – Sous Vide: método para cozinhar alimentos a vácuo, sem interferência do fogo e em baixas temperaturas, por períodos de tempo maiores do que os habituais. ✓ Exemplo 2 – Anaerobic Packing. ▪ Maior expansão das cozinhas de montagem. ▪ Avanços na informática. ▪ Individualização do cliente (público mais exigente). ▪ Profissionais terão que se antecipar às necessidades dos clientes. ▪ Sustentabilidade (controle de perdas, lixo, meio ambiente) – ainda há muito que ser melhorado nesse aspecto, como a consciência do consumidor, a melhor coleta do lixo de forma consciência, funcionamento correto do sistema de reciclagem, conscientização para não o lixo de forma exacerbada, exercitar a criatividade na cozinha para evitar o desperdício. » Necessidades do setor para expandir: ⇀ Treinamento pessoal – treinamento dos funcionários (melhor padronização do local e maior facilidade de trabalhar). ⇀ Conscientização. ⇀ Aquisição de novos equipamentos de melhor qualidade – melhora e otimização de tempo da mão de obra. ⇀ Implantação de diferentes técnicas de produção. ⇀ Controle de custos – maximização do conhecimento do nutricionista para promover a melhor qualidade, dentro dos padrões nutricionais adequados a um preço que possa ser competitivo. » Necessidades com relação à profissionalização: ⇀ Maior (re)conhecimento da nutrição (investimento em cursos, por exemplo). ⇀ Especializar em técnicas administrativas e contábeis: ▪ Objetivo: realizar balanços e planejamentos anuais de compra de equipamentos, manutenção e administração de gêneros e pessoas, negociaçãocom fornecedores, checklist, controle dos PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai – metodologia contábil de apuração do valor do estoque que utiliza ordem cronológica como principal critério de organização), controle de estoque, contração de funcionários, planejamento de cardápios. ⇀ Questão mais burocrática. ⇀ Criação de controles efetivos de verificação da qualidade e rendimento, desempenho e organização – tentativa de otimizar e organizar o trabalho. ⇀ Poderá ser realizado por profissionais que conheçam todas as características e procedimentos de uma empresa de refeições coletivas – necessidade de conhecer o local que trabalha, o sistema, os funcionários, sua equipe de trabalho, os clientes etc. Qual o papel do nutricionista? Como podemos melhorar, para o mercado de trabalho que nos espera? » Qual o papel do nutricionista: ⇀ Primordialmente, ensinar o ser humano a se nutrir. » Melhoras para ao mercado de trabalho: ⇀ Continuidade nos estudos. ⇀ Melhor união dos profissionais de nutrição, com respeito. ⇀ Ser inovador, criativo, saindo do campo da obviedade. ⇀ Estar aberto ao novo. ⇀ Sempre atualizar os conhecimentos. ⇀ Aprender a trabalhar em equipe. ⇀ Compartilhar conhecimentos.
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