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Anquiloglossia: conceitos, diagnóstico e tratamento Maria Luiza Menezes DeglutiçãoDeglutição FalaFala MastigaçãoMastigação SucçãoSucção Língua Imagem: Instituto Paula Machado Frênulo Lingual Frênulo - pregas de membrana mucosa que vai da metade da face inferior da língua (face sublingual) até o assoalho da boca. Imagem: FonoEssence O frênulo lingual mínimo ou ausência é denominado de anquiloglossia. Imagem: FonoEssence É uma anomalia congênita autossômica dominante que causa alteração do frênulo lingual ocasionando restrição dos movimentos. Essa condição se dá origem quando não ocorre a apoptose completa do tecido embrionário durante o seu desenvolvimento no período intra-uterino. A limitação desses movimentos, irá depender da quantidade de tecido que não sofreu apoptose na fase de desenvolvimento. Anquiloglossia Caráter hereditário: autossômico dominante Maior prevalência no sexo masculino Anquiloglossia Também pode se apresentar como uma das características de determinadas síndromes raras: síndromes de Kindler, Orodigitofacial, SimpsonGolabi-Behmel, entre outras. Imagem: Fortíssima O comprometimento do frênulo lingual pode resultar em problemas, como: Dificuldades na dicção e formação de sons Alterações na dentição Dificuldade na deglutição e sucção durante a fase de amamentação em recém- nascidos* Desenvolvimento do neonato X Aleitamento materno Relação com a amamentação: Anquiloglossia: dor e desconforto para a mãe durante o momento de amamentação, desmame precoce e/ou ganho de peso abaixo do esperado Diagnóstico O diagnóstico pode ser direcionado por diversos especialistas: cirurgião dentista/odontopediatra, médicos e fonoaudiólogo Para alguns profissionais, a anquiloglossia deve ser identificada precocemente logo após o nascimento do bebê. (PENHA et al., 2018; PINTO et al., 2019). Entretanto, para outros o seu diagnóstico deve ser realizado após os 5 anos de idade da criança (MARTINELLI et al., 2014). Realizado nas primeiras 48 horas após o nascimento do bebê para avaliação anatomofuncional. Diagnóstico "Teste da linguinha" É avaliada a posição dos lábios em repouso: Imagem: Dental Cremmer Diagnóstico "Teste da linguinha" É avaliada a tendência do posicionamento e a forma da língua durante o choro: Imagem: Dental Cremmer Diagnóstico "Teste da linguinha" É avaliado o frênulo lingual e sua espessura: Imagem: Dental Cremmer Diagnóstico "Teste da linguinha" É avaliada a fixação do frênulo na face sublingual da língua: Imagem: Dental Cremmer Diagnóstico "Teste da linguinha" É avaliada a fixação do frênulo no assoalho bucal: Imagem: Dental Cremmer Diagnóstico "Teste da linguinha" Valores iguais ou superiores a 7 denotam a interferência do frênulo nos movimentos da língua e a família é orientada sobre a necessidade de realização de tratamento cirúrgico. (ARRUDA et al., 2019) Em casos que houver dúvidas em relação a avaliação anatomofuncional ou há impossibilidade de visualização do freio, o bebê é submetido a um novo teste com os seus 30 dias de vida, aplicando nesse momento o protocolo completo. Diagnóstico Existem opiniões diferentes quanto às implicações das alterações do frênulo lingual nas funções de sucção, deglutição, mastigação e fala. Essa divergência também ocorre quanto à: indicação cirúrgica, o momento adequado para diagnóstico, a melhor técnica e, qual profissional está habilitado para sua realização. Existem relatos ainda, de que a gravidade e as alterações funcionais ao nascimento tendem a diminuir com o tempo e com o desenvolvimento. CONSERVADOR Tratamento NÃO CONSERVADOR O paciente é submetido a sessões de fonoterapia com o objetivo de alongar a estrutura do frênulo lingual Frenotomia Frenectomia De acordo ao Ministério da Saúde, apenas aqueles que são diagnosticados como anquiloglossia severa são submetidos à cirurgia antes dos seus três meses. Os outros devem permanecer em observação. (FRAGA, 2020) Pequena incisão do freio lingual para que ocorra a sua liberação Frenotomia X Frenectomia Remoção total desse freio É o procedimento cirúrgico escolhido para realizar em neonatos ou bebês de até mais ou menos um ano de idade É indicada para crianças mais velhas, na qual o freio se apresenta grande e volumoso Caso clínico Paciente: gênero feminino, 2 anos de idade, raça branca. Mãe relatou complicação por parte da criança para se alimentar e alteração na pronúncia de certas palavras, além de anterior dificuldade durante o aleitamento materno em virtude de não conseguir segurar o mamilo ao longo da amamentação. Caso clínico O exame clínico intraoral evidenciou freio lingual curto e com inserção próxima à ponta da língua que limitava a amplitude de movimentos da língua. Em decorrência disso, a paciente apresentava dificuldade na fala associada à limitação dos movimentos linguais. Caso clínico Recomendou-se como tratamento frenectomia. Caso clínico Passados sete dias da intervenção cirúrgica, a paciente foi reexaminada e a área operada já estava em processo de cicatrização. Nesse período a função da língua foi avaliada e se observou melhoria na capacidade de movimentação. O fato sugeriu um excelente prognóstico para o caso. Há diferentes opiniões com relação a seu correto diagnóstico, suas implicações na vida do recém-nascido, principalmente se tratando de amamentação e se a indicação do tratamento é realmente pertinente. Conclusão O diagnóstico e tratamento devem ser realizados de maneira correta, com o objetivo de obter maiores chances de melhor qualidade de vida do neonato e da mãe, especialmente no período de amamentação e posteriormente durante o desenvolvimento da fala e toda a vida da criança. ARAÚJO, Larissa Miranda; PINCHEMEL, Edite Novais Borges. Indicações Terapêuticas para freio lingual em recém-nascidos–Protocolo/Teste da Linguinha: Revisão de Literatura/Therapeutic indications for tongue frenulum in newborns–Protocol/TongueTest: Literature Review. ID on line REVISTA DE PSICOLOGIA, v. 14, n. 52, p. 564-578, 2020. COSTA, Esdras Fabrício dos Santos. Frenectomia lingual em neonatos: quando realizar? Uma revisão de literatura. 2020. DA CM ARAUJO, Maria et al. Evaluation of the lingual frenulum in newborns using two protocols and its association with breastfeeding. Jornal de pediatria, v. 96, n. 3, p. 379-385, 2020. DE OLIVEIRA MELO, Norma Suely Falcão et al. Anquiloglossia: relato de caso. RSBO Revista Sul- Brasileira de Odontologia, v. 8, n. 1, p. 102-107, 2011. Referências
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