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1 ECG Eduarda Michelin ATM 2024.2 ELETROCARDIOGRAMA (ECGS) É O REGISTRO DA ATIVIDADE ELÉTRICA DE TODO O CORAÇÃO. Ele representa a soma da atividade elétrica de todas as células analisadas. Pode dar a noção, também, de que uma área específica do coração está alterada. Cada onda é a representação da mudança de voltagem de uma área específica do coração. ECG X POTENCIAL DE AÇÃO O potencial de ação ventricular é registrado a partir de uma única célula, usando um eletrodo intracelular. Fora o traçado do gráfico, a diferença entre os dois gráficos é a voltagem → a voltagem em uma célula é muito maior do que o registro de um ECG, já que o eletrodo que capta essa voltagem está dentro da célula. O eletrodo para a captação da voltagem do ECG, por outro lado, está longe do coração, captando, consequentemente, uma amplitude da atividade elétrica menor, visto que a voltagem pode ser perdida ao longo do trajeto. Exemplo: indivíduos obesos tem um ECG de amplitude menor já que a gordura atua como “isolante”. Um ECG não é a mesma coisa que um único potencial de ação. Um potencial de ação é um evento elétrico em uma única célula, registrado por um eletrodo intracelular. O ECG é um registro extracelular que representa a soma de múltiplos potenciais de ação ocorrendo em muitas células musculares cardíacas. Além disso, as amplitudes do potencial de ação e do registro do ECG são muito diferentes. O potencial de ação ventricular tem uma variação de voltagem de 110 mV, por exemplo, mas o sinal do ECG tem uma amplitude de somente 1 mV no momento em que ele atinge a superfície do corpo. 2 ECG Eduarda Michelin ATM 2024.2 As ondas de despolarização e repolarização coincidem com as ondas do ECG; as ondas do ECG coincidem com os eventos de polarização do coração. Ou seja, qualquer oscilação na linha de base é uma representação de uma despolarização ou de uma repolarização. A linha de base é uma linha isoelétrica. A não alteração dessa linha (linha reta) é a representação de que não há mais a mudança de voltagem, que as células não estão mais funcionando. CÉLULA ATIVA X CÉLULA EM REPOUSO → DIPOLO REPOUSO = - ATIVA = + A carga externa é contrária a carga interna da célula. A medida que a célula fica positiva em seu interior, se despolarizando, a carga externa também se modifica. Em um determinado momento, fica uma carga negativa e uma carga positiva lado a lado, criando um vetor, que é o dipolo – o vetor sempre aponta para o lado positivo, que é o sentido da despolarização na célula (do negativo para o positivo) -. Quando se tem um dipolo, portanto, significa que se tem um potencial de ação. Esse dipolo começa, em determinado momento, a ser percebido na superfície → O ELETRODO ESTÁ REGISTRANDO UMA OSCILAÇÃO, QUE É NA VERDADE A REPRESENTAÇÃO DE UMA ÁREA ONDE SE TEM UM DIPOLO – DE UM LADO A CARGA POSITIVA E DE UM LADO A CARGA NEGATIVA -. Se não tem atividade elétrica, o eletrodo não consegue perceber nada. ONDA → sai da linha de base e retorna para a linha de base; SEGMENTO → intervalo isoelétrico entre o final de uma onda e o início de outra onda; INTERVALO → marca o início de uma onda até o início de outra onda = segmento + onda. 3 ECG Eduarda Michelin ATM 2024.2 ONDAS SÃO TRÊS GRANDES ONDAS: A ONDA P, O COMPLEXO QRS E A ONDA T – EM ORDEM -. A ONDA P REPRESENTA A DESPOLARIZAÇÃO ATRIAL – associada a contração atrial. O complexo QRS, bem mais proeminente do que a onda P, também é um evento cardíaco importante. O COMPLEXO QRS CORRESPONDE A DESPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR – associado a contração ventricular. JUNTO DESSE COMPLEXO, HÁ TAMBÉM A REPOLARIZAÇÃO DOS ÁTRIOS. O complexo QRS é maior justamente por representar a despolarização ventricular que, por os ventrículos terem maior massa e, consequentemente, maior número de células, tem uma maior carga elétrica/diferença elétrica. Além disso, é grande por representar dois eventos, ou seja, a despolarização ventricular e a repolarização atrial. A ONDA T REPRESENTA A REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR – continuação da contração ventricular. 4 ECG Eduarda Michelin ATM 2024.2 DERIVAÇÕES São o registro da diferença de potencial elétrico entre dois pontos. As derivações de um ECG fornecem “visões” elétricas diferentes e dão informações sobre diferentes regiões do coração. As derivações não devem ser analisadas separadamente, mas sim em todo o conjunto do eletrocardiograma, pois CADA DERIVAÇÃO É UMA VISÃO DIFERENTE DA MESMA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA. São 12 derivações, ou seja, são 12 observadores, 12 formas diferentes de ver o coração. Cada derivação registra uma atividade em uma parte específica do coração, a parte que atravessa. O vetor médio sai partindo do nodo AV, considerando o coração com uma inclinação média de 60º. Esse vetor é construído a partir das derivações. Tem um espectro limítrofe de inclinação. O vetor médio é, portanto, a soma de todos os vetores decorrentes da despolarização, a soma dos potenciais de ação das derivações no eletrocardiograma. SIMILE DO ÔNIBUS: Imagine um ônibus colocado no meio de um edifício industrial. Este edifício tem 12 janelas, através das quais as pessoas de fora podem ver o ônibus. Se tirássemos uma foto do ônibus desde cada janela, teríamos 12 imagens diferentes, mas todas do mesmo ônibus. Algo semelhante são as derivações do eletrocardiograma. Cada derivação é uma "imagem" diferente da atividade eléctrica do coração. PONTOS: P: sobe indicando o início da despolarização e desce indo em direção ao ápice do coração; Nó AV: segura a onda para que o átrio e o ventrículo não contraiam juntos e que o ventrículo consiga se encher completamente; Q: em um primeiro momento, parece estar se afastando do ponto de referência. Faz uma pequena subida saindo do nó AV, o que indica essa onda negativa. Às vezes não aparece essa onda, visto que diferentes angulações do coração podem “inibir” a existência dessa subida, ou seja, diferentes angulações do coração fazem com que o coração perca essa pequena subida e, assim, a onda Q. R: se aproxima do ponto de referência e, por isso, é positiva e alta; S: “retorna”, feixe de Hiss, em direção aos átrios, se afastando do ponto de referência. 5 ECG Eduarda Michelin ATM 2024.2 DERIVAÇÕES PERIFÉRICAS – PLANO FRONTAL Se denominam derivações periféricas as derivações do ECG obtidas a partir dos eletrodos colocados nos membros. Estas derivações fornecem dados eletrocardiográficos do PLANO FRONTAL (não proporcionam dados sobre potenciais dirigidos para a frente ou para trás). Existem dois tipos de derivações periféricas: as derivações bipolares, ou de Einthoven, e as derivações unipolares aumentadas. D1, D2 E D3 – DERIVAÇÕES BIPOLARES DOS MEMBROS São as derivações clássicas. Registram a diferença de potencial entre dois eletrodos localizados em diferentes membros. D1: diferença de potencial entre o braço direito e o braço esquerdo. O vetor é em direção de 0º D2: diferença de potencial entre o braço direito e a perna esquerda. O vetor é em direção de 60º. É o que mais consegue ver a atividade do coração, devido a sua posição – tem um complexo QRS maior -. D3: diferença de potencial entre o braço esquerdo e a perna esquerda. O vetor é em direção de 120º. Triângulo e lei de Einthoven: As três derivações bipolares formam o triângulo de Einthoven (inventor do eletrocardiograma).Estas derivações mantêm uma proporção matemática refletida na lei de Einthoven, que diz: D2=D1+D3. 6 ECG Eduarda Michelin ATM 2024.2 Cada quadradinho do ECG tem um milímetro. Para passar para a derivação, sempre se pega os valores do complexo QRS de duas derivações a partir da linha de base e se passa para o triângulo das derivações. A soma dos vetores é o vetor cardíaco médio do coração. D2 tem uma amplitude maior por ele conseguir ver o que de fato está ocorrendo com a despolarização do coração. Qualquer observador que se afastar do sentido usual da propagação do coração, tem uma amplitude menor. O D3 se afasta muito, logo, tem uma amplitude menor. AVR, AVL E AVF – DERIVAÇÕES UNIPOLARES AUMENTADAS DOS MEMBROS As derivações periféricas unipolares, registram a diferença de potencial entre um ponto teórico no centro do triângulo de Einthoven, com um valor de 0, e os eletrodos em cada extremidade. aVR (direita): potencial absoluto do braço direito. O vetor é em direção de -150º. É normal estar negativo. aVL (esquerda): potencial absoluto do braço esquerdo. O vetor é em direção de -30º. aVF (pé): potencial absoluto da perna esquerda. O vetor é em direção de 90º. A SOMA DESSAS TRÊS DERIVAÇÕES COM AS TRÊS ANTERIORES FORMA A “ROSA DOS VENTOS”. DERIVAÇÕES PRECORDIAIS - PLANO HORIZONTAL As derivações precordiais do eletrocardiograma são seis, NO TÓRAX. São derivações unipolares e registram o potencial do ponto em que o elétrodo de mesmo nome é posicionado. As derivações são denominadas com uma letra V maiúscula e um número de 1 a 6. São as melhores derivações do ECG para determinar alterações do ventrículo esquerdo, especialmente das paredes anterior e posterior. No eletrocardiograma normal, os complexos QRS são predominantemente negativos nas derivações V1 e V2 – parecidas com aVR - e predominantemente positivo nas derivações V4, V5 e V6. DERIVAÇÕES PRECORDIAIS V1: esta derivação do eletrocardiograma registra os potenciais dos átrios, de uma parte do septo interventricular e da parede anterior do ventrículo direito. V2: esta derivação precordial está acima da parede do ventrículo direito. https://pt.my-ekg.com/generalidades-ecg/eletrodos-ecg.html 7 ECG Eduarda Michelin ATM 2024.2 V3: derivação de transição entre os potenciais esquerdos e direitos do ECG. O eletrodo é localizado sobre o septo interventricular. V4: o eletrodo desta derivação está localizado no ápice do ventrículo esquerdo, onde a espessura é maior. V5 e V6: estas derivações estão localizadas no miocárdio ventricular esquerdo, cuja espessura é menor do que em V4. FREQUENCIA CARDÍACA Em um minuto se tem 1.500 quadradinhos e 300 quadradões. Se conta de um complexo QRS a outro complexo QRS. Frequência cardíaca = 1500 Quadradinhos ou 300 Quadradões Fibrilação = contrações que não estão organizadas. Leva a morte das células cardíacas, já que vai ocorrer irrigação incorreta. Com o choque = hiperpolarização geral do coração. Deixa muito mais abaixo de zero.
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