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Ap Gestao de Contratos e Convenios sala 664

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Núcleo de Educação a Distância
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Gestão de Contratos e Convênios
SEMESTRE 2
	
Créditos e Copyright.
OLIVEIRA, Reynaldo Martinez.
Gestão de Contratos e Convênios. Reynaldo Martinez de Oliveira. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2014. 100p. (Material didático. Curso de Tecnologia em Gestão Pública).
Modo de acesso: www.unimes.br
1. Ensino a distância. 2. Tecnologia em Gestão Pública. 3. Gestão de Contratos e Convênios. 
CDD 350			ID 664
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, COMERCIAIS, CONTÁBEIS E ECONÔMICAS
PLANO DE ENSINO
CURSO:  Tecnologia em Gestão Pública
ANO: 2019
COMPONENTE CURRICULAR: Gestão de contratos e convênios
PROFESSOR: Tatiana Schmitz de Almeida Lopes
SEMESTRE: 2º Semestre
CARGA HORÁRIA TOTAL:   80  horas
EMENTA:
Introduzir o aluno no campo legal e cotidiano da Gestão de contratos e convênios, apresentando conceitos e as várias abordagens da disciplina. Envolvendo o estudo e compreensão dos princípios e legislação pertinente, as práticas do gestor público frente à aplicabilidade desses contratos e convênios, bem como suas responsabilidades.
OBJETIVO GERAL:
Proporcionar aos acadêmicos, habilidades para correlacionar e compreender o conceito de gestão aplicada aos contratos com a administração pública e convênios, seus princípios como norteadores das ações que diferenciam um bom profissional. Favorecer a reflexão sobre as legislações aplicadas e prática do gestor. Apresentar as funções do gestor do contrato. Acompanhamento e controle do contrato. Avaliação dos resultados e dos impactos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Unidade 1 – Noções básicas de Direito Administrativo, licitação e contratos. Fundamentos legais dos Contratos administrativos e Convênios – proporcionar aos discentes habilidades de compreender o funcionamento e as regras aplicáveis aos contratos, contratos administrativos e convênios, bem como seus princípios norteadores
Unidade 2 – Fiscalização dos Contratos administrativos e convênios - Proporcionar aos acadêmicos refletir sobre o comportamento ético dos envolvidos na contratação, bem como os fundamentos legais da fiscalização dos contratos e convênios. Entender a prestação de contas nos convênios com a administração pública.
Unidade 3 – Alteração, inexecução e Rescisão contratual – Apresentar aos discentes as implicações e regras legais aplicáveis nas alterações, inexecuções e rescisão contratual por via amigável e judicial tratadas na Lei de licitações.
Unidade 4 – Liquidação e pagamento. Responsabilidade do gestor e fiscal do contrato – Apresentar aos alunos formas de liquidação e pagamento nos contratos administrativos. Informar as diferenças entre as atribuições do gestor e do fiscal de contratos e suas responsabilidades frente aos instrumentos administrativos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
· Aula inaugural e legislação específica.
· Lei de licitações – Noções básicas
· Princípios e definições * Ambiental [transversalidade]
· Licitações modalidades e limites
· Dispensa e inexigibilidade de licitações
· Habilitação no processo licitatório.
· Procedimento do certame licitatório.
· Julgamento, homologação e adjudicação no procedimento licitatório.
· Anulação e Revogação do Procedimento. Recursos Administrativos e Vias Judiciais.
· Pregão e sua forma eletrônica.
· Contratos - Noções básicas.
· Contratos administrativos I, II e III
· Concessão e Permissão de serviço público.
· Equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos.
· Convênios e Repasses - Noções Básicas.
· Diferenças entre contratos administrativos e convênios.
· Contratos - Fiscalização e Fundamentos legais.
· Contratos - Fiscalização e Acompanhamento.
· Contratos - Fiscalização e obrigações trabalhistas.
· Contratos: Fiscalização - Obrigações e Súmulas trabalhistas.
· Convênios: Fiscalização - Noções gerais.
· Convênios: Fiscalização e Acompanhamento.
· Convênios: Prestação de Contas.
· Alteração Contratual.
· Inexecução Contratual.
· Rescisão contratual I e II
· Liquidação e Pagamento.
· Gestor e Fiscal do contrato - Diferenças.
· Responsabilização do fiscal do contrato.
  (*) Conteúdo que contempla transversalidade.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
ABRAHÃO, Anderson Jamil (org.). Legislação de direito administrativo. São Paulo: Rideel, 2016. (Pearson-19-02-19)
FRANÇA. Maria Adelaide de Campos. Comentários a Lei de licitações e contratos da Administração Pública. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502201118. Acesso em: 19 fev. 2019.
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Administração Pública – Tomo II. 13ª ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017. (Pearson-19-02-19)
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
BITTENCOURT, Sidney. Contratos administrativos para provas, concursos e agentes públicos. Rio de Janeiro:Freitas Bastos, 2011. (Pearson-19-02-19)
HACK. Érico. Noções de Direito administrativo e tributário. 2ª ed. Curitiba: Intersaberes, 2017. (Pearson-19-02-19)
JUNGSTEDT,Luiz Oliveira Castro. Legislação Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. (Pearson-19-02-19)
MADEIRO, Pinheiro José Maria; MELLO, Cleyson de Moraes Mello. Lei 8666 de 21 de junho de 1993. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014. (Pearson-19-02-19)
SILVA, Lauri Romário. Direito administrativo I. Caxias do Sul, RS: Educs, 2013. (Pearson-19-02-19)
METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio de recursos didáticos, como: material em formato de texto, videoaulas, fóruns e atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas, envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo ensino/aprendizagem.
AVALIAÇÃO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
Sumário
Aula 01_Aula Inaugural e Legislação	10
Aula 02_Noções Básicas	14
Aula 03_Princípios e Definições	18
Aula 04_Licitação - modalidades e limites.	23
Aula 05_Dispensa e inexigibilidade de licitação.	28
Aula 06_A habilitação no procedimento licitatório.	32
Aula 07 - Os Procedimentos do Certame Licitatório	36
Aula 08_Julgamento, Homologação e Adjudicação no Procedimento Licitatório.	40
Aula 09_Anulação e Revogação do Procedimento. Recursos Administrativos e Vias Judiciais	43
Aula 10_Pregão e sua forma eletrônica.	46
Aula 11_Contratos – Noções Básicas	50
AULA _12 - Contratos Administrativos – Parte I	54
Aula 13_Contratos administrativos – Parte II	60
Aula 14_Contratos Administrativos – Parte II	63
Aula 15_Concessão e Permissão de serviço público	68
Aula 16 - Equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos.	72
Aula 17_Convênios e Repasses – Noções Básicas	74
Aula 18_ Diferenças: Contratos Administrativos x Convênio	79
Aula 19_Contratos: Fiscalização – Fundamentos Legais	83
Aula 20_Contratos: Fiscalização – Acompanhamento	88
Aula 21_Contratos: Fiscalização – Obrigações Trabalhistas	92
Aula 22_Contratos: Fiscalização – Obrigações e Súmulas Trabalhistas	97
Aula 23_Convênios: Fiscalização – Noções Gerais	101
Aula 24 - Convênios: Fiscalização e Acompanhamento	106
Aula 25_Convênios: Prestação de Contas	111
Aula 26_Alteração Contratual	116
Aula 27_Inexecução Contratual	120
Aula 28_Rescisão Contratual – Parte I	125
Aula 29_Rescisão Contratual – Parte II	130
Aula 30_Liquidação e Pagamento	133
Aula 31_Temática: Gestor e Fiscal do Contrato – Diferenças.	136
Aula 31_Temática: Gestor e Fiscal do Contrato – Diferenças.	139
Exercícios de Fixação	142
Aula 01_Aula Inaugural e Legislação
Esta aula será dedicadaa dar uma visão geral sobre o conteúdo do componente curricular e a legislação aplicável e vigente sobre o assunto.
CONTEÚDO
O componente curricular tem como seu objetivo apresentar a lei de licitações e os princípios básicos que norteiam os contratos, convênios e repasses da administração pública.
Também será abordada a fiscalização: fundamento legal, designação, modalidades e procedimentos e também gestor do contrato.
O acompanhamento, o pagamento, a rescisão e a inexecução dos contratos e as penalidades aplicáveis à matéria, também serão abordadas aqui. 
O curso será desenvolvido em 04 (quatro) unidades. 
Unidade 1 – Nessa unidade, serão abordadas as noções básicas de Direito Administrativo e noções gerais de licitação e dos instrumentos de contrato e convênio. Serão abordadas as diferenças entre eles, as suas características e cláusulas.
Unidades 2 – Aqui veremos e abordaremos o acompanhamento e a fiscalização dos instrumentos contratuais.
Unidade 3 – A unidade trará em seu corpo a inexecução e a rescisão dos instrumentos e as penalidades cabíveis diante de cada situação.
Unidade 4 – Tratará essa unidade da gestão dos instrumentos contratuais, nos mais diversos aspectos.
LEGISLAÇÃO
A seguir relacionamos a legislação aplicável ao assunto e estão disponíveis no site:  http://www.planalto.gov.br e http://www.comprasnet.gov.br
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 – Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 – Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002 – Dispõe sobre o Cadastro Informativo dos créditos não quitados de órgãos e entidades federais e dá outras providências.
Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010 – Dispõe sobre as normas gerais para licitação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda e dá outras providências.
Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
 Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 – Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 – Dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências.
Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 – Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 – Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nºs 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999.
Decreto nº 2.271, de 7 de julho de 1997 – Dispõe sobre a contratação de serviços pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências.
Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000 – Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns.
Decreto nº 7892, de 23 de janeiro de 2013 – Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e dá outras providências.
Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005 – Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
Decreto nº 5.504, de 5 de agosto de 2005 – Estabelece a exigência de utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou privados, nas contratações de bens e serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências voluntárias de recursos públicos da União, decorrentes de convênios ou instrumentos congêneres, ou consórcios públicos.
Decreto nº 7.174, de 12 de maio de 2010 – Regulamenta a contratação de bens e serviços de informática e automação pela administração pública federal, direta ou indireta, pelas fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e pelas demais organizações sob o controle direto ou indireto da União.
Portaria Normativa MPOG/SLTI Nº 80, de 22 de janeiro de 2016 – Dispõe sobre os procedimentos gerais para utilização dos serviços de protocolo, no âmbito da Administração Pública Federal, para os órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG.
Instrução Normativa nº 02, de 11 de outubro de 2010 – Estabelece normas para o funcionamento do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF no âmbito dos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG. 
Instrução Normativa SRF nº 1234, de 11 de janeiro de 2012 – Dispõe sobre a retenção de tributos e contribuições nos pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas que menciona a outras pessoas jurídicas pelo fornecimento de bens e serviços.
 Instrução Normativa MPS/ SRP nº 1238, de 11 de janeiro de 2012 – Dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais administradas pela Secretaria da Receita Previdenciária - SRP e dá outras providências.
Instrução Normativa nº 4, de 11 de setembro de 2014 com alterações dadas pela Instrução Normativa nº 02, de 02 de janeiro de 2015  – Dispõe sobre o processo de contratação de serviços de tecnologia da informação pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Instrução Normativa MPOG/SLTI nº 01, de 19 de janeiro de 2010 – Dispõe sobre os critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências.
 Instrução Normativa MPOG/SLTI nº 01, de 19 de janeiro de 2010 – Altera as Leis nos 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.958, de 20 de dezembro de 1994, e 10.973, de 2 de dezembro de 2004, e revoga o § 1o do art. 2o da Lei no 11.273, de fevereiro de 2006. 
Nesta aula, você conheceu o conteúdo programático e a legislação aplicável ao assunto que formam  o componente curricular. 
Até a próxima aula. 
Aula 02_Noções Básicas
Olá, seja bem-vindo!
Nesta aula vamos estudar o instrumento da licitação em seus variados aspectos, analisando seu objeto, sua finalidade, seus princípios, as diversas modalidades de licitação, bem como seu procedimento.
Inicialmente, destaque-se que buscamos apenas apresentar uma visão geral desse instituto jurídico-administrativo, adequada ao estudante de Gestão Pública. Assim, sugerimos que você, aluno, aprofunde-se no tema conforme sua necessidade.
Vamos começar?
A Administração Pública tem por finalidade a satisfação das necessidades coletivas, devendo sempre agir em busca do bem comum, nos interesses do próprio conjunto social administrado. 
Para tanto, em sua atividade de gestão dos interesses da sociedade, a Administração precisa realizar obras e serviços públicos, adquirir e alienar bens, de forma a desempenhar os objetivos definidos pelo Poder Público. Consequentemente, tem a necessidade de firmar contratos que viabilizem a execução dos citados serviços.
Contudo, ao contrário do particular, que tem ampla liberdade para contratar dentro dos limites legais, a Administração só pode fazê-lo mediante o prévio cumprimento de rigoroso processo, nos termos estritamente dispostos na legislação específica. Tal procedimento é chamadode licitação.
 A licitação é prevista pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, XXI, que regulamenta a Administração Pública direta e indireta, e dispõe:
Art. 37. (...) 
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.1
Logo, verifica-se que qualquer execução de serviço ou obra dependerá, em regra, de um contrato administrativo, que por sua vez, depende de um processo licitatório.
Vale destacar o ensinamento do Prof. Hely Lopes Meirelles:
 A licitação é o antecedente necessário do contrato administrativo; o contrato é o consequente lógico da licitação. A licitação é o procedimento administrativo preparatório do contrato; é condição para sua formalização. Pela licitação se seleciona a melhor proposta; pelo contrato se vinculam as partes para a consecução de seu objetivo.  Os vínculos contratuais não nascem da licitação, mas são preparados por esta para a celebração do ajuste. O procedimento da licitação tem fases e atos específicos; o contrato administrativo tem características próprias e cláusulas essenciais irrelegáveis às partes.2
A licitação é, portanto, o procedimento preliminar à celebração do contrato administrativo. Ressalte-se, entretanto, que a licitação não garante a efetiva execução do contrato, tratando-se apenas de processo seletivo para a escolha da melhor proposta à obra ou serviço.
Ressalte-se que o referido instituto somente passou a ser regulamentado de forma sistemática a partir de 1967, com o advento do Decreto-lei 2003, que, em seus artigos 125 a 144, estabeleceu normas gerais para o procedimento, e dispôs acerca de suas modalidades: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão, as quais estudaremos mais adiante.
Tal diploma legal representou uma grande evolução no tocante ao processo licitatório, pois até então o mesmo obedecia ao disposto no Código da Contabilidade Pública da União e no seu Regulamento, nenhum dos quais, contudo, tratava especificamente de licitação.
 Atualmente, a licitação é regida pela Lei 8.666, de 21/06/1993 (com posteriores alterações), e sua aplicação se dá a todos os órgão da Administração direta, além dos fundos especiais, autarquias, fundações e empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades controladas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de forma direta ou indireta.4
 Feitas essas considerações gerais, veremos na próxima aula o conceito de licitação e os princípios que norteiam o procedimento. 
Até lá!
_
 1 BRASIL, Constituição Federal. 1988. Artigo 37, inciso XXI. Disponível em: www. planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm
2 EIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 15ª edição. São Paulo: Ed. Malheiros, 2010, p.27. 
3 BRASIL. Decreto-Lei 200 de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0200.htm
4 BRASIL, Senado Federal. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 – Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Art. 1º, Parágrafo único. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm.
Aula 03_Princípios e Definições
Olá! Na aula de hoje vamos analisar os princípios aplicáveis à licitação.
Conforme verificamos na aula passada, a licitação é um procedimento preliminar obrigatório à formalização dos contratos administrativos em geral. Mas essa definição pode ser melhorada. Senão vejamos!
Trata-se de um processo seletivo, desenvolvido nos termos previamente estabelecidos pela Administração Pública, que busca abrir concorrência entre os interessados, de forma a se escolher a proposta que melhor atenda ao interesse público, ou seja, ao bem comum. Depende, necessariamente, do regular cumprimento de todos os seus atos vinculados, sob pena de nulidade do procedimento.
Podemos simplificar tal conceito, destacando os seguintes pontos principais:
· É um processo seletivo promovido pela Administração Pública; 
· É condição à compra de materiais, alienação de bens, e à execução de obras e serviços; 
· Implica em concorrência entre os candidatos, garantindo-lhes iguais condições; 
· Busca escolher, dentre as opções, a proposta mais vantajosa ao interesse público; 
· Está vinculada a procedimento específico, cujo regular cumprimento é imperativo, sob pena de nulidade; 
· Pressupõe a eventual realização de um contrato administrativo;
 Assim, mediante o procedimento da licitação, o Poder Público dá a todos os interessados a possibilidade de formularem propostas em busca da realização do negócio de interesse da Administração. Para tanto, os particulares devem atender às condições determinadas no instrumento de convocação, e após a execução de todos os atos vinculados do processo, será selecionada para o contrato a proposta que melhor se adequar aos interesses públicos.
Bom, agora que já temos a definição pormenorizada de licitação, passemos ao estudo dos princípios que regem o procedimento.
 Além dos princípios gerais do Direito Administrativo, a licitação está sujeita a outros princípios específicos, que caracterizam o procedimento e lhe garantem validade. Estão eles dispostos no artigo 3º da Lei 8.666/93, que regulamenta o processo.
 A doutrina reconhece ainda os princípios do procedimento formal, sigilo na apresentação das propostas, e da adjudicação compulsória ao vencedor, identificados em outros artigos da referida lei, conforme veremos adiante.
1.  Princípio da legalidade
 O princípio da legalidade dispõe que a vontade da Administração emana da lei, de forma que o ente administrativo deve agir somente em decorrência de autorização legal. Assim, todo o processo licitatório deverá ser realizado em fiel observância do disposto na lei.
2.  Princípio da impessoalidade
 O princípio da impessoalidade significa exatamente o que o nome propõe: no procedimento da licitação, o ente administrativo deve agir com neutralidade e objetividade perante os candidatos, evitando quaisquer favoritismos ou perseguições pessoais.
3.  Princípio da moralidade
  A moralidade determina que o processo licitatório não deve ocorrer em simples cumprimento da lei, mas também de forma ética, impondo-se um comportamento honesto tanto para a Administração Pública quanto para os candidatos licitantes. A moralidade por vezes se confunde com outro princípio, o da probidade administrativa.
4.  Princípio da probidade administrativa
 A probidade administrativa é imposição constitucional, e seu descumprimento pode acarretar na suspensão de direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade de bens, ressarcimento ao erário, bem como na propositura de uma ação penal, conforme disposto no §4º do artigo 37 da Constituição.
Entende-se que a probidade constitui uma vertente da moralidade administrativa, consistindo no dever de o agente administrativo exercer sua função sem se aproveitar dos poderes e facilidades que dela possam decorrer, nem favorecer a outrem.
5.  Princípio da igualdade entre os licitantes
 O princípio da igualdade entre os licitantes representa um dos mais importantes para o processo licitatório, pois é a tradução da isonomia existente na concorrência. Afinal, não há competição justa quando ocorre discriminação entre os candidatos.  Logo, o princípio da igualdade proíbe a existência de condição que restrinja a competitividade do certame. Ou seja, veda que candidatos igualmente qualificados sejam tratados desigualmente em decorrência de critérios subjetivos,com favorecimento de uns e prejuízo de outros, mediante cláusula discriminatória ou julgamento tendencioso.
6.  Princípio da publicidade
 Impõe que todos os atos do procedimento sejam efetivamente divulgados e levados a conhecimento de quaisquer interessados, de forma que estes possam inclusive impugná-los.
  7.  Princípio da vinculação ao instrumento convocatório
 Também chamado de princípio da vinculação ao edital, restringe a Administração aos termos previamente estabelecidos no instrumento de convocação da licitação, vez que este já fixou seu objeto de forma precisa e elencou os deveres e as garantias das partes interessadas.
 Em outras palavras, uma vez estabelecidas, as regras da licitação obrigam tanto a Administração quanto os participantes, durante todo o procedimento, seja no tocante às propostas, à documentação, ou ao julgamento do certame.
8.  Princípio do sigilo na apresentação das propostas
 O princípio do sigilo na apresentação das propostas está previsto no § 3º do artigo 3º da Lei 8.666/93, e é extremamente importante na manutenção do caráter competitivo da licitação e na garantia da igualdade entre os concorrentes. Afinal, se as propostas fossem conhecidas antes do momento adequado, poderia ocorrer, mesmo que inadvertidamente, um prejulgamento por parte do órgão licitador.
 Além disso, é evidente que se um dos licitantes pudesse conhecer da proposta de seu adversário antes de apresentar a própria, obteria uma vantagem injusta, podendo adequar a sua de forma a se sobrepor às demais.
  9.  Princípio do procedimento formal A formalidade do procedimento está prevista no artigo 4º da Lei 8.666/93 e significa que a licitação está sujeita a uma forma específica. Impõe, em síntese, que o processo da licitação deve respeitar os preceitos dispostos na legislação que o regulamenta, obedecendo estritamente a todos os seus atos e fases. Trata-se de requisito indispensável à validade jurídica do procedimento.
  10. Princípio do julgamento objetivo
 Esse princípio propõe que a decisão da licitação seja feita sem a influência de subjetivismos ou impressões do julgador, o qual deve se ater unicamente aos fatores concretos expostos na proposta e no edital. Assim, o poder discricionário da Administração Pública resta limitado pelo estabelecido no edital, de forma que a decisão do processo é feita com base nos critérios estipulados no instrumento convocatório, em confronto com a oferta dos proponentes.
 
 11. Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor
Impõe que, com o término do procedimento licitatório, nasce para quem ficou em primeiro lugar o direito à adjudicação obrigatória de seu objeto, ou seja, o objeto da disputa deverá ser atribuído ao vencedor do certame.
 Observe-se, todavia, que o direito do vencedor está limitado à adjudicação, ou seja, à atribuição do objeto da licitação, e não ao contrato propriamente dito. Isso significa que o vencedor do procedimento tem apenas a expectativa do direito de contratar, e não o direito adquirido, pois mesmo após todo o processo seletivo, é garantida à Administração a prerrogativa de anular o procedimento licitatório ou adiar a contratação quando houver justa razão para tal conduta, entendendo-se por justa razão algum motivo de interesse público.
 Com isso encerramos, enfim, o estudo dos princípios da licitação.
Boa semana!
Aula 04_Licitação - modalidades e limites.
Hoje, nós analisaremos as modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão. Vejamos!
Inicialmente, a legislação brasileira previa somente as cinco modalidades de licitação constantes do artigo 22, da Lei 8.666/93: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão, estando vedada a criação de outra modalidade, e a utilização combinada das existentes.
Contudo, a Medida Provisória nº 2.026, de 04/05/2000, posteriormente convertida na Lei 10.520/02, trouxe ao nosso sistema mais uma forma de licitação, chamada pregão, a ser aplicada em todas as esferas da Administração, e sujeita, no que couber, às disposições da Lei 8.666/93.
A utilização de uma modalidade de licitação em detrimento de outra é escolhida, de forma geral, em função do valor estimado da contratação, ou seja, da quantia envolvida na relação jurídica que se formará entre a Administração e o particular. Para tanto, deve-se observar as limitações expostas no artigo 23 da referida Lei. Isto posto, passemos então à caracterização de cada modalidade.
1.  Concorrência
“É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.”1  Em outras palavras, podemos afirmar que a concorrência é a modalidade licitatória que assegura a participação de qualquer interessado  que satisfaça as exigências contidas no edital, mediante ampla publicidade.
Essas são, portanto, suas características principais: a universalidade na concorrência e a ampla publicidade. A primeira é garantida pela possibilidade de participação irrestrita de qualquer licitante.  A segunda é obtida por meio da publicação do aviso do edital, ao menos uma vez, no Diário Oficial da União, Estado ou Município (dependendo da esfera de atuação da entidade promotora da licitação), ou em jornal de grande circulação do Estado ou Município onde será realizado o objeto da licitação. É ainda facultada, à Administração, a utilização de outras formas de divulgação, que ampliem o âmbito da concorrência.
 Destaque-se que a referida publicação deve ser feita com no mínimo 30 dias de antecedência, nos termos do artigo 21, §2º, havendo ressalva para a concorrência de “melhor técnica” ou “técnica e preço”, ou contrato de empreitada integral, quando o prazo será de 45 dias.
 
A concorrência é modalidade genérica de licitação, sendo autorizada em qualquer caso, conforme art. 23, § 3º. É, contudo, obrigatória para:
a)    Obras e serviços de engenharia com valor acima de R$ 3.300,00 milhões (art. 23, I), atualizado pelo Poder Executivo;
b)    Compras e outros serviços com valor acima de R$1.430.000,00 (art. 23, II), 
c)    Compra ou alienação de imóvel, independentemente do valor, ressalvada a hipótese de leilão para imóveis adquiridos em razão de processo judicial ou dação em pagamento (art. 23, §3º);
d)    Concessão de direito real de uso (art. 23, §3º);
e)    Licitação internacional, observada a possibilidade de utilização do convite e da tomada de preços (art. 23, §3º);
f)     Registro de preços (art. 15, §3º).
 2.  Tomada de preços
É a modalidade que admite apenas a participação dos licitantes que atendam às qualificações exigidas e tenham sido previamente cadastrados perante a entidade promotora do certame. O artigo 22, §2º da Lei 8.666/93 autoriza, contudo, o cadastramento dos interessados que preencham as condições necessárias, até três dias antes da entrega das propostas.
 Quando cadastrado, o interessado obtém um certificado de registro cadastral, no qual consta a categoria em que se enquadra, decorrente de sua especialização, e o grupo do qual faz parte, em vista da qualificação técnica e econômica.2  A tomada de preços também exige a publicação do aviso do edital, com prazo mínimo de 15 dias. Será de 30 dias, no entanto, quando se tratar de licitação do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”.
A legislação determina a utilização dessa modalidade para:
a)    Obras e serviços de engenharia de valor até R$ 3.300.000,00 (art. 23, I), atualizado pelo Poder Executivo, nos termos do artigo 120;
b)    Compras e outros serviços de até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais) (art. 23, II), também atualizado nos termos do artigo 120;
 Observe-se que, nos casos em que couber convite, é facultada à Administração a substituição pela tomada de preços (art. 23, §4º), assim como na hipótese de licitação internacional, quando o órgão possuir cadastro internacional de fornecedores (art. 23, §3º).
 3.  Convite
Trata-se de espécie de licitação na qual a Administração convida, pelomenos, três interessados que atuem no ramo, cadastrados ou não, para apresentarem propostas, com prazo mínimo de 5 dias.  A legislação prevê a participação de outros interessados no certame, desde que cadastrados na respectiva especialidade. Para tanto, a Administração afixa cópia do instrumento convocatório em local apropriado, possibilitando a manifestação de interesse com antecedência de até 24 horas da data da apresentação das propostas.
Ressalte-se que, mesmo não sendo atingido o número mínimo de licitantes exigido pela Lei, seja por desinteresse dos convidados ou ausência de opções no mercado, a licitação pode ser efetuada, desde que devidamente justificadas as circunstâncias, sob pena de invalidação do certame. 
 Por fim, é importante lembrar que, se existirem mais de 3 interessados no local de realização do procedimento, deverá ser convidado pelo menos mais um a cada novo convite para objeto igual ou semelhante, enquanto existirem cadastrados não convidados nos últimos processos licitatórios (art. 22, §6º).
  O convite é aplicado para:
a)    Obras e serviços de engenharia de valor até R$ 330.000,00 (art. 23, I), atualizado pelo Poder Executivo;
b)    Compras e outros serviços de valor até R$ 176.000,00 (art. 23, II), também atualizado;
  4.    Concurso
Trata-se de uma disputa, entre quaisquer interessados, que objetiva a escolha de um trabalho técnico, científico ou artístico, com instituição de prêmios ou remuneração ao vencedor (art. 22, §4º).  O concurso é divulgado mediante edital, com antecedência de no mínimo 45 dias, e possui regulamento próprio, nos termos do artigo 52 da Lei 8.666/93.
5.   Leilão
Essa modalidade permite a participação de quaisquer interessados e garante o objeto da licitação àquele que oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação do bem. O leilão se destina à venda:
a)    De bens móveis inservíveis para a Administração;
b)    De produtos apreendidos ou penhorados;
c)    De imóveis adquiridos por dação em pagamento ou em decorrência de processo judicial.
  O valor mínimo para os lances deverá estar discriminado no edital, cuja publicação será feita no mínimo 15 dias antes do evento.
 6.  Pregão
O pregão está previsto na Lei 10.520/02 e é utilizado para a aquisição bens e serviços comuns, independentemente do valor estimado da contratação. A disputa é realizada mediante propostas e lances em sessão pública.
 O diploma legal citado também prescreve a hipótese do chamado pregão eletrônico, cujo procedimento se utiliza de recursos de tecnologia da informação. Essa modalidade de pregão é regulamentada pelo Decreto 5.450/05. 
 Essas são, portanto, as modalidades de licitação. Espero que vocês tenham entendido as nuances de cada uma delas e sua aplicação no sistema brasileiro. Na próxima aula, veremos as hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação.
Boa semana!
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1 BRASIL, Senado Federal. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.Art. 22, §1º. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm.
 2 BRASIL, Senado Federal. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Art. 36. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm.
Aula 05_Dispensa e inexigibilidade de licitação.
Olá! Na aula de hoje trataremos das hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação, ou seja, situações em que a Administração está autorizada a contratar sem que ocorra o procedimento licitatório. Vamos lá?
Conforme já explicitado em linhas pretéritas, a Lei 8.666/93 prevê casos em que a realização de obras, serviços, compras e alienações prescinde de licitação, sendo esta dispensável ou inexigível.
 A inexigibilidade provém da impossibilidade jurídica de competição na contratação de determinado objeto, seja em razão de ausência de ofertantes, dada a exclusividade de produtor ou fornecedor, ou em decorrência da singularidade do bem ou serviço.
A dispensa de licitação, por outro lado, trata da prerrogativa concedida à Administração, de não realizar a licitação quando assim lhe convier. Nesse caso, a disputa é possível, contudo, por não ser compatível com os interesses do Poder Público, será dispensável.
Destaque-se que a doutrina dispõe ainda sobre uma terceira categoria, de licitaçãodispensada, em razão do disposto no artigo 17 da Lei de Licitações.
Vejamos, então, cada uma delas de forma detalhada.
1.  Licitação dispensada
Quanto a licitação dispensada, com relação aos bens imóveis, nos termos do artigo 17 da Lei 8.666/93, está a Administração dispensada do dever de licitar nas seguintes hipóteses:
a)  Dação em pagamento, permuta e investidura;
b)  Venda ou doação a outro órgão ou entidade da Administração;
c)  Legitimação de posse (nos termos do artigo 29 da Lei 6.383);
d)  Alienação onerosa ou gratuita, aforamento, concessão real de uso, locação ou permissão de imóveis de uso comercial de programas de regularização fundiária, com até 250 m², ou de imóveis residenciais destinados a programas habitacionais ou regularização fundiária;
e) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;
 No tocante aos bens móveis:
a) Venda de títulos e de ações (conforme legislação específica);
b) Venda de materiais inservíveis para outros órgãos da Administração e de bens comercializados ou fabricados pelos seus próprios entes;
c)  Permuta entre bens de diferentes órgãos administrativos;
d)  Doação, praticada no interesse público.
2. Licitação inexigível
De fato, o artigo 25 da Lei de Licitações apresenta as seguintes situações:
a) Aquisição de material ou equipamento produzido ou comercializado por um único fornecedor;
É importante destacar que a exclusividade de produtor é absoluta, mas a de vendedor depende da abrangência da licitação. No caso de convite, a exclusividade de vendedor diz respeito à localidade; na tomada de preços, ao registro cadastral e na concorrência, ao país.
 Ressalte-se ainda que é vedada a preferência de marca.
b)  Para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13, da Lei de licitações, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
c)  Contratação de renomado profissional de setor artístico.
 3.    Licitação dispensável
 A licitação será dispensável nas hipóteses previstas no artigo 24, da Lei 8.666/93. Vejamos algumas das principais:
a) Obras e serviços de engenharia de valor não superior a 10% do limite imposto à modalidade convite (R$ 330 mil) , sendo que os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.  (Parágrafo 1º, art. 24);
b) Compras e outros serviços de valor não superior a 10% do limite para a modalidade convite (R$ 176.000,00), com a mesma ressalva supracitada a respeito dos 20%;
c) Guerra ou grave perturbação da ordem, em razão da garantia da segurança nacional. Por “grave perturbação da ordem,” entende-se comoção generalizada, como uma revolução.
d)  Emergência ou calamidade pública, declarada pela respectiva autoridade, que coloque em risco a segurança de pessoas ou bens, caracterizando urgência de atendimento. Nesse caso, a licitação é dispensável no tocante aos bens, serviços e obras necessários à solução da emergência, que possam ser concluídas em até 180 dias.
e)  Ausência de interessados na licitação realizada anteriormente, quando não puder a Administração realizar novo procedimento;
f)   Intervenção no domínio econômico para regulamentação de preços e abastecimento;
g)  Comprometimento da segurança nacional, em caso estabelecido em decreto do Presidente;
h) Aquisição de bensou serviços, decorrente de acordo internacional, quando as condições forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;
i)  Aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos em compatibilidade com a atividade do órgão;
j)   Fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural, nos termos da legislação específica.
Esses são apenas alguns dos exemplos de licitação dispensável, visto que o artigo 24 enumera cerca de trinta e cinco situações. Sugerimos que você leia o dispositivo, caso deseje conhecer todas as hipóteses.  Finalmente, é importante observar que as exceções à necessidade de licitação devem ser adequadamente justificadas pelo ente administrativo, demonstrando-se a existência do fato que torna o procedimento licitatório dispensado, inexigível ou dispensável, nos termos da lei.
É necessária também a comunicação da autoridade superior no prazo de três dias, para que esta ratifique a ausência da licitação e publique a decisão na imprensa oficial no prazo de cinco dias, sob pena de ineficácia do ato, conforme exposto no artigo 26 da Lei 8.666/93.
 Por hoje é só! Na próxima aula estudaremos as nuances do processo habilitatório na licitação.
 Boa semana!
Aula 06_A habilitação no procedimento licitatório.
Olá! Hoje estudaremos uma fase do procedimento licitatório, chamada habilitação.
Habilitação é a análise da qualificação do candidato ao processo licitatório, nesse momento, será verificado o preenchimento das condições necessárias à participação do certame.
A Lei 8.666/93 dispõe que, para a habilitação do licitante, é necessário o exame da documentação que comprove a habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista, e o cumprimento do disposto no inciso XXXIII, do art. 7º, da Constituição Federal. Vejamos, portanto, os documentos exigidos para cada requisito.
1.  Qualificação jurídica
Também é chamada de capacidade jurídica, pois representa a aptidão da pessoa para adquirir obrigações e exercer direitos.
 O artigo 28 da Lei determina que a qualificação jurídica seja provada mediante:
a)  cédula de identidade (para pessoas físicas);
b)  registro comercial (para as empresas individuais);
c)  ato constitutivo, estatuto ou contrato social registrado na Junta Comercial (para sociedades comerciais);
d)  inscrição do ato constitutivo (para sociedades civis), acompanhada de prova da diretoria em exercício;
e) registro ou autorização de funcionamento quando a atividade exigir, ou ainda, decreto de autorização de funcionamento para pessoa jurídica estrangeira.
2.  Qualificação técnica
A capacidade técnica diz respeito aos requisitos profissionais que o licitante deve possuir, para fazer parte do certame e, eventualmente, executar o objeto da licitação.
 Os documentos necessários à comprovação da habilitação técnica estão dispostos no art. 30:
 a)  inscrição na entidade profissional competente;
b)  atestados de desempenho anterior de atividade semelhante à do objeto da licitação, além da comprovação da disponibilidade de aparelhamento e pessoal técnico adequados para a realização do objeto;
c)  prova do recebimento dos documentos e da ciência das condições para o cumprimento do objeto da licitação;
d)   comprovação do atendimento das exigências previstas em lei especial, quando for o caso.
 A legislação traz ainda algumas observações quanto à habilitação técnica, como a possibilidade de a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução para obras, serviços e compras de grande vulto ou grande complexidade técnica (art. 30, §8º). Sugerimos, portanto, uma leitura atenta desse dispositivo.
3.  Qualificação econômico-financeira
  Visa garantir que o eventual vencedor do certame tenha meios financeiros de executar o objeto da licitação. Para tanto, conforme art. 31, exige-se:
 a) balanço patrimonial e demonstração contábil do último exercício financeiro;
b)  certidão negativa de falência ou concordata, ou de execução patrimonial para pessoa física; 
c) garantia (mediante caução em dinheiro, títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária).
 A Administração pode também estabelecer, no instrumento convocatório, exigência de capital ou patrimônio líquido mínimo, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços. E ainda, demandar a relação dos compromissos assumidos pelo licitante, que possam reduzir a capacidade operativa ou a disponibilidade financeira, prejudicando o objeto da licitação.
4.  Regularidade Fiscal e Trabalhista
 Determina que o licitante esteja em dia no tocante às obrigações tributárias. O art. 29 elenca a documentação necessária:
a)  inscrição no CPF ou no CGC; 
b)  inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, referente ao respectivo ramo;
c)  regularidade perante a Fazenda Federal, Estadual e Municipal;
d)  regularidade quanto aos encargos sociais e ao FGTS;
e)  certidão negativa de débitos trabalhistas.
5.    Cumprimento do disposto no art. 7º, XXXIII da Constituição Federal
 O artigo 7º, inciso XXXIII da Constituição, proíbe o trabalho de menor de 18 anos em atividade perigosa, insalubre, ou noturna, além de vedar qualquer trabalho para menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Logo, exige-se que o licitante respeite a norma constitucional.
  Agora que já analisamos a documentação necessária à habilitação, passemos às distinções referentes às principais modalidades:
a) Concorrência: a habilitação é realizada durante o procedimento licitatório e, especificamente, para ele. Somente após a habilitação do licitante, é que se passará ao exame de sua proposta.
b) Tomada de Preços: o interessado se inscreve no registro cadastral, e é relacionado segundo sua especialização profissional e classificado conforme sua capacidade técnica e financeira. Assim, a habilitação se dá antes do procedimento licitatório, por meio do certificado de registro.
c)  Convite: não há habilitação propriamente dita, pois nessa modalidade o ente administrativo convoca aqueles que entende qualificados.
d)   Pregão: a habilitação é analisada após o julgamento das propostas. Se o vencedor não tiver a qualificação exigida para ser habilitado, examina-se a documentação do segundo colocado, sucessivamente. 
 Destaque-se que a documentação exigida para a habilitação pode ser dispensada, nos casos de concurso, convite, leilão e fornecimento de bens para pronta entrega, segundo disposto no art. 32, §1º. 
 
Finalmente, cumpre lembrar que o exame da documentação apresentada acarretará, ou na habilitação do interessado, hipótese em que este poderá participar do certame, tendo sua proposta apreciada, ou na sua inabilitação, situação na qual será excluído do processo licitatório.
 Assim, após a habilitação, os critérios relacionados a ela não mais poderão ser considerados, de forma que todos os licitantes estarão em situação isonômica para o julgamento das propostas. Somente a superveniência de fato prejudicial à habilitação tem o condão de elidi-la, conforme §5º, do art. 43.
  
Encerramos o tópico sobre habilitação. Na próxima aula, veremos detalhadamente as fases do procedimento licitatório.
 Até lá!
 
Aula 07 - Os Procedimentos do Certame Licitatório
Olá! Hoje continuaremos o estudo do procedimento da licitação, com o julgamento, a homologação e a adjudicação do objeto da disputa ao vencedor do certame. 
1.  Julgamento 
Conforme dissemos na aula passada, após a abertura da documentação, com a devida habilitação dos candidatos aptos a participarem do procedimento, são abertos os envelopes com as propostas dos licitantes, e passa-se ao julgamento.  Destaque-se que o julgamento deve ser feito de forma objetiva, seguindo os critérios estabelecidos no edital. Resta vedada, portanto, a consideração de qualquer fator subjetivo ou de vantagem alheia ao instrumento convocatório (art. 44. §§1º e 2º).
Primeiramente, antes da análise do teor da proposta, deve-se verificar se ela se enquadra nas exigências do edital (art.43, IV), desclassificando-se, de pronto, aquelas que não se adequarem.
 Serão igualmente desclassificadas, mediante justificação da Comissão Julgadora, as propostas que apresentarem valor superior ao limite estabelecido e as inexequíveis em razão de preço irrisório. Caso todas as propostas sejam desclassificadas, pode a Administração conceder prazo de 8 dias úteis (3 dias para modalidade convite), para que os licitantes apresentem a documentação ou regularizem as propostas (art. 48, §3º).
Com relação ao julgamento, a Lei 8.666/93 dispõe que as propostas serão examinadas de acordo com o tipo de licitação constante do edital, que poderá ser: a) de menor preço; b) de melhor técnica; c) de técnica e preço, d)  de maior lance ou oferta (art. 45, §1º). Esses tipos de licitação não se aplicam à modalidade concurso.
Em geral, utiliza-se a licitação de menor preço, ressalvada a hipótese de licitação de melhor técnica ou de técnica e preço para serviços de natureza predominantemente intelectual, como estudos técnicos, projetos e cálculos, em que se pode aplicar (art. 46) e, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto, dependentes de tecnologia sofisticada e de domínio restrito, nos termos do §3º do artigo 46. 
Excepciona-se também a contratação de bens e serviços de informática, situação em que será empregada a licitação de técnica e preço, conforme determina o artigo 45, §4º. 
No julgamento pelo menor preço, busca-se, evidentemente, a vantagem econômica na realização da obra ou serviço. Aqui, o procedimento é simples: após a abertura das propostas dos licitantes habilitados, passa-se à classificação das ofertas, pela ordem crescente dos preços apresentados. 
A licitação de melhor técnica também é influenciada pelo preço, conforme se verifica pela análise do art. 46, §1º. Assim, nesse tipo de licitação, o preço máximo que a Administração está disposta a pagar deverá constar do edital.  De fato, são apresentados três envelopes: uma para a documentação, outro para a proposta técnica e a última com a proposta de preço. Após a qualificação do licitante, as propostas técnicas são abertas e classificadas em atendimento aos critérios estabelecidos no instrumento convocatório, eliminando-se as que não corresponderem ao mínimo exigido.
 Finalmente, abrem-se os envelopes contendo as propostas de preço dos licitantes classificados, procedendo-se à negociação das condições com o primeiro classificado, em confronto com o menor valor apresentado. Se não for possível reduzir o preço da melhor proposta técnica, passa-se ao próximo classificado, e assim sucessivamente, até a realização de acordo. 
Na licitação técnica e preço, a classificação dos licitantes se dá com base na média ponderada dos valores atribuídos aos dois fatores. Seu procedimento se assemelha ao anterior: após a classificação, mediante   atribuição de notas, das propostas técnicas que tenham atingido o mínimo previsto no edital, são abertos os envelopes de preços, sendo feita a devida valoração. Por fim, obtém-se a média ponderada das notas dos dois elementos, segundo os critérios do instrumento convocatório.
 Por último, há a licitação de maior lance ou oferta, usada para a alienação ou concessão de direito real de uso de bens da Administração, cuja ideia é obter o maior valor na realização do contrato.
 Findo o julgamento, com a devida classificação das propostas, escolha do vencedor e justificativa, seu resultado será publicado, possibilitando a interposição dos recursos cabíveis por parte dos interessados e representação ao Tribunal de Contas.
2.  Homologação
 Após o julgamento, cabe à autoridade competente a homologação do procedimento, conforme dispõe o artigo 43, inciso VI. Assim, após examinar todos os atos que integraram a licitação, a autoridade atestará a sua validade jurídica, confirmando a escolha do vencedor.  A homologação é, portanto, a aprovação do certame pela autoridade competente que, em geral, corresponde ao órgão que determinou a sua realização, após a verificação da regularidade normativa do procedimento. 
Destaque-se que a citada autoridade poderá, todavia, anular ou determinar a retificação do procedimento, no que couber, quando constatar a ocorrência de irregularidade.
3.  Adjudicação
É o ato pelo qual a autoridade competente, após homologar o resultado do certame e confirmar o vencedor, atribui a este o objeto da licitação, para que posteriormente seja firmado o contrato administrativo.
 A adjudicação confere ao vencedor o direito de contratar com a Administração, porém, vincula-o aos termos de sua proposta, sujeitando-o às penalidades previstas no edital e à perda da garantia oferecida caso não formalize o contrato nas condições e no prazo determinados.
Conforme já foi dito em aulas anteriores, a Administração é obrigada, quando quiser firmar o contrato, a fazê-lo com o autor da proposta que ficou em primeiro lugar.
Contudo, se este não aceitar ou não o fizer no prazo estabelecido, além das penalidades cabíveis, a Lei prevê a possibilidade de revogação do procedimento, ou de contratação com o próximo licitante da ordem de classificação, nas mesmas condições da proposta vencedora, em obediência ao disposto no art. 64, §2º. Observe-se, entretanto, que os demais licitantes evidentemente não estão compelidos a aceitar o contrato nos termos daquela proposta, inexistindo punição a eles. 
Enfim, concluímos o procedimento da licitação.
 
Aula 08_Julgamento, Homologação e Adjudicação no Procedimento Licitatório.
Olá! Hoje continuaremos o estudo do procedimento da licitação, com o julgamento, a homologação e a adjudicação do objeto da disputa ao vencedor do certame. 
1.  Julgamento 
Conforme dissemos na aula passada, após a abertura da documentação, com a devida habilitação dos candidatos aptos a participarem do procedimento, são abertos os envelopes com as propostas dos licitantes, e passa-se ao julgamento.  Destaque-se que o julgamento deve ser feito de forma objetiva, seguindo os critérios estabelecidos no edital. Resta vedada, portanto, a consideração de qualquer fator subjetivo ou de vantagem alheia ao instrumento convocatório (art. 44. §§1º e 2º).
  Primeiramente, antes da análise do teor da proposta, deve-se verificar se ela se enquadra nas exigências do edital (art. 43, IV), desclassificando-se, de pronto, aquelas que não se adequarem.
 Serão igualmente desclassificadas, mediante justificação da Comissão Julgadora, as propostas que apresentarem valor superior ao limite estabelecido e as inexequíveis em razão de preço irrisório. Caso todas as propostas sejam desclassificadas, pode a Administração conceder prazo de 8 dias úteis (3 dias para modalidade convite), para que os licitantes apresentem a documentação ou regularizem as propostas (art. 48, §3º).
Com relação ao julgamento, a Lei 8.666/93 dispõe que as propostas serão examinadas de acordo com o tipo de licitação constante do edital, que poderá ser: a) de menor preço; b) de melhor técnica; c) de técnica e preço, d)  de maior lance ou oferta (art. 45, §1º). Esses tipos de licitação não se aplicam à modalidade concurso.
Em geral, utiliza-se a licitação de menor preço, ressalvada a hipótese de licitação de melhor técnica ou de técnica e preço para serviços de natureza predominantemente intelectual, como estudos técnicos, projetos e cálculos, em que se pode aplicar (art. 46) e, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto, dependentes de tecnologia sofisticada e de domínio restrito, nos termos do §3º do artigo 46. 
Excepciona-se também a contratação de bens e serviços de informática, situação em que será empregada a licitação de técnica e preço, conforme determina o artigo 45, §4º. 
No julgamento pelo menor preço, busca-se, evidentemente, a vantagem econômica na realização da obra ou serviço. Aqui, o procedimento é simples: após a abertura das propostas dos licitantes habilitados, passa-se à classificação das ofertas, pela ordem crescente dos preços apresentados. 
A licitação demelhor técnica também é influenciada pelo preço, conforme se verifica pela análise do art. 46, §1º. Assim, nesse tipo de licitação, o preço máximo que a Administração está disposta a pagar deverá constar do edital.  De fato, são apresentados três envelopes: uma para a documentação, outro para a proposta técnica e a última com a proposta de preço. Após a qualificação do licitante, as propostas técnicas são abertas e classificadas em atendimento aos critérios estabelecidos no instrumento convocatório, eliminando-se as que não corresponderem ao mínimo exigido.
Finalmente, abrem-se os envelopes contendo as propostas de preço dos licitantes classificados, procedendo-se à negociação das condições com o primeiro classificado, em confronto com o menor valor apresentado. Se não for possível reduzir o preço da melhor proposta técnica, passa-se ao próximo classificado, e assim sucessivamente, até a realização de acordo. 
Na licitação técnica e preço, a classificação dos licitantes se dá com base na média ponderada dos valores atribuídos aos dois fatores. Seu procedimento se assemelha ao anterior: após a classificação, mediante   atribuição de notas, das propostas técnicas que tenham atingido o mínimo previsto no edital, são abertos os envelopes de preços, sendo feita a devida valoração. Por fim, obtém-se a média ponderada das notas dos dois elementos, segundo os critérios do instrumento convocatório.
 Por último, há a licitação de maior lance ou oferta, usada para a alienação ou concessão de direito real de uso de bens da Administração, cuja ideia é obter o maior valor na realização do contrato. Findo o julgamento, com a devida classificação das propostas, escolha do vencedor e justificativa, seu resultado será publicado, possibilitando a interposição dos recursos cabíveis por parte dos interessados e representação ao Tribunal de Contas.
2.  Homologação
 Após o julgamento, cabe à autoridade competente a homologação do procedimento, conforme dispõe o artigo 43, inciso VI. Assim, após examinar todos os atos que integraram a licitação, a autoridade atestará a sua validade jurídica, confirmando a escolha do vencedor.  A homologação é, portanto, a aprovação do certame pela autoridade competente que, em geral, corresponde ao órgão que determinou a sua realização, após a verificação da regularidade normativa do procedimento. 
Destaque-se que a citada autoridade poderá, todavia, anular ou determinar a retificação do procedimento, no que couber, quando constatar a ocorrência de irregularidade.  
3.  Adjudicação
 É o ato pelo qual a autoridade competente, após homologar o resultado do certame e confirmar o vencedor, atribui a este o objeto da licitação, para que posteriormente seja firmado o contrato administrativo.
 A adjudicação confere ao vencedor o direito de contratar com a Administração, porém, vincula-o aos termos de sua proposta, sujeitando-o às penalidades previstas no edital e à perda da garantia oferecida caso não formalize o contrato nas condições e no prazo determinados.
Conforme já foi dito em aulas anteriores, a Administração é obrigada, quando quiser firmar o contrato, a fazê-lo com o autor da proposta que ficou em primeiro lugar, contudo, se este não aceitar ou não o fizer no prazo estabelecido, além das penalidades cabíveis, a Lei prevê a possibilidade de revogação do procedimento, ou de contratação com o próximo licitante da ordem de classificação, nas mesmas condições da proposta vencedora, em obediência ao disposto no art. 64, §2º. Observe-se, entretanto, que os demais licitantes evidentemente não estão compelidos a aceitar o contrato nos termos daquela proposta, inexistindo punição a eles. 
Enfim, concluímos o procedimento da licitação.
 Aula 09_Anulação e Revogação do Procedimento. Recursos Administrativos e Vias Judiciais
 Olá! Hoje verificaremos as situações que ensejam a anulação ou revogação do procedimento licitatório. Além disso, faremos algumas considerações no tocante aos recursos administrativos e às vias judiciais que podem ser utilizadas na impugnação ao certame.   A Lei 8.666/93 prevê tanto a hipótese de anulação quanto de revogação do procedimento, individualizando-as conforme disposto no artigo 49. Observe-se que a legislação determina a obrigatoriedade da primeira, em decorrência de ilegalidade, e a possibilidade da segunda, em razão de interesse público. Vejamos!
1.   Anulação
 Pressupõe a existência de ilegalidade na licitação, podendo ser realizada de ofício por parte da autoridade competente, ou mediante provocação, em qualquer fase do procedimento.  Entende-se que a anulação pode ser total ou parcial, declarando-se ilegítimo apenas um ato do processo, como a classificação ou a habilitação, por exemplo. Evidentemente, tratando-se de nulidade total, o consequente contrato administrativo também será nulo. Para que a Administração proceda à anulação, deverá justificá-la por meio de parecer escrito demonstrando a ilegalidade, além de garantir o contraditório e a ampla defesa. 
Ressalte-se que a anulação não obriga a administração a indenizar o licitante ou contratado, salvo em relação ao que este já tenha executado até a data da declaração, bem como demais prejuízos provados, desde que não lhe tenha dado causa, conforme dispõe o §1º do artigo 49.
2.   Revogação
 É permitida na ocorrência de fato superveniente que apresenta justificativa face ao interesse público. Assim, na revogação, o procedimento se deu de forma regular, mas será invalidado por ser inconveniente ou inoportuno ao interesse público. Nesse sentido, se a licitação não presta conveniência à Administração, entende-se que a revogação deverá ser total, não sendo possível a parcial.
 É indispensável, diga-se, que o fato modificador que justifica a revogação do processo licitatório seja pertinente a ele e posterior à sua abertura, restando evidente a motivação do ato. Afinal, não se trata de mera discricionariedade da Administração, mas sim de ato vinculado à justa causa que autoriza a invalidação.
 Cabe lembrar também que são assegurados o contraditório e a ampla defesa, de forma que o licitante possa se manifestar antes do desfazimento do processo licitatório.
 Por fim, em relação ao dever de indenizar, a legislação é omissa. Entretanto, a doutrina entende que, mesmo sem previsão legal, seria caso de indenização dos valores despendidos pelo vencedor na disputa de certame válido.
3.  Recursos Administrativos
Recurso administrativo pode ser entendido como qualquer meio de impugnação aos atos da Administração. Em sentido estrito, é método específico para a revisão da decisão por órgão superior. 
A Lei 8.666/93 cuida da matéria no artigo 109, discorrendo sobre as seguintes modalidades: recurso, representação e pedido de reconsideração.
 O recurso hierárquico é aplicável às decisões referentes à habilitação ou inabilitação; ao julgamento da licitação; indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral; anulação ou revogação do procedimento; rescisão do contrato; e aplicação de suspensão temporária, advertência ou multa.
 A representação é utilizada em situações que envolvam o objeto da disputa ou do contrato, e que não estejam compreendidas pela modalidade anterior, de recurso hierárquico.
 Já o pedido de reconsideração é empregado em face de decisão de Ministro de Estado ou Secretário Estadual ou Municipal, na hipótese de aplicação da pena de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração, nos termos dos artigos 109, inciso III e 87, inciso IV e parágrafo 3º.
 O prazo para a interposição, tanto para o recurso hierárquico quanto para a representação é de 5 dias úteis, salvo na modalidade convite, em que será de 2 dias úteis. Com relação ao pedido de reconsideração, o prazo é de 10 dias úteis. Destaque-se que a fluência dos prazos é contada a partir da data de intimação do ato ou da decisão, desde que os autos estejam com vista franqueada ao interessado (art. 109, §5º).
 A legislação prevê a concessão de efeito suspensivo ao recurso interposto contra a habilitação ou inabilitação do licitante,e contra o julgamento da proposta, conforme §2º do art. 109. Isso significa que a decisão impugnada não terá eficácia até a resolução do recurso. Tal efeito pode ser concedido aos demais recursos, pela autoridade competente, quando houver interesse público.
 Interpostos os recursos, os demais licitantes deverão ser comunicados, para que possam impugná-lo no prazo de 5 dias úteis ou 2 no caso de convite (art. 109, §3º).
 Além disso, a lei prescreve a possibilidade de retratação da autoridade recorrida, também no prazo de 5 dias úteis, ou a subida do recurso para o ente hierarquicamente superior decidir, em 5 dias.  Por fim, devemos mencionar a hipótese descrita no art. 113, § 1º da lei, que, embora não trate de recurso, autoriza qualquer pessoa a representar ao Tribunal de Contas a respeito de irregularidades na licitação.
  4.  Vias judiciais
 A licitação também comporta, além dos recursos administrativos, a possibilidade de verificação judicial de sua validade, que pode ser feita mediante ações ordinárias, como anulatória ou indenizatória, ou especiais, como mandado de segurança ou ação popular.  Observe-se que nessas situações compete ao Judiciário apenas o controle da legalidade do procedimento, sendo-lhe vedado o exame das razões de interesse público que ensejaram a licitação. Assim, havendo ilegitimidade em algum ato da processo, a Justiça o anulará, para que a Administração o pratique novamente, em conformidade com a legislação.
  
Por hoje é só! Na próxima aula, estudaremos detalhadamente o pregão e sua modalidade eletrônica.
 Boa semana!
Aula 10_Pregão e sua forma eletrônica.
Olá! Nesta aula examinaremos o procedimento da modalidade pregão, prevista na Lei 10.520/02 e do pregão eletrônico, regulamentado pelo Decreto 5.450/05. Vamos lá?
Já o  dissemos em aula anterior, o pregão é utilizado na aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles “cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital por meio de especificações usuais no mercado” 1.
O pregão também possui etapas interna e externa, igualmente às outras modalidades de licitação. Na fase interna (ou preparatória), descrita no artigo 3º da lei 10.520, a autoridade competente deverá justificar a necessidade de contratação, definir o objeto da licitação, determinar os requisitos para a habilitação e para as propostas, além das cláusulas do contrato e as penalidades por eventual inadimplemento. Vale lembrar que, não restando demonstrada a necessidade de realização do certame e celebração do contrato, haverá nulidade do processo.
Além disso, na fase preparatória será designado um servidor da entidade promotora da licitação para ser o pregoeiro, ou seja, o responsável pela condução do pregão. O pregoeiro será auxiliado por uma equipe de apoio, formada também por servidores, na realização das atividades pertinentes ao certame, como o recebimento das propostas e o exame dos documentos para a habilitação.
A etapa externa do pregão é feita com a convocação dos interessados por meio da publicação de aviso no Diário Oficial ou em jornal de grande circulação, facultando-se ainda à Administração, que a divulgação seja feita por meio eletrônico. O aviso deverá conter o objeto da licitação e o local, dia e horário em que o interessado pode obter a íntegra do edital, ressalvando-se que o prazo entre a sua publicação e a entrega das propostas não poderá ser inferior a 8 dias.
O edital conterá as exigências para habilitação e para aceitação das propostas, o objeto da disputa, o motivo da necessidade de contratação, as normas que regulamentam o procedimento, as penalidades por inadimplemento e as cláusulas do contrato.  O recebimento das propostas se dará em sessão pública, sob o comando do pregoeiro, no dia, hora e local designados no edital, após  os interessados declararem que preenchem os requisitos necessários à habilitação.
Serão então abertas as propostas, verificando-se sua conformidade com as exigências do edital. O autor da oferta de valor mais baixo e os das propostas até 10% maiores que aquela poderão fazer lances verbais e sucessivos até a proclamação do vencedor (art. 4º, VIII). Caso não haja pelo menos três ofertas em tais condições, os lances verbais poderão ser feitos pelos licitantes das três melhores propostas.
Após a escolha da oferta, pelo critério de menor preço, será aberto o respectivo invólucro com os documentos necessários à habilitação. Verificar-se-á, portanto, se o licitante se encontra em situação regular perante a Fazenda Nacional (Estadual e Municipal, conforme o caso), a Seguridade Social e o Fundo de Garantia (FGTS), e se possui habilitação jurídica e qualificação técnica (art. 4º, XIII). Se o primeiro colocado restar inabilitado, examina-se a documentação do próximo proponente da ordem de classificação e, assim, sucessivamente.
Declarado o vencedor, qualquer licitante pode interpor recurso, manifestando seu inconformismo de imediato e apresentando razões recursais no prazo de três dias. O mesmo prazo será concedido aos demais licitantes, para oferecerem contrarrazões.
Finalmente, depois da decisão dos recursos, o objeto do certame será atribuído ao vencedor e, após a homologação do procedimento pela autoridade competente, aquele será convocado para assinar o contrato.
Com relação à modalidade eletrônica, o procedimento é bastante semelhante ao do pregão comum: também é utilizado para bens e serviços comuns, necessita de pregoeiro e equipe de apoio, e possui fase preparatória nos mesmos termos. De fato, poucas são as diferenças, senão vejamos. O pregão eletrônico é regulamentado pelo Decreto 5.450/05, e é realizado quando a disputa for feita à distância, por meio de comunicação via internet. Para tanto, deve o interessado se cadastrar no sistema eletrônico, obtendo chave de identificação e senha e, por ele, acompanhar os atos do processo licitatório.
A fase externa é iniciada com a publicação do aviso da licitação no Diário Oficial da União e na internet, em prazo não inferior a oito dias. Para contratações acima de R$ 650.000,00 e até R$ 1.300.000,00, exige-se também a publicação em jornal local de grande circulação e para contratos acima de R$ 1.300.000,00, em jornal de grande circulação regional ou nacional. O aviso deverá conter, além do disposto para o pregão comum, o endereço eletrônico, a data e a hora em que ocorrerá a sessão pública.
Os licitantes deverão, então, encaminhar a proposta e eventuais anexos pela via eletrônica, declarando, em campo próprio do sistema, que preenchem os requisitos exigidos para a habilitação.
Na data e hora previstas no edital, será aberta a sessão pública eletrônica por comando do pregoeiro, que verificará também a adequação das propostas. O próprio sistema ordenará as ofertas, e o pregoeiro iniciará a fase competitiva, podendo os licitantes realizar lances por via eletrônica. Essa etapa admite a participação de todos os proponentes classificados pelo pregoeiro, e se encerra por decisão deste.
 Após, o pregoeiro examinará a oferta classificada em primeiro lugar, e verificará a habilitação do candidato por meio do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF. Caso sejam necessários documentos não contemplados no SICAF, o proponente poderá encaminhá-los via fax, no prazo determinado. 
No mais, o resto do procedimento se dá nas mesmas condições do pregão comum.
  
Encerramos, assim, o estudo do pregão. Na próxima aula, aprofundaremos nossos estudos em contratos privados para que,  posteriormente, possamos entender melhor os contratos administrativos.
 Até lá.  
__
1 BRASIL. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Art. 1º, parágrafo único. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10520.htm.
Aula 11_Contratos – Noções Básicas
Nesta aula, vamos conhecer as noções básicas sobre contratos.
DEFINIÇÃO
A  palavra  contrato     vem   do    latim   “contractu”,  conforme significado dado pelo Dicionário Michaelis
1.     Ato ou feito de contratar.
2.     Acordo ou convenção entre duas ou mais pessoas,para a execução de alguma coisa, sob determinadas condições.
3.     Documento em que se registra esse acordo ou convenção.
4.     Acordo, ajuste, combinação.
5.     Promessa aceita.
Já o dicionário Houaiss define a palavra contrato como:
 1.   Pacto entre duas ou mais pessoas, que se obrigam a cumprir o que foi entre elas combinado sob determinadas condições.
2.    (jurídico) Acordo de vontade entre as partes, com o fim de adquirir, resguardar, transferir, modificar, conservar ou extinguir direitos.
3.     Documento que ratifica esse acordo.
Como podemos notar, o ato de contratar é um acordo ou um pacto onde ficam estabelecidas os direitos e obrigações das partes contratantes.
O Código Civil preceitua as regras às quais os contratos de forma geral estão submetidos.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
São princípios fundamentais do direito contratual:
Autonomia da vontade – Tem na liberdade de escolha das partes contratantes as vontades, interesses, a liberdade de se contratar ou não e afixação do teor do contrato.
Consensualismo – Pressupõe o consenso entre as partes contratantes.
Obrigatoriedade da Convenção – O cumprimento das cláusulas contratuais deverão ser atendidas na íntegra.
Relatividade dos Efeitos Contratuais – É a vinculação entre as partes.
Boa-Fé – As partes contratantes deverão agir com confiança e licitude no estabelecimento e cumprimento do contrato.
  
CLASSIFICAÇÃO
A classificação dos contratos quanto à natureza da obrigação contratada:
Unilaterais – São aqueles onde apenas uma das partes assume a obrigação, como nos contratos de doação, comodato, mutuo.
 Bilaterais – São exemplos os contratos de compra e venda e locação, onde ambas as partes apresentam uma dependência reciproca.
Onerosos – Os contratantes se valem de vantagens e de obrigações recíprocas.  Isso ocorre, por exemplo, nos contratos de locação. 
Gratuitos – Diz-se dos contratos (ex: doação pura e simples) onde uma parte fica com o ônus e a outra com as vantagens.
Comutativos – São os instrumentos contratuais cujas prestações reciprocas são perfeitamente equivalentes a ambas as partes.  
Aleatórios – Caracteriza-se pela incerteza do objeto e pela não equivalência entre as partes contratantes.
Paritários – Predomina a igualdade entre todos os aspectos contratuais das partes.
Adesão – Neste tipo de contrato, está excluída a liberdade no tocante às clausulas e condições.
A classificação dos contratos quanto à forma:
Consensuais – Esses contratos exigem a anuência das partes envolvidas caracteriza o contrato de compra e venda de bens móveis e de transporte.
Formais – Estes têm a forma (escrita) já estabelecida em lei. Por exemplo, os contratos de seguro e fiança são firmados de forma solene ou formal..
Reais – Firmam-se através da entrega do objeto de uma parte para outra; como exemplo, temos os contratos de comodato.
Os contratos também podem ser classificados pelo nome: Nominados e Inominados ou classificados quanto ao objeto: alienação de bens; a de transmissão de uso e gozo; de prestação de serviços e de conteúdo especial.
Nesta aula, você conheceu as noções básicas dos contratos de cunho privado.
Na próxima,  estudaremos os contratos administrativos.
Até então!.
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
http://www.angelfire.com/mt/ricardoprado/contrato.html - artigo sobre DIREITO CIVIL  – CONTRATOS do prof. Mauro José Pereira, acesso em 01.07.2014
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm - institui o código civil.
AULA _12 - Contratos Administrativos – Parte I
Iniciamos nossa primeira aula conceituando o instituto central, ou seja, os contratos administrativos. Saliento que estes devem respeito aos princípios constitucionais administrativos, isto é, princípio da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.  
Os contratos administrativos apresentam sua base primária no artigo 22, inciso XXVII, da Constituição Federal. Prescreve o dispositivo em tela que a competência para legislar sobre licitações e contratos públicos é concorrente, pois, enquanto compete à União criar normas gerais, cabem aos demais entes da federação (Estados, Municípios e Distrito Federal) formalizar regras específicas em matéria de licitações e contratos.
A própria Lei Maior apresenta outros pontos relevantes ao tema, dentre eles ressalta-se o artigo 37, XXI. Já no plano infraconstitucional, diversas leis disciplinam o instituto do contrato administrativo, como por exemplo, a Lei n. 8.666/93, que define as normas gerais sobre licitações e contratos válidos para todas as esferas federativas. Assim, de acordo com o nosso ordenamento jurídico, o poder público, ao exercer sua função administrativa, estabelece inúmeras relações jurídicas com particulares ou, ainda, cria vínculos especiais de colaboração intergovernamentais. Todas as vezes que essas relações tiverem natureza contratual e forem submetidas aos princípios e normas do Direito Administrativo, estaremos diante de um contrato administrativo.
Salienta-se que a doutrina apresenta diversos conceitos sobre o instituto em análise, contudo, todos eles ressaltam o interesse público como objetivo primordial.
Nesse diapasão podemos citar os conceitos abaixo:
“Contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com particulares ou outra entidade administrativa para a consecução de objetivo de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração”. (Hely Lopes Meirelles, em Direito Administrativo Brasileiro, 27ª Ed, São Paulo: Malheiros, 2002)
 “É o ajuste que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em Direito Administrativo, 13ª Ed, São Paulo: Atlas, 2001).
Vale consignar, o conceito instituído pela Lei 8.666/93, que conceitua “contrato administrativo”, no parágrafo único do seu artigo 2º
 
Art.2º. [...] 
Parágrafo único – Para os fins desta lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
FORMALIZAÇÃO
 O caput do art. 62 da Lei das Licitações define que a formalização do instrumento contratual pela Administração torna-se obrigatório quando o valor da contratação for superior ao da modalidade de convite.
E ainda, o artigo 54 da Lei 8.666/93 trata da regulação dos contratos administrativos.
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
Nos casos não enquadrados nos descritos no paragrafo anterior, é facultado a Administração efetuar a contratação através dos instrumentos em substituição ao instrumento contratual:
· Carta contrato; 
· Nota de empenho da despesa; 
· Autorização de compra; 
· Ordem de execução de serviço.
· 
CARACTERÍSTICAS
 Os contratos administrativos possuem características peculiares, segundo Lucimar Rizzo Lopes dos Santos (2013, pg. 23) são as principais:
·    Supremacia e indisponibilidade do interesse público; 
·  Modificação unilateral – exceto cláusulas financeiras; 
·  Extinção; 
·  Imposição de sanções; 
· Exigência de cumprimento de prestações alheias; 
·   Garantia de equilíbrio econômico-financeiro; 
·  Forma prescrita em lei;
·  Procedimento legal; 
· Natureza de contrato de adesão; 
· Natureza intuito personae; 
·  Presença de clausulas exorbitantes.
 
Como podemos notar pelas características, o contrato administrativo é formal e oneroso, pois ele tem que ser formulado atendendo os preceitos da Lei e remunerado pela contra prestação de serviço. Na próxima aula aprofundaremos as principais características.
CLÁUSULAS
O artigo 55 da lei 8.666/93 instrui a Administração Pública para a elaboração do contrato e os

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