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estudos culturais 2012

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C O M U N I C A Ç Ã O
Estudos Culturais
Cultural Studies
Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS)
(fundado em 1964, na Universidade de Birmingham, Inglaterra)
Richard Hoggart (1918-)
The Uses of Literacy (1957)
Raymond Williams (1921-1988)
Culture and Society (1958)
E.P. Thompson (1924-1933)
The Making of the English Working Class (1963)
Stuart Hall (1932-)
“Codificação / Decodificação” (artigo de 1973, publicado no livro 
brasileiro Da Diáspora); A Identidade Cultural na Pós-
Modernidade (1997)
Periodizações: 
1960- Richard Hoggart e Raymond Willians;
1970 – Stuart Hall - efervescência; 
1980 – Período clássico do Estudos Culturais;
2002 – Fechamento do Centro
Os Estudos Culturais não configuram uma disciplina, mas uma 
área onde diferentes disciplinas interagem, visando os 
aspectos culturais da sociedade”. (Stuart Hall, 1980).
Stuart Hall identificou 4 componentes de ruptura com as 
abordagens tradicionais do estudo da comunicação:
1. Ruptura com as ênfases behavioristas que viam a influência 1. Ruptura com as ênfases behavioristas que viam a influência 
da mídia em termos de um mecanismo direto de estímulo-
respostas. No Centro , passa-se a ver a mídia como uma 
força social e política ampla, cuja influência era indireta e 
até mesmo, imperceptível.
2. Ruptura com as concepções que viam os textos da mídia 
como suportes transparentes do significado. Chama 
atenção ao papel estruturador que cada meio – incluindo 
a linguagem – possui. Sistema de signos mediados pelos 
meios de comunicação de massa.
3. Ruptura com a noção de público indiferenciado e passivo 
privilegiando uma análise da variedade de modos pelos privilegiando uma análise da variedade de modos pelos 
quais as mensagens são decodificadas por diferentes 
membros dos diferentes públicos, dependendo de suas 
orientações sociais e políticas.
4. Ruptura com a concepção monolítica de cultura de massa
Interação da mídia com a sociedade 
Fator cultural norteia o posicionamento do indivíduo frente 
aos produtos da indústria cultural. A cultura não é exterior à 
sociedade.
A diversidade cultural é responsável por distintas formas de 
apropriação e consumo:
1. capacidade popular de leituras múltiplas; 
2. transgressão disciplinar, do que resulta uma nova 
concepção metodológica; 
3. traços predominantes a partir dos estudos de mídia.
•São interdisciplinares em seus interesses de pesquisas e 
influências teóricas;
•Exploram a cultura como um lugar onde poder e resistência 
estão juntos;
•Interessam-se pela cultura popular e a alta cultura.
Pesquisas:
1. Estudos textuais dos meios de massa e dos modos como 
eles operam para reproduzir hegemonia e ideologia;
2. Explorações etnográficas da vida cotidiana, especialmente 
das subculturas. O objetivo é desvelar os modos como 
política, poder e desigualdades moldam estilos de vida e da 
moda;
3. Estudos de ideologias políticas tais como as do 
Thatcherismo e do nacionalismo racista. A ênfase é 
desvelar seus códigos culturais e estabelecer o motivo 
deles serem capazes de gerar apelo público.
Raymond Williams: 
Nos E.C., a massa é vista como um elemento a mais, não é 
amorfa, mas sim constituída de uma diversidade, devendo 
portanto ser abordada desde essa perspectiva.
Na visão frankfurtiana, os conceitos de produção massiva, 
sociedade de massa e massa estão ligados a um tema central: a sociedade de massa e massa estão ligados a um tema central: a 
degradação da individualidade frente ao poder avassalador dos 
meios de comunicação de massa.
Tudo isso porque os MCM são a expressão de um sistema 
socioeconômico repressivo. 
A proposição do EC é contrária à concepção do indivíduo 
como estando totalmente à mercê da economia. 
Eles apresentam a possibilidade de resistência do indivíduo 
frente ao “desejo de dominação”, expresso também por meio 
dos produtos dos MCM.
R. Williams fala criticamente que ao pensarmos na massa, R. Williams fala criticamente que ao pensarmos na massa, 
não pensamos em nossos parentes, amigos e conhecidos 
como integrantes desta: “as massas são sempre os outros”. 
“O elemento mais inquietante da complexidade da massa ou 
das massas, em seu uso contemporâneo, são suas 
implicações sociais em sensível oposição. Para se engajar no 
trabalho de massa, para pertencer às organizações de 
massa, para se valer de encontros de massa e movimentos 
de massa para viver completamente a serviço das massas: 
estas expressões são de uma tradição revolucionária. Mas, 
para estudar o gosto das massas, o uso dos mass me-
dia, o controle do consumo de massa, para se envolver na dia, o controle do consumo de massa, para se envolver na 
observação de massa, para compreender a psicologia das 
massas ou a opinião das massas: estas expressões são de 
uma tendência política e social oposta”. (Williams, 
1988:196).
“A nova tecnologia de “consumo” que alcançou seu estágio 
decisivo nos anos 20 serviu a este complexo de necessidades 
dentro de certos limites e pressões. Houve melhorias 
imediatas nas condições e eficiência do lar privatizado; houve 
novas facilidades no transporte privado, entregas em 
domicílio; e então, com o rádio, houve uma facilidade 
para um novo tipo de inputs sociais: notícias e entretenimento para um novo tipo de inputs sociais: notícias e entretenimento 
trazidos para o interior do lar”(Williams, 1990:26-27).
Antecedentes
Primeiras décadas do séc. XX:
Críticos literários como F.R. Leavis e T.S. Eliot: o estudo da 
cultura deveria ser o exame das grandes obras da alta cultura 
que conteriam as sementes da visão moral e ética do mundo, as 
quais o leitor deveria descobrir. A cultura popular, ao 
contrário, seria trivial e deficiente. 
Willians e Hoggart viam nisso pouca ressonância com os 
estudantes das classes trabalhadoras e com os valores das 
classes médias. Daí a necessidade de se entender a cultura 
popular e a experiência das classes trabalhadoras de modo 
menos desvalorizado.
No âmbito popular não existiria somente submissão mas, 
também, resistência.
Richard Hoggart. The uses of literacy (1957)
•Avalia as mudanças da cultura na classe trabalhadora, 
principalmente as causadas pelas publicações de massa.
•Colocou a cultura operária na agenda acadêmica e aplicou 
métodos da crítica literária para materiais da cultura popular.
•Estuda a influência dos meios de comunicação de massa entre •Estuda a influência dos meios de comunicação de massa entre 
trabalhadores da periferia na Inglaterra.
•As várias possibilidades de leitura que as camadas populares 
apresentam são estabelecidas com base em suas próprias 
vivências, ou seja, a partir da interação com a realidade 
imediata. 
•O estudo realizado por Hoggart junto às camadas populares 
acrescenta um importante elemento para as análises do 
impacto social dos meios de comunicação – a resistência por 
parte dos consumidores. 
O indivíduo pode ser iletrado, mas serve-se de um 
saber prático, capacitando-o a uma leitura crítica.
“Fico surpreso sempre que vejo alguns autores descreverem a “Fico surpreso sempre que vejo alguns autores descreverem a 
aspiração popular ao bem estar material como uma forma de 
‘materialismo’ ou de ‘alienação’. As pessoas do povo procuram 
certos bens, não porque sejam ávidas por adquirir e consumir 
os produtos maravilhosos de uma ‘sociedade de consumo’, mas 
porque eles desejam sair de uma condição na qual é preciso 
lutar constantemente para ‘manter a cabeça acima da água”.
Raymond Willians
Culture and Society (1958)
A importância de se discutir a cultura de massa e a cultura da 
classe trabalhadora. 
A Longa Revolução (1961)
Entendimento da cultura como um modo de vida, a função da 
instituição não só como reprodução e distribuição da cultura, instituição não só como reprodução e distribuição da cultura, 
mas também de mudança da forma e do modo pelo o qual 
pensamos. 
A Longa Revolução já ocorre há 2 ou 3 séculos envolvendo 
níveis de indústria,instrução e democracia.
Marxismo e Literatura(1977)
A literatura e a cultura devem ser entendidas pelos conceitos de 
hegemonia e de ideologia.
Conceito de estrutura de sentimento
(Raymond Williams)
(Zeitgeist) espírito da época:
Capturar a disposição de uma época ou sabor de uma dada 
cultura e os modos pelos quais que ela é experimentada pelas 
pessoas em certo momento histórico. 
Ela não é individual ou alguma coisa pessoal, mas é Ela não é individual ou alguma coisa pessoal, mas é 
compartilhada por uma comunidade ou uma geração. Somente 
é adquirida pela socialização e experiência de vida e não pode 
ser adquirida pelo estudo formal. 
Teóricos culturais para recapturar a estrutura do 
sentimento usam a cultura documental. 
Essa consiste em evidência material tais como escritos, 
edifícios e moda que expressam “aquela vida para nós em 
termos diretos, aonde testemunha vivas estão silenciosas”. 
Williams argumenta que a cultura documental só permite Williams argumenta que a cultura documental só permite 
uma aproximação da cultura viva com sua distinta estrutura 
de sentimento.
Conceito de Hegemonia. (Antônio Gramsci (1891-1937)) 
Ideologia: as ideias que circulam em uma sociedade são 
aquelas procedentes da classe dominante. 
Hegemonia: tipo de domínio exercido por um grupo social 
sobre o outro. Domínio que não se impõe pela força, mas pelo 
consenso e que age dando sustentação ao comando político e 
prolongando uma conquista que tenha sido realizada com base prolongando uma conquista que tenha sido realizada com base 
na força. 
Para Gramsci, todo grupo social, ao se instaurar no poder, cria 
camadas de intelectuais para lhe dar sustentação e 
homogeneidade, indo do econômico ao sócio-político. Essa é a 
noção de intelectual orgânico, ou seja, aquele que está 
diretamente ligado a um grupo ou classe social, agindo e 
criando em nome desse grupo.
Gramsci:a intelectualidade presente em todos os homens. 
Nenhum ato de trabalho, por mais mecânico que seja, está isento 
de uma reflexão sobre o ato em si. 
A diferença é que na sociedade nem todos os homens 
desempenham a função de intelectuais. 
No entanto, percebe-se que há dois tipos de intelectuais: o No entanto, percebe-se que há dois tipos de intelectuais: o 
instituído socialmente, representante de estamentos sociais; e 
outro popular, que não atua no sentido de impor suas idéias, mas 
sabe enfrentar as adversidades do dia-a-dia. É nessa perspectiva 
quanto ao popular que atuam os EC.
Perspectiva da Recepção na EB
Local de construção de significado e não de submissão total à 
esfera econômica.
A EB acredita na interação da mídia com a sociedade, tendo no 
fator cultural o elemento que norteia o posicionamento do 
indivíduo frente aos produtos da indústria cultural. indivíduo frente aos produtos da indústria cultural. 
A diversidade cultural é responsável por distintas 
formas de apropriação e consumo da produção 
massiva.
Estudos textuais da Mídia Massiva
A mídia teria um papel crucial na reprodução ideológica. Ela 
produz definições da realidade que previne o pensamento 
crítico. 
Baseando-se em Althusser e Gramsci, Stuart Hall afirma que 
mensagens ideológicas na mídia trabalham para criar uma 
falsa imagem de realidade. Questões que deveriam ser falsa imagem de realidade. Questões que deveriam ser 
problematizadas são naturalizadas como aspectos da 
realidade. 
Um conflito entre trabalhadores e empresários pode ser 
relatado como uma disputa industrial e parecer parte natural 
dos acontecimentos. 
Extensão do conceito de cultura: de textos e 
representações para práticas vividas; considera-se toda 
produção de sentido. O ponto de partida são as estruturas 
sociais e de poder associadas ao contexto histórico.
A cultura não é totalmente explicada pelo 
determinismo econômico. Ela também influencia.
Os meios de comunicação de massa não seriam simples 
instrumentos de controle e manipulação da classe dirigente. Os 
produtos culturais seriam agentes de reprodução 
social e possuem uma natureza complexa e ativa.
Sob esta abordagem, são estudadas as estruturas e processos 
através dos quais os meios de comunicação de massa 
sustentam e reproduzem a estabilidade cultural adaptando 
continuamente as contradições que emergem na sociedade 
integrando-as no sistema cultural.
De acordo com Williams é preferível que se diga 
‘hegemônico ’ao invés de ‘hegemonia’, e ‘dominante’ no 
lugar de ‘dominação’. Isso porque a qualquer momento podem lugar de ‘dominação’. Isso porque a qualquer momento podem 
ocorrer alterações pela atuação de forças alternativas ou 
mesmo opostas. 
“A realidade do processo cultural deve, portanto, incluir 
sempre os esforços e contribuições daqueles que estão, de uma 
forma ou de outra, fora, ou nas margens, dos termos da 
hegemonia específica”
Entendimento do impacto social dos meios de comunicação 
de massa: resultado desse sistema injusto e desigual é a 
necessidade de evasão; o que leva as pessoas a consumirem, 
ainda que simbolicamente, alguns produtos da indústria 
cultural, por exemplo, por meio de revistas.cultural, por exemplo, por meio de revistas.
Sentindo prazer na leitura destas publicações, as pessoas do 
povo não perdem nem a sua identidade nem seus hábitos; eles 
conservam em mente a ideia de que nada daquilo é ‘real’ e que a 
‘verdadeira vida’ se passa noutro lugar. O final feliz da 
fotonovela representa para eles o que poderia ser sua vida 
doméstica se ‘as coisas se arranjassem’. (Hoggart, 1970, p. 294-
295)
•Não há a corrupção pela exposição aos produtos da indústria •Não há a corrupção pela exposição aos produtos da indústria 
cultural. Há um equilíbrio entre o que é difundido e o consumo, 
que sempre serve a alguma lógica da parte de quem consome.
Em contrapartida, quando há a presença de elementos tidos 
como tradicionais, que de alguma forma se contrapõem às 
inovações, deve-se ter cautela no momento de análise. 
Williams: o ato de apresentar a tradição como sendo a 
principal e verdadeira cultura, em contraposição aos elementos 
da modernidade, pode ser uma maneira, nem sempre da modernidade, pode ser uma maneira, nem sempre 
consciente, para mostrar que aquele grupo foi deixado de lado 
por algum acontecimento hegemônico específico. Nesse caso, o 
que resta a esse grupo é a afirmação ‘retrospectiva de seus 
valores tradicionais’.
A comunicação massiva, para R. Williams , surge como 
produto das transformações nos meios de comunicação, como 
imprensa e telégrafo, que facilitam a coleta e difusão de 
informações. Por meio dessas transformações, se teve acesso a 
livros mais baratos, emissão de programas televisivos, enfim, 
uma gama de produtos. 
O questionamento central do autor é se a idéia de ‘mass-
communication’ é uma fórmula útil para descrever e conceituar communication’ é uma fórmula útil para descrever e conceituar 
esse processo. 
O conceito de comunicação de massa traz em si a noção do 
poder da mídia, pela sua capacidade de penetração nas mais 
diversas camadas sociais.
No entanto, ela não é a única instituição e concorre com outras, 
do que resulta ou não na aceitação do que é difundido por ela. 
A aproximação entre classes populares e indústria cultural 
deve- se a 2 fatores: 
1. para as pessoas é uma questão vital, uma vez que essa 
indústria passa a produzir e difundir novos bens culturais, 
assumindo a postura de mediadora, e se não o faz por 
exclusividade, é inegável que o faz por excelência;exclusividade, é inegável que o faz por excelência;
2. para a indústria é imprescindível buscar uma aproximação, 
o que implica tanto a formação quanto a ampliação de um 
público consumidor.
Defende o que acredita ser a verdadeira comunicação
1) não é só transmissão; é também recepção e resposta; 
2) o ato comunicativo depende da produção-emissão e da 
recepção-resposta;
3) o ato comunicativo deve ser visto como uma oferta e 3) o ato comunicativo deve ser visto como uma oferta e 
não como uma tentativa para dominar, mas para 
comunicar e alcançarrecepção e resposta; 
4) a recepção ativa e responsiva dependem de uma efetiva 
comunidade de experiência.
Noção de comunidade de experiência 
Pode aparecer transformada, por exemplo, quando Hoggart 
fala que as fronteiras de pertencimento às classes estão em 
mutação, visto que a maioria dos membros da sociedade 
moderna tem cada vez mais consumos culturais comuns.
Para o autor, as novas revistas femininas não são nem da classe 
alta (burguesa) nem da baixa (proletária).
A concepção central que norteia toda a produção inicial do 
Centro Britânico é sobre a cultura popular, entendida como 
espaço onde se localiza a batalha pela hegemonia. 
O popular é o espaço onde o processo de significação 
toma forma.
Ao se falar da interação da mídia com a sociedade, a 
preocupação maior recaía sobre a postura do indivíduo num 
mundo em que a comunicação se tornava massiva.
A preocupação não estava organizada nos termos dos estudos 
de recepção, que na fase posterior passam a caracterizar tais 
análises.análises.
Além do momento da recepção, Stuart Hall fala também da 
importância da técnica na elaboração do discurso.
O circuito iniciado com a produção, que constrói a mensagem, 
englobando toda uma rotina de produção, habilidades técnicas, 
bem como um postulado sobre a audiência para a qual será 
dirigido o produto. 
Preocupação com a noção de processo da comunicação: as Preocupação com a noção de processo da comunicação: as 
“redes de produção” ao invés de centrar o foco apenas nos 
sistemas de recepção. 
Contudo, nota-se que este aviso do autor não foi considerado na 
tradição de estudos de recepção derivada dessas reflexões 
propostas por ele.
Os conceitos decorrentes da tradição inicial dos Estudos 
Culturais assumem a temática da recepção como 
identidade própria a partir da década de 1970.
A base para esta nova fase é lançada com Encoding and 
decoding in Television discourse, publicado em 1973.
Hall define a relação entre o receptor e a mensagem midiática a 
partir de três ‘locais’ hipotéticos. partir de três ‘locais’ hipotéticos. 
Cada um desses ‘locais’ marca o posicionamento quanto ao que 
o emissor diz por meio de sua mensagem. 
Ele questiona o modo como as pessoas recebem a mensagem. A 
questão é a recepção e não os meios.
Modelo Codificação/Decodificação vê a comunicação 
como um “processo em termos de uma estrutura 
produzida e sustentada através da articulação de 
momentos distintos, mas interligados - produção, 
circulação, distribuição/consumo, reprodução” (HALL, 
2003, p. 160). 
“Articulação” e não “determinação”, significando que “Articulação” e não “determinação”, significando que 
ela não é fixa, não é eterna, e é constantemente 
renovada. 
Hall explica que a transmissão da mensagem tem 2 momentos 
distintos: 
1. o emissor da comunicação emprega um código para 
produzir uma mensagem; 
2. a “mensagem” é decodificada pelo receptor em práticas 
sociais. 
As mensagens só conseguem gerar efeitos se forem 
transformadas em práticas sociais, ou seja, se o público transformadas em práticas sociais, ou seja, se o público 
absorver o que elas propõem.
Forma-se assim o seguinte esquema: o indivíduo pode se 
posicionar de três formas distintas:
1. “dominante” ou “preferencial”; 
2. “negociada” ;
3. “oposição”.
1) Posição hegemônica-dominante: o receptor decodifica a 
mensagem com pouca ou nenhuma diferença em relação à 
codificação original, sendo a posição buscada pelos 
emissores no processo comunicacional. 
2) Posição do código negociado: o receptor não se encontra 
inteiramente alinhado com a intenção do emissor, sua 
decodificação da mensagem contém uma mistura de adaptação decodificação da mensagem contém uma mistura de adaptação 
e oposição, de respeito às regras e direcionamento à exceção 
das regras. 
3) Posição globalmente contrária: decodifica a comunicação 
através de um “código de oposição”; para Hall: “Aqui se trava a 
‘política da significação’ – a luta no discurso”. 
1. Posição dominante
Ocorre quando o receptor decodifica a mensagem proposta com 
base nos mesmos códigos empregados pelo produtor. 
“Queremos dizer que o telespectador está atuando a partir do 
código dominante”. 
Há, nesse modelo, uma perfeita transmissão da parte produtora 
para a receptora A mensagem, ao ser codificada, é elaborada de para a receptora A mensagem, ao ser codificada, é elaborada de 
maneira que seja capaz de transitar até o receptor que irá 
proceder a ressignificação, mantendo o conceito principal.
Essa hipótese aplica-se ao discurso hegemônico, que é 
elaborado com um objetivo claro, fazendo circular pela 
sociedade as idéias de um grupo dominante.
2. Posição negociada
É possível perceber as intenções a partir das quais um discurso
televisivo foi elaborado.
O receptor nota que há uma seleção de ângulos, 
enquadramentos e opiniões que são a base de tal mensagem. “A 
decodificação a partir da versão negociada contém uma mistura 
de elementos ajustados e oposicionais”. 
O posicionamento estruturado observando-se a coexistência de O posicionamento estruturado observando-se a coexistência de 
interesses: o código hegemônico; e a decodificação negociada. 
Decodificação negociada: leva em consideração a capacidade 
que o indivíduo tem de observar a realidade e de captar os jogos 
de interesses aí envolvidos. A capacidade de negociação é 
constituída com base na realidade ‘posicional’ vivida pelo 
indivíduo.
3. Posição Oposicional
O receptor percebe a proposta dominante que é apresentada. 
Contudo, a interpretação é estabelecida segundo uma estrutura 
alternativa, que lhe serve de referência.
Já não importa tanto o que é dito, mas aquilo que é possível ler, 
tendo por base as referências e expectativas individuais.tendo por base as referências e expectativas individuais.
REFERÊNCIAS
DALMONTE, Edson Fernando. Estudos culturais em comunicação: da tradição 
britânica à contribuição latino-americana. In.: Idade mídia, São Paulo, ano I, n. 2, 
nov/2002
ESCORTEGUY, A.C. Estudos culturais: uma introdução. In: JOHNSON,
Richard; ESCORTEGUY, A.C.; SCHULMAN, N. O que é, afinal, estudos culturais.
Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 236p.
HOGGART, Richard. La culture du pauvre. Paris: Les Éditions de minuit, 1970
SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). O que é, afinal, Estudos Culturais? Belo Horizonte: 
Autêntica, 1999.
SMITH, P. And RILEY, A. Cultural theory: an introduction. 2 ed. Oxford: Blackwell, 
2009.
THOMPSON, J.B. Ideologia e cultura moderna. Teoria social crítica na era dos
meios de comunicação de massa. 4ª ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 427p.
WILLIAMS, R. Cultura. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1992

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