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Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola Politécnica Poluição dos Solos (COC479) – Eng. Ambiental 2010.02 Prof. Márcio Almeida 1. Introdução 2. Mecanismos de transporte: Adveção; Difusão; Adveção + Difusão; Dispersão Mecânica 3. Fluxo Advectivo-Difusivo-Dispersivo Componentes da Dispersão Hidrodinâmica; Relevância dos Mecanismos 4. Transporte com reações químicas Exemplos de fluxos em barreiras horizontais e verticais Tipos de contaminação Mecanismos de Transporte no solo Será abordado apenas o fluxo de miscíveis (solutos); o fluxo de não miscíveis é tema de pós-graduação Na Água Livre temos: Advecção + Difusão No Terreno (solo) temos: Advecção + Difusão + Dispersão ADVECÇÃO DIFUSÃO DISPERSÃO MECÂNICA Se dá em virude de Gradiente Hidráulico Se dá em virude de Gradiente de Concentração Se dá em virude de Gradiente de Velocidade Fenômeno independente Fenômeno independente Fenômeno independente Fenômeno Físico Independe da advecção Reflete a desuniformidade a que está submetido um fluxo Vale a Lei de Darcy Vale a 1ª Lei de Fick Avanço do fluxo como se fosse um pistão No solo, se dá apenas através dos espaços vazios Imísciveis: Dois líquidos sao ditos imiscíveis quando não se misturam. Imísciveis: Dois líquidos sao ditos miscíveis quando se misturam. Imiscíveis X Miscíveis Reativos: Há reações químicas envolvidas Não Reativos: Não há reações químicas envolvidas Reativos X Não Reativos 1. Introdução 2. Mecanismos de transporte: Adveção; Difusão; Adveção + Difusão; Dispersão Mecânica 3. Fluxo Advectivo-Difusivo-Dispersivo Componentes da Dispersão Hidrodinâmica; Relevância dos Mecanismos 4. Transporte com reações químicas Exemplos de fluxos em barreiras horizontais e verticais 5. Conclusões O fluxo advectivo está diretamente relacionado à condutividade hidráulica (k), que é a propriedade que o solo tem de permitir maior ou menor fluxo através dos seus poros. l = v.t fluxo unidimensional fonte C2 C2 V BACKGROUND C1= zero zero x F = C v v = k i (lei de Darcy) onde: F fluxo de contaminantes; C concentração de contaminantes; v velocidade aparente de percol. vs = v/ n = velocidade real de percol. n porosidade; F = C n vs Em um aterro sanitário cloreto dissolvido na concentração C = 1000mg/L está sendo transportado junto com o chorume através de uma camada de areia grossa siltosa para um aqüífero subjacente. A velocidade vs = 0,03m/dia e a porosidade efetiva da areia siltosa é ne = 0,1. Qual é o fluxo de massa de cloreto no aquífero por unidade de área da base do aterro, devido unicamente ao fenômeno da advecção? Porosidade efetiva = porosidade disponível para o fluxo; em solo parcialmente saturado é ne = Vw/V, onde Vw é o volume disponível para o fluxo (Vw < Vv) ?03,01,01000 FdiamvnlmgC s C 21m 233 3 333 1 .3 10 10 3 1011100003,01,0 mdia g m g x dia m F mdml l mg x dia m xF v v s m m mg s m l mg m s mg ... 3 2 F= C.v Fluxo de Massa por Advecção Pura Líquido acima barreira Solo natural H d vs= n ik. vs= n ik t d . d = ; .. n tik t = ik nd . . condutividade hidráulica saturada k i = d dH )( . . 2 dHk nd dH d k nd t = t = )( .2 dHk nd Fluxo através de barreiras Vale a Lei de Darcy (v = k . i) Em um aterro, o chorume acumulado ao longo de um revestimento de argila de 1m alcança o nível de 0,5m. Considerando-se a porosidade como sendo 0,5 e a condutividade hidráulica saturada como sendo 1,00E-9m/s, pede-se estimar em quanto tempo o chorume atravessará a barreira, considerando o transporte advectivo. Usando os mesmos dados do problema acima, calcular qual seria a espessura da camada de revestimento de argila para garantir que em 20 anos o chorume não atinja o solo abaixo da camada de revestimento do aterro. d = 1,0 m H = 0,5 m k = 10-7cm/s = 10-9 n = 0,5 s m t = )( .2 dHk nd t = (s) 5,0 5,1 10 5,0 )5,1(10 0,1 9 9 2 xx = t = 10,52 anos Resolvendo para d (2ª. Parte): anostmHsmxanosmk n Htk n kt n kt d 20;5,0;)1001,3(01,0 4 5,0 9 5,0 2 5,02 5,0 8 2 80445,0 5,0 5,0201,040 5,0 2 5,0 2 5,0 d xxx d md 45,4 F = - Do C/x (1a Lei de Fick) onde: F fluxo de contaminantes; (ML-2T-1) Do coeficiente de difusão; (L2T-1) C/x gradiente de concentração; (ML-3L-1) = zero V C2 x T1 T2 T3 BACKGROUND C1= zero F = - De . C/x (1ª Lei de Fick) Onde: De = W.Do = t.Do coeficiente de difusão efetiva da espécie em meio poroso (1 a 2 x 10-9 m2/s); W = coeficiente de tortuosidade (W<1); usual W entre 0,5 e 0,01 D0 = coeficiente de difusão na solução livre. 2ª Lei de Fick x 0C 0,0 CtC 00, CxC C x C 0,0 CtC y e e e deyerf yerfyerfc yerfyerfc tD x erfcCtxC dx Cd D dt dC 22 1 1 .2 , . 0 2 2 Solução: erfc: ver tabela e Figura a seguir Solução de )( ),( 0 yerfc C txC )( ),( 0 yerfc C txC ..2 tD x y e Em um aterro, o chorume acumulado ao longo de um revestimento de argila de 3,0 m de espessura contém concentração de cloreto de C = 1000 mg/L. Se o coeficiente de tortuosidade é igual a 0,5, qual será a concentração de cloreto em uma profundidade de 3 m após 100 anos de difusão? Negligenciar o efeito da advecção. )(10000 CllmgC m3 C x ?)100,3( anosmC lmgx tD x erfcCtxC erfc xtD x anomsmx xxDD smxClD e 23023,01000 2 ., 23,0)8385,0(8385,0 100032,02 3 2 032,0101 103,205,0. 103,20)( * 0 * 229 10 0 210 0 t Região 01: Predomínio da Advecção Região 02: Predomínio da Difusão Região 03: Ainda não houve contaminação por transporte OBS: Na natureza o que acontece é esta mistura advectiva-difusiva. fonte C2 C2 C2 C1=Zero 12 CCC l = v.t C2/2 x V Gradiente de velocidade F = - Dm c/x onde: Dm coef. de dispersão mecânica; Dm = va va fluxo advectivo médio; dispersividade; V fonte Efeito da dispersão Fatores que influenciam o fenômeno Tamanho dos poros Comprimento da trajetória Atrito com sólidos O espalhamento produzido pela dispersão mecânica (Dm) é função do gradiente de velocidade que se desenvolve na seção transversal ao fluxo; O movimento da espécie química dissolvida se dá na direção paralela e transversal ao fluxo, diminuindo assim o gradiente de concentração. Dm = × Va Onde: – coeficiente de dispersividade [L]; Va – velocidade média de advecção 1. Introdução 2. Mecanismos de transporte: Adveção; Difusão; Adveção + Difusão; Dispersão Mecânica 3. Fluxo Advectivo-Difusivo-Dispersivo Componentes da Dispersão Hidrodinâmica; Relevância dos Mecanismos 4. Transporte com reações químicas Exemplos de fluxos em barreiras horizontais e verticais 5. Conclusões F = c va - De c/x - Dm c/x Como De + Dm = D Coef. de dispersão-difusão ... F = c va - D c/x Como De + Dm = D Coef. de dispersão-difusão ... Usando a hipótese da Conservação de Massa (2a lei de Fick): (c)/t = - F/x (c)/t = /x [ D c/x - c va] Usando a Hipótese de Fluxo estacionário ( = constante): c/t = D 2c/2x - va c /x c/t = D. 2c/x2 - va.c/x Equação Geral de Transporte Condições de Contorno Pode-se modelar qualquer fenômeno de transporte de contaminante. Difusão molecular (De), governada pelo gradiente de concentração gerado no interior da massa do fluido durante o fluxo; Mistura mecânica ou dispersão mecânica (Dm), causada pelo movimento do fluxo durante o fluxo advectivo, devido a gradientes de velocidade. D = Dh = De + Dm Onde: Dh – coef. de dispersão hidrodinâmico da espécie química; De – coef. de difusão molecular da espécie em meio poroso; Dm – coeficiente de dispersão mecânica. Os mecanismos de dispersão mecânica e de difusão molecular ocorrem simultaneamente Definem o parâmetro de dispersão hidrodinâmico. Para velocidades de fluxo baixas (solos argilosos) a dispersão mecânica é desprezível em relação à difusão molecular; Em solos com velocidades de fluxo altas (solos granulares) a dispersão mecânica torna-se predominante sobre a difusão molecular. A importância relativa de cada parcela da dispersão hidrodinâmica (Dh) pode ser avaliada pelo número de Peclet (Pe): número adimensional que relaciona a efetividade do transporte de massa por advecção em relação à dispersão ou difusão. Onde: Pe – número de Peclet; D0 – coeficiente de difusão na solução livre [L 2T-1]; Va – velocidade média de advecção [LT -1]; D – diâmetro médio dos grãos [L] 0D dV P ae Para: Pe < 1 → Difusão prevalece. Pe > 1 → Dispersão mecânica prevalece. Gráfico Dh / Do X Pe Dh Interpretação do Gráfico Dh / Dh X Pe Se o fluxo é igual a zero Dh = De Tortuosidade pode ser definida experimentalmente usando a equação ▪ De = W × D0 [L 2T-1] Para baixas velocidades de fluxo (Pe<0,04) Dh/De apresenta-se com valores constantes da ordem de 0,7; Nesta região a difusão molecular é o mecanismo predominante; 1. Introdução 2. Mecanismos de transporte: Adveção; Difusão; Adveção + Difusão; Dispersão Mecânica 3. Fluxo Advectivo-Difusivo-Dispersivo Componentes da Dispersão Hidrodinâmica; Relevância dos Mecanismos 4. Transporte com reações químicas Exemplos de fluxos em barreiras horizontais e verticais 5. Conclusões Há interação solo-contaminante Massa de contaminantes adsorvida (imobilizada) Concentração do contaminante na solução S C CKS d . Ensaios de batelada (“batch tests”), permitem determinar Kd C S A d so rv id o p e lo s o lo Na solução 1 0C z sorção advecção difusão Z C R v Z C R D t C Se .. 2 2 No caso de admitir sem reação 1 R • para advecção dominando – Equação 1: RtD tvRZ erfc C tZC e S ..2 . 2 ),( 0 Solução aproximada 1000eP • para difusão dominando – Equação 2 : Solução aproximada 1eP RtD RZ erfcCtZC e ..2 . ),( 0 d d K n R .1 Solução de 2 24 L tD R e )( ),( 0 erfc C txC )( ),( 0 erfc C txC RtD xR e ..2 . Uma trincheira (barreira vertical) impermeável de 0,90 m de espessura é usada para conter um solo contaminado com benzeno com C = 1000 mg/l. Calcule a concentração do lado externo da barreira após 5 anos aplicando as equações 1 e 2 acima admitindo k = 10-7 m/s; De = 10 -5 cm2/s; n = 0,4; Kd = 3 cm3/g. Determinar com e sem efeitos sorção. barreira gcmK cmg n scmK scmxD d d e 3 3 7 25 0,3 3,1 4,0 10 101 )0;( 1025,8 4,0 33,010 ;33,0 9,0 3,0 8 7 ifavoráveladvercção difusão scmx x n ki vi s Benzeno lmgC /10000 m3,0 ?5;9,0; anosmtxC m9,0 (a) Sem sorção (R = 1) (b) Com sorção Advercção + difusão eq.(1) → lmgC 45,31 Só difusão eq.(2) → voconservati lmgC 5,103 )10(1091 4,0 32,1 1 R x R eq.(1) → eq.(2) → 0 0 C C Não haverá contaminação em 5 anos Uma altura de lixiviado de 0,30 m se acumulada sobre uma camada de revestimento de argila com 0,90 m de espessura. Este lixiviado contém tricloroetileno (TCE) a uma concentração de 100mg/L. Calcular a distribuição do TCE ao longo da camada de revestimento de argila, após 10 anos aplicando as equações 1 e 2 acima. Admitir: k = 5,00 E-8 cm/s; n = 0.4; D* = 1,00 E-6 cm²/s, ρd = 1.2g/cm³ e Kd = 8.0cm³/g. Determinar com e sem efeitos de reação. mh 30,0 mD 90,0 revestimento scmx xx n ik v D Dh i S 7 8 1066,1 4,0 33,1105. 33,1 3,0 9,03,0 (carga hidráulica acima do revestimento) gcmK cmgn scmDscmxk d d e 3 3 268 8 2,14,0 10;100,5 Solo compactado: ?)10,( anosxC Z Eq.(1) Eq.(2) 0 98,14 100 0,3 80,81 22,49 0,6 36,59 1,52 0,9 5,98 0,03 Sem reação )( lmgC 0,25 258. 4,0 2,1 1.1 d d K n R Z Eq.(1) Eq.(2) 0 66,16 100 0,3 0 0 0,6 0 0 0,9 0 0 Com reação )( lmgC lmgCo /100 Conclusão: não considerar reação é mais conservativo Equação 1 para R = 0 e L = Z); observe que a difusão é desprezível! 1. Introdução 2. Mecanismos de transporte: Adveção; Difusão; Adveção + Difusão; Dispersão Mecânica 3. Fluxo Advectivo-Difusivo-Dispersivo Componentes da Dispersão Hidrodinâmica; Relevância dos Mecanismos 4. Transporte com reações químicas Exemplos de fluxos em barreiras horizontais e verticais 5. Conclusões O transporte de contaminantes ocorre devido a diferentes mecanismos: Diferença de carga total (advecção e dispersão mecânica) Diferença de concentração (difusão molecular) O mecanismo com mais influência sobre o comportamento do transporte de massa depende da velocidade de advecção; Com o aumento da velocidade diminui o efeito da difusão molecular e aumenta o efeito da dispersão mecânica. Não considerar reação (sorção) é mais conservativo Solo compactado é mais eficiente quanto à difusão Geomembrana é mais eficiente quanto à advecção
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