METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 221 associado à transformação (L1→2). Respaldada no fato das transições de fase se processarem isotérmica e isobaricamente, a integração fornece: L1→2 = T(s2 – s1) = u2 – u1 + p(v2 –v1). (VI.4.1) Dessa igualdade, resulta: Ts2 – u2 – pv2 = Ts1 – u1– pv1. Diferenciando essa expressão, vem: Tds2 + s2dT – du2 – pdv2 – v2dp = Tds1 + s1dT – du1 – pdv1 – v1dp. No entanto, tendo em vista a equação VI.3.1: s2dT – v2dp = s1dT – v1dp ou, dp/dT = (s2 – s1) / (v2 – v1). A equivalência L1→2/T = s2 –s1, anteriormente obtida (VI.4.1), aplicada nesta expressão, conduz à equação de Clausius-Clapeyron: dp / dT = L1→2 / [T (v2 – v1) ], (VI.4.2) que rege a coexistência de fases de substâncias puras. No caso específico da transição do estado líquido (1) para o gasoso (2), em relação a uma superfície plana de água pura, deve-se substituir p por eS (a pressão de saturação do va- por) em VI.4.2. Também é usual desprezar-se o volume específico da água (v1) por ser muito pequeno quando comparado ao do vapor (v2). Finalmente, representando por LE o calor latente de evaporação (L1→2), encontra-se a equação de Clausis-Clapeyron aplicável à mudança de estado líquido-vapor para a água (Gordon, 1965): deS /dT = LE / (vT), (VI.4.3) em que v passa a designar o volume específico do vapor d'água Recorrendo à equação de estado do vapor d'água puro, resulta: deS /dT = eSMV LE / (RT 2). (VI.4.4) Em termos geométricos, deS/dT traduz a tangente à curva de saturação do vapor d'água (em relação a uma superfície plana de água pura), que será bastante útil no estudo da evapo- ração. É possível colocar a equação precedente sob a seguinte forma : deS/eS = (MV LE / R)(dT/T2) (VI.4.5) e integrá-la entre o ponto triplo da água [To = 273,16 K e eSo = 6,108 mb] e um outro ponto qualquer (T,eS). Para a integração o calor latente será considerado constante pois sua variação