UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ELETROQUÍMICAELETROQUÍMICA Data: 19/10/2010 ELETROQUÍMICAELETROQUÍMICA QUI 116 QUI 116 –– TURMA 11TURMA 11 AULA 1AULA 1 O que é Eletroquímica? Estuda a relação entre fenômenos químicos e fenômenos elétricos Fenômenos químicos – são as reações químicas que acontecem no meio reacional, até alcançar o equilíbrio químico Fenômenos elétricos – relacionados aos processos de transferência de cargas elétricas no meio A Eletroquímica é uma parte da Química que trabalha com o uso de reações químicas espontâneas para produzir eletricidade, e com o uso da eletricidade para forçar as reações químicas não-espontâneas ocorrerem. Célula eletroquímica - constituída por dois eletrodos, em contato com um eletrólito, um condutor iônico. Compartimento eletródico – constituído por um eletrodo e o eletrólito com o qual está em contato. “Metal inerte” parte do eletrodo – fonte ou sumidouro de elétrons. CÉLULA ELETROQUÍMICA sumidouro de elétrons. Eletrólitos diferentes – os dois compartimentos podem ser unidos por uma ponte salina (tubo contendo uma solução concentrada de eletrólito – cloreto de potássio num gel de ágar). Ponte salina - completa o circuito elétrico e possibilita a operação da célula (elimina o potencial de junção líquida). TIPOS DE CÉLULAS ELETROQUÍMICA Célula Voltaica ou Galvânica fio condutor (Pt) e- e- ponte salina voltímetro Na célula galvânica uma reação química espontânea é usada para gerar corrente elétrica ânodo cátodo +- Eletrodo onde ocorrerá a oxidação Eletrodo onde ocorrerá a redução Ânodo – pólo negativo da pilha – compartimento eletródico onde ocorre a reação de oxidação – perda de elétrons Cátodo – pólo positivo da pilha – compartimento eletródico onde ocorre a reação de redução – ganho de elétrons Ex.: pilhas e baterias Célula Eletrolítica ânodo cátodo -+ Na célula eletrolítica um gerador de corrente elétrica é usado para forçar uma reação química não-espontânea a ocorrer e- e- fonte externa Eletrodo onde ocorrerá a oxidação Eletrodo onde ocorrerá a redução Ex.: Procesos de eletrólise e de proteção a corrosão Ânodo - os elétrons precisam ser retirados da espécie que sofre oxidação, já que o processo não é espontâneo - o eletrodo fica positivo. Cátodo - os elétrons são adicionados para ocorrer a redução - o cátodo é negativo. Eletrodos Reversíveis Quando uma barra metálica é imersa em uma solução iônica contendo o mesmo metal como íon, inicialmente átomos da barra metálica podem passar para a solução, na forma de íons, e íons do metal presente na solução podem passar para a barra metálica, na forma de átomos. Após um tempo, um equilíbrio é estabelecido entre os átomos da barra metálica e os íons do metal na solução Mz+(aq) + ννννe- M(s) Mantendo T, p e concentração constantes Para uma reação química, ocorrendo de forma reversível, na qual a composição do sistema está mudando, a variação da energia livre de Gibbs, em função da composição é: QRTGG o ln+∆=∆ Onde Q é o quociente da reação química: atividade dos produtos dividido pela atividade dos reagentes + =→= zM M r p a a Q a a Q Sendo a atividade do metal no estado sólido é igual a 1 +zMr aa +∆=∆ +zM o a RTGG 1 ln Nesse caso, será necessário considerar o trabalho elétrico, Wele, realizado quando os elétrons dos átomos da barra metálica são transferidos para os íons metálicos da solução, e vice-versa. Sabe-se que: GW emáx ∆−=, Esse trabalho é qualquer trabalho diferente do trabalho de expansão tipo pressão- volume. A diminuição da energia livre de Gibbs é igual à quantidade máxima de trabalho que o sistema realiza O trabalho elétrico que o eletrodo reversível pode realizar será igual ao potencial do eletrodo vezes a carga do elétron, em equilíbrio entre os íons da solução e os átomos do metal do eletrodo reversível. qWele ε= J = C x V FaradaydeteconsFmolCq mol moléculas xx moléculas C xeNq a tan.96485 1002,610602,1 1 2319 === == − − ενFWele = De modo que o trabalho elétrico, produzido pela transferência de ν elétrons é: ενFG −=∆ Esta equação relaciona os dados termodinâmicos da reação com o potencial do eletrodo reversível Deste modo: QRTGF o ln+∆=− εν RTG o ε −∆−=QRTGF o ln+∆=− εν −= +zM o aF RT 1 ln ν εε Equação de Nersnt para o eletrodo reversível M/Mz+ Q F RT F G ln νν ε −∆−= Equação de Nersnt para o eletrodo reversível M/Mz+ + −= zM o a 1 log 059,0 ν εε ou Como: R = 8,314 J.K-1.mol-1 T = 25 oC = 298 K F = 96.485 C.mol-1 + −= zM o a 1 ln 0257,0 ν εε reversível M/Mz+ ou Nesse ponto, é necessário salientar que não se pode determinar o valor de εo para um único eletrodo. Este é calculado a partir da diferença de potencial de dois eletrodos, em uma célula eletroquímica, como será apresentado mais a frente. a) Eletrodo gás / íon Consiste de um coletor de elétrons inerte, de platina ou grafita, em contato com um gás e um íon solúvel. CLASSIFICAÇÃO DOS ELETRODOS REVERSÍVEIS: Exemplo: Eletrodo de gás hidrogênio / íon hidrogênio )(2)( 22 gaq HeH ↔+ −+ Pt(S) | H2(g) | H+(aq) 2)( log 2 059,0 2 + −= H Ho a p εε 2)( ln 2 0257,0 2 + −= H Ho a p εε ou Pt(S) | H2(g) | H+(aq) b) Eletrodo metal / íon metálico Consiste de um pedaço de metal imerso numa solução contendo o íon metálico. Exemplo: Eletrodo de Cádmio / íon cádmio )()( 2 2 saq CdeCd ↔+ −+ Cd(s) | Cd2+(aq) + −= 2 1 log 2 059,0 Cd o a εε + −= 2 1 ln 2 0257,0 Cd o a εε ou c) Eletrodo metal / sal insolúvel-ânion Consiste de uma barra de metal imersa numa solução que contém um sal sólido insolúvel do metal e ânions do sal. Exemplo: Eletrodo de Prata / Cloreto de Prata −− +↔+ )()()( 1 aqss ClAgeAgCl Ag(s), AgCl(s) | Cl-(aq) 1 log 1 059,0 − −= Clo a εε Ag(s), AgCl(s) | Cl (aq) 1 ln 1 0257,0 − −= Clo a εε ou Eletrodo de calomelano Consiste de um aglomerado de mercúrio envolto por uma pasta de calomelano (cloreto mercuroso) e imerso numa solução de KCl. −− +↔+ )()()(22 222 aqls ClHgeClHg Hg2Cl2(s) | Hg(l) | Cl-(aq) 1 )( ln 2 0257,0 2 0 −−= Cl a εε 1 )( log 2 059,0 2 0 −−= Cl a εε ou d) Eletrodos de oxirredução Possui um coletor de metal inerte, usualmente platina, imerso em uma solução que contenha duas espécies solúveis em diferentes estados de oxidação. +−+ ↔+ 2 )( 3 )( 1 aqaq FeeFe Pt(s) | Fe3+(aq), Fe2+(aq) + + −= 3 2 ln 1 0257,0 Fe Feo a a εε + + −= 3 2 log 1 059,0 Fe Feo a a εε ou Considerando uma célula galvânica (espontânea), cujos eletrodos são reversíveis: e- e- ponte salina Eletrodo onde Eletrodo onde voltímetro ânodo cátodo +- fio condutor (Pt) CÉLULAS GALVÂNICAS REVERSÍVEIS Eletrodo onde ocorrerá a oxidação Eletrodo onde ocorrerá a redução Ânodo: M(s) Mz+(aq) + νe- Cátodo: Nz+(aq) + νe- N(s) Reação: M(s) + Nz+(aq) Mz+(aq) + N(s) meia-reação de oxidação meia-reação de redução reação redox Nz+(aq) |||| Mz+(aq) →→→→ par redox Meias- reações Representação dos eletrodos participantes da pilha DIAGRAMA DE PILHA Os eletrodos são em geral representados por meio de diagramas onde se adotam as seguintes convenções: O diagrama mostra a seqüência e a composição das fases em contato; As diferentes fases presentes são representadas por meio de um traço vertical; Espécies presentes no mesmo compartimento eletródico, apresentando a mesma fase, são separados por vírgula; Se a pilha possui uma ponte salina, a mesma é representada por uma barra dupla; Uma barreira porosa, que não elimina a junção líquida, é representada por umaUma barreira porosa, que não elimina a junção líquida, é representada por uma linha pontilhada; Se um gás participa do eletrodo, é necessário especificar o fio metálico inerte usado para transportar os elétrons; A concentração e o estado físico dos íons participantes da reação redox deve ser indicada; A espécie oxidada encontra-se do lado esquerdo