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Direito Penal Concurso de crimes O agente mediante uma ou várias condutas, pratica duas ou MAIS infrações penais, temos 3 espécies: concurso material (art. 69 do CP), concurso formal (art. 70 do CP) e crime continuado (art. 71 do CP) Concurso material: Está no art. 69 do CP, é quando o agente com mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, ou seja, somam-se as penas (sistema cumulativo), ex: o agente estupra uma pessoa e pra ocultar o crime ele também mata a vítima, ele pode ser homogêneo ou heterogêneo. Homogêneo: Quando o individuo pratica dois crimes idênticos (ex: 2 roubos, 2 estupros...) Heterogêneo: São infrações penais diversas (ex: 1 furto e 1 estupro) Cumulação de pena privativa de liberdade com restritiva de direitos: O art. 69 traz o §1° que diz que quando o agente Prof: Fernanda Madrid/ Resumo: Larissa Tiveron tiver a pena privativa de liberdade por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição por restritiva de direitos, PORÉM, esse parágrafo foi revogado tacitamente pela lei 9714/98. Que diz que não há problema a substituição desde que sejam compatíveis as penas. Concurso formal ou ideal: O agente pratica UMA só conduta que da causa a 2 ou mais crimes, está previsto no art. 70 do CP, ex: o indivíduo dirigindo acima do limite de velocidade atinge um ponto de ônibus e acaba atropelando e matando 4 pessoas, temos concurso formal homogêneo, heterogêneo, perfeito (próprio) e imperfeito (impróprio). *unidade de conduta: são atos realizados no MESMO contexto temporal e espacial. Homogêneo: O crime é o mesmo (ex: o do atropelamento). Heterogêneo: O individuo com uma conduta da resultado a vários crimes DISTINTOS (ex: quero matar meu marido e dou 3 tiros porém os tiros pegam TAMBEM em outra pessoa e mato ela). Perfeito (próprio): Imperfeito (impróprio): Todos os delitos são dolosos, ex: quero matar 3 pessoas da mesma família ai vou e coloco fogo na casa pra poder matar os três. Aplicação da pena: Se usa o sistema de exasperação, aplica-se a pena de qualquer um dos crimes, se idênticos, ou então a mais grave, aumentada, de qualquer caso de um sexto até a metade. O critério é o número de crimes cometidos pelo agente Se pratica 2 crimes, aumenta 1/6 Se pratica 3, aumenta 1/5 4, ¼ 5, 1/3 6 ou mais, ½ - se passa de 6, o resto é usado como circunstância judicial desfavorável. No concurso formal impróprio o sistema usado é de cúmulo material. Parágrafo único do art. 70 do CP: no concurso material benéfico a pena não poderá exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 do CP.. Crime continuado: Art. 71, caput: É quando o agente, mediante MAIS de uma ação ou omissão, pratica DOIS ou mais crimes da mesma espécie e pelas condições de tempo/maneira/lugar devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro. Aplicação da pena: Se aplica uma pena só mas aumenta essa pena de 1/6 até 2/3 com alguns requisitos → os delitos precisam ser da mesma espécie e precisa avaliar o número de infrações cometidas (se usa a tabela acima pra aumentar) Natureza jurídica do crime continuado: o CP brasileiro adota a da ficção jurídica. a) Teoria da unidade real: Essa teoria diz que o crime continuado é um crime único. b) Teoria da ficção jurídica: Essa teoria diz que o crime continuado é uma pluralidade de crimes mas por uma ficção jurídica no momento da aplicação da pena será aplicada como um crime único. c) Teoria mista: Pra essa teoria o crime continuado é uma categoria autônoma, totalmente diferente de um crime único ou de uma pluralidade de crimes. Requisitos do crime continuado: Têm que ter pluralidade de condutas, os crimes cometidos precisam ser da mesma espécie, os crimes precisam ser cometidos pelo mesmo modo de execução (conexão modal) e nas mesmas condições de local (conexão espacial). Espécies de crime continuado: art. 71, caput do CP – modalidade simples ou comum. Simples: pena de crime mais grave aumentada 1/6 a 2/3, precisam ser crimes da mesma espécie e mesmas circunstancias de tempo, local e modo de execução. Qualificado: possibilidade de ser triplicada a pena do crime mais grave, precisam ser crimes dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes. Lei nova mais gravosa: Súmula 7111 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se sua vigência é anterior á cessação da continuidade ou da permanência. Unificação das penas: Juízo da execução penal vai somar as penas, desprezar uma delas mantendo apenas a mias grave e em seguida aplicar o índice de exasperação que tratam os arts. 70 e 71 do CP. Prescrição: No art. 119 do CP diz que no caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade indicirá sobre a pena de cada um, isoladamente. E já a súmula 497 do STF diz que quando se tratar de crime continuado a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o aumento decorrente da continuação. Suspensão condicional da pena (SURSIS) É um instituto que vai permitir que o condenado a uma pena privativa de liberdade de curta duração não seja submetido à execução desde que preencha alguns requisitos, esse instituto impede o encarceramento, está previsto no art. 77 ao 82 do CP e também no art. 156 da LEP. Sistemas: 1) Sistema Anglo-Americano ou “Probation System”: O réu é processado e é reconhecida sua culpa mas o juiz suspende o processo sem a condenação (sem aplicar a pena) e submete o réu a um período de prova pra ver se ele preenche os requisitos. 2) Sistema do “Probation Of First Offenders Act”: O réu é processado e o juiz suspende o processo SEM reconhecer a culpa do réu, então ele determina a suspensão da ação do penal sem declara-lo culpado, esse sistema é acolhido no Brasil mas não pro SURSIS e sim pra suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/1995). 3) Sistema Franco-Belga: O réu é processado, é reconhecida sua culpa e é condenado (é atribuído a pena) e ai o juiz suspende a execução da pena, foi adotada pelo BR pelos arts. 77 a 82 do CP em relação ao Sursis. Natureza jurídica do Sursis: ´ a) Instituto de política criminal: É um beneficio a aquele que foi condenado, cuida-se da execução mitigada da pena privativa de liberdade, STF e STJ adotam. b) Direito público subjetivo do condenado: É um direito público subjetivo do condenado, diz que uma vez preenchido os requisitos o juiz é obrigado a conceder o Sursis. c) Pena: Diz que é uma espécie de pena. Requisitos: Estão no art. 77 do CP, temos os requisitos subjetivos e objetivos: Objetivos: art. 77 do CP - a) Natureza da pena: A pena deve ser privativa de liberdade para ter suspensão. Art. 80 – Reforça essa ideia. b) Quantidade da pena privativa: A pena concreta não pode ser superior a dois anos. c) Não tenha sido a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de direitos: o inciso III do art. 77 do CP Subjetivo: Diz respeito às qualidades pessoais do réu a) Réu não pode ser reincidente em crime doloso (art. 77, I do CP), porém, se tem uma exceção: é possível para quem é reincidente em crime doloso desde que a condenação anterior seja a pena de multa (art. 77, §1°), então a pena de multa não impede a concessão do beneficio. b) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstancias do crime autorizem a concessão do benefício (art. 77, II do CP). Momento para a concessão do SURSIS: É no momento da sentença ou no acórdão. Espécies de SURSIS: a) Sursis simples (art. 77 e 78, §1° do CP): Não houver reparado o dano do crime, injustificadamente, e/ou as circunstancias do art. 59 do CP não lhe forem inteiramente favoráveis à lei. Durante 1° ano do período de prova o individuopresta serviços á comunidade ou submeter-se a limitação de fim de semana. b) Sursis especial (art. 77 e 78, §2°): Idêntico ao sursis simples, só as condições impostas que mudam. Condenado tiver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo e se as circunstancias do art. 59 lhe forem inteiramente favoráveis o juiz poderá substituir a exigência do paragrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: 1) Proibição de frequentar determinados lugares 2) Proibição de se ausentar da comarca onde mora, sem autorização do juiz. 3) Comparecimento pessoal e obrigatório mensalmente para informar e justificar as atividades. Temos também o art. 79 em que fala que a sentença poderá especificar outras condições além das já citadas desde que sejam adequadas ao fato e a situação pessoal do condenado. c) Sursis etário: Está no art. 77, §2° do CP. d) Sursis humanitário: No art. 77, §2° do CP. §2°: “A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.”. Período de prova: Intervalo de tempo fixado na sentença condenatória concessiva do SURSIS, a regra é de 2 a 4 anos, porém, existe uma exceção de 04 a 06 anos (ex: sursis humanitário), tem inicio na audiência admonitória (art. 160 e 161 da LEP) e o juiz adverte sobre as consequências de nova infração e do descumprimento das condições. Revogação: O individuo cumpre integralmente a pena privativa de liberdade, não se considera o tempo em que permaneceu no período de prova e existem duas: obrigatória ou facultativa. Obrigatória: Não é automática, precisa de uma decisão judicial, o art. 81 do CP diz as condições para uma revogação obrigatória. É possível a revogação do SURSIS por não pagamento de multa? 1°): não é possível, a multa deve ser tratada como divida de valor e 2°) é possível, a lei 9.268/1996 modificou somente o art. 51 do CP. Facultativa: Está prevista no art. 81, §1° do CP, pode ser pelo descumprimento de qualquer outra condição imposta (art. 78, §2°, a, b e c e art. 79) e se o individuo for condenado de forma irrecorrível por crime culposo ou contravenção a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Cassação do SURSIS: Benefício fica sem efeito antes do início do período de prova, existem 4 hipóteses: 1) O condenado não comparece, injustificadamente, á audiência admonitória (art. 161 da LEP). 2) O condenado renuncia ao benefício. 3) O réu é irrecorrivelmente condenado a pena privativa de liberdade não suspensa. 4) Pena é majorada em grau de recurso de acusação. SURSIS sucessivos: O agente, após cumprir a suspensão condicional da pena, comete crime culposo ou contravenção penal. Revogação do SURSIS: 1) Por crime cometido durante a vigência do benefício (TJ – art. 89 do CP) Efeitos da revogação: Não se computa na pena o tempo que esteve solto e não se concede, em relação a mesma pena, novo LC. Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido. 2) Por crime anterior, observado o disposto no art. 84 do CP. Só se revoga se há impossibilidade da sua manutenção com a inclusão da nova pena no cálculo Efeitos: Computa-se o período que esteve solto, admite-se a soma das penas para concessão de novo LC, permite novo LC. Revogação facultativa: Art. 87 do CP, são duas situações que permitem essa revogação facultativa. Duas hipóteses: 1) Deixar de cumprir qualquer das obrigações impostas na sentença – nova advertência, até mesmo com agravamento das condições. - Se descumpre: efeitos rigorosos 2) Irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. Momento – irrelevante Se for pena privativa: crime (revogação obrigatória – art. 86 do CP) e contravenção (não gera nenhum efeito) Suspensão do LC: Art. 145 da LEP – processos são morosos, é cautelar. Prorrogação do período de prova: Art. 89 – o juiz não poderá declarar extinta a pena enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. Limite da pena e unificação Segundo o art. 5°, XLVII da CF – não haverá penas: B) de caráter perpétuo O art. 75 diz que o tempo de cumprimento das penas de privativas de liberdade não pode ser superior a 40 anos - Condenação superior a 40 anos? Motivos: Unificação - §1°: Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40 anos devem ser elas unificadas para atender ao limite máximo desse artigo, a competência é da VEC. - É importante citar que as penas privativas de liberdade maiores que 40 anos influenciam no cálculo de benefícios. Súmula 715 do STF. Efeitos da condenação O principal efeito da condenação é a imposição da sanção penal e também temos os efeitos secundários. Temos os específicos: Estão no art. 92 I – A perda de cargo, função publica ou mandato eletivo - a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) – TEM QUE TER NEXO COM O CARGO QUE OCUPA. II – Quando for aplicado a pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos nos demais cargos. b) a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) III - A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Não são automáticos (art. 92, § único do CP), o juiz precisa declarar na sentença de forma fundamentada. Efeitos da condenação fora do CP: Art. 15 da CF – É vedada a cassação dos direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III – Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos. É automático e a sumula 9 do TSE diz que a suspensão dos direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado CESSA com o cumprimento ou a extinção da pena, independo da reabilitação ou de prova de reparação de danos. Reabilitação Conceito: “Instituto que visa promover a reinserção social do condenado, a ele assegurando o sigilo de seus antecedentes criminais, bem como a suspensão condicional de determinados efeitos secundários de natureza extrapenal e específicos da condenação.” – MASSON. É uma declaração judicial no sentido de que as penas a ele aplicadas foram cumpridas ou por qualquer outro modo extintas. Duas funções: 1) Garantir o sigilo dos registros sobre o processo e condenação. 2) Suspender condicionalmente os efeitos da condenação elencados no art. 92 do CP. Modalidades de reabilitação do CP: A) Sigilo das condenações: art. 93, caput, parte final. Assegura ao condenado o sigilo dos registros, só o juiz criminal pode obter informações, ou seja, não existe o sigilo absoluto. B) A reabilitação também poderá atingir os efeitos da condenação (art. 92, CP) → São efeitos extrapenais específicos. C) A reincidência se mantem (art. 64, I, CP), não se torna primário só por que se reabilitou. Requisitos (art. 94 do CP) - A reabilitação poderá ser requerida decorrido 2 anos da extinção da pena, o período de prova do SURSIS ou LC conta nesse período de 2 anos. - Tenha domicilio no país no prazo referido. - Tenha dado durante esse tempo demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado. - Tenharessarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a impossibilidade de o fazer até o dia d pedido, ou exiba documento que comprove a renuncia da vitima. Legitimidade privativa do condenado Não estende a herdeiros e sucessores em caso de falecimento. O advogado que deve fazer o pedido (capacidade postulatória) e endereça ao juiz de primeiro grau que tramitou a ação. Revogação: Art. 95 do CP – A reabilitação será revogada se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja multa. Medida de segurança Conceito: Espécie de sanção penal, com escopo preventivo e de caráter terapêutico. Tratar inimputáveis e semi-imputáveis portadores de periculosidade. Objetivo: É evitar futuras infrações. A diferença da pena pra medida de segurança é que a pena tem como finalidade a retribuição (castigo), é de prevenção geral e prevenção especial, já a medida de segurança a finalidade é de PREVENÇÃO ESPECIAL, os destinatários da pena são imputáveis e semi-imputaveis SEM PERICULOSIDADE e da medida de segurança são imputáveis e semi-imputaveis DOTADOS DE PERICULOSIDADE. Princípios da MS: 1) Legalidade. 2) Anterioridade (art. 5°, XL, da CF). 3) Jurisdicionalidade. Requisitos para aplicação: 1) Prática de um fato típico e ilícito. 2) Periculosidade do agente e 3) Não tenha ocorrido a extinção da punibilidade (art. 96, p.u. do CP). Periculosidade: Probabilidade efetiva, do responsável por uma infração penal, inimputável ou semi-imputável de voltar a praticar infrações penais. Natureza e da gravidade do fato cometido e das circunstancias indicadas na legislação. A periculosidade é presumida e real. Aplicação da MS: Inimputável – art. 26 do CP: “É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. Semi-imputável – art. 26, § único, do CP: “A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. - Sentença condenatória, substituída por MS e possui sistema vicariante (art. 98 do CP); Espécies: Art. 96 – As medidas de segurança são: I – Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, á falta, em outro estabelecimento adequado (detentiva). II – Sujeição a tratamento ambulatorial (restritiva). Critério: Natureza da pena cominada em abstrato: Art. 97 – Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime punível com detenção, poderá o juiz submete-lo a tratamento ambulatorial. Detenção: periculosidade. O critério pro juiz decidir se é internação ou tratamento ambulatorial é a natureza da pena cominada em abstrato (prisão ou detenção). Se a natureza da pena é detenção o juiz pode escolher entre internação e tratamento ambulatorial, se for reclusão é internação em hospital de custódia. No caso da detenção, quanto maior for a periculosidade ele interna, se a periculosidade não for tão grande assim submete a tratamento ambulatorial. Prazo: Segundo o art. 97, §1° do CP, “A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.” PORÉM o prazo indeterminado é considerado inconstitucional, pois fere o art. 5°, XLVII, “b” da CF, sendo assim, o STF entende que o prazo máximo é 40 anos (art. 75 do CP), já o STJ entende que o prazo máximo é a pena máxima em abstrato (sumula 527 do STJ). O art. 97, §2° diz que a perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. Conversão da pena MS: O art. 183 da LEP diz que “Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança.” . Ação penal É o direito de exigir do estado a aplicação do DP aquele que praticou uma infração penal. Classificação: Tutela jurisdicional invocada: Ação de conhecimento: Tem como objetivo o reconhecimento do direito, ou seja, impor a sanção penal (ex: ação penal condenatória). Ação cautelar: Tem como finalidade resguardar/proteger o direito que nós invocamos na ação principal (conhecimento). Ação de execução: Aqui já temos um direito reconhecido na ação de conhecimento, então o objetivo é satisfazer esse direito já reconhecido. Titularidade para sua propositura: Ação penal publica incondicionada (art. 100 do CP): MP, promotor de justiça, ele não depende de ninguém pra propor essa ação. Ação penal publica condicionada: MP, promotor de justiça, já nesse ele precisa de uma condição de processabilidade (requisição do ministro da justiça) pra dar inicio a ação pública. Ação penal privada: Ofendido ou o seu representante legal. Condições da ação penal: Condições genéricas: A) Possibilidade jurídica do pedido: Os fatos narrados na peça inicial (denuncia ou queixa-crime) eles precisam estar presentes no ordenamento como um fato típico – art. 39 do CPP. B) Legitimidade ad causam: Somente o titular da ação penal tem o poder de ajuizá-la e apenas aquele que é supostamente responsável pelo fato definido como infração penal pode ocupar o polo passivo. C) Interesse processual: A ação penal precisa ter necessidade, utilidade e adequação – NUA. D) Justa causa: É o mínimo de lastro probatório (indícios de autoria e materialidade delitiva) – art. 395, III, do CPP. Ação penal pública: Art. 129, I, da CF – MP (privativamente). O promotor pra dar início a ação penal pública precisa elaborar a denuncia, ela pode ser de 2 tipos: incondicionada ou condicionada. Incondicionada: O MP não precisa de nada, apenas das condições da ação para oferecer a denuncia. Condicionada: Precisa de uma condição pra oferecer a denuncia, a condição pode ser a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça – art. 100, §1° do CP. Princípios que norteiam a ação penal pública: 1) Oficialidade ou autoridade: O titular da ação é o órgão oficial. 2) Obrigatoriedade ou legalidade: Art. 24 do CPP: “Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo”. Ou seja, uma vez presentes todas as condições da ação ele tem que dar início a ação penal publica/oferecer a denuncia. Existem duas exceções: Art. 98, I da CF (transação) – Art. 76 da lei 9.099/95 e art. 28 – A do CPP. 3) Indivisibilidade. 4) Indisponibilidade: Uma vez instaurada a ação penal o promotor não pode desistir dela (art. 42 do CPP), porém o MP oferece a suspensão condicional do processo (art. 89 da lei 9.099/95. 5) Oficiosidade. Ação penal pública incondicionada: - Materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria - Residual Ação penal pública condicionada (é uma exceção). - Art. 100, §1° do CP e 24 do CPP. - Proteger o ofendido. - Condição de procedibilidade. - Prazo: 6 meses. - Retratação – art. 102 do CP (limites): a representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. - Retratação tácita. - Forma da representação. Ex: estelionato e ameaça. Ação penalprivada - Se inicia com uma queixa-crime - Expresso em lei. - Prazo: art. 38 CPP – decadencial. - Ex: crimes contra honra. Princípios: 1) Oportunidade (conveniência) 2) Disponibilidade 3) Indivisibilidade – art. 48 do CPP. Ação penal privada subsidiária da pública Art. 100°, §3° do CP – “A ação de iniciativa privada pode intentar- se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.” Art. 5°, LIX da CF – “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”. Existe um prazo, art. 29 do CPP – “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.”. MP pede arquivamento.· Lei 9.099/95 – art. 88 – pública condicionada. Lei Maria Da Penha – 2006 – art. 41. Sumula 542 do STF.
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