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Cinética QuímicaCinética Química QUI 116 QUI 116 –– Aula 2Aula 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Data: 23/11/2010 QUI 116 QUI 116 –– Aula 2Aula 2 MÉTODO DAS VELOCIDADES INTEGRADAS Considerando uma reação simples: A Produtos [ ] dt Ad v −= mAkv ][=e [ ] [ ]Ad [ ] [ ]mAk dt Ad =− Supõe a ordem da reação; Determina a equação da lei de velocidade integrada; Se o gráfico fornecer uma reta, a ordem suposta para a reação está correta; A partir do gráfico da equação de velocidade em função do tempo obtem-se: Coeficiente angular = constante de velocidade, k. kvAkv =→= 0][ Para uma reação de primeira ordem, onde m=0: xad = − − )( Quando t = 0, x=0 e C = a: t = 0 [A] = a 0 t > 0 [A] = a – x x x = avanço, ξ, da reação com relação ao reagente que reagiu no tempo t (ou quantidade de produto formado) Unidade de k = mol.L-1.tempo-1 A Produtos kdtxad Ak dt xad −=− = − − )( ][ )( 0 Integrando: Cktxa dtkxad +−=− −=− ∫∫ ][ ][ Quando t = 0, x=0 e C = a: ktaxa −=− )( constante de integração Lei de velocidade integrada de ordem zero ktaxa −=− )( a = coeficiente linear -k = coeficiente angular Tempo de meia vida – tempo necessário para a concentração da espécie A diminuir à metade de sua concentração inicial. Quando t = t1/2, então (a-x) = a/2: ktaxa −=− )( Tempo de meia vida para a reação de ordem zero: Quando t = t1/2, (a-x) = a/2: a k a t 2 21 = 21 21 21 2 2 2 2 kt a kt aa kta a −=− −= − −=− k2 A reação de decomposição da amônia segue cinética de ordem zero. Determine a constante de velocidade e o tempo de meia vida, usando os seguintes dados experimentais: 2NH3(g) N2(g) + H2(g) Tempo (min) [NH3] (mol.L-1) a-x 0 3,0 3,0 10 2,5 2,5 1,5 2 2,5 3 3,5 ( a - x ) a = a = 3,0 mol.L-1 b = -0,05 = -k k = 0,05 mol.L-1.min-1 10 2,5 2,5 20 2,0 2,0 30 1,5 1,5 40 1,0 1,0 50 0,5 0,5 y = -0,05x + 3 R² = 1 0 0,5 1 1,5 0 10 20 30 40 50 60 tempo (min) ( a ktaxa −=− )( Usando a equação de velocidade integrada para reações de ordem zero: Constante de velocidade Tempo de meia vida: k a t 2 21 = 11 1 21 min05,02 .3 −− − = molLx Lmol t min3021 =t Para uma reação de primeira ordem, onde m=1: A Produtos t = 0 [A] = a 0 t > 0 [A] = a – x x [ ] [ ] )( )( xak xad Ak dt Ad −= − − =− Unidade de k = tempo-1 x = avanço, ξ, da reação com relação ao reagente que reagiu no tempo t (ou quantidade de produto formado) kt xa a = − ln Lei de velocidade integrada de primeira ordem ou ktaxa −=− ln)ln( )( )( xak dt xad −= − − Integrando a equação diferencial acima: kt xa a = − ln ktaxa −=− ln)ln( Quando t = t1/2, então (a-x) = a/2: 2 1 2 1 2ln 2 ln t k kt a a =→= Tempo de meia vida para a reação de primeira ordem: O tempo de meia vida para uma reação de primeira ordem é independente da concentração do reagente A decomposição do N2O5(g), segundo a reação abaixo, segue cinética de primeira ordem. a) Determine k para a decomposição ocorrendo a 42 oC; b) Determine t1/2. Tempo (min) [N2O5] (mol.L-1) 0 0,0200 N2O5(g) 2 NO2(g) + 1/2O2(g) Dados: 0 0,0200 10 0,0130 20 0,00942 40 0,00535 60 0,00295 80 0,00168 100 0,00092 Tempo (min) [N2O5] (mol.L-1) x (a-x) ln(a-x) ln[a/(a-x)] Considerando que a reação segue cinética de primeira ordem, é necessário aplicar a equação da lei de velocidade integrada de primeira ordem aos dados experimentais: kt xa a = − ln ktaxa −=− ln)ln(ou (min) (mol.L ) 0 0,0200 0 0,02 -3,91 0 10 0,0130 0,007 0,013 -4,34 0,43 20 0,00942 0,01058 0,00942 -4,66 0,75 40 0,00535 0,01465 0,00535 -5,23 1,32 60 0,00295 0,01705 0,00295 -5,82 1,91 80 0,00168 0,01832 0,00168 -6,39 2,48 100 0,00092 0,01908 0,00092 -6,99 3,08 y = -0,030x - 4,003 R² = 0,998-4 -3 -2 -1 0 0 20 40 60 80 100 120 tempo (min) l n ( a - x ) ktaxa −=− ln)ln( kt xa a = − ln 1 1,5 2 2,5 3 3,5 l n [ a / ( a - x ) ] Aplicando as duas formas da equação de velocidade para reações que seguem cinética de primeira ordem: -8 -7 -6 -5 y = 0,030x + 0,018 R² = 0,998 0 0,5 1 0 20 40 60 80 100 120 tempo (min) l n [ a / ( a a = -4,003 = lna →→→→ a = 0,0183 mol.L-1 b = -0,03 = -k →→→→ k = 0,03 min-1 a = regressão ≠≠≠≠ de zero →→→→ a = 0,018 mol.L-1 b = 0,03 = k →→→→ k = 0,03 min-1 Tempo de meia-vida: min23 min03,0 693,02ln 2/112/1 2 1 =→=→= − tttk [ ] [ ] ( ) ( ) 2 xad Ak dt Ad −− = − Para uma reação de segunda ordem, onde m=2: A + B Produtos A=B t = 0 [A] = a 0 t > 0 [A] = a – x x Unidade de k = (mol.L-1)-1. tempo-1 x = avanço, ξ, da reação com relação ao reagente que reagiu no tempo t (ou quantidade de produto formado) ( ) ( )2xak dt xad −= −− Integrando a equação diferencial acima: kt axa =− − 1 )( 1 Lei de velocidade integrada de segunda ordem kt axa += − 1 )( 1 ou kt axa =− − 1 )( 1 kt axa += − 1 )( 1 Tempo de meia vida para a reação de segunda ordem: Quando t = t1/2, então (a-x) = a/2: ak tkt aa kt aa kt aa 112 1 1 2 . 11 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 =→=− =−→=− Quanto menor a concentração inicial da espécie reagente, maior o tempo para que sua concentração diminua à metade do seuakaa 22 sua concentração diminua à metade do seu valor inicial. Consequência: espécies nocivas ao meio ambiente que se decomponham seguindo uma cinética de segunda ordem podem existir durante longos períodos em concentrações muito baixas. Considerando que a reação abaixo segue cinética de segunda ordem: 2C4H6(g) C8H12(g) O valor de k, determinado a 326 oC, foi de 0,34 (mol.L-1)-1.min-1. Quanto tempo levará para a concentração do reagente cair à metade da concentração inicial, considerando as seguintes concentrações iniciais do reagente: a) 0,05 mol.L-1; b) 0,005 mol.L-1. Usando a equação de t1/2 para uma reação de segunda ordem, podemos calcular o tempo para a concentração do reagente diminuir à metade do seu valor inicial. ak t 1 2 1 = 1/2 o tempo para a concentração do reagente diminuir à metade do seu valor inicial. A + B Produtos [ ] [ ][ ]Ad Para uma reação de segunda ordem, onde m=2: t = 0 [A] = a [B] = b 0 t > 0 [A] = a – x [B] = b - x x [ ][ ]BAkv = [ ] dt Bd dt Ad v ][ −=−= dx x = quantidade do reagente que reagiu no tempo t [ ] [ ][ ]BAk dt Ad =− kdt xbxa dx xbxak dt dx = −− −−= ))(( ))(( ))(( ))(( )( xbxak dt dx dt da xbxak dt xad −−=+− −−= − − Integrando: ∫∫ =−− kdtxbxa dx ))(( A integral apresentada é resolvida usando o método das integrais parciais: dx xb B xa A xbxa dx ∫∫ − + − = −− )()())(( ( ) kt xba = − ln 1 Resolvendo a integral acima: kt xabab = −− )( ln Lei de velocidade integrada de segunda ordem EQUILÍBRIO PARA REAÇÕES SIMPLES De acordo com a Termodinâmica, a maioria das reações químicas atingem o equilíbrio antes de se completarem kd = constante de velocidade da reação direta ki = constante de velocidade da reação inversa A C [ ]Akv dd = [ ]Ckv ii = No equilíbrio: ξξξξ é pequeno ξξξξ Atingiu o seu valor máximo (alcançou o equilíbrio) No equilíbrio: [ ] [ ] [ ] [ ] K k k A C k k CkAk vv i d eq eq i d eqieqd id = = = = K = constante de equilíbrio da reação DEPENDÊNCIA DE k COM A TEMPERATURA Observa-se,experimentalmente, que em muitas reações, o gráfico de lnk em função de 1/T (K-1) fornece uma reta como resposta. Esse comportamento exprime-se de forma matemática, introduzindo dois parâmetros, A e Ea, que representam os coeficientes linear e angular, respectivamente: E Ak a−= lnln Equação de Arrhenius RT E Ak a−= lnln Equação de Arrhenius Onde: A e Ea são os parâmetros de Arrhenius Obtendo-se o valor de k em diferentes temperaturas, pode-se plotar um gráfico de lnk x 1/T e calcular o valor da Ea para uma determinada reação. Para valores de Ea altos = o valor de k aumenta com a temperatura Quando Ea é zero = k não depende da temperatura Para valores de Ea negativos (alguns casos) = k diminui com o aumento da temperatura Em uma reação química, apenas uma fração de moléculas dos reagentes que efetivamente participam da reação, e formam produtos A fração de moléculas que apresentam uma energia superior a um valor crítico, reagem efetivamente. Interpretação de A e Ea: A = fator de frequência - relacionado com a orientação da molécula no espaço e a quantidade de choques; Ea = energia de ativação da reação química – relacionado com a energia potencial das moléculas reagentes no momento da colisão crítico, reagem efetivamente. RT E a Aek − = Quanto > Ea > a energia necessária para uma fração de moléculas vencer a barreira de energia e reagir, e mais lenta será a reação. Maior é a dependência da k da reação com a temperatura. Quando a reação avança, A e B entram em contato e se deformam A coordenada de reação é o conjunto de movimentos, como as variações nas distâncias interatômicas e as variações nos ângulos de ligação, que estão envolvidos diretamente na formação dos produtos a partir dos reagentes. −= 211 2 11ln TTR E k k a Caso obtenha-se os valores de k para duas T, pode-se usar a equação: Catalisador diminui a energia de ativação da reação; não participa diretamente da reação: i) não inicia a reação químicai) não inicia a reação química ii) não afeta o estado final do equilíbrio Em um trabalho, foram publicados resultados referentes às constantes de velocidade, determinadas para a reação entre o radical hidroxila e o clorobromometano, os quais são apresentados na Tabela: OH . + CH2BrCl produtos T (K) k (mol.L-1)-1.s-1 298 1,11 x 10-13 313 1,34 x 10-13 330 1,58 x 10-13330 1,58 x 10-13 Determine A e Ea: RT E Ak a−= lnln Para encontrar Ea e A, deve-se usar a equação de Arrhenius: -29,4710 -29,4113 0,003 0,0031 0,0032 0,0033 0,0034 1/T (K-1) T (K) k (mol.L-1)-1.s-1 1/T (K-1) lnk 298 1,11 x 10-13 0,00336 -29,829 313 1,34 x 10-13 0,00319 -29,641 330 1,58 x 10-13 0,00303 -29,476 Assim: a=-26,23 = lnA A = 4,05 x 10-12 (mol.L-1)-1.s-1 b =-1070 = - Ea/RT EaxR = 1070x8,314 JK -1.mol-1xK Ea = 8896 J.mol-1 y = -1070,x - 26,23 R² = 0,999 -29,8886 -29,829 -29,7693 -29,7096 -29,6500 -29,5903 -29,5307 -29,4710 l n k REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. D. W. Ball, Físico-Química Vol. 2, Thomson Learning, São Paulo, 2005. 2. P. W. Atkins, J. Paula, Físico-Química Vol. 2, LTC Editora, Oitava Edição, Rio de Janeiro, 2008.
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