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Circuitos Resistivos: Divisores de Tensão e Divisores de Corrente. Introdução Em muitos projetos, em especial em circuitos eletrônicos, é necessária a existência de diferentes níveis de tensão (como os convencionais 5V e 3,3V) a partir de uma única fonte de alimentação. Uma forma de obter diversos níveis de tensão, é através de circuitos denominados divisores de tensão. De forma análoga podemos definir circuitos divisores de corrente como circuitos limitadores de corrente em um ramo. Arranjos especiais de resistores como a ponte de Wheatstone, podem ser construídas a partir de divisores de tensão e corrente, e permitem verificar o casamento de impedâncias em seu circuito, com uma precisão da ordem de , sendo de grande aplicação prática0, 1% em sensores, por exemplo. Dessa forma, vemos a necessidade de conhecimento prático-teórico acerca desse assunto, para uma bom desenvolvimento da capacidade da análise de circuitos elétricos. - Divisor de Corrente É um circuito com dois resistores em paralelo, para a corrente se dividir entre eles, pois possui mais de um “caminho” para seguir. Figura 1 - Divisor de Tensão É um circuito simples com dois resistores em série. Figura 2 - Ponte de Wheatstone Ponte de Wheatstone é um circuito elétrico muito útil para a realização de medidas precisas de resistência elétrica. Esse circuito é formado por quatro resistores e um galvanômetro, sendo dois desses resistores conhecidos ou predeterminados, um deles de resistência variável e, por último, um de resistência desconhecida. Objetivos A partir de simples circuitos resistivos, no presente relatório, devemos ser capazes de analisar os efeitos do arranjo série-paralelo de cada elemento do circuito, e verificar suas implicações nas variáveis de circuito, como tensão e corrente. Materiais Resistores (aos pares) de:1𝑘Ω, , , e ;1. 2𝑘Ω 2. 2𝑘Ω 5. 6𝑘Ω 8. 2𝑀Ω Fonte de tensão contínua (regulável, com valores de 5V e 10V); Multímetro (com função voltímetro e amperímetro); Software de simulação de circuitos elétricos (LTspice). Métodos Em primeiro momento iremos analisar o comportamento de um circuito divisor de corrente. Ele é assim nomeado pois as equações que envolvem a corrente no ramo (por exemplo, , da𝐼 1 figura 1 abaixo) e a corrente total do https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/circuito-eletrico.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/circuito-eletrico.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/resistores.htm circuito ( ), são no formato, dado pela𝐼 𝑆 equação a seguir (equação 1), com fator , por isso chamado de “divisor”.α < 1 Equação 1𝐼 1 = α𝐼 𝑆 Figura 4 De início, sabe-se que e𝑅 1 𝑅 2 estão submetidos à mesma tensão 𝑉 0 pois estão em paralelo, logo, temos: sendo𝑉 0 = 𝑅 𝑒𝑞 𝐼 𝑆 𝑅 𝑒𝑞 = 𝑅 1 𝑅 2 /(𝑅 1 + 𝑅 2 ) Pela lei de ohm: 𝐼 1 = 𝑉 0 /𝑅 1 𝑒 𝐼 2 = 𝑉 0 /𝑅 2 Logo: 𝐼 1 = 𝑅 1 𝑅 2 (𝑅 1 +𝑅 2 ) 𝐼𝑆 · 1 𝑅 1 = 𝑅 2 (𝑅 1 +𝑅 2 ) · 𝐼𝑆 Analogamente, temos: 𝐼 2 = 𝑅 1 𝑅 2 (𝑅 1 +𝑅 2 ) 𝐼𝑆 · 1 𝑅 2 = 𝑅 1 (𝑅 1 +𝑅 2 ) · 𝐼𝑆 Esse formato expresso acima é o formato característico do divisor de corrente, o mais utilizado por estudantes, pois contém apenas as informações de interesse, que são eles: a corrente a ser𝐼 𝑆 dividida e o valor dos resistores de cada ramo em paralelo ( e compondo o𝑅 1 𝑅 2 termo relativo ao ).α Assim, tendo os valores necessários, já somos capazes de encontrar os valores das correntes de cada ramo do circuito ilustrado pela figura 1. Sendo assim, damos prosseguimento a análise e desenvolvimento de relações para circuitos resistivos divisores de tensão, como ilustrados na figura 2. Figura 5 Sabendo que e estão𝑅 1 𝑅 2 submetidos à mesma corrente pois𝐼 𝑆 estão em série, temos: sendo𝐼 𝑆 = 𝑉 𝑆 𝑅 𝑒𝑞 𝑅 𝑒𝑞 = (𝑅 1 + 𝑅 2 ) E, de acordo com a lei de Ohm: e𝑉 1 = 𝑅 1 𝐼 𝑆 𝑉 2 = 𝑅 2 𝐼 𝑆 Substituindo, temos para , e𝑉 1 analogamente para :𝑉 2 𝑉 1 = 𝑅 1 𝑉 𝑆 (𝑅 1 +𝑅 2 ) = 𝑅 1 (𝑅 1 +𝑅 2 ) · 𝑉𝑆 𝑉 2 = 𝑅 2 (𝑅 1 +𝑅 2 ) · 𝑉𝑆 Novamente, as expressões derivadas acima estão no formato padrão de divisor de tensão (a tensão de um elemento como uma fração admensional da tensão total). Com as variáveis indicadas, temos o circuito pronto para obter as respostas elétricas. Segue aqui a análise da Ponte de Wheatstone. Figura 6 A figura acima é uma simplificação da seguinte: Figura 3 ig — corrente no galvanômetro RX — resistência desconhecida R1, R2, R3 — resistências conhecidas Logo, aplicando essa lei no primeiro circuito, onde 𝑅 1 𝑅 2 = 𝑅 1 𝑅 2 Assim, como a equação tem sua equidade conferida, a ponte do primeiro circuito se comprova equilibrada. Resultados Há um porém para nosso circuito divisor de corrente. Nele, temos uma fonte conhecida de tensão independente , que promove uma corrente𝑉 𝑆 = 10 𝑉 𝐼 𝑆 desconhecida (corrente esta que é utilizada em cada uma das equações). Assim, antes de calcularmos a corrente em cada ramo, devemos calcular a corrente total do circuito.𝐼 𝑆 Novamente utilizando a lei de Ohm: dessa vez𝑉 𝑆 = 𝑅 𝑒𝑞 𝐼 𝑆 𝑅 𝑒𝑞 = 𝑅 𝑆 + 𝑅 1 𝑅 2 (𝑅 1 +𝑅 2 ) Utilizando as equações acima, os valores dos resistores ,𝑅 1 = 2, 2𝑘Ω e e o valor da fonte𝑅 2 = 5, 6𝑘Ω, 𝑅 𝑆 = 1𝑘Ω, de tensão obtemos os𝑉 𝑆 (𝑉 𝑆 = 10𝑉), valores de interesse que estão tabelados a seguir (tabela 1). A partir do valor da corrente , encontramos as correntes de𝐼 𝑆 ramo. Obtemos além dos valores teóricos, valores simulados (figuras 3 e 4) informados pelo software (LTspice), e adicionamos a tabela 1. Adicionamos, também, o erro percentual para efeito comparativo. Figura 6. Simulação do divisor de corrente Figura 7. Variáveis de circuito simuladas para divisor de corrente Corrente 𝐼 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 𝐼 𝑠𝑖𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 Erro (%) 𝐼 1 2, 783 2, 783 0 𝐼 2 1, 094 1, 093 0, 09 𝐼 𝑆 3, 877 3, 877 0 Tabela 1. Correntes (em ).𝑚𝐴 Figura 8. Sinais obtidos através do osciloscópio digital. Nele, temos .𝐼(𝑅 𝑆 ) = 𝐼 𝑆 ; 𝐼(𝑅 2 ) = 𝐼 2 𝑒 𝐼(𝑅 1 ) = 𝐼 1 Encontradas a descrição e valores associados ao circuito divisor de corrente, seguimos com a análise do divisor de tensão. Utilizando as equações já desenvolvidas, e os valores de resistores e e ,𝑅 1 = 5, 6 𝑘Ω 𝑅 2 = 1, 2 𝑘Ω 𝑉 𝑆 = 5 𝑉 obtemos os valores disponíveis na tabela 2, juntamente com seus dados de simulação (observe que ).𝑉(𝑅 1 ) = 𝑉(𝑛001) − 𝑉(𝑉 1 ) Figura 9. Esquemático divisor de tensão Figura 7. Variáveis de circuito simuladas para divisor de tensão Tensão 𝑉 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑉 𝑠𝑖𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 Erro (%) 𝑉 1 4, 118 4, 118 0 𝑉 2 0, 882 0, 882 0 Tabela 2. Tensão (em ).𝑉 Figura 10. Sinais obtidos através do osciloscópio digital. Nele, temos 𝑉(𝑛001) = 𝑉 𝑆 ; 𝑉(𝑉 1 ) = 𝑉 2 𝑒 𝑉(𝑛001, 𝑉 1 ) = 𝑉 1 . Alterando os valores do resistor 𝑅 2 de tal forma que ,𝑅 1 = 𝑅 2 = 5, 6 𝑘Ω = 𝑅 devemos idealmente ter uma divisão equitativa de tensão de entre os dois5𝑉 resistores, cada um com metade, uma vez que a fração que ponderação ( ) deα ambas as tensões, são: α = 𝑅 1 (𝑅 1 +𝑅 2 ) = 𝑅 2 (𝑅 1 +𝑅 2 ) = 𝑅 2𝑅 = 0, 5 Ou seja, metade da tensão original. Portanto, obtemos a tabela 3, mostrada a seguir: Tensão 𝑉 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑉 𝑠𝑖𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 Erro (%) 𝑉 1 2, 5 2, 5 0 𝑉 2 2, 5 2, 5 0 Tabela 3. Tensão (em ), para divisor de𝑉 tensão com resistências iguais e .𝑅 = 5, 6𝑘Ω Figura 11. Divisor de tensão para resistores iguais e 𝑅 = 5, 6𝑘Ω. Figura 12. Divisão equitativa de tensão para o circuito da figura 6. Novamente refazendo o divisor de tensão, para ,𝑅 1 = 𝑅 2 = 8, 2 𝑀Ω = 𝑅 esperamos através da análise matemática obter os mesmos resultados de tensão, apenas diferentes valores de corrente (considerando o voltímetro com impedância de entrada infinita), com os resultados teóricos tabelados a seguir (tabela 4). Tensão 𝑉 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑉 𝑠𝑖𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 Erro (%) 𝑉 1 2, 5 2, 5 0 𝑉 2 2, 5 2, 5 0Tabela 4. Tensão (em ), para divisor de𝑉 tensão com resistências iguais e .𝑅 = 8, 2𝑀Ω Figura 13. Divisor de tensão para resistores iguais e 𝑅 = 8, 2𝑀Ω. Figura 15. Divisão equitativa de tensão para o circuito da figura 8. Na prática em laboratório, no entanto, deveria ocorrer uma alteração nos valores medidos, quando usamos . Isso se deve ao𝑅 1 = 𝑅 2 = 8, 2 𝑀Ω = 𝑅 fato de que objetos reais raramente possuem valores teóricos para tais dispositivos, como amperímetros de resistência interna nula, e voltímetro de impedância interna infinita. Assim, sabendo-se que a resistência interna padrão de um voltímetro comercial é da ordem de , e que quando a≈ 10𝑀Ω impedância do voltímetro e a impedância medida tem dimensões comparáveis, há perturbações, sabemos então, que deveria ocorrer medidas incorretas. Assim, devemos considerar que o circuito apresenta a divisão equitativa de tensão somente na ausência do voltímetro, e, que a partir do momento de conexão deste a qualquer uma das resistências, perturbações no circuito são criadas, de tal forma que, supondo uma medição de tensão em , temos:𝑅 1 𝑅 𝑒𝑞 = (𝑅 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑅 1 ) 𝑅 𝑣𝑜𝑙𝑡í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 +𝑅 1 + 𝑅 2 Como as grandezas são comparáveis, temos então: 𝑅 𝑣𝑜𝑙𝑡í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 ≈ 𝑅 1 = 𝑅 2 = 𝑅 𝑅 𝑒𝑞 ≈ 𝑅2 + 𝑅 = 3𝑅 2 De forma que a nova tensão sobre seja:𝑅 1 𝑉 1 = 𝑅/23𝑅/2 𝑉𝑆 = 1 3 𝑉𝑆 Divergindo com o resultado ,12 𝑉𝑆 como esperado, e simulado. Já para a Ponte de Wheatstone, considerando R1 = 5, 6kΩ e R2 = 1, 2kΩ, obtemos a seguinte simulação. Figura X Para calcular a tensão temos que fazer𝑣 𝑑 1 a tensão 𝑉 1 𝐷𝑂 𝐿𝐴𝐷𝑂 𝐷𝐼𝑅𝐸𝐼𝑇𝑂 − 𝑉 1 𝐷𝑂 𝐿𝐴𝐷𝑂 𝐸𝑆𝑄𝑈𝐸𝑅𝐷𝑂 ou 𝑉 2 𝐷𝑂 𝐿𝐴𝐷𝑂 𝐸𝑆𝑄𝑈𝐸𝑅𝐷𝑂 − 𝑉 2 𝐷𝑂 𝐿𝐴𝐷𝑂 𝐷𝐼𝑅𝐸𝐼𝑇𝑂 . Assim, primeiro analisando o lado esquerdo, temos =4,12V𝑉 1 = 5,65,6+1,2 5 𝑉 2 = 1,25,6+1,2 5 = 0, 88𝑉 Analisando o lado direito temos =4,12V𝑉 1 = 5,65,6+1,2 5 𝑉 2 = 1,25,6+1,2 5 = 0, 88𝑉 Logo, 𝑣 𝑑 1 = 0. Simulando, temos Alterando a resistência R2 da direita, desequilibramos a ponte, de tal forma que o valor de R2 da direita é igual à 1kΩ. Figura X Para calcular a tensão temos que fazer𝑣 𝑑 1 a tensão 𝑉 1 𝐷𝑂 𝐿𝐴𝐷𝑂 𝐸𝑆𝑄𝑈𝐸𝑅𝐷𝑂 − 𝑉 1 𝐷𝑂 𝐿𝐴𝐷𝑂 𝐷𝐼𝑅𝐸𝐼𝑇𝑂 ou 𝑉 2 𝐷𝑂 𝐿𝐴𝐷𝑂 𝐸𝑆𝑄𝑈𝐸𝑅𝐷𝑂 − 𝑉 2 𝐷𝑂 𝐿𝐴𝐷𝑂 𝐷𝐼𝑅𝐸𝐼𝑇𝑂 . Assim, primeiro analisando o lado esquerdo, temos =4,12V𝑉 1 = 5,65,6+1,2 5 𝑉 2 = 1,25,6+1,2 5 = 0, 88𝑉 Analisando o lado direito temos =4,24V𝑉 1 = 5,65,6+1,0 5 𝑉 2 = 1,05,6+1,0 5 = 0, 76𝑉 Logo, 𝑣 𝑑 1 = 4, 24 − 4, 12 𝑜𝑢 0, 88 − 0, 76 = 0, 12. Simulando, temos Completando a tabela, Calcula do (V) Simulad o (V) Erro percent ual 𝑣 𝑑 1 0 0 0 𝑣 𝑑 2 0,1200 0,1248 4,0% Conclusão Vemos assim, a partir de simples associações de resistores, como fornecer tensão e/ou corrente adequadas a um elemento de circuito. Tais circuitos são simples, de um ponto de vista técnico e econômico, visto que o preço de resistores no mercado é da ordem de centavos de reais. Temos também, uma ótima fidedignidade, uma vez que, mesmo em simulações computacionais, com resistores apresentando 5% de tolerância, o resultado obtido foi, basicamente, o mesmo obtido matematicamente, utilizando-se o conceitos irreais, como resistores perfeitos. Os erros mais expressivos como encontrados na Ponte, atribuímos a erros de truncamento. Através do conhecimento teórico sobre fatores limitantes de sensores (voltímetro e multímetro), fomos capazes de reconhecer sua interferência no sistema e encontrar relações aproximadas para tal novo arranjo. Referências (1) https://www.mundodaeletrica.com. br/analise-de-circuitos-divisor-de-te nsao-corrente/ (2) https://mundoeducacao.uol.com.br/ fisica/ponte-wheatstone.htm https://www.mundodaeletrica.com.br/analise-de-circuitos-divisor-de-tensao-corrente/ https://www.mundodaeletrica.com.br/analise-de-circuitos-divisor-de-tensao-corrente/ https://www.mundodaeletrica.com.br/analise-de-circuitos-divisor-de-tensao-corrente/ https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/ponte-wheatstone.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/ponte-wheatstone.htm
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