METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 227 5.2 - Processos quase-isentrópicos no ar úmido. Foi comentado no Capítulo IV, que o estudo do comportamento físico de uma parcela de ar úmido poderia ser feito a partir das equações demonstradas para o ar seco, desde que sua temperatura real (T) fosse substituída pela temperatura virtual (TV). A equação que rege os processos adiabáticos reversíveis no ar úmido é obtida pela simples substituição de T por TV em VI.5.3. Daí: cpa dTV = (RTV /Ma)(dp/p) (VI.5.17) Intuitivamente depreende-se que não deve haver diferenças significativas no compor- tamento do ar úmido em relação ao do ar seco, já que o vapor d'água contribui com uma por- centagem muito pequena para massa total da parcela {de fato, q = 0,622e / (p – e)}. Evidentemente, não se trata de ar saturado, já que não se pretende analisar (por en- quanto) as conseqüências advindas da condensação. 5.2.1 - Temperatura potencial virtual. A equação VI.5.17 pode ser posta na forma diferencial logarítmica, isto é: d(ln TV) = (R /cpaMa) d(ln p). (VI.5.18) Integrando-a, tem-se: (TV /θV) = (p/1000) R/ (cpaMa) (VI.5.19) ou (TV/θV) = (p/1000)0,286 (VI.5.20) A temperatura potencial virtual θV (K) tem, em relação ao ar úmido, as mesmas proprie- dades que a temperatura potencial (θ) possui com respeito ao ar seco. Na prática, como ambas têm valores muito próximos, costuma-se adotar a temperatura potencial também para o ar úmido, naqueles estudos em que se permite uma aproximação mais grosseira. 5.2.2 - Razão adiabática úmida. Nas situações em que é válido assumir a hipótese do equilíbrio hidrostático, a equação VI.5.17 se reduz a: cpa dTV = – gdz. (VI.5.21)