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CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG -> INSTRUMENTOS E TÉCNICA OPERATÓRIA -> TEMPOS FUNDAMENTAIS EM CIRURGIA -> RESPOSTA ORGÂNICA AO TRAUMA (REMIT) -> NÓS E SUTURAS -> AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA -> AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA -> BASES DA ANESTESIOLOGIA -> TRATAMENTO DA DOR AGUDA CRÔNICA -> CIRURGIA TORÁCICA -> CIRURGIA UROLÓGICA -> SONDAGEM VESICAL P R 1 CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG INSTRUMENTAÇÃO DIERÉSE: divisão/incisão/secção/separação -> DIVISÃO DOS TECIDOS QUE POSSIBILITA ACESSO À REGIÃO A SER OPERADA. HEMOSTASIA: INSTRUMENTOS PREENSORES, DOTADOS DE TRAVA -> PINÇAS HOMEOSTÁTICAS. SÍNTESE: REALIZA MANOBRAS DE FECHAMENTO DA FERIDA CIRÚRGICA, ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE SUTURAS. -> PORTA-AGULHAS CABOS E LÂMINAS DE BISTURIS (ESCALPELO) TESOURAS DE DISSECAÇÃO GERAL (por esmagamento) TESOURAS ESPECÍFICAS TESOURAS FORTES PINÇAS ELÁSTICAS AFASTADORES AFASTADORES ESPECIAIS INSTRUMENTOS AUXILIARES DE DIÉRESE PINÇAS DE HEMOSTASIA PINÇAS DE PREENSÃO PINÇAS ESPECIAIS E CLAMPS VASCULARES PORTA AGULHA DE MAYO-HEGAR PORTA AGULHAS DE MATHIEU PORTA AGULHAS DE OLSEN-HEGAR CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Centro cirúrgico 3 zonas principais SALA CIRÚRGICA Piso, teto, paredes (sem reflexo), portas, ar condicionado e iluminação que favo- reçam. Equipe cirúrgica: cirurgião, primeiro e segundo auxiliar e anestesista. Equipe da sala: instrumentadores, circulantes e auxiliar anestésico. Equipe de apoio. Zona de proteção Protege o acesso cirúrgico Local do vestiário, transferên- cia e expurgo Vestiário: Local: entrada do centro cirúrgico Sanitário, lavabo e armários. Roupa: uniforme azul ou verde, propés, gorro (touca) e máscara Área de transferência ou baldea- ção Local: entra dos pacientes (troca de macas) Check-list Expurgo Local: retirada dos materiais utili- zados Roupas, instrumentos, materiais contaminados, perfuro-cortantes e lixo. Zona Limpa Atividades que auxiliam os procedimentos cirúrgicos (+ parte burocrática) Secretaria: organização das escalas de horário e otimiza- ção das funções Sala de conforto: descanso dos profissionais durante in- tervalos e refeições SRPA: paciente no pós opera- tório CME: estoque de materiais cirúrgicos Centro de esterilização Sala de equipamentos Zona Estéril Área de circulação e acesso para a sala cirúrgica Local para antiassepsia (lavagem de mãos) Sala cirúrgica CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Pré-operatório: Assepsia: do objeto. Antiassepsia: do local (mãos) Antisséptico: estável, ativo em baixas concentrações, amplo aspecto de ação, so- lúvel em água, não manche, clorexidine degermante, clorexidine aquoso e alcoó- lico e PVPI (iodopolvidona) Paramentação: capote cirúrgico Ato cirúrgico: Terapêutico : apendicectomia Preventivo: histerectomia, mastectomia Estético Diagnóstico: biópsias, punções Experimental Princípios de Halsted ETAPA: PRÉ CIRURGIA: diagnóstico, avaliação, consentimento TRANS: ato cirúrgico PÓS CIRURGIA: imediato, mediato e tardio PORTE: Pequeno Médio Grande GRAU DE CONTAMINAÇÃO: Limpa Potencialmente contaminada Contaminada infectada CARÁTER: Eletivo Urgência Emergência CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG MESA CIRÚRGICA 1. Preparo de campo operatório 2. Diérese e instrumentos de exposição 3. Instrumentos de preensão 4. Instrumentos de hemostasia 5. Afastadores grandes e instrumentos especiais 6. Instrumentos de síntese CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG TEMPOS FUNDAMENTAIS EM CIRURGIA As técnicas operatórias destinam-se a: • Extirpação e substituição de órgãos • Reparação de estruturas • Reestabelecimento de funções Sendo destas, operações: • Cortar e dissecar estruturas: separar e ressecar • Pinçar e ligar vasos: não sangrar ou estancar • Suturar estruturas: facilitar cicatrização OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS: DIÉRESE: toda manobra destinada a criar descontinuidade dos tecidos. Obs.: retirada de tecido ou órgão: exérese HEMOSTASIA: toda manobra destinada a evitar ou a estancar a hemorragia SÍNTESE: aproximação correta dos tecidos visando apressar a cicatrização DIÉRESE/divisão: INTUITO DE CRIAR UMA VIA DE ACESSO ATRAVÉS DOS TECIDOS -> presente em todo e qualquer ato cirúrgico e executada em todos os tipos de tecido. CARACTERÍSTICAS: 1. Incisão proporcional ao procedimento que se intenta realizar 2. Técnica adequada a cada plano anatômico 3. Dissecação apropriada, com hemostasia rigorosa 4. Manipulação cuidadosa, em consideração à estrutura tecidual. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG FEITA COM INSTRUMENTO DE CORTE QUE SECCIONA OS TECIDOS MOLES POR MEIO DE UMA LÂMINA, RAIOS LASER OU COAGULAÇÃO PRODUZINDO FERIMENTO INCISO ATO DE CORTAR COM TESOURA, SERRA, LÂMINA AFIADA, BISTURI ELÉTRICO, LASER, ULTRA-SOM OU MICROONDAS SEPAÇÃO DOS TECIDOS COM PINÇA, TESOURA, TENTACÂNULA, AFASTADORES REALIZADA COM SERRA EM OSSOS ATRAVÉS DE INSTRUMENTOS PERFURANTES (DRENAGENS DE COLEÇÕES, COLETA DE MATERIAIS, INJEÇÃO DE CONTRASTE OU MEDICAMENTOS) AUMENTAR DIÂMETRO DE CANAIS E ORIFÍCIOS NATURAIS OU TRAJETOS FISTULOSOS POR ROTURA DE FIBRAS NATU- RAIS OU TECIDO FIBROSO CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG INSTRUMENTOS DA DIÉRESE: Corte: Bisturi: é essencial uma boa lâmina de corte, pra facilitar a incisão sem exagerar na demasiada pressão, para não aumentar o dano tecidual. Tesouras: cortar, dissecar, desbridar e divulsionar tecidos. Serra, rugina, cisalha, faca, costótomo, bisturi elétrico, osteótomo, goiva. Divulsão: pinça hemostática, tesoura, afastador, tentacânula Pinças elásticas ou de dissecção: ‘’dente de rato’’ Tentacânula: Afastadores: visibilidade no ato cirúrgico. Divididos em afastadores de parede ou de conteúdo intracavitário. Podendo serem subdivididos em manuais ou auto-estáticos. Ex: Mayo collins/Parker Punção: trocarte, agulha Veres Dilatação: vela de Hegar—dilatação do colo uterino—, Beniqué –dilatação da estenose da uretra-. BISTURI DE CHASSAIGNAC + antigo BISTURI COM PONTA ROMBA Dissecção de tecidos, pouco utilizado BISTURI TRADICIONAL Cabo reutilizável (n° 3 e 4) e lâminas descartáveis (10, 15 cabo n°3 e 20, 25 cabo n°4) TESOURA PARA DISSECAÇÃO: Metzenbaum Mayo-stile Mayo-Harrington TESOURAS ESPECÍFICAS: Tesoura de Baliu (gineco) Tesoura de Potts, Dietrich (vascular) TESOURA FORTES: Doyen Ferguson Lister Mayo-Noble Reynolds TESOURA PARA RETIRA DE PONTO CIRÚRGICO: Spencer Littauer CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG HEMOSTASIA: PREVENIR/ IMPEDIR OU COIBIR HEMORRAGIAS Pode ser temporária ou definitiva, preventiva ou corretiva. Objetivos: EVITA PERDER EXCESSO DE SANGUE MELHORA: CONDIÇÃO TÉCNICA / CAMPO CIRÚRGICO AUMENTA RENDIMENTO DA OPERAÇÃO PÓS CIRÚRGICO: MELHOR EVOLUÇÃO DA FERIDA OPERATÓRIA, EVITA INFECÇÃO E AFASTA NECESSIDA- DE DE REOPERAÇÃO PARA DRENAGEM DE HEMATOMAS E ABCESSOS. HEMOSTASIA TEMPORÁRIA campo operatório (Cruenta) a distância (Incruenta)PREVENTIVA—antecipada (a montante—antes da lesão) (a jusante—depois da lesão) CORRETIVA—pós sangramento. Formas de aplicação: Pinçamento: clamps vasculares (método cruento, pode se tornar definitivo. Tamponamento com gaze esterilizada Aplicação de garrote/torniquete (garroteamento) - Cruento (Ligaduras falsas com fio ou cadarço); - Incruento: faixa (Esmarch) em membros da extre- midade para raiz e com membro elevado, manguito pneumático Compressão digital ou instrumental—vaso contra estrutura óssea ou entre dois dedos Ação farmacológica: adrenalina—vasocontrição. Parada circulatória com hipotermia: extracorpórea Oclusão endovascular: balão endovascular. HEMOSTASIA DEFINITIVA Quase sempre cruenta Interrompe de vez a circulação—vasos seccio- nados ou que perderam sua função. Formas de aplicação: Ligaduras ou suturas: com fio cirúrgico/ preventiva ou corretiva Cauterização (bisturi elétrico) Lei de Ohm— energia elétrica em calor. Placa-terra com gel: dis- persar energia para evitar queimadura. –ultra som, termocautério e quimiocautério. Aplicação de esponja de fibrina Aplicação de celulosa oxidada Aplicação de clipes metálicos—grampeamento me- tálico Tamponamento com gaze ou compressa em veia Obturação com substâncias exógenas para ocluir vasos Fotocoagulação—Yag laser CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG SÍNTESE: manobra cirúrgica destinada a aproximar as bordas de tecidos seccionados ou ressecados RECONSTRUÇÃO ANATÔMICA E/OU FUNCIONAL DE UM ÓRGÃO OU TECIDO AUXILIAR NA CICATRIZAÇÃO—FIOS CIRÚRGIOS / PRÓTESES (SE NECESSÁRIO). Objetivos: APROXIMAR PARA FACILITAR A CICATRIZAÇÃO MANUTENÇÃO ATRAVÉS DE MATERIAIS (FIOS) ATÉ QUE A CICATRIZ SE MANTENHA RESTAURAR CONTINUIDADE DOS TECIDOS Agulha: reta ou curva Porta-agulha: auxilia a condução da agulha curva/ sutura em cavidade. Pinças: anatômica: menos traumáticas / ‘’dente de rato’’: úteis na pele e aponeurose RETA: reconstrução de vísceras ocas, tendões, nervos 3 partes: ponta – corpo - olho cilíndrica ou cortante sentido: proximal -> distal instrumento: dedos das mão CURVA: 3 partes: ponta – corpo - olho cilíndrica ou cortante raio da curvatura variável sentido: distal -> proximal instrumento: porta-agulha Como escolher? Tipo do tecido: intestino / artéria = cilíndrica pele = triangular cortante CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Fios: ABSORVÍVEIS OU INABSORVÍVEIS / ISOLADOS (ligadura) ou MONTADOS (suturas) ABSORVÍVES PERDEM SUA FORÇA TENSIL COM MENOS DE DIAS. CLASSIFICADOS ATRAVÉS DA ABSORÇÃO. INABSORVÍVEIS -> ENCAPSULADOS—FORMAM UM TECIDO FIBROSO A SUA VOLTA CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Fios: CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Nós e suturas: Normalmente 3 nós: 1o nó: aperta 2o nó: fixa 3o nó: não afrouxar Cada nó em sentidos opostos ao anterior. PRÓTESE BIOLÓGICA Fáscia: autógena e usada em hernioplastia, plásticas, ginecológicas e urológicas Dura-Máter: homóloga em cirurgia geral, plásti- ca, cardiovascular Pericárdio Bovino: confecção válvulas cardía- cas PRÓTESE SINTÉTICA Metálicas: ortopedia e cirurgia cardíaca Plásticas: Resistentes, manipuláveis e não usar em infecção (Materiais: Nylon, Teflon, Polipropi- leno ou Dácron) Plásticas: síntese (metacrilato) e prótese (silicone) PONTOS SEPARADOS Abertura/frouxidão nó não afetam toda sutura Menos corpo estranho Menos isquemia Simples Em “U” Em “X” Recorrente e Helicoidal PONTOS CONTÍNUOS Nó inicial Sutura em si Nó terminal Chuleio simples Chuleio ancorado Barra grega Barra grega intratecidual/ intra-dérmica CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG TIPO DE SUTURA (PONTO SEPARADO) PONTO SIMPLES PONTO DE DONNATTI (U VERTICAL) PONTO EM U HORIZONTAL PONTO EM X TIPO COMUM INVERTIDO LONGE-LONGE; PERTO-PERTO BARRA GREGA SIMPLES ‘’Z’’ ou ‘’8’’ CARACTERÍSTICA BOA COAPTA- ÇÃO DAS BORDAS DAS FERIDAS. PELE BOA HEMOSTASIA SUTURA DE COU- RO CABELUDO HEMOSTASIA FECHAMENTO DE PAREDES, APONEUROSE, MÚSCULOS. TIPO DE SUTURA (PONTO CONTÍNUO) CHULEIO SIMPLES CHULEIO ACORADO BARRA GREGA BARRA GREGA INTRA-DÉRMICA TIPO PONTO CONTÍNUO VARIAÇÃO DO CHULEIRO SIM- PLES EM ‘’U’’ CONTÍNUO SEQUÊNCIAS DE PONTOS SIM- PLES LONGITU- DINAIS ALTER- NADOS CARACTERÍSTICA BASTANTE UTILIZADA EM CRIANÇAS POUCO UTILIZADA DIVERSOS TECIDOS CIRURGIAS PLÁSTICAS CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG SUTURAS E TECIDOS: RETIRADA DOS PONTOS: Avaliar: - cicatriz seca e sem edema/congestão - ferida sem tensão - cicatriz de acordo com linhas de força - tipo e local do tecido - ausência interferência na cicatriz (infecção) INCISÕES PELE < 4 CM: 4 A 5 DIAS INCISÕES PELE > 4 CM: 7 A 8 DIAS PELE: Menos reacional Pontos separados de fio inabsorvível (Nylon) Pontos separados de acido poliglicolico Pontos intradérmicos Aproximação com micropore Grampos metálicos SUBCUTÂNEO: Aproximar para reduzir espaço morto Evitar seroma e hematoma Pontos separados com categute ou fio poligli- colico NERVOS E VASOS: Fios inabsorvíveis separados ou contínuos Nervo: Nylon/Poliéter e Vaso: Polipropileno APONEUROSE: Contínua ou Separada (preferência) Nylon/PDS/algodão/seda/poliéster MÚSCULO: Pontos separados Fios absorvíveis TUBO DIGESTIVO: Deve englobar a submucosa Plano único é viável (conceito recente) 2 planos é o mais comum Grampeadores circulares e lineares CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG RESPOSTA ENDÓCRINO-METABÓLICA E IMUNOLÓGICA AO TRAUMA CONCEITO: BUSCA RECUPERAR O EQUILÍBRIO INICIALMENTE ALTERADO -> ESTRESSE FÍSICO (TRAUMA, INFECÇÕES OU PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS) OU ESTRESSE EMOCIONAL. -> GARANTIR A HOMEOSTASE -> REESTABELECER O TECIDO LESADO -> MODULAR A RESPOSTA INFLAMATÓRIA FASES DA REMIT: FASE DA INJÚRIA/ CATABOLISMO Início: 2,3 dias após o trauma Caracterizada pela liberação dos hormônios EFEITOS: Hiperglicemia, Diminuição da massa ma- gra, Alcalose, Hipocalemia, Retenção Hídrica e Coagulação ANABOLISMO Retorno da diurese e do apetite Balanço Nitrogenado (+ ou 0) Restituição dos tecidos (gordura e massa magra) HIPÓFISE: ACTH ADH GH SUPRARRENAL: CATECOLAMINAS (ADRENALINA E NORADRENALINA) ALDOSTERONA CORTISOL CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG ADH HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (VASOPRESSINA) LIBERADO PELA NEUROHIPÓFISE ESTIMULADO PELAS EMOÇÕES, OSMOLARIDADE E VOLUME SANGUÍNEO, VISCERAS E DOR. QUANDO O ÍNDIVIDUO PERDE LÍQUIDO, SUA SECREÇÃO É AUMENTADA. CORTISOL PRODUZIDO PELA GLÂNDULA SUPRARRENAL ATRAVÉS DO ESTÍMU- LO DO HORMÔNIO ACTH, PRODUZIDO PELA ADENOHIPÓFISE. ESTIMULADO PELO ESTRESSE (QUEIMADURA, TRAUMA, HEMORRA- GIAS E INFECÇÃO), AUMENTA A PRESSÃO ARTERIAL E A GLICEMIA E SUPRE O SISTEMA IMUNOLÓGICO. DESTINADO A AUMENTAR A GLICOSSE NO SANGUE, A FIM DE GARANTIR O APARATO ENERGÉTI- CO AO ORGANISMO TRAUMATIZADO. É ANTAGÔNICO A INSULINA. CATECOLAMINAS DERIVADOS DE TIROSINA: ADRENALINA, NORADRENALINA(REMIT) E DOPAMINA. LIBERADAS ATRAVÉS DO ESTRESSE (PSICOLÓGICO OU HIPOGLICÊ- MICO), HIPOVOLEMIA, DOR OU MEDO PELA GLÂNDULA SUPRARRE- NAL. PRINCIPAIS HORMÔNIOS DA REMIT, CARDIO/RESPIRATÓRIO, TERMORREGULAÇÃO.. ALDOSTERONA HORMÔNIO ESTERÓIDE REGULA O SÓDIO E POTÁSSIO NO SANGUE *AUMENTO DANATREMIA E REDUÇÃO DA CALEMIA* MANTER O VOLUME INTRAVASCULAR, CONVERSANDO O SÓDIO E ELIMINANDO HIDROGÊNIO E POTÁSSIO CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG FASES DO TRAUMA: Ebb (FASE INICIAL) FASE DE REFLUXO Duração: do trauma até 48 horas Estado hipermetabólico Aumento da concentração plasmática: aldoste- rona, cortisol e catecolaminas. EFEITOS: • Taquicardia • Taquipneia • Vasocontrição • Diminuição do débito cardíaco • Baixo consumo de oxigênio • Diminui o metabolismo basal • Aumenta a retenção de sódio e agua • Desvio do sangue periférico para órgãos vitais • Produção de proteínas de fase aguda (APP) Flow FASE DO FLUXO Duração: a partir do 3° dia Anabolismo: até o 10° dia Catabolismo: a partir do 10° dia EFEITOS: ANABOLISMO Balanço nitrogenado (+): GH: hormônio do crescimento IGF: fator de cresci- mento semelhante a insulina tipo I CATABOLISMO Aumenta o metabolismo basal Aumento da temperatura Aumenta o consumo de O2: Citocinas, glucagon, cor- tisol, catecolaminas e a resistência à insulina. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG PRÉ-OPERATÓRIO -> capacidade do orga- nismo Estado nutricional Função circulatória Função respiratória.. JEJUM Quando hipoglicêmico: -> GH, glucagon, cortisol, NE, Epi glicogenólise / gliconeogênese Jejum pré-operatório: sem estudos benéficos. Líquidos claros 2-3h antes da cirurgia (não aumenta conteúdo gástrico/não reduz pH, não aumenta risco cirúrgico Jejum prolongado: -> ácidos graxos, corpos cetônicos e acidose Manejo: Alimentação precoce, suporte nutricional, abreviação do jejum (melhora do metabolismo, reduz ansiedade, fome e sede, previne náuseas). PREPARO Pré-indução Reduzir a ansiedade; se- dação e diminuir o impul- so adrenérgico Peri-anestesia ALIMENTAÇÃO Jejum prolongado -> atrofia intestinal -> atrofia linfóide (MALT) -> Aumenta permeabili- dade intestinal Translocação bacteriana Enteral x Parenteral Complicações GI Gastroparesia Diarreia Procinéticos Aumenta estado inflama- tório ANESTESIA Geral, regional ou local -> bloqueio hipotálamo, bloqueio aferente. Queda da resposta endócrina. Geral -> cirurgias grandes/ venosa ou respiratória/ blo- queia funções cognitivas e funções hipotalâmicas. Locorregional Bloqueia a dor específica Raquidiana: relaxa musculo Peridural: mantém movimento Local: bloqueia nociceptores SEPSE CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG REFEIIÇÃO LEVE 8 HORAS ANTES DO PROCEDIMENTO LÍQUIDO CLARO (200ML) + MALTODEX- TRINA 12% 76 GRAMAS (6H E 3H AN- TES DA CIRURGIA) ERAS protocolo de cuidados perioperatórios -> Equipe Multidisciplinar -> Protocolos baseados em evidências Peso pode ser desmascarado (peso visceral, edema) REMIT x Síndromes Inflamatórias Remit -> mantem homeostasia SIRS -> resposta exagerada a um estressor (infecção, trauma, cirurgia, isquemia, reperfusão ou malignidade) excesso de citocinas pode causar uma massiva cascata inflamatória levando a uma disfunção reversível ou irreversível (morte). SEPSE—SIRS CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Sepse CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Principais etapas: 1. Avaliação geral (consulta + exames complementares) ÊNFASE A ANAMNESE E AO EXAME FÍSICO 2. Cirúrgica 3. Anestésica 4. Avaliações específicas Objetivos: Avaliar e quantificar os riscos inerentes ao procedimento cirúrgico (risco do procedimento, risco anestésico) Monitorizar condições clínicas específicas que possam sofrer alterações durante as cirurgias ou pro- cedimentos associados Realizar medidas com vistas a diminuir a morbidade e a mortalidade perioperatória PREPARO DO PACIENTE: PSICOLÓGICO Explicar detalhes do tratamento e seus benefícios Tipo de cirurgia/tipo de anestesia/etapas/ procedimentos invasivos/necessidade de UTI/ tempo de recuperação/ confiança medico x pacien- te TERMO DE CONSSENTIMENTO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA REGISTRO ADEQUADO AO PRONTUÁRIO PACIENTE DEVE ESTAR CIENTE DAS DECISÕES FISIOLÓGICO Preparo nutricional/ Fisioterapia motora e respiratória/ Preparo para intervenções (dieta, transfusão)/ Atenção para as comorbidades/ Medicamentos: tempo de suspensão, profilaxia (TEP,TVP, infecção) CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG ANAMNESE E EXAME FÍSICO IDADE SEXO RELIGIÃO HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (NECESSIDADE DE IR AO BANHEIRO, CONSEGUE COMER, COMO ESTÁ PÓS CIRURGIA) EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES DE ROTINA: aqueles solicitados para paciente assintomático, sem indicação clínica específica, visando a identificar condições não detectadas pela história e pelo exame físico. Valido por 6 meses Pacientes hígidos, com idade inferior a 40 anos, sem fatores de risco detectados na anamnese e no exa- me físico, a serem submetidos a cirurgias de pequeno porte, após a avaliação clínica básica poderão ser encaminhados à cirurgia Conferir exames solicitados Checklist de controle pré-operatório dos parâmetros avaliados COMORBIDADES Doenças cardiovasculares (IAM, ICC) -> maior índi- ce de complicação Pulmonares Renais (HD) Endócrino (DM) Hepática Neurológicas (AVC) ANTECEDENTES PESSOAIS Cirurgias prévias Anestesias prévias Complicações Transfusões Alergias Complicações Cicatrização MEDICAÇÕES DE USO CONTÍNUO Hipoglicemiantes Anticoagulantes Antiarrítmicos Cortiocoesteroides (insuficiência adrenal, cicatriza- ção, deiscências) Diuréticos Fitoterápicos (Ginkgo biloba) ANTECEDENTES FAMILIARES Neoplasias Doenças cardiovasculares Coagulopatias HÁBITOS Tabagismo Etilismo.. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG AVALIAÇÃO DE RISCO Risco do próprio paciente e do tipo de cirurgia Dependem de fatores próprios dos pacientes e do grau do procedimento cirúrgico Os preditores importantes da mortalidade e morbidade pós-operatória: Idade do paciente Estado físico (ASA) Natureza da cirurgia (emergência ou eletiva) Porte (maior—risco cirúrgico ou menor—risco cirúrgico) Risco cardíaco: CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Procedimento pré-operatório: Após um IAM, aguardar 4-6 semanas para procedimentos eletivos. Risco pulmonar: Avaliar acima de 60 anos: doença pulmonar preexistente, tabagismo, sintomas pulmonares evidentes Procedimento pré-operatório: Exame de imagem, espirometria. Suspensão do cigarro dois meses antes do procedimento, broncodilatadores e corticosteroides. Sistema Renal: Creatinina >2 mg/dl./ identificar transtornos cardiovasculares, circulatórios, hematológicos e metabólicos. Procedimento pré-operatório: hemodiálise no dia anterior a cirurgia, equilíbrio do volume intravascular, diminuição dos níveis de potássio. ECG, radiografia de tórax se sinais de ICC, hemograma, eletrólitos e PU. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Sistema hepatobiliar: Icterícia, Telangiectasias, Ascite (distensão abdominal), Cirrose (CHILD). Procedimento pré-operatório: Hemograma, Testes laboratoriais para avaliar a homeostasia, TAP— correção com vit K em caso de alargamento, Albumina, Bilirrubinas, ALT, AST. Sistema endócrino: Procedimento pré-operatório: ECG, glicemia em jejum, hemoglobina glicada, eletrólitos, ureia, creatinina, PU. Controle glicêmico: caso contrariado, compromete a cicatrização da ferida operatória. Sistema imunológico Pacientes imunossuprimidos, neoplasia, transplantados e HIV) Procedimentos pré-operatórios: Anamnese e exame físico, hemograma completo,eletrólitos, função he- pática (TAP e albumina), ECG e radiografia de tórax, análise de células B e T. Objetivo: melhorar o sistema imunológico, diminuir a chance de infecção, atenção especial a nutrição, antibioticoprofilaxia apropriada, TARVs (terapia anti-retroviral) não são imunossupressores. Sistema Hematológico Anemia, (fadiga, dispneia, palpitações), Hemograma, contagem de reticulócitos, ferro sérico, ca- pacidade total de ligação do ferro, ferritina, Vitamina B12, folato, avaliação da necessidade de transfusão. Transfusão de sangue: avaliar o risco de isquemia, estimar/antecipar o grau de perda sanguínea, medir as concentrações de hemoglobina, <6g/dl : transfusão necessária, 6-10g/dl:: transfusão ditada por circunstancias clínicas, >10g/dl: transfusão raramente necessária. Coagulopatias: Herdada, disfunção de órgão, medicamento, histórico de sangramentos e hematomas anormais, Diabetes -> avaliar doença car- díaca, renal, vascular periférica e neuropatia Hipertireoidismo -> ECG, eletrólitos e manutenção dos medi- camentos (b- bloqueadores, meti- mazol) Hipotireoidismo -> Avaliar a função mi- ocárdica, coagulação e distúrbios eletrolíti- cos, incluindo hipogli- cemia Insuficiência adrenal -> Hipotensão, risco em pacientes que fa- zem o uso de 5mg dia de prednisona. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Medicamentos: anticoagulantes, salicilatos, AINES. Ao exame físico: petéquias e hematomas. Provas de coagulação, Transfundir plaquetas, se estas estiverem abaixo de 50.000. Avaliar o risco para tromboem- bolismo venoso. Paciente idoso: Atenção à comorbidades, avaliação clínica minuciosa, interação medicamentosa. Procedimentos pré-círúrgicos: ECG, radiografia de tórax, hemograma, glicemia, creatinina e eletrólitos. Estado nutricional: História de perda ponderal, exame físico, dosagem de proteínas (albumina), adequação de regime nutri- cional. Obesidade: IMC: 40 IMC: 35 com comorbidades Fatores associados: HAS, DM, cardiopatias (ICC), maior risco de infecção (Valor Presente Líquido — diminui o risco) Fator de risco para TVP (trombose venosa profunda) e TEP (tromboembolismo pulmonar) - profilaxia Considerações adicionais: Jejum pré-operatório: quando adequado, há segurança na via área do paciente. ERAS,ACERTO: abrevi- ação do jejum. Limpeza da pele: antissepsia com soluções alcoólicas (exceto mucosas). Da área de menos para mais contaminada. Tricotomia (raspagem de pelos): aparelhos elétricos, limitação da área de atuação, previa- mente à incisão. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Medicamentos: INSULINA: Ação rápida (lispro) e curta (Regular): suspender após início de dieta zero Ação longa e intermediária (NPH): 2∕3 da dose noturna na noite anterior à cirurgia e 1∕2 da dose diurna na manhã do procedimento Monitoração frequente da glicemia (HGT), cirurgia pela manhã. AGENTES HIPOGLICÊMICOS ORAIS Biguanidas/ Sulfoniureias Suspender o uso no dia anterior à cirurgia AGENTES CARDIOVASCULARES (anti-hipertensivos) IECA/BRA: não suspender Diuréticos: na manhã da cirurgia Beta-bloqueadores/ Bloqueadores do canal de cálcio/ alfa 2-agonista/ estatina: manter Fenofibratos: suspender 1 dia antes AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS Aspirina: depende do grau de risco. Se for alto risco: suspender 7 dias. Moderado: 7 dias e depois mantém. Baixo risco: manter DROGAS QUE AUMENTAM O RISCO DE SANGRAMENTO: Fitoterápicos: gingko: 3 dias/ erva de são joão: 5 dias ANTICONVULSIVANTES E DROGAS PSIQUIÁTRICAS: Mantidos e administrados antes da cirurgia com um gole de água. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG REMIT: Resposta Endócrino-Metabólica Imunológica ao trauma -> varia com o tipo e gravidade das lesões Exame clínico diário: • Avaliar o nível de consciência • Sinais vitais: Tax (temperatura corporal), PA (pressão arterial), pulso e PVC (pressão venosa central) • Grau de hidratação • Urina: cor, volume, densidade • Aparelho respiratório: ausculta e frequencia • Ausculta cardíaca • Abdome: inspeção, palpação e ausculta • Ferida operatória: inspeção e palpação • Sonda nasogástrica: volume e aspecto • Drenos: volume e aspecto das secreções • Panturilhas CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Exames complementares: • Prescrição/ 2 partes: Medicação e ordens médicas Reposição hidroeletrolítica Água: 2000 a 2500ml Urina: 800-1500ml Fezes: 250ml Perdas insensíveis: 600-900ml Febre: 250ml para cada 1° Sudorese: até 4000mL/h Sódio: extracelular. rins Necessidade diária: 3-5g Potássio: intracelular. Liberado pela lesão Tendência à hipercalemia Analgesia (AINEs, opiáceos, bloqueio anestésico) Reposição hidroeletrolítica Antieméticos Profilaxia de trombose venosa profunda—meias Profilaxia de gastrite ATB—taxa de suspensão do antibiótico profilático Doença de base Dieta Posição Fisioterapia Cuidados com sondas e drenos curativos CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Objetivos: Promover atenuação (reduzir) da REMIT -> Promover ansiólise (efeito calmante) Promover hipnose -> Promover analgesia perioperatória Promover relaxamento muscular -> Promover atenuação autonômica TÉCNICAS ANESTÉSICAS: Anestesia Geral: Indução -> controle da via aérea -> manutenção -> emergência/despertar Geral inalatória pura + Geral venosa total = Geral balanceada (OPIÓIDE FREE (sem opioides) OPIOIDES LESS (diminuição) ANESTESIA MULTIMODAL Anestesia Regional: Envolve o bloqueio sensorial dos dermátomos gerando analgesia. Permite cirurgias com o paciente acordado Permite cirurgias de caráter ambulatorial Técnicas: neuroeixo (RAQUIANESTESIA ou PERIDURAL), bloqueio de plexos (BRAQUIAL, LOMBAR e de NERVOS ISOLADOS) e fasciais (FÁSCIA ILÍACA, PLANO ERETOR DA ESPINHA, PLANO TRANS- VERSO ABDOMINAL, PLANO QUADRADO LOMBAR E PLANO PEITORAL/SERRÁTIL). Anestesia local: Anestesia sensitiva/áreas motoras menores. Útil para complementação anestésica, suturas no pronto socorro, procedimentos ambulatoriais. Atentar para dose tóxica Não utilizar como vasoconstritor. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Sedação: Ansiólise e hipnose superficial Adequada para procedimentos (ambulatoriais) com pouco estimulo álgico (dor) Arsenal necessários: (medicamentos e equipamentos) Equipamentos de via aérea Equipamentos de emergência Workstation de Anestesia Medicação endovenosa MEDICAMENTOS SEDATIVOS 1. AGONISTAS DO ÁCIDO GABA Propofol e Etomidato 2. BENZODIAZEPÍNICOS Midazolan e Diazepam CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG 3. BARBITÚRICOS: Tiopental e fenobarbital 4. NÃO AGONISTAS DO ÁCIDO GABA(A): Cetamina e Dexmedetomidina 5. RELAXANTES MUSCULARES: Despolarizantes: Succinilcolina Adespolarizantes: Atracúrio, Cisatracúrio, Rocurônio e Pancurônio 6. BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG 7. ANALGÉSICOS 8. ANESTÉSICOS LOCAIS Aminoamidas Mecanismo de atuação, indicação e contraindicação, doses e cuidados na prática Ex: lidocaína, bupivacaína e ropivacaína. Aminoesteres Ex: procaína e tretacaína 9. OPIÓIDES AGONISTAS Derivados do ópio Atuam no SNC e SNP Indicações e Contraindica- ções Doses Cuidados na prática Ex: tramal, morfina, fentanil, alfentanil, remifentanil NÃO OPIOIDES DE AÇÃO CENTRAL Usados com coadjuvantes e para neuromodulação Ex: cetamina, A2 agonistas, gabapentinoides,antidepressi- vos tricíclicos, lidocaína e sulfa- to de magnésio NÃO OPIÓIDES DE AÇÃO PE- RIFÉRICA Utilizados na dor fraca e na dor moderada Ex: AINEs, paracetamol, dipiro- na e dexametasona. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Planejamento anestésico -> Consulta pré-anestésica: avaliar comorbidades, alergias, cirurgias pré- vias, exames físicos e laboratoriais, definição do risco anestésico-cirúrgico, condutas pré operatórias para otimizar o pós operatório. FASES: FASE PRÉ-OPERATÓRIA Jejum: 8 horas para alimentos pesados. 6 horas para alimen- tos leves. 2 horas para líquidos claros. Manutenção de medicação: aerolin e clenil / amitriptilina. Pré-medicação: Midazolam 5- 15mg VO// 1-2mg IV para an- siedade. FASE INTRA-OPERATÓRIA Acesso venoso: 1 jelco (cateter venoso) 18 ou 20g Monitorização: ECG (eletrocardiograma) + SPO2 (oximetria) + PNI (pressão não invasiva) Técnica anestésica: anestesia geral balanceada Pré-indução: antibioticoprofila- xia + analgesia preemptiva Indução: lidocaína, propofol, fentanil e rocurônio Controle de via aérea: pré oxi- genação, IOT Macintosh 3 e TOT 7,5 Manutenção: inalatória com sevoflurane. Reforço de anal- gesia, dipirona, cetamina e clonidina. Emergência: antagonizar os efeitos do relaxante muscular com neostigmina, atropina. Realizar antiemético. Dexame- tasona, ondansetrona. FASE PÓS-OPERATÓRIA Encaminhar para SRPA Analgesia de horário: dipirona, cetoprofeno, morfina Aquecimento passivo e ativo Antiemetico: ondansetrona ou droperidol ou metoclopramida. CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG Nociceptores: receptores da dor: Terminações livres: dor Discos de merkel: pressão Corpúsculos de meissner: tato Corpúsculo de pacini: vibração CLINICA CIRURGICA I VANESSA LUDWIG CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO Distribuição trimodal das mortes: Advanced Trauma Life Support (ATLS) desenvolvido pelo American College of Surgeons Visa a preparação para o tratamento de pacientes politraumatizados nos estágios ini- ciais de internação, baseia-se em avaliações repetidas, esquemáticas e simples de sinais e sintomas específicos Reconhecimento e tratamento imediato de complicações potencialmente fatais Diminuição da mortalidade Permite padronizar a resposta ao trauma Enquadrar o paciente desde o ponto do trauma e trazer “o paciente certo para o hos- pital certo, na hora certa”, para otimizar os recursos de resposta Primeiro pico SEGUNDOS A MINUTOS APÓS TRAUMA Lesões cerebrais ou medu- lares graves, ruptura cardí- aca ou de grandes vasos (aorta) • Somente a PREVENÇÃO é capaz de reduzir significa- tivamente esse pico de mortalidade por trauma Segundo pico MINUTOS A HORAS APÓS TRAUMA Mortes por hematoma sub- dural e epidural, hemop- neumotórax, lesões de ór- gão abdominais sólidos, fraturas pélvicas e outras lesões associadas a perdas sanguíneas significativas (choque) É a “HORA DE OURO” do atendimento pós-trauma – avaliação e reanimação rá- pidas – princípios do ATLS Terceiro pico DIAS A SEMANAS APÓS LESÃO INCIAL Mortes por sepse e disfun- ção de múltiplos órgãos e sistemas O atendimento prestado nas fases precedentes in- fluenciam diretamente o prognóstico do traumatiza- do no longo prazo • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 Ex.: resgate aéreo ou terrestre, tomografia diagnóstica ou direto para a sala de ci- rurgia Otimizar o resultado do paciente 1. PREPARAÇÃO Fase pré-hospitalar Fase intra-hospitalar Planejamento antecipado da equipe médica Equipamentos organizados e testados Cristaloides aquecidos Laboratório e radiologia Equipe médica protegida 2. TRIAGEM Classificação de acordo com o tipo de tratamento e recursos disponíveis Escolha do hospital a ser transportado (centro de trauma) 3. EXAME PRIMÁRIO CONCEITOS DO ATLS 1. Tratar primeiro a maior ameaça à vida 2. A falta de diagnóstico definitivo não deve impedir a aplicação do tratamento indi- cado 3. A história detalhada não é essencial para iniciar a avaliação do traumatizado 4. O trabalho é em equipe e simultâneo Airway with restriction of cervical spine motion (via aérea com controle da coluna cervical) Breathing (respiração e ventilação) Circulation, stop the bleeding (circulação e controle da hemorragia) Disability or neurologic status (disfunção neurológica) Exposure – undress - and Environment - temperature control (exposição e controle da temperatura) CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 Airway with restriction of cervical spine motion (via aérea com controle da coluna cervical) • Falar com o paciente— tranquilizar/ Considerar inicialmente lesão de coluna cervical em todo politrauma • Cânula orofaríngea (guedel) • Aspirador (rígido) Manobras de manutenção: Chin lift—elevação do queixo Jaw thrust—anteriorização da mandíbula • Corpos estranhos, fraturas Quando retirar o colar cervical? Em paciente conscientes , Após palpação , Radiografia em caso de dúvida (exame secundário) VIA AÉREA DEFINITIVA: sonda endotraqueal com balonete (“cuff”) insuflado, co- nectada a um sistema de ventilação assistida, com mistura enriquecida de oxigênio, e mantida em posição por meio de fixação apropriado. • Incapacidade de manter uma via adequada por outros métodos • Apneia • Proteção da via aérea contra aspirações (sangue, vômito) • Comprometimento potencial ou iminente da via aérea (fraturas, queimaduras) • Escore de Glasgow ≤8 (TCE—traumatismo crânio encefálico) • Hipoperfusão cerebral – prevenção de lesão cerebral secundária INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL -> Método mais rápido (em torno de 60s) -> Realizado com estabilização cervical -> Utilização de videolaparoscopia -> Intubação assistida com drogas (sedativos e re- laxantes musculares) Confirmação: -> Ruídos respiratórios em ambos os pulmões/ Au- sência de borborigmos epigástricos /A presença de CO2 no gás expirado é o método padrão-ouro • Insuflação do cuff e fixação • Atenção: considerar mal posicionamento do tu- bo em paciente que chegar em IOT ao hospital INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL -> Mais demorada que a IOT Indicação: fratura de coluna cervical (confirmada ou suspei- ta). Paciente consciente e que respira espontaneamente, tris- mo intenso, com impossibilidade de visualizar estruturas anatô- micas e pronar o paciente. Contraindicações: apneia (fluxo de ar é o principal guia), fratu- ras de base de crânio ou faciais graves (lâmina cribiforme) CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 Em caso de falha de IOT ou ventilação com máscara e reservatório, usa-se a Máscara laríngea -< NÃO É DEFINITIVA VIA AÉREA CIRÚRGICA: Indicações (impossibilidade de IOT): • Edema de glote • Fratura de laringe • Hemorragia copiosa • Lesões faciais extensas Tipos: Cricotireoidostomia por punção e cirúrgica; traqueostomia Breathing (respiração e ventilação) Permeabilidade da via aérea, por si só, não garante ventilação adequada Avaliação com exposição completa do tórax: Inspeção, palpação, ausculta e percus- são Lesões: Pneumotórax hipertensivo (diagnóstico clínico!): dispneia, taquicardia, hipo- tensão, desvio traqueal, ausência de MV, timpanismo à percussão • Afeta ventilaçãoe circulação CRICOTIREOIDOSTOMIA POR PUNÇÃO Cânula plástica calibrosa Conector em “Y” – 1 /3-4 segundos 30 a 45 minutos 15 L/min O2 Complicações • Hemorragias; • Falso trajeto; • Enfisema subcutâneo; • Pneumotórax; • Lesão da corda vocal; • Estenose traqueal; • Infecções; • Traqueomalácia. CRICOTIREOIDOSTOMIA CIRÚRGICA Acima dos 12 anos Técnica: abertura da membrana cricotireoi- dea e inserção de cânula de traqueostomia (5 - 7mm) Complicações • Hemorragias; • Falso trajeto; • Enfisema subcutâneo; • Pneumotórax; • Lesão da corda vocal; • Estenose traqueal; • Infecções; • Traqueomalácia. TRAQUEOSTOMIA Abaixo dos 12 anos Trauma laríngeo Laceração traqueal extensa Complicações • Hemorragias; • Falso trajeto; • Pneumotórax; • Laceração traqueal; • Infecções; • Enfisemas; • Obstrução; • Desposicionamento da cânula (decanulação precoce ou tardia); • Estenose de traqueia; • Fístula traqueoesofágica; • Fístula traqueocutânea. CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 • Hemotórax maciço, pneumotórax aberto, lesão da árvore traqueobrônquica • Tórax instável (retalho costal móvel) com contusão pulmonar • Tamponamento cardíaco • Tríade de Beck: estase jugular, abafamento de bulhas e hipotensão • Ferimento penetrantes, traumas contusos • Diagnóstico: US (FAST), punção Circulation, stop the bleeding (circulação e controle da hemorragia) Hemorragia: principal causa de morte pós-traumática evitável! Avaliação: • Nível de consciência (perfusão cerebral) • Cor da pele (rósea, cianótica) • Pulso (cheio, filiforme, ausente; taquicardia) • Hemorragia externa – controle no exame primário Compressão direta, torniquetes (apenas quando compressão inefetiva) e pinças he- mostáticas • Hemorragia interna: tórax, abdome, retroperitônio, pelve, ossos longos Fêmur: 1,5L; Tíbia: 1L; Úmero: 750ml; Rádio: 500ml; Bacia em livro aberto: > 2,5L • Tríade da morte: acidose, hipotermia, coagulopatia • Toda hipotensão deve ser considerada hipovolemia até que se prove o contrário • Diagnóstico auxiliar: radiografia, FAST • CHOQUE: anormalidade do sistema circulatório que resulta em perfusão inade- quada de órgãos e oxigenação dos tecidos CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 Disability or neurologic status (disfunção neurológica) • Nível de consciência • Glasgow ≤ 8 IOT • Pupilas: tamanho e reação (iso e foto) • Rebaixamento: diminuição da oxigenação, lesão cerebral ou choque hipovolêmico • Diagnóstico de exclusão: hipoglicemia, álcool e/ou outras drogas • Fraturas de base de crânio • Otorreia • Rinorreia • Sinal da Battle (equimose mastoidea) • Sinal do Guaxinin (equimose periorbitária) Exposure – undress - and Environment - temperature control (exposição e controle da temperatura) • Despir totalmente o paciente (cortar as roupas) • Mobilização em bloco • Cobrir o paciente para prevenir hipotermia • Cobertores aquecidos • Fluidos aquecidos • Ambiente aquecido CLASSIFICAÇÃO DE GLASGOW • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 4. REANIMAÇÃO (simultânea à avaliação - ABCDE) RESPIRATÓRIO: • Vias aéreas (dúvida sobre permeabilidade –> IOT) • Ventilação/ Respiração/ Oxigenação (oximetria) • Todo paciente politraumatizado deve receber O2 suplementar • Pneumotórax hipertensivo: descompressão no 5 EIC (10 ed.) CIRCULATÓRIO: (controle definitivo da hemorragia associado à reposição de volume) • Tamponamento cardíaco: pericardiocentese; pericardiotomia via toracostomia • Acessos venosos calibrosos (n 18) • Ácido tranexâmico (antifibrinolítico) até 3 horas do trauma – diminui mortalidade • Reposição de 1.000 mL de cristaloide aquecido (10 ed.) • Transfusão em caso de não resposta • CH: Choque grau III e IV • Protocolo de transfusão maciça para choque G IV (> 10 unidades de CH ou > 4 unidades em 1 hora) • Descompressão do tórax, imobilização da pelve, intervenção cirúrgica, imobiliza- dores • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 5. EXAME SECUNDÁRIO Exame que avalia todas as regiões do corpo. Exames laboratoriais: Hb, Ht, tipagem sanguínea, B-HCG, toxicológico) Exames específicos: imagens adicionais da coluna e das extremidades; TC de crânio, tórax, abdome e coluna; urografia excretora HISTÓRIA AMPLA A LERGIA M EDICAMENTOS DE USO HABITUAL P ASSADO MÉDICO/PRENHEZ L ÍQUIDOS E A LIMENTOS INGERIDOS RECENTEMENTE 6. REAVALIAÇÃO Paciente de trauma deve ser reavaliado constantemente para assegurar que novos achados não sejam negligenciados e para descobrir deterioração nos achados regis- trados previamente. -> PA, pulso -> Diurese (0,5 mL/Kg/hr) -> Hb/Ht, gasometria arterial Controle da dor com analgesia adequada (opioides) 7. TRATAMENTO DEFINITIVO Paciente que evolui com estabilidade: observação e alta Paciente instável: necessidade de intervenção cirúrgica Lesões que excedem a capacidade da instituição: transferência Evitar exames secundários se o resultado não puder ser resolvido • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 TRAUMA DE ABDOME Abdome Anterior: lesões de vísceras ocas Transição toraco-abdominal: lesões do diafragma, fígado, baço e estômago Flancos e dorso: barreira muscular para ferimentos penetrantes e pensar em lesões (aorta, pâncreas, rins, duodeno, ureteres, cólon e pelve) Pelve: lesões reto, bexiga, vasos ilíacos e órgãos reprodutores AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO: Escuta ativa: informações do local do trauma e mecanismos Exame físico: inspeção, ausculta, percussão, palpação (avaliar a estabilidade pélvica) TRAUMA FECHADO (contuso) Pode causar hemorragia e/ou fístula com peritonite Lesões por desaceleração/cisalhamento: baço, fígado e mesentério + acometido: baço - acometido: delgado TRAUMA PENETRANTE Ferimento por arma branca (FAB) ou de fogo (FAF) que podem causar corte e laceração FAF -> alta velocidade transferem mais energia cinética as vísceras e lesam ao redor. + comum: fígado - comum: cólon LPD ou exame seriado: lesão anterior e toracoabdominal Laparotomia TC com duplo ou triplo constaste: flanco e dorso CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 MEDIDAS AUXILIARES: SNG (sonda nasogástrica)— descomprimir estomago. Avalia: sangue ou hernia NÃO REALIZAR QUANDO SUSPEITA DE FRATURA DE BASE DE CRÃNIO SVD (sonda vesical)— descomprimir bexiga. Avalia: debito urinário e presença de hematúria NÃO INSERIR SONDA FOLEY SE TIVER: DESLOCAMENTO DA PRÓSTATA, HEMATOMA PERINEAL, SANGUE URETRAL, PELVE INSTAVÉL) EXAMES ADICIONAIS: Se, doente estiver com alteração hemodinâmica (FAST ou LPD—exceto: laparotomia) Quando não alteração hemodinâmica, avaliar alteração sensorial, mudança de sensi- bilidade, lesão em estrutura adjacente, perda de contato com paciente (anestesia), sinal de cinto de segurança e suspeita de lesão de delgado. -> RX de pelve e tórax FAST: rápido para ver hemorragia e não invasivo. Avalia 4 locais: pericárdio, pelve ou fun- do do saco de douglas, espaço hepatorrenal e esplenorrenal. LPD—LAVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO: avalia lesões viscerais ocas. TOMOGRAFIA DO ABDOME Apenas em doentes hemodinamicamente estáveis e sem indicação de laparotomia -> Necessita de contrate e transporte Avalia: extensão e grau das lesões, retroperitônioe pelve. Não avalia bem: diafragma e porção gastrointestinal PRESENÇA DE LÍQUIDO ABDOMINAL SEM LESÃO HEPÁTICA OU ESPLÊNICA SUGERE LESÃO GASTROINTESTINAL OU MESENTERICA -> ALTA CHANCE DE LAPAROTOMIA RX CONTRASTADO Uretografia: suspeita de lesão uretral Cistografia: avalia lesão da bexiga (extraperitonial e intraperitoneal) Urografia excretora: avalia lesões urinárias (TC É MELHOR) ARTERIOGRAFIA Indicado: quando não tem TC ou FAST em paciente normal hemodinamicamente com trauma fechado. Contraindicado: cirurgia abdominal pre- via, obesidade, cirrose, coagulopatia. Acesso preferencial: infraumbilical por técnica aberta ou técnica Seldinger. Complicações: Sangramento com resul- tado falso positivo. Peritonite; Ferimento de bexiga; Lesão de alguma estrutura abdominal; Infecção de ferida operatória CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 TRAUMA ABDOMINAL PENETRANTE + comum: lesão por FAF Anterior e toracoabdominal: LPD ou exame seriado Flanco e dorso: TC com duplo ou triplo contraste Laparotomia: Penetração fáscia Doente com alteração hemodinâmica FAF trajeto transperitoneal Sinal de irritação peritoneal FAB: hipotensão, peritonite, evisceração Exploração da ferida com avaliação da penetração da fáscia: positiva: laparotomia negativa: Observar 24 horas, LPD, laparoscopia (laparotomia) INDICAÇÃO DE LAPAROTOMIA EXPLORADORA: • Trauma fechado com hipotensão e com FAST + ou com evidencia clinica de he- morragia intraperitoneal • Trauma abdominal fechado ou penetrante com LPD + • Hipotensão com ferimento abdominal penetrante • FAF que atravessa: peritônio ou vísceras ou vascular • Evisceração • Hemorragia gastrintestinal por trauma penetrante • Peritonite • Ar livre ou retroperitoneal ou ruptura diafragma • TC com contraste e lesão grave de órgão CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 FRATURA PÉLVICA E LESÕES ASSOCIADAS -> Fratura pélvica e hipotensão: alta mortalidade Geral (1 para 6 pessoas) Fechada + hipotensão (1 para 4 pessoas) Aberta (1 para 2 pessoas) Diagnóstico: Exame físico, RX de pelve, TC de pelve. Consequências: Ruptura anel pélvico pode lesar o plexo venoso/arterial pelve Fraturas pélvicas com hemorragia tem ruptura dos ligamentos ós- seos, secundária a fratura/luxação sacro ilíaca ou sacral Tratamento inicial: Controlar a hemorragia (estabilizar a pelve -sínfise > 2,5cm) e reanimação volêmica -> Lençol ou cinta pélvica no trocanter maior do fêmur bilateralmente para estabilizar a pelve instável Tratamento definitivo: Fixação da bacia (ortopedista) Laparotomia ? (cirurgião geral) Arteriografia (radiologista ou c. cardiovascular) LESÕES DE GRANDES VASOS Local: Retroperitônio e mesentério abdominal • + comum: trauma contuso. Quando explorado = trauma penetrante + comum. Trauma contuso depende da localização para explorar ZONA 1: explorar (aorta, cava, mesentério proximal) ZONA 2: explorar se tiver expansão ou sangramento ZONA 3: não explorar Fratura pélvica = hematoma em retroperitônio Diagnóstico: laparotomia Consequências: muita perda de sangue e instabilidade RUPTURA TRAUMÁTICA DE DIAFRÁGMA + comum: lado esquerdo (5 a 10cm) Quando contuso, causa rupturas radiais grandes Quando penetrante, produz pequenas lesões (diagnóstico pode ser tardio) Tratamento: sutura primária de lesão diafragmática Diagnóstico: RX (c/s contraste), TC, laparoscopia / laparotomia / toracoscopia RADIOLOGIA A DIREITA: Suspeita de elevação da cúpula do diafragma a direita RADIOGRAFIA A ESQUERDA: Suspeita de víscera abdominal intratoráci- ca (passar SNG para confirmar estômago) CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 LESÕES DUODENAIS Raras e de difícil tratamento + comum em traumas penetrantes por PAF Contuso: motorista sem cinto com impacto no volante Diagnóstico: TC de abdome => espessamento da parede duodenal => ar ou líquido e/ou contraste ao redor do duodeno Tratamento: Hematomas: observar. Quando obstrutivos: SNG descompressiva e NPT Perfuração simples: sutura Lesões extensas: exclusão pilórica, gastroenteroa- nastomose, ressecção extensa (exceção) LESOES PANCREATICAS Raras e de difícil tratamento + comum: trauma penetrante Contuso: criança com compressão do pâncreas contra coluna com guidão de bicicleta Consequências: abcesso peritoneal, fístula pan- creática, ascite ou coleções TC de abdome: hematoma peripancreatico, líquido no abdome e espessamento gerota ColangioRNM: lesão de duto, fratura de pâncreas e hemorragia Tratamento: Pacientes instáveis = cirurgia Pacientes estáveis = poucos sintomas (desafio) CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 LESÕES ESPLÊNICAS + comum em traumas contusos Mecanismo: desaceleração e compressão Diagnóstico: • Laparotomia em pacientes instáveis • FAST + paciente instável = laparotomia • TC de abdome p/ graduação das lesões (paciente estável) (laceração, hematomas, sangramento) • Angiografia (sangramento ativo) paciente estável Tratamento: Esplenectomia total ou parcial Angiografia: embolização vasos sangrantes Cirúrgico não operatório (paciente estável) Estabilidade: PA normal, FC normal, sem sinais de choque e ausência de acidose me- tabólica Não operatório: lesão de grau I e II e III focal Tratamento cirúrgico Lesão de grau III não focal, IV e V Vacina pós esplenectomia: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Hae- mophilus influenzae LESÕES HEPÁTICAS + comum em traumas contusos / 2° órgão mais acometido Mecanismo: desaceleração/ compressão/ ruptura vascular Diagnóstico: • Laparotomia em pacientes instáveis • FAST + com paciente instável = laparotomia • TC de abdome p/ graduação das lesões (paciente estável) (Lacerações, hematomas, sangramento) • Angiografia (sangramento ativo) em paciente estável Tratamento: Angiografia: embolização vasos sangrantes (paciente estável) Estabilidade: PA normal, FC normal, sem si- nais de choque e ausência de acidose metabólica Tratamento cirúrgico: • lapatoromia/ hepatorrafia total ou parcial/ ligadura. Tamponamento dos 4 quadrantes. • Manobra de Pringle/ Cirurgia ‘’Damage Control’’ • Complicações: bilioma/ hemobilia/ abscesso CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 LESÕES GÁSTRICAS + comum em traumas penetrante Mecanismo: compressão com aumento pressão intraluminal (cinto de segurança)/ desaceleração/ perfuração Diagnóstico: • Exame com sinal peritonite ou ferimento abdome superior • Laparotomia em pacientes instáveis • FAST + com paciente instável = laparotomia • LPD + • TC de abdome (paciente estável): extravasamento de contraste ou liquido ao re- dor • RX contrastado Tratamento: • Gastrorrafia (com ou sem epiplonpastia) • Gastrectomia parcial e reconstrução: Billtorh I ou II ou Y de Roux • Gastrectomia total • Gastrorrafia com fundoplicatura (lesão transição esôfago gástrico) LESÕES DO INTESTINO DELGADO + comum em traumas penetrantes Mecanismo: esmagamento com aumento pressão intraluminal (cinto de segurança)/ desaceleração/ perfusão Diagnóstico: • Exame com sinal peritonite ou ferimento abdome superior • Laparotomia em pacientes instáveis • FAST + com paciente instável = laparotomia • LPD + • TC de abdome (paciente estável): extravasamento de contraste ou liquido ao re- dor • RX contrastado Tratamento: • Enterorrafia • Enterectomia com entero-entero anastomose • Sutura de laceração mesentérica • Ligadura de ramo de vaso mesentérico com sangramento LESÕES DE CÓLON E RETO + comum em traumas penetrantes Mecanismo:compressão com aumento pressão intraluminal (cinto de segurança)/ desaceleração/ perfuração (peritoneal ou retroperitoneal Diagnóstico: • Exame com sinal peritonite/ ferimento abdominal/ toque retal com sangue • Laparotomia em pacientes instáveis • FAST + com paciente instável = laparotomia • LPD + • TC de abdome (paciente estável): extravasamento de contraste ou liquido ao re- dor • RX contrastado/ colonoscopia CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 Tratamento: Cólon e reto: sutura de laceração mesentérica / ligadura de ramo de vaso mesentéri- co com sangramento Colón e reto intraperitoneal: sutura e colon, colectomia com anastomose primária ou colostomia Reto extraperitoneal: colostomia + sutura primária + drenagem pré-sacral LESÕES GENITURINÁRIAS Consequências: sangramento ou vazamento da urina Contusão: causa laceração renal e ruptura da bexiga intra ou extraperitoneal Penetrante: todos os órgãos Diagnóstico: hematúria microscópica ou macroscópica • Exame físico ou laparotomia • FAST: líquido em gotira parietocólicas (lesão renal) ou pelve (lesão intraperitone- al de bexiga) • TC de abdome (todo trajeto): extravasamento de urina + sangramento + hema- toma + laceração + gradutação trauma • Uretrografia retrógrada (trauma uretra anterior/posterior) • Urografia excretora • Cistografia (trauma de bexiga intra ou extraperitoneal) Tratamento: RIM: não cirúrgico (95%) ou nefrectomia / arteriografia com embolização / hemato- ma retroperitonial em expansão = explorar BEXIGA: extra peritoneal: SCD 7 a 14 dias Intra peritoneal: Sutura da bexiga + SVD 7 a 14 dias URETER: Sutura primária + duplo J ou nefrectomia (rara) URETRA: cistoscopia + cateter com reparo ou cistostomia RUPTURA ESÓFÁGICA + comum em trauma penetrante Trauma contuso: + raro e difícil de diagnosticar Mecanismo de lesão fechada é aumento da pressão no abdome superior e conse- quente laceração do esôfago Consequências: peritonite e empiema Diagnóstico: Sintomas: dor abdominal RX de abdome com pneumoperitonio RX contrastado do esôfago com extravasamento de contraste Endoscopia com identificação da lesão TC de abdome com pneumoperitonio e extravasamento de contraste Tratamento: Sutura da lesão por toracotomia esquerda = esôfago médio e distal Laparotomia = esôfago intra abdominal Alimentação: SNE/ gastrostomia / jejunostomia CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 TRAUMA DE TÓRAX • Morte imediata por lesão câmara cardíaca e aorta torácica • Mortes dentro da primeira hora: 1. Obstrução via aérea 2. Déficit respiratório 3. Pneumotórax hipertensivo 4. Hemotórax Maciço 5. Tamponamento cardíaco • Lesões iatrogênicas do tórax são comuns: hemopneumotórax ou pneumotórax pós punção de acesso central, Lesões esofágicas em endoscopia ou corpo estra- nho • Trauma torácico causa: HIPÓXIA (oferta inadequada de oxigênio –hipovolemia por perda sanguínea, alteração da relação ventilação/perfusçao (contusão, colap- so alveolar, hematoma), alteração pressórica (pneumotórax hipertensivo ou aber- to), HIPERCAPNIA (ventilação inadequada—alteração nas relações pressóricas e/ou rebaixamento de nível de consciência), ACIDOSE (hipoperfusão dos tecidos) DIAGNÓSTICO: Inspeção Palpação Ausculta pulmonar RX de tórax FAST— Avaliação focalizada com sono- grafia para Trauma Tomografia de Tórax Arteriografia RX contrastado e esofagoscopia (EDA) Broncoscopia TRATAMENTO: Analgesia Observação Drenagem torácica fechada = 85% da resolução Toracostomia ou Toracotomia (<10% dos traumas fechados e 15 a 30% dos traumas abertos) Tratamento específico da lesão (esôfago, traqueia) CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA • História clínica • Priorizar a correção de danos que causem morte imediata • Documentar danos menores sérios para correção posterior • ABC do trauma: Vias aéreas, ventilação e circulação CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO Vazamento de ar do pulmão ou parede torácica para espaço pleural (válvula unidirecional) Consequências: Colapso pulmonar progressivo Deslocamento do mediastino para o lado oposto Diminuição do retorno venoso, podendo evoluir para um choque devido a diminui- ção do débito cardíaco Compressão pulmão oposto Causas: Ventilação com pressão positiva Evolução de pneumotórax simples Punção de cateter venoso central Sinais e sintomas: Dor torácica e desconforto respiratório Dispneia severa Taquicardia Hipotensão Desvio contralateral da traqueia Ausência de MV unilateral + timpanismo a percussão Elevação hemitórax Distensão veias do pescoço e cianose (tardio) Diagnóstico: Clínico (preferencialmente) - MV, desvio da traqueia, percussão pulmonar RX de tórax Complicações da punção torácica: -> Hematoma local -> Pneumotórax -> Laceração pulmonar Tratamento: Temporário: punção torácica com agu- lha: agulha de 5 a 8cm de comprimento, 2° espaço intercostal linha medioclavicu- lar (TORACOCENTESE DE ALÍVIO) Definitivo: drenagem pleural fechada em selo da água. 5° espaço intercostal frente da linha axilar média (altura do mamilo) Complicações do tratamento definiti- vo: DRENAGEM PLEURAL -> Laceração ou perfuração de órgãos -> Empiema pleural -> Lesão a. ou n. intercostal -> Dreno posição incorreta -> Obstrução ou torção do dreno -> Pneumotórax persistente ou recidiva -> Enfisema TCSC ao redor do dreno -> Pulmão sem expansão CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 PNEUMOTÓRAX ABERTO (grandes ferimentos do tórax que permanecem abertos) Resultado: hipóxia + hipercapnia Pode desviar mediastino e diminuir o retorno ve- noso Tratamento: Temporário: curativo estéril para cobrir o ferimento e com fita adesiva em 3 lados. Objetivo: fazer válvula unidirecional Definitivo: drenagem torácica fechada, tratamento cirúrgico do ferimento TÓRAX INSTÁVEL (RETALHO COSTAL MÓVEL) (um segmento da parede torácica não possui mais continuidade óssea) Trauma de múltiplas costelas (+ de 2 em 2 lugares) Maior problema: Contusão pulmonar gera hipóxia grave -> dor, restrição do movimento ventilatório, lesão do parênquima pulmonar Avaliar a circulação: -> frequência cardíaca e pulso palpável -> pressão arterial -> coloração e temperatura de membros -> turgência de veia jugular -> monitor cardíaco e oxímetro -> eletrocardiograma -> arritmia: medicamentos Diagnostico: Clínico—crepitação das costelas, dor, mo- vimento paradoxal da caixa torácica Rx das costelas e esterno Quadro clínico: Movimento paradoxal, crepitação e dor intensa. Tratamento: Incial: corrigir a hipoventilação (intubação) e com oxigênio. Reposição volêmica com cristaloide (paciente hipotenso) Analgesia + Reposição volêmica + Oxigê- nio suplementar Definitivo: melhorar oxigenação (intubação), cautela com solução endo- venosa, analgesia (opioides), anestesia para analgesia (local, peridural, intra- pleural), cirurgia -> fixar costelas. CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 HEMOTÓRAX MACIÇO Rápido acumulo de 1500ml de sangue ou 1/3 do volume de sangue do doente na cavidade torácica Esforço respiratório: comprime pulmão e limita ventilação Acúmulo: hipotensão + choque hipovolêmico TAMPONAMENTO CARDÍACO Pequena quantidade de sangue restringe a atividade do coração e enchimento cardíaco. Pode ser rápido ou insidioso Causa mais comum: ferimentos penetrantes Causa menos comum: trauma contuso Causa mais comum: Ferimentos penetrantes que lesam vasos sistêmicos ou hilares pulmonares Causa menos comum: traumacontuso Tratamento: Inicial: Acesso venoso calibroso, reposi- ção do volume sanguineo (cristalóide e sangue EV), descompressão torácica (drenagem pleural fechada em selo da água), 5° espaço intercostal a frente da linha axilar média (altura mamilo) Diagnóstico: Clínico: MV -, observação de desvio de traqueia, percussão pulmonar—maciço, sinais de choque hipovolêmico— hipotensão (veias jugulares colabadas ou ingurgitadas pela associação com pneu- motórax hipertensivo). Definitivo: drenagem tórax imediata > 1500ml sangue: toracotomia urgente Drenagem de 200ml/h de sangue por 2 a 4 horas: possibilidade de toracotomia Ferimentos torácicos penetrantes anteri- ores e mediais aos mamilos ou posterio- res e mediais a escapulas: possibilidade de toracotomia por lesão cardíaca ou de grandes vasos Indicação toracotomia: depende da ins- tabilidade do paciente e estado do paci- ente. DIAGNÓSTICO: Tríade de beck: -> Abafamento de bulhas cardíacas -> Hipotensão ou choque hipovolêmico -> Aumento da turgência da veia jugular ECG pode apresentar AESP GAST, Ecocardiograma e janela pericárdica CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 TORACOTOMIA DE REANIMAÇÃO Massagem cardíaca externa convencional em paradas cardíacas ou quando a AESP (atividade elétrica sem pulso) não é eficiente em pacientes hipovolemicos . Doentes que chegam com ferimento torácico penetrante com AESP Procedimento realizado em sala de emergência/ intubação + ventilação + reanima- ção volêmica Objetivo: Evacuação contida no saco pericárdico, controle direto da hemorragia torácica (sutura), massagem cardíaca aberta, clampea- mento da aorta descendente para reduzir perdas e aumentar perfusão do cérebro e do coração Exceto: Doentes com trauma fechado e em AESP não são candidatos a toracotomia AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Exame físico adicional Rx de tórax antero-posterior para avaliar: Expansão pulmonar Presença de derrame pleural Alargamento do mediastino Desvio de linha média e alterações anatômicas Fraturas Gasometria arterial, oximetria e ECG USG: avaliar hemotórax/pneumotórax e tamponamento Tratamento: Inicial: acesso venoso e reposição volêmi- ca; pericardiocentese subxifóidea com agulha ou cateter flexível pela técnica de Seldinger Definitivo: Pericardiotomia via toracoto- mia por cirurgião habilitado. Complicações da pericardiocentese: • Aspiração de sangue ventricular • Laceração de epicárdio/miocárdio ven- tricular • Laceração a ou v. coronária • Novo hemopericárdio por lesão de va- so • Fibrilação ventricular • Pneumotórax por punção pulmonar • Punção de grandes vasos com piora dos sintomas • Punção do esôfago ou abdome CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA PNEUMOTÓRAX SIMPLES Entrada de ar entre as pleuras HEMOTÓRAX Sangue na cavidade pleural (<1500ml sangue) Causa mais comum: trauma penetran- te ou fechado Causa mais comum no trauma con- tuso: laceração pulmonar Causa: colabamento pulmonar e altera ventilação/perfusão Tratamento definitivo: -> drenagem pleural fechada em selo de agua (5° espaço intercostal a frente da linha axilar média (altura mamilo) Diagnóstico Clínico: MV—e hipertimpanismo RX de tórax (linha pneumotórax) Pneumotórax + transporte aéreo ou in- tubação ou anestesia geral = drenagem pleural fechada primeiro. Causa mais comum: Laceração pulmonar ou ruptura de vaso intercostal ou a. ma- maria interna, tanto por trauma aberto ou contuso. Diagnóstico: Clínico: MV -, macicez a percussão RX de tórax ou TC de tórax (velamento do seio costofrênico) Tratamento Definitivo: • Drenagem pleural fechada em selo da agua (5° espaço intercostal a frente da linha axilar média—altura do mamilo Remover coágulos Monitora sangramento • Toracotomia (avaliar o estado clíni- co do paciente) Drenagem inicial > 1500ml de sangue > 200ml/h durante 2 a 4 horas CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 CONTUSÃO PULMONAR + comum e potencialmente fatal. Ocorre dano intersticial e alveolar, com a presença de san- gue e edema, sem haver, ruptura significativa das paredes alveolares. LESÕES DA ARVORE TRAQUEOBRONQUICA Lesões próximas a carina (2-3cm) no trauma fechado. Lesão traqueal e brônquica é incomum e muito fatal CONTUSÃO CARDÍACA Tipos: contusão do miocárdio, ruptura das câmaras cardíacas (tamponamento), dis- secção e/ou trombose aa. Coronárias, laceração valvar. Sintoma: desconforto torácico e hipotensão DIAGNÓSTICO: Clínico (dispneia, desaturação) RX ou TC de tórax TRATAMENTO • Cuidar com reposição volêmica ex- cessiva. • Analgesia, oxigenação, intubação e VM (hipoxemia grave, DBPOC, IRC). • Antibiótico para tratar a pneumonia (complicação) • UTI para pacientes com Sd. Descon- forto respiratório agudo. DIAGNÓSTICO: Hemoptise Enfisema subcutâneo Desvio da via aérea Pneumotórax Broncoscopia TRATAMENTO Intubação seletiva Cirurgia imediata para correção do pro- blema Cirurgia após resolução da inflamação e edema local se a condição do paciente permitir. DIAGNÓSTICO: Inspeção do miocárdio ECG com arritmias (ESV, FA, BRD, ta- quicardia, alteração ST) Ecocardiograma com anormalidade da motilidade Eventual elevação do PVC (disfunção ventrículo direito) TRATAMENTO Monitorização Cirurgia em casos de rupturas ou lace- rações CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 RUPTURA TRAUMATICA DA AORTA Causa comum de morte súbita em quedas de grande altura ou acidentes de automo- tores. Mantem o paciente vivo: manutenção da adventícia ou hematoma mediastinal • fatal: ruptura da aorta para tórax esquerdo RUPTURA TRAUMÁTICA DO DIAFRAGMA • comum do lado esquerdo Radiologia a direita: RX com suspeita de elevação da cúpula do diafragma a direita Radiologia a esquerda: RX com suspeita de víscera abdomi- nal intratorácico RUPTURA ESOFAGICA Causa + comum: trauma penetrante Causa—comum: trauma fechado—aumenta a pressão do abdome superior e como consequência lacera o esôfago DIAGNÓSTICO: RX e TC, arteriografia e ecocardiograma transesofágico -> alargamento mediastinal -> obliteração cajado aórtico -> desvio traqueal direito -> abaixamento brônquico principal es- querdo -> elevação brônquio principal direito -> desvio do esôfago -> Hemotórax esquerdo ou derrame ex- tra pleural apical -> Fratura de 1° e 2° arcos costais TRATAMENTO Sutura primaria Ressecção da lesão com enxerto Tratamento endovascular com prótese DIAGNÓSTICO: RX ou RX contrastado TC, Laparotomia Laparoscopia ou Toracoscopia TRATAMENTO Sutura primária da lesão diafragmática DIAGNÓSTICO: Sintomas: dor torácica e abdominal RX com pneumomediastino e DP a es- querda, RX contrastados do esôfago com extravasamento de contraste, En- doscopia com identificação da lesão, TC de tórax com pneumomediastino e ex- travasamento de contraste TRATAMENTO Drenagem de tórax Sutura da lesão por: Cervicotomia—esofago cervical Toracotomia direita—esôfago proximal e médio Toracotomia esquerda—esôfago médio e distal Laparotomia—esôfago intra-abdominal CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 ENFISEMA SUBCUTÂNEO Ar no tecido celular subcutâneo Causas: lesão via aérea, lesão pulmonar, explosão FRATURA DE ARCOS COSTAIS, ESTERNO E ESCÁPULA -> Lesões mais comuns da caixa torácica -> Dor que restringe os movimentos respiratórios e prejudicam a tosse, ventilação e oxigenação Consequência: atelectasia e pneumonia ESMAGAMENTO TORÁCICO (asfixia traumática) DIAGNÓSTICO: Palpação de enfisema e RX TRATAMENTO Pode não ser necessário. Caso necessário, drenar tórax do mes- mo lado se for intubar. Tratar a lesão especifica. FRATURA DE 1° e 2° arcos, escapula e esterno: sugere lesãode grande im- pacto de coluna, grandes vasos ou TCE. FRATURA DE esterno e escapula: trauma direto associado a contusão pul- monar e lesão cardíaca Arcos costais 10 a 12 aumentam a chan- ce de lesão hepática ou esplênica TRATAMENTO (analgesia, anestesia, cirurgia para fixar costelas) Fraturas de escapula e esterno, as vezes necessitam de correção Obstrução de veia cava por luxação pos- terior da articulação esternoclavicular de- ve ser reduzida imediatamente DIAGNÓSTICO: Clínico (dor, crepitação, deformidade) RX ou TC ACHADOS: Pletora em tronco/face/membros supe- riores Petéquias secundarias a compressão transitória de veia cava superior Edema cerebral pode ocorrer TRATAMENTO Tratar as lesões identificadas • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECANICA Suporte ventilatório que consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada MODOS VENTILATORIOS: 1. Ventilação mandatória contínua com VOLUME controlado (modo controlado) 2. Ventilação mandatória contínua com VOLUME controlado (modo assisto- controlado) 3. Ventilação mandatória contínua com PRESSÃO controlada (modo controlado) 4. Ventilação mandatória contínua com PRESSÃO controlada (modo assisto- controlado) 5. Ventilação mandatória intermitente sincronizada (com volume controlado ou com pressão controlada) associada a ventilação com pressão de suporte 6. Ventilação espontânea contínua com pressão de suporte • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA (VNI): geralmente através de uma máscara facial CPAP -> PRESSÃO POSITIVA CONTÍNUA NAS VIAS AEREAS Oferece fluxo de ar constante em períodos noturnos, para evitar que o paciente para de respirar enquanto dorme. Usado também, em pacientes com doenças neuromusculares e problemas respiratórios. BIPAP -> PRESSÃO POSITIVA EM VIAS AÉREAS A DOIS NÍVEIS Oferece dois níveis de pressão 1: Ao inspirar (IPAP) 2. Ao expirar (EPAP): sempre mais baixa para facilitar ao máximo a expiração. • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 VENTILAÇÃO INVASIVA: através de um tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia OBJETIVOS FISIOLÓGICOS: 1. Manter ou permitir ajustes na troca gasosa pulmonar: Ventilação alveolar (avaliar PaCo2 e pH) Oxigenação arterial (avaliar PaO2 e SaO2) 2. Aumentar o volume de ventilação pulmonar Insuflação pulmonar no final da inspiração Capacidade residual funcional (CRF) 3. Reduzir ou adequar o trabalho respiratório Diminuir a sobrecarga dos músculos respiratórios OBJETIVOS CLÍNICOS: 1. Reverter a hipoxemia 2. Reverter a acidose respiratória aguda 3. Diminuir o desconforto respiratório 4. Prevenir ou reverter a atelectasia 5. Reverter a fadiga dos músculos respiratórios 6. Permitir a sedação e/ou o bloqueio neuromuscular 7. Diminuir o consumo sistêmico ou miocárdico de oxigênio 8. Estabilizar a parede torácica INDICAÇÕES: 1. Reanimação devido a parada cardiorrespiratória 2. Hipoventilação e apneia: A elevação na PaCO2 (com acidose respiratória) indica que está ocorrendo uma hipoventilação alveolar, a qual pode ser AGUDA (lesão no centro respiratório, intoxicação ou abuso de drogas e embolia pulmonar) ou CRÔNICA (pacientes com limitação cronica ao fluxo aéreo em fases de agudização ou na obesidade mórbida. 3. Insuficiência respiratória (doença pulmonar intrínseca e hipoxemia): Diminuição da PaO2 * alte- ração na ventilação/perfusão. Avaliar: Hb, DC, So2 e variação do Ph sanguíneo. 4. Falência mecânica do aparelho respiratório: fraqueza muscular/doenças neuromuscula- res/paralisia. Comando respiratório instável (tc, avc, intoxicação) 5. Prevenção de complicações respiratórias: restabelecimento no pós operatório (cirurgia de ab- dome superior, torácico de grande porte, deformidade torácica e obesidade mórbida. Parede torácica instável. 6. Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular: Aumento no volume minuto atra- vés da elevação da frequência e diminuição no volume corrente (VT) -> mecanismo de adapta- ção transitório, se não revertido leva a fadiga muscular, Fadiga Muscular: Aumento da demanda metabólica, Aumento da resistência e/ou diminuição da complacência do sistema respiratório, Fatores obstrutivos intrabronquicos, Alteração na parede torácica, Dor, Distúrbios neuromusculares e aumento do espaço morto. o aumento súbito da produção de CO2 (febre, agitação, sepse ou ali- mentação excessiva), ou se houver a queda da ventilação alveolar devido ao agravamento da função pulmonar • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 CIRURGIA CARDIOVASCULAR Doenças valvares Estenose valvar => limitação do fluxo sanguíneo Insuficiência valvar => refluxo sanguíneo Dupla lesão: presença de estenose e insuficiência Processos cicatriciais fibróticos devido à febre reumática, com perda de elasticidade, deposição de cálcio… endocardite, sífilis, necrose músculos papilares pós IAM… ESTENOSE MITRAL Causa + mais comum: FEBRE REUMÁTICA assintomatica, por pelo menos 10 anos, com sintomas a partir de 30 a 40 anos. Sintomas: dispneia (esforço ou Fibrilação A) Ao exame físico: sopro mais audível no ictus, sendo holo ou telessistólico. Distensão jugular, hepatomegalia, ascite, edema periférico. Diagnóstico: RX de tórax, ecocardiograma, cateterismo cardíaco Tratamento: clínico x cirúrgico -> VALVOPLASTIA POR BALÃO -> COMISSUROTOMIA MITRAL -> TROCA DE VALVA MITRAL INSUFICIÊNCIA MITRAL Causa + mais comum: FEBRE REUMÁTICA Causas—comuns: endocardite, trauma, miocardiopatia dilatada, infarto agudo do miocardio. Sintomas: dispneia ao esforço, ortopneia, DPN/edema pulmonar, menor tolerância a exercicios e a magnitude depende do grau de regurgitação Ao exame físico: sopro holossistólico no ápice, com irradiação para axila e região scapular esquerda. Estertores ou broncoespasmo. Diagnóstico: Testes diagnósticos: ECG com sobrecarga atrial esquerda ou FA Radiografia de tórax com cardiomegralia e aumento AE Ecocardiograma confirma o diagnóstico. Tratamento: clínico x cirúrgico Diurético + iECA Cirurgia caso o tratamento não controle os sintomas ou tenha alterações graves Troca valar X Plastia valvar • CLÍNICA CIRÚRGICA I Vanessa Ludwig PR2 ESTENOSE AORTICA + comum: febre reumática e pode envolver a valva mitral. Sintomas: angina, síncope e dispneia Exame físico: sopro sistólico melhor audível na base cardíaca, com irradiação para as carótidas (pulsus tardus parvus) lento e prolongado. Quando o sopro é grave, possui timbre alto (pio da gaivota) Diagnóstico: ECG com hipertrofia VE (inversão de onda T e infradesnivelamento do segmento ST) Radiografia de tórax Ecocardiograma (determinar a gravidade da lesão) Tratamento: Cirúrgico (risco aumenta conforme a piora da fração de ejeção na cirurgia) INSUFICIENCIA AORTICA Principais causas: endocardite, febre reumática, ectasia anuloaórtica, degeneração mixóide da raiz da aorta (síndrome de marfan, ehlers-danlos) Lei de Laplace: aumento da tensão parietal -> hipertrofia tardia do VE Sintomas: * mecanismos compensatórios * Exame físico: pressão de pulso amplo (pulso de Corrigan ou em ‘’martelo d’ agua’’) cabeça pode oscilar a cada ciclo (sinal de musset), capilares pulsáteis (Sinal de quin- cke). Sopro de Austin-Flint (refluxo mesotelediastolico pela mitral) Diagnóstico: Radiografia de tórax com silhueta cardíaca aumentada ECG pode ser inespecífico ou apresentar HVE ou SAE Ecocardiograma confirma o diagnóstico) -> gradua a lesão em leve, moderada ou grave Tratamento: clínico x cirúrgico Clinico: redução da
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