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Caderno Direito de Família @catharinaorganiza

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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito
2019.2
64
Direito de Família 
Prof Camilo Barbosa 
introdução 
Definição de direito de família: Ramo do direto civil, cujas normas e princípios regulam as relações jurídicas advindas do casamento, da união estável/concubinato e do parentesco. 
· Constitucionalização do direito de família 
1. A CF traz o direito de família previsto em parte dela. 
2. Vantagens: tem uma importância muito grande no ordenamento. 
3. Desvantagens: Alto quórum para fazer alterações. 
4. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
· Conjugalidade
Casamento: Uniao entre duas pessoas com a finalidade de constituir família (conviver o casal em conjunto – sociedade conjugal), reconhecida pelo Estado, que lhes confere direitos e prerrogativas inerentes a condição de casadas. 
OBS: O CNJ determinou que o casamento entre duas pessoas, apesar de não ter legitimidade para isso, pode ocorrer entre pessoas do mesmo sexo, por isso, no Brasil, o conceito de casamento é a união entre duas pessoas. 
OBS2: O Brasil não admite o casamento entre mais de duas pessoas. 
1. Regras gerais 
1.1 O casamento é sempre civil.
1.1.1 Art 1.512: O casamento é civil e gratuita a sua celebração. Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei. 
1.2 Há igualdade entre os cônjuges. 
1.2.1 Art 1.511: O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
1.3 Ninguém pode interferir no casamento dos outros. 
1.3.1 Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.
1.3.2 Essa regra cria a obrigação de “Não fazer.”
1.4 O casamento é celebrado por um juiz de direito. Esses atos jurídico tem a obrigatoriedade de ter registrado o horário e da expressão de vontade. 
1.4.1 Art 1.514 O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
1.4.2 Art 1535: Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
capacidade para casar + impedimentos matrimoniais 
Hipoteses para casar: 1. Quem tem a maioridade civil, ou seja, 18 anos 2. Quem tem idade núbil (idade de contrair núpcias, de ter nubencia), quem tem entre 16 e 18 (teoricamente não tem capacidade civil mas tem capacidade para casar se permitido pelos pais)
· Art 1520: Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
· Porem, o código não colocou como nulo e sim como anulável. Ou seja, se o menor alcança os 18 anos casado, o negocio se convalida. 
· Art. 1.517: O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
· OBS1: Ate o começo do ano, o CC deixava meninas menos de 16 se casarem desde que estivesse gravidas, mas, isso acabou no art 1520 do cc. 
· Mesmo emancipada, o menor de 18 anos ainda precisa de autorização, porque o critério é quem tem mais de 18 anos, não quem tem maioridade civil. 
· A principio, teria capacidade para casar quem tem capacidade civil. Entretanto, o CC de 2002 estabeleceu duas grandes hipóteses para ter capacidade para casar:
1. Capacidade civil (maiores de 18 anos) – aqui não leva em questão o discernimento, apenas a idade. 
2. Quem tem idade núbio (idade de ser nubente, de contrair núpcias). – 16 anos (na verdade, entre 16 e 18 anos). // é uma situação excepcional.  Art. 1.517. “O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.”. Aqui, o critério para casar não é a capacidade, e sim a idade. Por isso, mesmo uma pessoa tendo 16 anos e sendo emancipada, ainda precisaria da autorização dos pais parar casar. 
· Ate o inicio de 2019, menores de 16 anos (absolutamente incapaz) poderiam casar. Meninas, menores de 16 anos, poderiam casar se estivessem gravidas. Essa possibilidade acabou. // OBS.: garotos menores de 16 anos que engravidassem mulheres menores ou ate mais velhas também fazia dele capaz. // essa situação foi modificada pelo art. 1520 CC: “Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. “
Impedimentos matrimonais: São as circunstâncias de fato e/ou de direito, expressamente previstas em lei, as quais determinam proibição de determinados casamentos; ou têm o condão de torna-los nulos.
· Finalidade social: Preservação de valores morais da sociedade; estabilidade social; eugenia (prevenção de filiação com problemas genéticos); punição por delitos;
· Origem: Dir. Canônico. Regras da Igreja Católica, sistematizadas na Alta Idade Média e que restaram herdadas nos Códigos Ocidentais. 
· Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta; - parentesco natural - 
III - o adotante (pai) com quem foi cônjuge(nora) do adotado (filho) e o adotado com quem o foi do adotante; - parentesco civil - 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante; (irmãos adotivos)
VI - as pessoas casadas; (o Brasil não admite bigamias)
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte; (o amante que mata o marido/esposa, não pode casar com a esposa/marido)
· Parentesco civil = adotados. 
· Parente por afinidade: afins são os parentes do cônjuge, os da linha reta são: Sogro, sogra, genro, nora, padrasto, madastra, enteado. NÃO EXISTE EX PARENTE AFIM DE LINHA RETA! Mesmo que você se separe, a mae da sua ex mulher ainda é sua sogra. 
· Irmãos unilaterais: Filhos de so um dos pais.
· Irmãos bilaterais: filhos de pai e mãe. 
· Casamento avuncular: casamento entre parentes de 3º grau. Exemplo: tios e sobrinhos. 
· OBS2: Em 1941, houve um decreto-lei 3200/41 que ainda é valido:
Art. 1º O casamento de colaterais, legítimos ou ilegítimos do terceiro grau, é permitido nos termos do presente decreto-lei. Ver tópico (1 documento) 
Art. 2º Os colaterais do terceiro grau, que pretendam casar-se, ou seus representantes legais, se forem menores, requererão ao juizcompetente para a habilitação que nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de suspensão, para examiná-los e atestar-lhes a sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da saúde de qualquer deles e da prole, na realização do matrimônio.
· OBS3: A esposa do tio, não é a tia. 
· OBS4: Há uma divergência se a monogamia é um principio ou se seria somente uma regra. A maioria entende como principio, ou seja, atinge também as uniões estáveis. 
· OBS5: O homicídio deve ser doloso para impedir o casamento. 
· OBS6: O STJ não admite dois casamentos/uniões estáveis. 
· OBS7: Quem tem união estável, pode se casar com outra pessoa, mas, encerra automaticamente a união estável com a outra pessoa. 
· OBS8: Quem tem uma união estável o seu estado civil ainda é solteiro, mas, recai nas mesmas situações de impedimento, pois, se considera como parentes por afinidade. 
Oposição de impedimentos: Oposição de impedimento é o ato de pessoa legitimada, praticado antes da celebração do casamento, indicando ao oficial perante quem se processa a habilitação, ou ao juiz que celebra a solenidade, a existência de um dos fatos indicados na lei como obstativo do matrimônio. 
· Art 1.522: Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo
hipótese de condições suspensivas do casamento
Meação: não decorre da morte, decorre do compartilhamento dos bens do regime conjugal.

Histórico: Optou o novo Código Civil por adotar a denominação de causas suspensivas, hipóteses que, pelo Código de 1916, eram chamadas de impedimentos impedientes. Com acerto a nosso ver, distinguiu o legislador situações temporárias, superáveis, daquelas causadoras da nulidade do matrimônio. Não suspende a casamento, so obriga o casal a casar com separação de bens. 
Conceito de Causas Suspensivas: São as situações de fato e/ou de direito, previstas em lei, derivadas da dissolução de casamento anterior ou de relação de possível subjugação de interesses patrimoniais decorrentes da tutela ou curatela, as quais, enquanto não superadas, ensejam o dever relativo de não casar, ou caso haja o matrimônio, acarretam a obrigatoriedade de adoção do regime de separação de bens”. Permite uma flexibilidade que não tem nas causas de nulidade. 
Artigos que incidem no turbatio sanguinis: 2º (“A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”); 
1597, II (“Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento”); 
e 1798 (“Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão”) do Código Civil 

· Hipóteses de causas suspensivas: Art. 1.523. Não devem casar:
1. I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
1.1 Esse casamento deve ocorrer no regime da separação de bens para que não haja confusão dos bens. 
1.2 Proteção aos direitos dos filhos que podem, eventualmente, serem atingidos por confusão patrimonial, decorrente dos direitos de meação, próprios dos regimes de comunhão (parcial ou universal)
2. II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
2.1 Esses 10 meses é para garantir que a mulher não esta gravida. 
2.2 Obs: Turbatio sanguinis = Turbação do sangue, da mulher não saber quem é o pai da criança. Proteção aos bens do novo marido e da própria criança. 
2.3 O DNA pode quebrar isso depois, é apenas uma presunção. 
2.4 É parte legitima para herdar quem já esta concebido. 
3. III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
3.1 Obs: ver art. 1581 (“O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.”)
3.2 Na época, demorava muito tempo a partilha dos bens pois o juiz precisava mandar um oficial para avaliar, assim, o código civil prevê que o casal pode se divorciar mas continuar o litigio da partilha de bens. Se um dos separados que ainda não definiu o regime do casamento anterior, deve se casar com a separação dos bens para que não tenha confusão com o patrimônio da ex esposa. 
4. IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
4.1 Não está proibido o casamento entre o tutor e o tutelado/curador e o curatelado, mas ele deve acontecer com a separação dos bens. So poderiam se casar no regime que quiserem quando saldadas as contas. 
4.2 Não pode casar nem os filhos, nem os pais, os irmãos, cunhados e sobrinhos do curador com o curatelado. Ate porque, seria uma contradição colocar em risco o patrimônio do curatelado, que é alguém que precisa da proteção do estado, para se casar. 
5. Parágrafo único. É permitido aos nubentes (noivos) solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
5.1 Não é uma coisa simples, é uma ação a ser ajuizada. 
· Oposição de causas suspensivas: Art. 1.524.
1. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.
1.1 Pai, mãe, filhos e netos, sogro, sogra, madastra, irmãos e cunhados....
formalidades matrimoniais 
Conceito: Denomina-se formalidades do casamento à sequência de procedimentos exigidos pela lei (Código Civil – artigos 1.525 a 1.542 e Lei de Registros Públicos (Lei n.º 6.015/73) – artigos 67 a 70) para que seja observada (com segurança), a capacidade e a vontade dos nubentes para casar, bem como a existência de impedimentos matrimoniais ou causas suspensivas.
· Etapas das formalidades materiais 
1. Habilitação: Entende-se por habilitação matrimonial o pedido de expedição de certidão de habilitação para se casar, formulado pelo casal interessado ao oficial do registro do distrito de residência de um dos nubentes, devidamente instruído com os documentos indicados no artigo 1.525 do novo Código Civil. 
1.1 Obs: Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais (são registrados os nascimentos, casamentos e óbitos).
1.2 Provar pro Estado que você tem capacidade de casar, após uma investigação dos CRCPN.
1.3 Regras dos processos de habilitação: Artigo 1525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
1.3.1 I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
Estados civis vigentes: Solteiro, casado, viúvo, divorciado, separado judicialmente e desquitado (só ate 1977). O desquitado não pode se casar. 

1.3.2 II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;1.3.3 III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
1.3.4 IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
1.3.5 V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
1.3.5.1 Esse requerimento é como se fosse uma petição inicial que será anexada aos documentos. 
1.3.5.2 Essa certidão de nascimento deve ser recente! De no máximo 6 meses. O código diz “documentos equivalentes”, mas não há tais documentos no Brasil. 
1.3.5.3 Quando algum menor casa, é porque alguém falhou na verificação dos documentos. Um menor de 16 anos não pode casar sem a documentação da autorização dos pais. 
1.3.5.4 Caso o casal tenha um impedimento, a testemunha que assinou dizendo que não tinham, não cometeram nenhum ilícito. 
1.4 Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério Público. 
Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será submetida ao juiz.
1.4.1 A expressão audiência não tem o significado processual e sim da documentação ser enviada para um promotor de justiça. 
1.4.2 Todos vão pro promotor, mas nem todos vão pro juiz. 
1.5 Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
1.5.1 O editar é para dar publicidade, é publicado no cartório. 
1.5.2 A autoridade competente = o juiz. 
1.6 Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
1.6.1 Na pratica, não acontece. 
1.7 Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas.
1.7.1 Impedimento não é anônimo, tem que por escroto e assinada. 
1.7.2 Se alguém apresenta o impedimento, tem que se identificar. 
1.8 Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
1.8.1 Se a oposição for só pra atrapalhar, vai responder civil e criminalmente. 
1.9 Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
1.9.1 O casal não esta casado, so esta habilitado. 
1.10 Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado.
2. Celebração do casamento: O casamento é negócio jurídico solene, sendo seu componente histórico mais característico a celebração. Com efeito, não há casamento sem cerimônia formal, ainda que variável quanto ao ritual seguido. Vale destacar, de outra parte, a importância dada pelo legislador civil à formalidade da celebração, sendo outorgados a ela nada menos do que 10 artigos de lei (artigos 1.533 a 1.542).
2.1 Regras pertinentes à celebração do casamento:
2.1.1 Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531.
2.1.2 Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato. 
§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder escrever.
2.1.2.1 Igreja é edifício particular. 
2.1.2.2 O portas abertas é no sentido figurado, de que qualquer pessoa que saiba de um impedimento, possa comunicar ao juiz. 
2.1.3 Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
2.1.3.1 O casamento é negócio jurídico solene, já se afirmou. Tão solene que até as palavras a serem pronunciadas estão expressas na lei. Admite-se, todavia, que o celebrante use palavras e expressões similares, desde que não altere o sentido e a extensão do pronunciamento solene. Questiona-se o porquê de tal minúcia do legislador; contudo, quer-se, contudo, crer tratar-se de uma oportunidade de dimensionar o ato, valorando-o para o casal e pessoas presentes, além de consistir em uma fórmula de uniformização de procedimentos.
2.1.4 Art. 1.537. O instrumento da autorização para casar transcrever-se-á integralmente na escritura antenupcial.
2.1.5 Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes: I - recusar a solene afirmação da sua vontade; II - declarar que esta não é livre e espontânea; III - manifestar-se arrependido. 
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.
2.1.5.1 Se por “brincadeira” um dos nubentes disser “não”, so poderá ser celebrado o casamento um dia depois e passar os 90 dias da habilitação, tem que refaze-la. 
2.1.5.2 Se por algum motivo, o nubente diz “não” e a cerimonia continua, o ato é nulo. 
2.1.5.3 A recusa pode ser expressa (dizer não) ou com o silencio. 
tipos especiais de casamento 
Mandato: o mandante constitui o mandatário para representa-lo num NJ, o mandatário é o procurador e o mandante é o outorgante.
Instrumento público: Escritura pública de procuração feito em tabelionato de notas. 

Conceito: São casamentos “diferenciados” no que diz respeito ou ao rito, ou à presença pessoal dos nubentes, ou ainda, à condição especial de um ou de ambos os nubentes.
OBS: exceções previstas em lei 
· Casamento por procuração: A celebração do casamento é uma das etapas das formalidades matrimoniais e exige, ordinariamente, a presença pessoal dos dois nubentes. Todavia, a lei prevê exceção, dando permissão para que o matrimônio se realize através de procurador, regularmente constituído. 
1. O mandante é o noivo/noiva mas que não vai ao casamento. O mandatário deve defender os interesses do mandante, logo, pode dizer não. 
2. Não tem mais muito sentido pratico. 
3. Regras: Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais. 
§ 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos. 
§ 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo.
 § 3o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. 
§ 4o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
· Casamento nuncupativo: Ocorrerá casamento nuncupativo, quando um ou ambos os nubentes encontrarem-se em iminente risco de vida. O casamento nuncupativo é também chamado casamento in extremis ou in articulomortis. Baseia-se na necessidade social de outorgar a condição de casados a pessoas, cuja vida esteja em risco. 
1. Regras: 
1.1 Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
1.2 Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de: I - que foram convocadas por parte do enfermo; II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher.
§ 1o Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias.
§ 2o Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário às partes.
§ 3o Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos.
§ 4o O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração.
§ 5o Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
· Realizado perante autoridade diplomática: Estando o casal brasileiro ausente do país e desejando casar-se, poderá requerer à autoridade diplomática brasileira no estrangeiro que celebre o matrimônio. De igual forma, o (a) cidadão (ã) brasileiro (a) que quiser casar-se com estrangeiro (a) poderá recorrer a esta forma especial de matrimônio. O casamento pode realizar-se perante as autoridades consulares brasileiras ou perante as autoridades estrangeiras. 
1. OBS1: Vale frisar que os casamentos de brasileiros realizados no estrangeiro perante autoridade consular, deverão ser registrados em 180 dias, no cartório do domicílio dos nubentes, ou no 1.º Ofício da capital do estado em que vierem a residir.
2. OBS2: O casamento de brasileiros realizado no exterior perante autoridade consular brasileira é regido pelas leis brasileiras, tanto no que se refere à sua constituição, quanto aos seus efeitos.
3. OBS3: O consulado brasileiro vai registrar casamentos, nascimentos e óbitos de brasileiros. 
4. Regras:
4.1 Art. 1544 do C.C.: “O casamento de brasileiro celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.” 
4.2 art. 18 da LINDB: “Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascidos no país sede do Consulado”); 
4.3 art. 32 da LRP. Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros em país estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos, legalizadas as certidões pelos cônsules ou quando por estes tomados, nos termos do regulamento consular.
· Religioso com efeitos civis: Tradição religiosa do povo brasileiro, marcantemente católico, e ainda, do fato de a religião católica ter sido religião oficial até o advento da República, mais precisamente até a Constituição Federal de 1891, é que se herdou hábito de realização de dois atos que estabelecem o matrimônio. Um civil, casamento em si, reconhecido pelo Estado, e outro, religioso, muitas vezes de importância social tão grande quanto o primeiro.
1. OBS1: São duas as hipóteses de casamento religioso com efeitos civis, conforme a habilitação civil seja prévia ou posterior. Assim pode-se ter: 1 - habilitação civil; 2 – celebração religiosa e 3 – registro; ou ainda, 1 – celebração religiosa; 2 – habilitação civil e 3 – registro.
2. Regras: 
2.1 Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
2.2 Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.
§ 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
2.3 Arts. 71 a 75 da LRP: 
2.3.1 Art. 71. Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir ao oficial que lhe forneça a respectiva certidão, para se casarem perante autoridade ou ministro religioso, nela mencionando o prazo legal de validade da habilitação.       
2.3.2 Art. 72. O termo ou assento do casamento religioso, subscrito pela autoridade ou ministro que o celebrar, pelos nubentes e por duas testemunhas, conterá os requisitos do artigo 71, exceto o 5°.                    
2.3.3 Art. 73. No prazo de trinta dias a contar da realização, o celebrante ou qualquer interessado poderá, apresentando o assento ou termo do casamento religioso, requerer-lhe o registro ao oficial do cartório que expediu a certidão
§ 1º O assento ou termo conterá a data da celebração, o lugar, o culto religioso, o nome do celebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os nomes, profissões, residências, nacionalidades das testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes.                   
§ 2º Anotada a entrada do requerimento o oficial fará o registro no prazo de 24 (vinte e quatro) horas                          
§ 3º A autoridade ou ministro celebrante arquivará a certidão de habilitação que lhe foi apresentada, devendo, nela, anotar a data da celebração do casamento.
2.3.4 Art. 74. O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação, perante o oficial de registro público, poderá ser registrado desde que apresentados pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles eventual falta de requisitos nos termos da celebração.                 
Parágrafo único. Processada a habilitação com a publicação dos editais e certificada a inexistência de impedimentos, o oficial fará o registro do casamento religioso, de acordo com a prova do ato e os dados constantes do processo, observado o disposto no artigo 70.
2.3.5 Art. 75. O registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do casamento.     
Parágrafo único. O oficial de registro civil comunicará o registro ao Ministério da Economia e ao INSS pelo Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc) ou por outro meio que venha a substituí-lo.  
prova do casamento
Conceito: O casamento, sendo negócio jurídico solene, possui prova diferenciada de outros negócios jurídicos ordinários.
· Regras incidentes:
1. Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro.
Parágrafoúnico. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova.
1.1 Essa prova seria no caso filmagens (não fotos), por exemplo. 
· E se não conseguir provar o casamento? 
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados
1. A posse do estado de casado foi pensada antes da união estável, é provado por: (I) Fama, (II) Tratamento e (III) nome.
1.1 Fama = a comunidade sabia. 
1.2 Tratamento = do nubente com o outro. Exemplo: dormir em casa, viagens
1.3 Nome = usar o sobrenome do nubente. 
1.4 Contudo, os 3 quesitos também caracterizam a união estável. Mas, isso ainda é importante para a socioafetividade em situações e adotados (posse do estado de filiação). 
inexistência do casamento 
Introdução: Para a lei civil brasileira o negócio jurídico será nulo ou anulável, não se admitindo a categoria da inexistência. Doutrinariamente, de outro lado, se reconhece e se justifica a noção de inexistência. No estudo do dir. matrimonial surgiu a noção de inexistência, mais precisamente na obra do jurista Zacharie von Lingenthal que tinha em vista o Direito francês – formado no Código Civil Frances ou, Código de Napoleão, da época da Revolução Francesa, formado pelo classe burguesa – em que aparece a distinção entre elementos necessários à existência do casamento.
· Principio pas de nullité sans texte legal em matiere de mariage: A burguesia, cansada dos reis declararem nulidade nos NJ ao seu bel prazel, colocam que não haverá nulidade sem texto legal. Logo, assim, os franceses dividem os NJs nulos em: (I) absolutas e (II) relativas, e ambas com expressa previsão legal. Assim, Zacharie quando foi estudar o direito francês, começou a estudar justamente pelos casos dos casamentos e descobriu que não estava proibido o casamento de dois homens, logo, estava permitido, assim, ele concluiu que era incompatível com a realidade social, assim, declara que o casamento entre dois homens não seria nulo, ele não existiria, pois, essa analise da inexistência viria ate mesmo antes da analise da validade. 
· A inexistência: Parte da ideia de ser uma coisa incompatível com o sistema, não vai ter uma lei dizendo quais são os casamentos são inexistentes. Exemplo: casamento em que um dos nubentes esta com documentos falsos.
· Requisitos de existência: Eram considerados requisitos ou pressupostos de existência do matrimônio: 
1. Diversidade de sexos;
1.1 A partir da Resolução 175 do CNJ, tem-se outra realidade.
1.2 Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. 
1.3 Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis. 
1.4 Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
1.5 A partir dessa resolução do CNJ em 2013, foi permitido o casamento gay no Brasil, porem, isso não é uma lei, é uma resolução administrativa. 
1.6 Juiz corregedor: o que pune administrativamente os juízes. 
1.7 Teoricamente, o casamento gay seria inconstitucional pois, o CNJ não é o congresso e não pode estabelecer leis. 
1.8 Se por acaso, a resolução do CNJ venha a ser revogada, os casamentos que já aconteceram serão validados como atos jurídicos perfeitos. 
1.9 Ou seja, no final, o requisito da diferença de sexos já não existe mais, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo existem.
2. Celebração perante autoridade; 
2.1 Uma vez casamento que não for celebrado perante autoridade, o casamento não existe. 
2.2 Vale a ressalva que as situações excepcionais do casamento, como por exemplo um casamento realizado perante 6 testemunhas que depois vão ate o juizado e afirmam que viram a expressão vontade. 
2.3 Situações de casamento junino, ainda que o “padre” da encenação seja um juiz, o casamento não é valido pois, o casamento ainda precisa dos ritos como a habilitação e a vontade das partes. 
2.4 Posse sexual mediante fraude: é quase um estelionato, onde o homem finge que casa com a mulher para poder transar com ela. 
3. Declaração de vontade: preserva-se a vontade das partes. 
· Situações doutrinarias (por Maria Helena Diniz com algumas hipóteses de inexistência por ausência de consentimento): 
1. Se um dos nubentes conservar-se indiferente à indagação do juiz; Recusa tácita.
2. Se a celebração se efetiva apesar de ter havido declaração negativa de um dos noivos; Recusa expressa. 
3. Se um dos nubentes se encontra em estado de demência que o priva de toda razão, desde que não esteja interditado, caso em que se tem casamento nulo, por incapacidade absoluta; 
3.1 OBS: Interditado sem autorização -> casamento nulo //Estado de demência mas não interditado -> casamento inexistente. 
4. Se a embriaguez de um dos consortes lhe tira totalmente a consciência, não mais sabendo o que diz; 
5. Se um dos noivos estiver sob hipnose, dado que não é consciente a resposta afirmativa ao juiz, pois diz o que o hipnotizador manda dizer
nulidade matrimonial 
Introdução: No regime do Código Civil de 1916 os casos de nulidade e de anulabilidade matrimonial decorriam da desobediência aos dispositivos de impedimento matrimonial. O novo Código Civil inovou quanto ao sistema de nulidades, estabelecendo em seu artigo 1.548.
· Art. 1548 É nulo o casamento contraído: 
I – pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; ((Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015 – Estatuto da pessoa com deficiência: essa situação foi revogada, ou seja, agora esses casamentos são validos, mas, ainda não se construiu jurisprudência sobre) 
II – por infringência de impedimento: As 7 hipóteses do art 1521, que são os impedimentos. 
OBS: Ações declaratórias = ex tunc; Ações constituitivas = ex nunc. Ou seja, 

· A nulidade: não opera efeitos por si só.
1. Há a necessidade de ser declarada por meio judicial;
2. A ação (declaratória de nulidade) poderá ser intentada, nos termos do artigo 1.549 do Código Civil por “qualquer interessado ou pelo Ministério Público”. 
· Efeitos da sentença: prevê o artigo 1.563 do novo Código Civil que: “A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado”. 
1. Os efeitos produzidos são, portanto, ex tunc, admitindo-se, contudo, a eficácia parcial em relação aos filhos e aos terceiros de boa-fé.
anulabilidade do casamento 
Historico: Até 1997, no Brasil, não havia divórcio, havia somente o desquite (acabava o casamento mas não permitia que os desquitados se casassem de novo, hoje em dia não é mais permitido o desquite mas ainda podem existir os desquitados, remanescentes de 77). A anulação do casamento era uma alternativa para se casar novamente, uma vez que o casal, que tivesse seu casamento anulado, retornava à condição de solteiro;
Os casos de anulação do casamento civil, muitas vezes coincidiam com as hipóteses de anulação do casamento católico. Assim, eram, muitas vezes, paralelos os pedidos (civil e religioso).
OBS: A única diferença entre um casamento anulado e um divorcio é que a anulabilidade retorna ao status de solteiro e o divorcio dá o status de divorciado. 
OBS2: A anulação é sobre fatos que vieram ANTESdo casamento. 
· Hipoteses de anulação: Art 1550 
É anulável o casamento:
1. I – de quem não completou a idade mínima para casar;
1.1 Idade mínima: 18 anos 
2. II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
2.1 Menor de 16 anos não pode se casar sem autorização de pai e mãe. 
2.2 Se acontecer, estará nas hipóteses de ANULABILIDADE, ou seja, pode ser convalidar, como por exemplo, caso haja gravidez. 
3. III – por vício da vontade, nos termos dos artigos 1.556 a 1.558;
3.1 Vicio do consentimento/vontade: Erro, dolo, coação, estado de perigo e coação.
3.2 Só ocorrem situações de erro e de coação. 
3.3 OBS: Normalmente não ocorre situações de dolo, e sim de erro com omissão dolosa. Exemplo: um homem é estéril e se casa sem a mulher sabe, se ele não sabia é erro, se ele sabia ainda assim não disse a ela, o casamento vai ser anulado por erro, pois o casamento não permite anulações que não sejam erro e coação. 
3.4 ANULAÇÃO DO CASAMENTO POR ERRO: Erro, como se percebe das construções legislativas, pode ser definido como a ignorância de fatos ou de condição específica sobre a pessoa do outro cônjuge, ignorância essa anterior à realização do matrimônio. Em outras palavras, trata-se do casamento levado a efeito com a ocultação (por parte de um dos cônjuges), de situação ou acontecimento que, se houvesse sido conhecido pelo outro cônjuge, poderia levar à desistência do matrimônio.
Art 1577
Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade (NOME), sua honra e boa fama (OPÇÃO SEXUAL E BOATOS, por exemplo, MUITO SUBJETIVO), sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; NÃO PRECISA TER SIDO CONDENADO E SIM APENAS TER ACONTECIDO O FATO CRIMINOSO E NÃO PRECISA SER PROVADO, APENAS DO CONJUGE TER SABIDO DO FATO 
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; MESMO QUE ELE NÃO SOUBESSE, NÃO IMPEDE QUE O CONJUGE PEÇA A ANULAÇÃO
3.5 ANULAÇÃO DO CASAMENTO POR COAÇÃO: É passível de anulação o casamento que venha a se realizar quando um dos cônjuges está sob coação física ou moral. MUITO RARO
 Trata a coação, de vício do consentimento, valendo a pena transcrever o artigo 151 do CC, que condensa as características do instituto: 
Artigo 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao 	paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família 	ou aos seus bens.
No casamento incide o art. 1558:
Artigo. 1558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o 	consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante 	fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares. E O PET? AINDA EM DISCUSSÃO. 
4. IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; 
4.1 Esse incapaz não é o menor de 18, é aquele que naquele momento não consegue manifestar o consentimento. Exemplo: bêbado, em coma...
5. V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
5.1 O mandante revogou a procuração mas não avisou ao mandatário e ele realizou o casamento. Pode anular somente se não tiver tive relação sexual com cônjuge. 
6. VI – por incompetência da autoridade celebrante.
6.1 Incompetencia: (I) Absoluta (=juiz de trabalho julgando processo cível) ou (II) Relativa (= o juiz de lauro de Freitas casa um casal em Salvador)
6.2 Diz respeito a incompetência RELATIVA.
7. § 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
8. § 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
8.1 O deficiente pode casar. Exemplo: síndrome de down 
8.2 CUIDADO COM O ENFERMO MENTAL!!!!!!!!!!!!!!! Alguém com Alzheimer por exemplo, se casa, mas o casamento é ANULAVEL e não mais NULO. 
OBS: Admite convalidação. 
· Legitimidade para pedir anulação 
Quanto à legitimação, via de regra, esta restringe-se aos nubentes, até porque, caso não ajuízem a ação, convalidado estará o seu matrimônio. Porém, nos casos de anulação de casamento de menores de 16 anos, aplicar-se o disposto no art. 1.552 e 1553:
Art 1.552: “A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida: 
I - pelo próprio cônjuge menor; 
II - por seus representantes legais; 
III - por seus ascendentes.
Art. 1.553: “O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial.”
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 1o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
§ 2o Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
1. Esse “incapaz” já não é mais incapaz, É MENOR, pois ao casar, ele deixa de ser incapaz, a redação esta MAL ESCRITA. 
2. Caso o herdeiro seja um filho de menor, e contra menor não corre prazo prescricional e decadencial, então, por exemplo, se o filho tem 2 anos quando o pai morre, essa criança vai ter 16 anos e 180 dias. 
3. MANIFESTAÇÃO DA APROVAÇÃO: Pode ser os responsáveis assistirem, ou mandarem presentes, mensagens desejando felicidades 
Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557.
1. Ação personalíssima: “intuitu personae” = somente o atingido pode alegar. 
2. Se há coabitação, o ato é convalidado. 
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550; // MENORIDADE
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557; // ERRO 
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
1. O menor de 18 e maior de 16, começa a correr os 180 dias quando se casa.
2. O menor de 16 anos so começa a correr o prazo quando completa os 16 anos, pois, o casamento o tornou capaz, e não maior, somente aos 16 que sera relativamente incapaz. 
casamento putativo 
Introdução: Orlando Gomes assim o define: “Putativo é o casamento nulo contraído de boa-fé por ambos os cônjuges ou por um deles.” Proteção a boa fé de alguém, exemplo: um homem casado casa com outra mulher que não sabe que ele é casado, ela esta de boa fé, logo, o casamento é valido para ela e não para ele, inclusive tem efeitos sociais e patrimoniais. 
· Expresso no artigo 1561, § 1.º e § 2.º, do novo Código Civil:
Artigo 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos,produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. 
 §1.º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
 §2.º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
1. Mesmo que os dois estejam de ma fé, os filhos tem todos os efeitos do casamento. 
· Decisão concernente a casamento putativo.
STJ, Recurso Especial nº 69.108/Paraná, relator Min. Nilson Naves que: 
“1. Ao cônjuge de boa-fé aproveitam os efeitos civis do casamento, embora anulável ou mesmo nulo (Cód. Civil, art. 221, parágrafo único). 2. A mulher que reclama alimentos a eles tem direito, mas até a data da sentença (Cód. Civil, art. 221, parte final). Anulado ou declarado nulo o casamento, desaparece a condição de cônjuge. 3. Direito a alimentos até ao dia da sentença anulatória....”.
1. Ela tem direitos, mas sentenciou, já não há mais a boa fé dela, a partir da anulação do casamento. 
2. Boa fé não tem que ser provada ,se presume. Tem que se provar é a má fé.
efeitos do casamento 
QUAL A NATUREZA DO CASAMENTO? Camilo acha que é um contrato, e um contrato faz lei entre as partes (principio da relatividade dos efeitos do contrato), se nenhum contrato pode fazer efeito a quem não é parte.

Conceito: são os efeitos jurídicos que atingem os cônjuges e, eventualmente, terceiros, nos âmbitos social, pessoal e patrimonial.
· Efeitos sociais: sofrem os efeitos os cônjuges e os terceiros. 
1. De modo geral, são efeitos que atingem outras pessoas (naturais ou jurídicas), além dos cônjuges, assim, exemplificativamente, tem-se:
2. Parentesco por afinidade (que vincula o cônjuge aos parentes consanguíneos do outro, ex. sogros, cunhados etc);
3. Efeitos contratuais (Ex. contratos de compra e venda de imóveis, onde o casado por exemplo tem que ter uma outorga uxória, que é o cônjuge autorizando);
4. Efeitos eleitorais (Ex. regras de inelegibilidades, se eu sou casado e sou prefeito/governador/presidente, o cônjuge não pode me suceder nas eleições);
5. Efeitos processuais (Ex. obrigatoriedade de citação do cônjuge, nas ações reais imobiliárias);
6. Efeitos tributários (ex. obrigatoriedades relativas à DIRPF (declaração de imposto de renda d pessoa física)), onde devera ter o CPF do cônjuge para que a receita Federal cheque as despesas comuns para fim de tributação;
7. Efeitos previdenciários (ex. pensões por morte, se você é casado, morre, mas contribuía para o INSS ou algum fundo, seu cônjuge receberá)
8. OBS: Pela previsão constitucional de proteção a família, aquele que tem filhos, é casado, será critério de desempate. 
· Efeitos pessoais
1. Uso do nome: Ate o CC de 16, somente a mulher é que colocava o sobrenome do marido, ela inclusive podia retirar o nome de sua família original. Após a constituição de 88 que igualou os mulheres no casamento, então, o código de 2002 deu ao homem o direito de mudar o seu nome. NÃO MUDE DE NOME QUANDO CASAR! DA MUITO TRABALHO. 
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
Direito de Família 
Prof Camilo Barbosa 
· Efeitos patrimoniais: IMPORTANTE! REGIME DE BENS. 
O principal efeito patrimonial do casamento é a fixação do regime de bens
1. Conceito de Regime de Bens.
Segundo Orlando Gomes: “regime de bens é o estatuto patrimonial dos cônjuges” ou dos companheiros (união estável). 
Obs: não há casamento ou união estável que não tenha regime de bens, todos tem. 
Um casamento é um contrato patrimonial. 
2. Tipos de Regimes							
· Comunhão Parcial; Chamada de REGIME BASE, ou seja, aquele escolhido pelo CC para ser o mais adotado, e é mesmo, por ser o mais fácil para se adotar num casamento. O CC faz isso pois dificulta que seja escolhido outro regime, pois, é tudo resolvido no cartório do casamento. O CONJUGE É MEEIRO (metade do patrimônio) E HERDEIRO, existem bem só dele/dela e os bens comuns (que são o que é herdado/meado).
· Comunhão Universal; Era o adotado ate 1977.
· Participação Final nos Aquestos;
· Separação; Não se fala “separação total”, pois, não existe separação parcial, toda separação é total dos bens. Para ser adotado, precisa que seja feita uma escritura publica de pacto antenupcial, selado em um tabelionato de notas + ir ao cartório de registro de notas levando o pacto. Não há meação dos bens comuns, o cônjuge é apenas herdeiro. 
· OBS: Se há irregularidades no registro do regime, vale-se o regime base da época do casamento. 
3. Regras Gerais:							
a) Liberdade de escolha: Principio da liberdade de escolha, mas, não é um principio porque não tem tanta força assim, é mais uma lei comum. 
· Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. // Não há toda essa liberdade para os bens. 
· Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: //NÃO TEM O DIREITO DE ESCOLHER O REGIME DO CASAMENTO.
· I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; // DESOBEDIENCIA AS CAUSAS SUSPENSIVAS.
· II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) // Pessoas com menos de 70 anos que tem uma união estável anterior a essa idade e querem converter a união em casamento, NÃO SE APLICAM A ESSA NORMA. 
· III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
b) Início da Vigência:							
Disposições Gerais
· Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. // Essa data é dia e HORA. É uma grande diferença entre casamento e união estável, pois, no casamento há uma certidão que diz esse horário, mas a união estável em sua grande maioria não tem essa certeza do momento que ela começa e isso gera varias confusões. 
· § 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. 
· Obs: a expressão data não se refere apenas ao dia, mês e ano; mas sim ao momento em que se celebra o casamento 
· Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados. // OU SEJA, se eu me casei as 20h e ganhei na mega-sena as 19h59, o premio NÃO entra no regime de bens 
c) Alteração do regime de bens durante o casamento						O CC/02 trouxe uma grande novidade em relação ao CC/16, no que diz respeito à mudança de regime na constância do casamento. Várias são as justificativas: questões societárias/empresariais; aplicação de causas suspensivas (regime obrigatório de separação de bens etc).
· Art. 1639, § 2º. É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
· Normalmente é usada em casais que estavam em causas suspensivas, casados com separação de bens, mas a suspensão se encerrou. Essa mudada é pedida pelo juiz, por ambos os cônjuges, verificada a possibilidade pelo juiz. 
· Porem na pratica, a maioria dos casais casa em comunhão e quer mudar para separação. 
d) Fundamento do regime base						
· - O CC/02 adotou a comunhão parcial como regime base. Até 1977, o regime base era o da comunhão universal.
· Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
· Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial,fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas. // Momento em que o código elege a comunhão parcial como regime base. 
e) Limitações decorrentes dos regimes de bens: OUTORGA COMPULSORIA 
· Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
· I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
· II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
· III - prestar fiança ou aval;
· IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
· Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada
· Só podem ser feitas sem outorga no regime de separação. 
· NA FIANÇA: No CC atual gera NULIDADE, no antigo gerava anulabilidade se a mulher concordasse em ser fiadora sem a anuência do marido. 
4. PACTO ANTENUPCIAL
Conceito: “é um contrato solene e condicional, por meio do qual os nubentes dispõem sobre o regime de bens que vigorará entre ambos, após o casamento”(Carlos Roberto Gonçalves) – QUANDO NÃO FOR O REGIME BASE, SE USA O PACTO ANTENUPCIAL 
Características:
Acessório // O principal é o casamento (é feito antes mas fica condicionado ao casamento) 
Solene // Há obrigatoriedade nas regras. 
Condicional // So passa a valer se o casal casar.
O regime de bens será acordado pelos nubentes e eles se submeterão a esse regime acordado. 
Regras do Pacto Antenupcial
- Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. // SOLENE E CONDICIONAL; Se o pacto não é feito por escritura publica ele é NULO, se eu não casei o pacto é INEFICAZ 
- Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. 
 - Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
 - Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares. // NA SEPARAÇÃO NÃO HÁ OUTORGA COMPULSORIA, SOMENTE NA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS QUE OS NUBENTES PODEM ACORDAR QUE PODE NÃO TER. 
- Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. // Escritura publica em cartório de notas (sem é nulo) + Registro em registro de imóveis (sem é ineficaz para terceiros)
5. Comunhão parcial 
a) Bens que não entram na comunhão (art. 1659):
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; // Os bens anteriores ao casamento devem estar QUITADOS, esse bem que ainda esta financiado não é anterior ao casamento. Um pai que da um apartamento ao filho já casado, NÃO VAI entrar na comunhão dos cônjuges, mas, se um pai da o dinheiro ao filho, sem declarar que é uma DOAÇÃO, o apartamento sera comprado com o dinheiro do pai e ai esse apartamento vai entrar na comunhão // Os acessórios e os frutos não acompanham o principal, ou seja, o aluguel de um apartamento, os bezerros da vaca de uma fazenda, IRAO entrar na comunhão. // OBSERVE QUE ESSE ARTIGO É DIVIDIDO EM QUATRO PARTES // A subrrogação é REAL e pode também pode ser parcial, por exemplo, meu pai me da um apartamento de 200 mil, eu vendo ele e comprou um de 400 mil, essa divida de 200 mil entrara na comunhão, logo, o cônjuge terá direito a 100 mil (É MAIS SEGURO QUE SE COLOQUE NA ESCRITURA PUBLICA QUE ESTÁ SE TRATANDOD DE UMA SUBROGAÇÃO). 
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; // A diferença desse com o inciso I é que no primeiro, o cônjuge está trocando o apt (por exemplo), é o mesmo ato negocial, ele deu o apt pra trocar, nesse caso aqui, ele vendeu o apartamento e com o dinheiro comprou outra coisa depois ou ate mesmo outro apartamento. ESSE DINHEIRO TEM QUE ESTAR DECLARADO. 
SUBROGAÇÃO: Se diferencia com a do inciso I,d pois nela há a troca de um apartamento por outro (troca direta), e nessa há a venda do apartamento para com o dinheiro comprar outro. // é mais difícil de provar pois não vai aparecer na declaração do imposto de renda e pode gerar a situações em que a pessoa vendeu o outro apartamento, e “inteirou” com mais dinheiro, esse dinheiro da inteiração 
	Pessoal 
	Objetiva/real 
	Subroga-se no direito do credor
	Se sub-roga nos direitos do proprietário (exemplo: seguradora de carros)
III - as obrigações anteriores ao casamento // Eu assinei um financiamento antes de casar, nesse regime de bens ela terá metade do valor que eu paguei durante a constância do casamento, mesmo que ela não seja devedora solidaria// Essa divisão é do percentual // A obrigação não se comunica mas pode se comunicar os direitos sobre o imóvel // financiamentos diversos (aquisição de imóvel, carro etc)
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal // casos de pessoas condenadas por improbidade administrativa // O cônjuge que obtém patrimônio proveniente desse dinheiro. 
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão // Roupas, joias, sapatos, bolsas, relógios, óculos e etc... // Exemplo: um marido que da 500 mil em joias para a esposa, não pode reaver 250 mil // Situaçoes de instrumentos de profissão viram polemicas em situações em que os cônjuges são também sócios.
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; // Salarios, honorários // Se relaciona com o outro inciso sobre bens adquiridos com proveito próprio, não se comunicam os direitos // Essa interpretação não é totalmente literal, pois, assim, nada se comunicaria, principalmente as situações em que um dos cônjuges não trabalha, então A JURISPRUDENCIA E A DOUTRINA acordaram que os direitos não se comunicas, mas os FRUTOS do salario irão se comunicar
VII - as pensões, meios-soldos, montepios (aplicações em fundos beneficiários) e outras rendas semelhantes // Mas o que você vier a comprar com eles ira se comunicas – assim como nos salários – . 
b) Bens que entram na comunhão: bens comuns (art 1660)
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; // situações como a loteria 
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; // Num contrato de doação constando os dois como donatários, se não constar, não se comunica. // Doações sem ressalvas a contas conjuntas, ira se comunicar. 
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; // Se a benfeitoria que foi feita no meu apartamento entram na comunhão, mesmo que apartamento foi comprado antes de casar // OBS: Há situações que isso se perde, por exemplo, um casal que ele tinha um apt avaliado em 1milhao e 200 mil, e casado, fazem uma benfeitoria de 500 mil, na separação, cada um deveria receber no caso ele 1m200+250k e ela 250k, mas, se o imóvel desvaloriza e passa a valer apenas 1m e não os teóricos 1m700, somente ele ira receber. 	
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. // Imagine que eu herdo um apartamento, o aluguel é do cônjuge, mas, se na época do divorcio não existe mais o dinheiro, não será cobrado, uma vez provado o que foi feito com o dinheiro e isso que foi feito será divido. Exemplo: se com o dinheiro do aluguel eu comprei o carro, somente o carro será taxado, o cônjuge nao vai poder receber pelo carro e os alugueis. 
	Bens particulares de “a”
	Bens comuns: A+ B → gera a meação 
	Bens particulares de “b”
	· Bens que vieram antes do casamento 
·Herança (bens particulares + meação do falecido)
· Doação: entre se se faz sem o registro. 
· Sucessão 
· Adquiridos
· Obrigações anteriores
· Obrigações ilícitas
· Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
· Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
· As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes
	· STJ: FGTS
· Adquiridos na constância do casamento 
· Fruto de fato eventual 
· Doação, herança, legado em favor de ambos 
· Benfeitorias nos bens particulares 
· Frutos dos bens comuns: acessórios que não estão acompanhando o bem principal. 
	· Bens que vieram antes do casamento 
· Herança (bens particulares + meação do falecido)
· Doação: entre se se faz sem o registro. 
· Sucessão
· Adquiridos 
· Obrigações anteriores
· Obrigações ilícitas
· Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
· Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
· As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes
6. Comunhão universal: Já foi o regime base. O art. 1667: O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte // ou seja, NÃO SE COMUNICA TUDO
MARIA BERENICE DIAS: “Estado de mancomunhao”, ou seja, propriedade em mao comum, cada cônjuge é titular da propriedade e posse da metade ideal de todo o patrimônio constituindo-se um condomínio sobre bens, dividas e encargos.
Os bens comuns são a regra e os particulares a exceção. 
OBS1: Observa-se que os frutos dos bens que NÃO SE COMUNICAM, irão se comunicar. 
OBS2: Os bens em vida não irão se comunicar mas em caso de falecimento, o bem será herdado, mesmo se foi herdado/doado com clausula de incomunicabilidade. 
OBS3: As dividas de atos ilícitos entram na comunhão universal, podendo a vitima executar os bens do cônjuge do causador do dano se esse for casado em comunhão universal, MESMO QUE O CONJUGE NÃO TENHA TIDO PROVEITO. 
OBS4: A comunhão universal cessa seus efeitos quando ocorre a separação de fato do casal, mesmo que ela seja temporária. Inclusive, isso se estende a herança se a sepraçao de fato dura 2 anos. 
Na comunhão de bens a administração dos bens é feita em conjunto pelo casal, em caso de litigio cabe ao juiz resolver. Isso tem efeito inclusive para a pratica de atos de disposição dos bens imóveis, e, pode ate alcançar os bens que não se comunicam pois os frutos vao se comunicar. 
A comunhão universal proíbe que os cônjuges contraiam sociedade simples ou empresarial, a fim de evitar fraudes. Mas, observe que essa vedação só se aplica as sociedades posteriores a 2002, antes disso, respeita-se o ato jurídico perfeito. // Observe que essa vedação também se aplica as uniões estáveis em que os cônjuges colocaram que o regime seria a comunhão universal. 
a) Não se comunicam (1668):
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; // Clausula de vingança da sogra (o) // Observe que esse é o único regime que a herança pode se comunicar
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; // estipulação testamentária em que o testador constitui uma pessoa como legatário ou herdeiro, mas impõe que, uma vez verificada certa condição, deverá transmitir a outra pessoa, por ele indicada, o legado ou a herança; substituição, fideicomissória. // Caducado o prazo de dois anos ou se a prole nasce sem vida, então o bem transmitido ira entrar nos bens comuns, salvo se não tiver clausula de incomunicabilidade se assim expresso pelo dono original já prevendo a situação da condição não se realizar. 
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; // Não vao entrar as dividas anteriores ao casamento, obvio, mas, vao entrar as dividas “para” o casamento, como o pagamento da lua de mel, por exemplo (chamada de aprestos). 
 IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; // Mesma logica do inciso I 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 // São o patrimônio mínimo e serão protegidos e colocados como incomunicáveis // São eles: 
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Súmula 134 - embora intimado da penhora em imovel do casal, o conjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação. // Há quem sustente que a proteção da meação pelo cônjuge não é mais possível (falta de interesse processual) à luz do art. 655-B do CPC. Esse dispositivo determina que, “tratando-se de penhora de bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem”. Segundo a súmula 134 do STJ, “embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação”.
Cônjuge não executado intimado da penhora. Se o cônjuge não é co-executado e a penhora recaiu sobre bem imóvel, o art. 655, § 2º, do CPC, determina que o cônjuge deverá ser intimado. Nesse caso, não obstante intimado, o cônjuge continua sem ser parte. A súmula do STJ é para essa situação: se o cônjuge quiser defender a meação ou o bem de família, proporá embargos de terceiro, caso queira, entretanto, atacar os fundamentos da própria execução (ex.: não existe dívida), poderá propor embargos à execução.
7. Participação final dos aquestos: Durante a convivência conjugal o casamento é regido pela separação convencional dos bens, mas, em caso de divorcio ou morte, incidem as normas da comunhão parcial, comunicando-se os bens adquiridos onerosamente na constância das núpcias. 
Durante o casamento, é livre a administração dos bens, mas, ficam ressalvados a participação de cada um nos bens caso haja a dissolução do vinculo. 
Se os cônjuges não disporem em contrario, exige-se a outorga do conjuge para alienação ou oneração dos bens IMOVEIS, mas, isso não ocorre mais os MOVEIS. 
O regime caiu em desuso pois o calculo contábil do que seria de direito de cada conjuge se da de maneira longa e muitas vezes equivocada. Mas, teoricamente, cada conjuge faz jus a: (I) totalidade dos bens adquiridos antes das núpcias, (II) metade dos bens comuns adquiridos conjuntamente por ambos, (III) metade dos bens adquiridos de maneira onerosa na constância do casamento, (IV) integralidade dos seus bens recebidos de maneira gratuita (doação/sucessão não se comunicam). 
REGRAS
Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada conjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade
III - as dívidas relativas a esses bens
 Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis
8. Separação convencional ou absoluta de bens: Cada cônjuge mantem um patrimônio particular, inexistindo qualquer ponto de intersecção entre os bens. Pode haver condomínio em bens específicos.
A penhora determinada pelo juiz sobre bens pertencentes a outro cônjuge é NULA, inclusive, podendo o cônjuge prejudicado cobrar embargos de terceiros para a defesa do seu patrimônio. 
Os cônjuges podem espontaneamentesobre um bem estabelecer um regime de comunhão. 
PONTO DE CONTATO NA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL: (I) Se os cônjuges quiserem sobre um bem por eles escolhido e(II) obrigatoriamente o rateio das despesas com a manutenção do lar e (III) o direito a sucessão em concorrência – PROIBIÇÃO DE PACTO SUCESSORIO – com os ascendentes/descendentes, ou seja, cônjuge é necessariamente herdeiro necessário e não podem as partes dispor contra isso. (OBSERVE QUE ISSO NÃO SE APLICA NA SEPARAÇÃO OBRIGATORIA, NESSA, O CONJUGE NÃO É HERDEIRO segundo o entendimento do STJ) 
SEPARAÇÃO OBRIGATORIA: Prevista no artigo do “não devem casar”, se diferencia da separação convencional pois, nela haverá comunhão dos aquestos (bens adquiridos onerosamente na constância do casamento) 
Sumula 337 do STF - No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. // Ou seja, na separação obrigatória exige-se a autorização do cônjuge para se alienar ou onerar dos bens, enquanto na separação convencional não. 
REGRAS: 
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
 Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial
ENUNCIADO DO CJF ACERCA DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA			
261 – Art. 1.641: A obrigatoriedade do regime da separação de bens não se aplica a pessoa maior de sessenta anos, quando o casamento for precedido de união estável iniciada antes dessa idade.
separação e divorcio 
Histórico: Até 1977, no Brasil, não havia divórcio. Havia desquite. Ou seja, as pessoas poderiam se separar mas não casarem novamente. 
· ENUNCIADOS Nº 514, 515 E 517, DO CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL:	
514 - A Emenda Constitucional n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separação judicial e extrajudicial.
515 - Pela interpretação teleológica da Emenda Constitucional n. 66/2010, não há prazo mínimo de casamento para a separação consensual
517 - A Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos previstos no art. 1.580 do Código Civil, mantido o divórcio por conversão.
· DISPOSITIVOS ACERCA DE SEPARAÇÃO NO NOVO CPC				
Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação.
Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável.
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731.
· Separação x Divorcio 
A lógica era (e é) que a separação não extingue o casamento (vínculo). 
EC 66/2010
Art. 1º O § 6º do art. 226 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 226.§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio."
SEPARAÇÃO
Quando o casal apenas deixa de viver junto como marido e mulher sem recorrer ao judiciário, diz-se que o casal está separado. A separação não quebra o vínculo jurídico do casamento, e o casal não poderá se casar outra vez enquanto não estiver divorciado.
É possível entrar com um pedido de separação de corpos nos casos extremos, que terá como efeito o afastamento do casal e a dispensa das obrigações conjugais. Após o pedido de separação de corpos, as partes devem promover o divórcio, sob pena de as medidas temporárias se esgotarem e o casal ter de voltar à convivência.
DIVÓRCIO
O divórcio rompe todos os laços do casamento e os envolvidos podem casar-se novamente.
O divórcio pode ser consensual. Poderá ser feito diretamente no cartório, por escritura pública, se o casal não tiver filhos menores ou incapazes. E terá que ser feito pela via judicial, se houver filhos menores e incapazes.
E também pode ser litigioso, caso o casal discorde em algum aspecto.
· TIPOS DE SEPARAÇÃO 
SEPARAÇÃO LITIGIOSA (POR CULPA): Essa culpa é a responsabilidade civil que leva a dano moral, significa que algum dos cônjuges quebrou algum dos deveres do casamento. POR QUE ENTRAR COM A SEPARAÇÃO COM O DIVORCIO? Com a emenda se tem as duas opções. Mas, após o CPC, se tornou preferível processos amigáveis, sendo assim, são pouquíssimos os casos do TJ-BA que levam a 
art. 1572: Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum
REQUISITOS: grave violação dos deveres conjugais (art. 1566: São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos. → Uma vez descumprido, levando a insuportabilidade da vida conjugal, cabe a quem quebrou um dos deveres pagar. É preciso que se comprove mais que a infidelidade e sim que isso levou a insuportabilidade da vida conjugal 
SEPARAÇÃO POR RUPTURA: Foi revogada tacitamente, pois, não faz mais sentido esperar esse um ano se se pode pedir o divorcio. Perceba também que não tem como se provar que é impossível, um valor absoluto, que o casal não voltara a viver junto. 
Art. 1572, § 1º: A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos: I - adultério; II - tentativa de morte; III - sevícia ou injúria grave; IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo; V - condenação por crime infamante; VI - conduta desonrosa. Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum. // Essa tentativa de morte deveria ser para a conjugicidio, pois, tentativa de morte ≠ tentativa de homicídio ≠ tentativa de conjugicidio, mas, o legislador deixou aberto.
REQUISITOS: Ruptura da vida em comum há mais de 1 ano + Impossibilidade de sua reconstituição
SEPARAÇÃO POR DOENÇA MENTAL: Há muitas controvérsias mas, ainda há a opção pela EC/66 de fazer o divorcio em que não tem que explicar porque esta querendo se separar. 
art. 1572, § 2º: O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
Art. 1572, § 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade conjugal.
REQUISITOS: Grave doença mental + Manifestada após o casamento + Impossibilidade de vida em comum + 2 anos de duração + Reconhecimento de cura improvável
SEPARAÇÃO CONSENSUAL: Um casal com menos de um ano de casado não podem pedir isso. Isso foi totalmente revogado pela EC 66, não precisa mais esperar um ano, pode se pedir ao divorcio. Essa opção pode ser utilizada pelos casais que querem se divorciar mas ainda podem ter a chance de voltar, logo, se divorciam mas não se separam. 
 art. 1574: Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção.
Parágrafo único. O juiz pode recusar a homologação

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