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Caderno IED Processual/ Teoria Geral do Processo @catharinaorganiza

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Anna Catharina Garcia 
@graduanda.em.direito
2019.2
2
Introdução ao Estudo do Direito Processual
Profª Paula Sarno e priscilla de jesus 
noções fundamentais 
· Necessidade, bem, interesse, conflito, pretensão, resistência e lide. 
1. O bem da vida, é o ente capaz de satisfazer as necessidades humanas; assim como um doente necessita de um medicamento, esse remédio é o bem da vida. Quando o ser humano, que tem uma necessidade, se coloca diante de um bem da vida que pode satisfazer essa necessidade, surge o que se chama de interesse. O interesse é uma situação favorável a satisfação de uma necessidade. As necessidade humanas são ilimitadas, enquanto que, os bens da vida são limitados em grande maioria, mas pode ser que alguns não sejam tao limitados, mas, independente disso, sobre esses, podem incidir interesses antagônicos. Sejam em razão das limitações ou dos interesses divergentes que podem incidir sobre o mesmo bem, surgem os conflitos de interesse, ou, conflitos intersubjetivos de interesse. Os conflitos intersubjetivos de interesse poderão ser qualificados por uma pretensão resistida: exigência de prevalência de interesse próprio em detrimento do interesse do outro. Esse outro alguém, cujo interesse se quer submeter, poderá resistir e não querer se submeter a pretensão. O conflito de interesses qualificados por essa pretensão resistida é chamada de LIDE (conflito intersubjetivo de interesse qualificado por uma pretensão resistida). 
2. Durante muito tempo se disse que o processo jurisdicional tem sempre como objeto/finalidade a resolução de uma LIDE. Mas, esse entendimento sofreu uma atualização, hoje, já se compreende que o processo pode ter como objeto situações jurídicas não litigiosas, isso acontece em pelo menos 3 situações:
2.1 Situações jurídicas relativas a uma única pessoa. Exemplo: processo para alteração de nome. Há uma pretensão mas não é a resistência, pois não tem quem resista. 
2.2 Preservação/prevenção de um direito. Exemplo: Ações preventivas. Se o direito ainda não foi violado, não se pode dizer que há lide, pois o objetivo dele é justamente evitar a lide. 
2.3 Direito potestativo (direito subjetivo de submeter outrem a criação/modificação/extinção de uma situação jurídica) e o sujeito passivo do direito potestativo não pode se submeter a outra postura se não se submeter ao exercício desse direito potestativo, ou seja, não pode resistir. Se não há resistência, não há lide. 
3. Dissoluções sociais: Nem sempre a lide será solucionada através de um processo jurisdicional. A lide é um fenômeno social e como tal, ela pode se dissolver na própria sociedade. E isso pode acontecer de duas maneiras: 
3.1 Dissolução de forma belicosa: vingança privada; não é em regra admitida no ordenamento jurídico brasileiro. 
3.2 Através de comportamentos de submissão ou de transação. 
3.2.1 Submissão: uma pessoa se submete voluntariamente a vontade do outro. 
3.2.2 Transação: Concessões mutuas por cada uma das pessoas envolvidas. 
· Direito material x processual
1. A sociedade se organiza para produzir e distribuir bens e o estado atua de forma a garantir a ordem social. O estado garante a ordem social através de seu poder legislativo, ou seja, ele cria normas gerais e abstratas que indicam as condutas desejadas e não desejadas na sociedade. É nesse cenário que pode se falar em direito material e direito processual. 
2. Direito material: conjunto de normas gerais e abstratas que disciplinam as relações jurídicas estabelecidas com os bens da vida. Exemplos: Direito do consumidor – que disciplina as relações entre o consumidor e o fornecedor em relação aos bens da vida como produtos e serviços – ; o direito administrativo – disciplina as relações entre administrado e administração publica e os bens e serviços públicos – ; o direito civil – que disciplina as relações entre particulares que dizem respeito a alimentos, herança, propriedade, posse, direitos reais de uma maneira geral –. 
2.1 As normas gerais do direito material não deveriam, mas, podem vir a ser violadas. O Estado trabalha para que não sejam, mas pode acontecer; Se essas normas forem violadas, surgirão os conflitos de interesses, e, se esses problemas não se resolverem na sociedade, serão submetidos a um processo jurisdicional. É nesse âmbito que surge o direito processual. 
3. Direito Processual: É o conjunto de normas gerais e abstratas que disciplinam o fenômeno PROCESSO. Essas normas disciplinam o processo em suas duas dimensões, que são:
3.1 Dimensão externa: O procedimento. Sendo o procedimento: o conjunto de atos interligados que se destinam ao alcance de um objetivo ou finalidade comum: a decisão jurisdicional que solucionara o conflito. 
3.2 Dimensão interna: é o conjunto de relações jurídicas travadas e estabelecidas entre os sujeitos processuais (juiz, partes, MP, DP, perito, interprete...), que titularizam situações jurídicas processuais. Exemplo: poderes, deveres, responsabilidades, faculdades e ônus desses sujeitos. 
4. Costuma-se dizer que as normas de direito material são normas de julgamento, enquanto que, as de direito processuais são meramente procedimentais. Geralmente, os conflitos que são objeto de um processo jurisdicional, são resolvidos aplicando-se normas de direito material, por isso que se diz que as normas de direito material são normas de julgamento. Mas, em alguns casos, as normas de direit processual, serão utilizadas para solucionar conflitos e, acabarão sendo utilizadas para solucionar conflitos, ou seja, normas de julgamento. 
5. Teorias da relação entre direito material e direito processual: 
5.1 Teoria dualista (Chiovenda): O direito material é um conjunto de normas gerais e abstratas que se aplicam através de subsunção, ou seja, ocorrendo a situação fática descrita na norma, a aplicação se dará diretamente através do método subsuntivo. Para essa mesma teoria, o direito processual apenas viabiliza, no âmbito de um processo jurisdicional, a aplicação do direito material ao caso concreto através da subsunção. No processo jurisdicional, cujo fim é uma decisão jurisdicional, não há nenhuma criação, há apenas a aplicação automática do que já esta posto ao caso concreto. 

OBS1: Casos como o de exceção de impedimento ou de suspensão do juiz por conta da parcialidade, vai ser julgada por normas do direito processual, que, obrigam o juiz a ser imparcial.
OBS2: Ações como a ação rescisória são julgadas a partir de normas do CPC. 

5.2 Teoria unitarista (Carnelutti) ADOTADA: Não há uma distinção tão definida entre direito material e direito processual, não há como o legislador prever genericamente e em abstrato todos os direitos e obrigações que merecem tutela estatal. Em razão disso, como o direito material é incompleto, o direito processual não serve apenas para viabilizar uma mera subsunção, e sim, a própria criação de direitos e obrigações através da decisão jurisdicional, complementando o direito material, logo, a decisão jurisdicional não apenas cria direitos e obrigações no caso concreto, mas também a decisão pode ser um precedente para o julgamento de casos futuros e semelhantes ao caso já julgado. 
· Processo: instituto da teoria geral do direito 
Primeira dimensão - Teoria da norma jurídica: Processo é método de criação de normas jurídicas. O processo é monopólio do Estado, instrumento de trabalho da jurisdição, exercida em regra pelo Estado. O instituto processo é da teoria geral do direito e acaba sendo levada para varias áreas como o direito constitucional, civil... 
Segunda dimensão – teoria do fato jurídico externo: Processo é sinônimo de ato jurídico complexo, pois, ele é composto por uma infinidade de atos, mas, essa grande quantidade de atos é vista como um procedimento. Processo é procedimento e procedimento é processo. 
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Terceira dimensão – teoria do fato jurídico interno:Ainda sob o enfoque da teori do fato jurídico, processo é sinônimo de efeito jurídico, relacionado a relação jurídica extraível do processo. Processo é sinônimo de relação jurídica complexa, ou seja, o processo é formada pelas relações autor – juiz, reu – juiz, juiz – ministério publico e etc. 
1. Essas varias dimensões do processo refletem na própria legislação: art 14 do CPC. Fala-se em processo como sinônimo de ato e de relação jurídica. 
· Teoria geral do processo, direito processual e ciência do direito processual: 
1. Teoria Geral do processo: Criação e organização de conceitos jurídicos fundamentais, e esses, são universalizáveis, por isso que se diz, que a teoria geral do processo é de fato uma teoria geral porque trabalha com esses conceitos. Essa teoria é uma ramificação da Teoria do Direito, sendo também, é uma teoria introdutória e com viés epistemológico, pois, é tido como uma ciência que estuda a ciência do direito processual. 
2. Direito processual: Conjunto de normas processuais gerais e abstratas que integram um determinado direito positivo. Exemplo: direito processual brasileiro, francês, italiano...; O direito processual é objeto de estudo da ciência do direito processual. 
3. Ciência do direito processual: Tem como objeto a organização do estudo do direito processual. Esse estudo é pautado no plano normativo e no plano doutrinário/jurisprudencial. 
· Conceitos jurídicos fundamentais e jurídico positivos
1. Juridicos fundamentais: São universalizáveis, ou seja, é passível de utilização em qualquer lugar do mundo onde o fenômeno processual ocorra. Exemplos: Decisão, recurso, prova... 
Juridico-positivos: Não são universalizáveis, pelo contrario, são conceitos aplicáveis no âmbito de determinado ordenamento jurídico. Esses conceitos são estudados em dois planos: Normativo e o doutrinário. No normativo, os conceitos são extraídos do texto normativo. Já no doutrinário, tem-se que, os conceitos jurídico-positivos são construídos a partir do que a doutrina compreende da interpretação dos textos normativos. Logo, esses conceitos são extraídos dos textos e ganham na sua elaboração a contribuição da doutrina e da jurisprudência. Exemplo: Sentença, apelação agravo de instrumento... Aqui no BR, o CPC diz que a sentença encerra um processo em primeira instancia, em outro lugar do mundo, pode ter outro conceito. O mesmo ocorre com a apelação: ela é uma espécie de recursos cabível contra a sentença e não contra qualquer decisão.
Evolução histórica da ciência e do direito processual. 
· Fases
1. Sincretista/ Praxista: Dura ate meados do século XIX, ainda não existia a distinção entre direito processual e direito material, o processo era visto e estudado como se fosse um capitulo do direito material e não como uma ciência autônoma. 
2. Processualista/ Autonomista/ Cientificista/ Conceitualista: Dura de meados do século XIX ate meados do século XX. O direito processual ganhou autonomia e passou a ser vista de forma apartada do direito material, como ciência autônoma integrante do ramo do direito publico. Foi nessa fase que categorias processuais foram criadas, como os pressupostos processuais, e também foi nessa época que começou a se estudar cientificamente o processo. Um dos nomes mais conhecidos dessa fase é o de Oskar Von Bulow, que foi um dos pioneiros a estudar a ciência do processo. 
3. Instrumentalista: Se desenvolve em meados do século XX, tendo como um de seus grandes representantes Mauro Cappelletti. Nessa fase, o processo continuou sendo encarado como ciência autônoma integrante do direito publico. Mas, passou a se compreender que não existe uma relação de neutralidade entre direito processual e direito material e sim de interdependência circular: o processo é pensado para viabilizar a realização e a efetivação do direito material, de igual modo, o direito material da sentido a existência do processo. Nessa fase o processo começou a ser estudado por outras ciências como a sociologia e começou a se preocupar com o acesso efetivo da população a justiça. Foram reconhecidos alguns objetivos/escopos do processo: 
3.1 Escopos jurídicos = realização do direito material; O processo tem dentro dele alguma situação jurídica, litigiosa ou não, que precisa ser resolvida, o processo visa realizar o direito material cabível naquele titulo 
3.2 Escopos sociais = o processo passa a ser visto como instrumento de educação, onde o jurisdicionado passa a ter ciência dos seus direitos e passa a ter ciência que deve respeitar o direito dos outros. Tanto que, se alguém atua de fora abusiva, essa pessoa pode ser punida com pagamento de multa, indenização...
3.3 Escopos políticos = O processo passa a ser visto como instrumento de participação popular/jurisidicionados nos destinos políticos do país. Disponibilizando alguns meios de participação popular, exemplo: ações de controle de constitucionalidade, controle concentrado de constitucionalidade, ação civil publica, ação popular...
4. Neoprocessualista: Ainda no fim do século XX foram implementadas algumas alterações no pensamento jurídico da época, que geraram alguns marcos que lançaram as bases para o desenvolvimento dessa fase e para a caracterização do neoconstitucionalismo/neopositivismo. Essa fase ainda tem expoentes vivos como: Luiz Guilherme Marinuni, Carlos Alberto Alvaro de Oliveira e Fredie Didier Jr. Esses marcos do pensamento jurídico contemporâneo causaram mudanças na ciência do direito processual, e são esses: 
4.1 Atribuição de força normativa a constituição = Que passou a produzir eficácia, imediata muitas vezes, independente de intermediação legislativa. Nesse momento, o estado legislativo, pautado estritamente na lei, passa a ser substituído por um estado constitucional, pautado na constituição. 
4.2 Atribuição de força normativa aos princípios = os princípios adquiriram força normativa, quando ate então, eles eram tidos como instrumentos de preenchimento de lacunas. 
4.3 Modificação da hermenêutica jurídica da época = Ate então entendia-se que o juiz apenas declarava direitos (“juiz boca da lei”) e nesse momento, passou a se compreender que ele atua com criatividade, a sua decisão cria direitos e obrigações. Além disso, a proporcionalidade e a razoabilidade passaram a ser consideradas no momento de prolação de decisões pelo juiz, viabilizando a busca da justiça no caso concreto.
4.4 A subsunção deixa de ser a única técnica de aplicação do direito = surge a técnica da concretização, onde o alcance do texto normativo é definido no julgamento do caso concreto. 
4.4.1 Clausulas gerais = Técnica de redação normativa composta por conceitos jurídicos indeterminados. 
4.4.2 Consagração dos direitos fundamentais = estabelecendo-se com conteúdo ético mínimo do ordenamento a dignidade da pessoa humana. 
 Neoprocessualismo – continuação das características: 
1. Constitucionalização do direito processual: traz a ideia de que as normas infraconstitucionais viabilizam a efetivação/concretização da constituição. Princípios como o do devido processo legal e da ampla defesa foram todos incorporados ao texto da cf. Desses princípios são extraídos direitos fundamentais: ao processo devido, ao contraditório, a ampla defesa, a do juiz natural. 
2. Atribuição de força normativa aos princípios processuais, pois, ate então eram vistos como preenchedores de lacunas, eram vistos como algo fora do direito. Mas, nessa fase, passou a se compreender que os princípios não são algo fora do direito e sim, espécies de normas. No CPC de 73, havia um dispositivo no art 126: “Havendo incompletude no ordenamento, o juiz deve aplicar a analogia, os bons costumes e os princípios gerais do direito”, já o código de 2015 não repetiu essa previsão. 
3. Teoria dos precedentes judiciais: Atribuição de força normativa a alguns tipos de decisões jurisdicionais, que são obrigatoriamente aplicadas em casos futuros e semelhantes. Toda decisão judicial contem duas normas jurídicas = (I) A individual, que é aquela que soluciona o caso concreto julgado e a (II) geral, queé a tese jurídica que é o núcleo do precedente judicial que em alguns casos devera ser obrigatoriamente aplicada no julgamento de situações futuras e semelhantes à aquela situação já julgada. Exemplo: O STF declara inconstitucionalidade de uma lei X que trata de uma norma de processo, e ela viola a regra das competências; nessa decisão haverá as duas normas, a individual é que a lei X é inconstitucional e a geral é que todo lei estadual que tiver as mesmas características da lei X será inconstitucional. 
4. Desenvolveu-se a técnica da concretização = preenchimento do alcance normativo a luz do caso concreto (junto com a subsunção); foi fundamental para viabilizar a aplicação das clausulas gerais (técnica normativa a partir da qual os textos normativos são criados com conceitos indeterminados que são preenchidos no caso concreto. No processo há varias clausulas gerais, como o devido processo legal e a boa fé objetiva.
5. Destaque aos direitos fundamentais processuais, que se dividem em duas dimensões: (I) Dimensao subjetiva atribuído ao jurisidicionado, todo jurisdicionado tem direito fundamental de ação, ao devido processo legal e a (II) Dimensão objetiva que se impõe ao legislador e a juiz que devem criar/interpretar/aplicar as normas jurídicas em respeito aos direitos fundamentais titularizados pelos jurisdicionados. 
· Art 1 CPC: O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil , observando-se as disposições deste Código.
· OBS1: Esse artigo coloca isso porque no CPC de 1973 ainda estava na fase autonomista, logo, o legislador sentiu a necessidade de colocar esse artigo de maneira didática, ate porque, é obvio que a constituição vai ter força para interpretação de qualquer legislação abaixo dela. 
Cenario no Brasil: Por muito tempo ficou vinculado a primeira fase (praxista/sincretista), foi no século XX que o BR começa a entrar na fase cientificista do direito processual, decorrido da vinda para o pais de Henrico Tulio Liebman, um processualista italiano que fugindo de guerras veio parar aqui, e com ele trouxe as bases para o inicio do estudo cientifico do processo e ele cria a primeira escola processualista do brasil: a Paulista, que influencia a criação em outros estados, como aqui na Bahia, cujo os representantes são Eduardo Spínola e Calmon de Passos. 
· Final do século XX: O Brasil entra na fase instrumentalista, apesar das ideias da fase neoprocessualista terem se desenvolvido em conjunto da fase instrumentalista, a normatização dos ideias da neoprocessualista, ocorreu apenas no CPC de 2015
· Sucessão histórica das fontes de normas processuais no BR: Ao longo da historia foram varias as fontes, pode-se falar em 8: 
1. Primeira fase: ordenações filipinas, que tinha um capitulo para o processo civil e outro para o penal. O de civil, o processo era caracterizado como um processo estritamente escrito e conduzido pelo principio dispositiva, ou seja, que as partes praticavam a maior parte dos atos processuais, tendo o juiz um atuação de fiscalização. No do processo penal, previa-se um processo bem restritivo de direitos, inclusive, previa-se a aplicação de penas cruéis. Ainda nessa primeira fase foi editada a constituição de 1824 e nela, passou a se falar em presunção de inocência, e também passou a se entender que as ordenações já não mais serviam para disciplinar o processo penal, o que levou a edição do primeiro código de processo penal em 1832 e o civil continuou sendo disciplinado pelas filipinas. Ainda nessa primeira fase foi editado o regulamento 737, já em 1850, que tratava do direito comercial mas passou a se admitir esse regulamento nos processos de direito comercial; quanto aos demais processos, também se aplicavam ainda as ordenações filipinas. 
2. Segunda fase: Um conselheiro do imperador, em 1876, foi nomeado para compilar todas as leis processuais esparsas já existentes, e sendo isso chamado de CONSOLIDAÇÃO RIBAS, que deveria ser uma simples compilação mas acabou sendo um trabalho de organização das leis processuais e também de interpretação dessas leis. Nesse momento, as ordenações filipinas e o regulamento 737 em grade parte passam a compor a consolidação mas elas sozinhas deixam de ser aplicadas. 
Revelia: é o fato da não apresentação de defesa pelo réu. O efeito material da revelia é a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor.

3. Terceira fase: Em 1890, passa a ter a aplicação do regulamento 737 a todos os processos civis, inclusive aqueles que não tratava unicamente de direito comercial. 
4. Quarta fase: Se inicia com a constituição de 1891, que criou a dualidade de justiças. De um lado a justiça federal e do outro a justiça estadual. Com isso, passou a caber aos estados a ter de editar o seus próprios códigos de processo civil, mas, pouco foram os estados que o fizeram e o regulamento do processo ainda fico muito dependente do regulamento 737. Já em 1934, com a constituição de 1934, a justiça foi reunificada e começou a se pensar num código de processo civil fundado em lei federal . 
5. Quinta fase: é inaugurada com o primeiro código de processo civil, de 1939, fundado em lei federal. Esse código foi editado ainda na fase cientificista do processo. Por ter sido o primeiro código de processo civil brasileiro, ainda previa um processo extremamente rígido e formalista, basicamente escrito e por essas razoes foi um código bem criticado. E essas criticas foram as bases para se pensar num novo CPC, nesse momento foi nomeado Alfredo Buzaide para elaborar esse novo CPC. 
6. Sexta fase: Se inicia com a entrada em vigor do CPC de 1973, ele também foi criado, elaborada também foi na época cientificista/autonomista do processo. Em certa medida, esse código foi melhor escrito e trouxe algumas novidades para o ordenamento jurídico processual brasileiro: (I) reconhecimento do efeito material da revelia + (II) admissão do julgamento antecipado de mérito do processo (até então o julgamento final de mérito do processo so poderia ocorrer depois de transcorridas todas as fases processuais e com o CPC de 73 passou a se admitir o julgamento antecipado de mérito do processo, na verdade, no julgamento antecipado de mérito do processo não há a fase probatória, isso ocorrera quando todas as provas forem documentais e já tiverem sido apresentadas ou quando não existirem provas as serem produzidas, seja uma questão de direito, por exemplo a analise da constitucionalidade de uma lei) + (III) atribuição de força executiva aos títulos executivos extrajudiciais (ate então tinham forças executivas as decisões jurisdicionais para dar inicio ao processo executivo, que é quando há a entrega do bem ao titular, ou seja, onde há a realização do direito, onde o Estado, por exemplo, bloqueia a conta do devedor) como os contratos assinado pelo devedor e duas testemunhas, cheque, escritura publica assinado pelo tabelião + (IV) Criação do poder geral de cautela e de antecipação para o juiz (no exercício do poder geral de cautela, o juiz atua na asseguração/acautelamento de um direito, evitando assim que ele pereça antes da concessão da tutela jurisdicional de conhecimento/executiva definitiva. Exemplo: o devedor deve 1 milhao, e o credor descobre que ele esta desfazendo seu patrimônio e ajuíza uma ação, como o processo pode demorar, o juiz decreta de forma preventiva a indisponibilidade dos bens em montante suficiente a fazer frente ao dano discutido; No de antecipação o juiz antes do fim do processo antecipa-se e já entrega o bem da vida a quem se afirma/demonstra que é seu titular. Exemplo: num processo para o pagamento de uma cirurgia de emergência). 
7. Setima fase: Os valores do CPC de 39, foram repetidos no de 73, afinal, era ambos da fase cientificista, em razão disso, O cpc de 73 c o passar do tempo foi submetido a varias reformas legislativas com o objetivo de adequá-lo aos ideias da fase instrumentalista que começou a se desenvolver. Além das reformas, essafase foi caraterizada também por algumas leis tipicamente processuais foram editadas nessa época, leis essas que já incorporavam os ideias da fase instrumentalista, como por exemplo a de juizados especiais. Foi nessa fase que foi editada a CF/88, que incorporou ao seu texto vários princípios processuais constitucionais, previu também varias medidas jurisdicionais para a tutela de direitos, exemplo: mandado de segurança coletivo, reclamação constitucionais e a criação/organização de órgãos jurisidicionais, como os juizados de pequenas causas.
8. Oitava fase: Inaugurada com os trabalhos de elaboração do CPC 2015, que foi o primeiro código criado democraticamente. O CPC carrega agora os ideais da fase neo processualista: (I) Desenvolvimento da teoria dos precedentes judicias + (II) privilegio do auto regramento da vontade, permitindo que as fases celebrem negocio jurídicos processuais típicos e atípicos + (III) atuação do amicus cure em todo e qualquer processo que concede um apoio técnico e jurídico ao juiz para que ele possa aprimorar as sua decisões (exemplo: no caso do julgamento do aborto de bebes anencefalos, participaram amigos da corte médicos e religiosos) + (IV) Criou um microssistema de tutela das demandas repetitivas (aquelas que tem a mesma questão de direito e se repetem no judiciário/com aptidão para se repetir. Exemplo de demanda repetitiva: desaposentação, chega ao STF através de um recurso extraordinário repetitivo, e o STF decide que a desaposentação não existe, não gerou os efeitos de uma sumula vinculante, mas, essa decisão gera o precedente que nenhum juizado inferior poderia ir contra)
norma processual
Introdução: Preceito jurídico que disciplina o instrumento de trabalho da jurisdição, que é justamente o processo. Doutrinariamente, é classificada em: (I) Normas de organização judiciaria, (II) normas procedimentais e (III) normas processuais em sentido estrito. A norma processual é um gênero e as supracitadas são suas espécies. 
Normas de organização judiciaria: criação, organização e funcionamento dos órgãos jurisdicionais. 
Normas procedimentais: Disciplinam a dimensão externa do processo (o procedimento) que tem um objetivo comum = a tutela jurisdicional.
 Norma processual em sentido estrito: Disciplina o conjunto de relações jurídicas processuais que são estabelecidas entre os diversos sujeitos processuais que titularizam diversas situações jurídicas processuais (dimensão interna do processo), como direitos, deveres, faculdades, ônus e responsabilidades processuais. 
· Atualmente, essa classificação clássica vem sido discutida pela doutrina se é possível mesmo diferenciar norma de procedimento de norma de processo. Há quem diga que essa diferença é muito difícil, se não impossível, pois, dentro do próprio conceito de processo se extrai o procedimento de modo que se pode ate dizer que processo é procedimento e procedimento é processo. 
· Fontes: meio a partir do qual a norma processual se manifesta , são elas: 
1. A constituição federal: contem normas de organização judiciário; se ve a criação, organização e estabelecimento do funcionamento de alguns órgãos jurisdicionais, como o juizado de pequenas causas, a composição e a organização do STF e do STJ. 
1.1 Ela também contem vários princípios constitucionais processuais, como a ampla defesa, devido processo legal, ampla defesa... 
1.2 Também contem instrumento processuais que garantem acesso a justiça como o mandado de segurança, ação de controle concentrado de constitucionalidade, a reclamação constitucional, habeas data...
Art 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.

1.3 O art 1º do CPC faz referencia a ela. 
2. Tratado internacional: tratados, convenções, acordos internacionais dos quais o Brasil seja signatário podem ser fontes de norma processual. Essa colocação é extraída do artigo 13 do CPC, viabilizando a cooperação jurídica internacional (art 26), como no pacto de São José da Costa Rica. 
3. Leis federais: Complementares ou ordinárias, 
3.1 Complementares = Lei Orgânica da Magistratura, onde se vê deveres e responsabilidades processuais do juiz; Lei orgânica do Ministério Publico federal, Lei Orgânica da Advocacia da União. 
3.2 Ordinárias = O próprio código de processo civil, lei de juizados especiais, lei do mandado de segurança. São diplomas legislativos essencialmente processuais das quais se extraem as normas. 
3.3 Normas processuais heterotópicas: Normas processuais são extraídas de diplomas legislativos materiais, como o CC e o CDC.
3.4 Institutos bifrontes: Disciplinadas por normas processuais e materiais, como a prova, a legitimidade para ajuizar uma ação (esta no CC e no CPC)
4. Medida provisória: de acordo com o artigo 62 da CF o PR poderá adotar MP’s com força de lei em caso de relevância e urgência e veda a edição de MPs sobre matérias como matéria processual civil. Essa vedação foi introduzida a partir da EC 32/2001, mas, é possível que ainda remanesçam no ordenamento MP’s sobre processo civil que não tenham sido revogadas expressamente ou em relação a quais não houve manifestação expressa do CN ate então. 
5. Constituições estaduais: Contém basicamente normas de criação, organização e funcionamento do judiciário estadual, como por exemplo a organização dos tribunais de justiça. 
6. Leis estaduais: Complementa a constituição estadual quanto a criação, organização e funcionamento dos órgãos jurisdicionais do estado de primeira estancia, como a divisão do estado em comarcas, a criação de varas de primeira estancia.
7. Regimento interno do tribunal: os tribunais vao ter autonomia. O art 96, inciso I, alínea a da CF, atribui a todo e qualquer tribunal o poder de controlar seu regimento interno, disciplinando a criação, organização e funcionamento dos órgãos fracionários do próprio tribunal, disciplina também o rito/procedimento de recursos, incidentes e ações de competência originaria do tribunal e disciplina ainda a composição de membros como presidente, vice, relator... 
7.1 O STF tem precedente que o regimento interno tem força de lei, mas, ele deve ser editado sempre com observância da lei, naquilo que a lei é omissa o regimento pode complementar, mas, caso a lei va contra o regimento, a lei prevalece. 
8. Negócio jurídico Processual: É um acordo de vontades do qual se extrai norma processual (Ex: foro de eleição)
9. Precedente judicial: Toda decisão judicial cujo núcleo foi essencial (ratio decidendi) pode servir como diretriz no julgamento de casos futuros e semelhantes ao anteriormente julgado. 
10. Jurisprudência: Conjunto de decisões jurisdicionais de um tribunal sobre determinada matéria num mesmo sentido.
11. Sumula/enunciado de sumula: Texto normativo que sintetiza a norma jurídica geral (ratio decidendi), ele é criado a partir de uma decisão judicial ou de um conjunto delas. 
12. Costume: comportamento reiterado do qual se extrai norma processual, exemplo: termos como “carga.”
13. Doutrina: confere a interpretação dos artigos um sentido. 
· Aplicação da lei processual no tempo: Entra em vigor, na data que ela mesmo disser. Mas, se a lei processual for omissa em relação a entrada de sua vigência, considera-se que ela entra em vigor 45 dias após a sua publicação. Uma vez em vigor, alguns princípios passam a reger a aplicação da lei processual. Que princípios são esses? 
1. Principio da aplicação imediata da lei processual: Uma vez em vigor, a lei processual deve ser aplicada imediatamente. 
2. Principio da irretroatividade da lei processual: A lei processual, que se aplica imediatamente após o inicio da sua vigência, não pode retroagir para atingir atos jurídicos processuais perfeitos e situações jurídica processuais consumadas.
3. OBS: É importante saber qual é lei processual que se aplica no caso de sucessão de leis processuais no tempo. Em caso de sucessão de lei processual no tempo, que lei deve ser aplicada aos processosque já acabaram, aos em curso e os futuros? Aplica-se a nova ou a antiga? 
3.1 Aos que já acabaram: quando entra em vigor uma lei processual nova, deve ser aplicada a lei processual antiga, a nova não retroagira para atingir esse processo.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1º As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973  (antigo CPC), relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
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3.2 Aos futuros: aqueles que ainda não se iniciaram, será aplicada a lei processual nova 
3.3 Aos em curso: Os processos pendentes durantes a entrada de uma lei processual nova, são regidos por um sistema para saber qual lei se aplicará: 
3.3.1 Sistema da unidade processual (NÃO ADOTADO): De acordo com esse sistema, embora o processo seja composto por vários atos, ele deve ser visto em sua unidade e assim, somente uma lei processual poderá disciplinar/reger o processo, e essa lei, é a lei processual antiga, na vigência da qual, o processo foi iniciada. 
3.3.2 Sistema de fases processuais (NÃO É O ADOTADO EM REGRA MAS HÁ O ARTIGO 1.046 §1º DO CPC QUE PARECE TER APLICADO-O): De acordo com esse sistema, o processo é dividido em varias fases processuais e cada fase processual pode ser regida por uma lei processual distinta, isso significa que estando um processo pendente, quando entra em vigor uma lei processual nova, essa, poderá ser aplicada de imediato ao processo para reger a nova fase do processo que venha a ser iniciada a partir da entrada em vigor da lei nova. A lei não vai atingir a fase processual em curso, e sim a seguinte.
3.3.3 Isolamento dos atos processuais (ADOTADO no art 14 e 1046 caput do CPC): De acordo com esse sistema, o processo é composto por vários atos processuais, dos quais se extraem varias situações jurídicas processuais, ambos, devem ser protegidos pelo principio da irretroatividade da lei processual nova. Isso significa que entrando em vigor uma lei processual nova enquanto estiver presente um processo, ela sera aplicada de imediato mas não para atingir atos jurídicos processuais já praticadas e nem direitos adquiridos na vigência da lei processual antiga. A lei processual nova, será aplicada de imediato ao processo pendente para atingir atos processuais e situações jurídicas processuais a serem praticadas na vigência da lei processual nova. 
4. Fim da vigência de uma lei processual: A lei processual perde vigência quando é revogada, seja de maneira expressa (quando a lei processual nova diz estar revogando a lei processual antiga) ou tácita (quando a lei processual trouxer previsões incompatíveis com a lei antiga ou, quando a nova disciplinar tudo que era disciplinado pela antiga). 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.
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· Aplicação da lei processual no espaço: Disciplinada pelo principio da territorialidade que encontra fundamento no artigo 16 do CPC. De acordo com esse principio, os processos que tramitam no BR só podem ser aplicados as leis processual brasileira, ou seja, Estado estrangeiro não pode pretender criar lei processual a ser aplicado no âmbito dos processos que tramitam no Brasil. Ainda que o Estado estrangeiro crie tal lei processual, não poderá aplicada aos processos que tramitam no Brasil. Apesar disso, pode ser que em alguns casos o juiz brasileiro tenha de conhecer lei processual estrangeira para que possa aplicar lei processual brasileira, o CPC prevê que considera-se inacessível para fins de citação por edital o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. 
Carta rogatória (art 256 §2º): meio de comunicação entre órgãos jurisdicionais de nacionalidades distintas. Exemplo: a ação tramita no BR mas o reu esta no Italia, logo, os juiz br-ita adotara providencia e depois resultara com julgamento, logo, o juiz daqui vai ter que saber se o país que o réu está aceita carta rogatória. Se o Estado não aceita carta rogatória, o juiz BR da prosseguimento a ação por citação por edital.
 Art. 256. A citação por edital será feita:
§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
 Art.  13. (LINDB)  A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
X criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI procedimentos em matéria processual;
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1. Art 13 da LINDB: A prova é um instituto bifronte, disciplinado pelas leis processuais e materiais (CC e CPC por exemplo), e quando o art 13 da LINDB diz que a lei rege-se pela lei do paÍs estrangeiro em vigor, essa lei é a lei MATERIAL e não processual, no que diz ao processo, deve sempre ser aplicada a lei brasileira, mesmo que a estrangeira seja passível de aplicação. Exemplo: é a lei processual brasileira que rege a ordem de produção das provas. 
· Competência legislativa (Art 22, I + Art 24, X e XI): A CF utiliza os conceitos de processo e de procedimento para definir competência legislativo. A diferença entre processo e procedimento é muito tênue, então, quando CF utiliza esses tempos para fins de divisão de competência legislativa há um problema, exatamente por isso. A partir desses artigos, a doutrina (Paula Sarno), compete e União privativamente criar normas gerais sobre processo/procedimento. Compete aos estados/DF criar de forma supletiva normas processuais e procedimentais que adequem as peculiaridades de cada local, ou ainda, criaram normas em caso de omissão na atuação da União. 
normas fundamentais de processo civil 
Introdução: Algumas das normas fundamentais do processo tem previsão na CF; no CPC, especificamente no art 12 há a concentração de algumas normas fundamentais de processo, mas, o rol desse artigo não é exaustivo, pois: (I) há outras normas fundamentais em outros artigos e (II) há as já citadas normas fundamentais na CF. 
· Princípios
1. Devido processo legal: O artigo 5º, LIV da CF prevê que ninguém sera privado da sua liberdade/seus bens sem o devido processo legal. Ele decorre da expressão “due processo of law.” = todo jurisdicionado em direito fundamental a um processo devido, em conformidade com o direito. Por exemplo: processo administrativo = criação de normas pela adm publica; processo negocial = criação de normas pelos particulares. O processo jurisdicional é método de criação de normas jurídicas gerais e individuais pela jurisdição (poder judiciário). 
1.1 Mas, o que seria um processo devido? É uma clausula geral processual que vem sendo preenchida ao longo dos anos. O que se considerava devido há alguns anos atrás, já não e mais o que se considera devido hoje, mas, haverá sempre um acumulo histórico de garantias que não poderão ser extraídas do devido processo legal. Hoje, pode-se dize que o processo devido é aquele e que são respeitadas as garantias mínimas do contraditório, da ampla defesa, da publicidade, da razoável duração do processo, da igualdade, eficiência, efetividade, adequação, cooperação, boa fé objetiva, segurança jurídica e motivação. 
1.2 O devido processo legal acumula constantemente garantias, como a recente adição doprincipio da cooperação. 
1.3 DIMENSÃO FORMAL: Assegura-se a todo e qualquer jurisdicionado as garantias mínimas decorrentes da clausula do devido processo legal, que são as supracitadas. 
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
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1.4 DIMENSÃO SUSBTANCIAL: Processo devido é aquele em que é assegurada decisão jurisdicional justa, previsto no art 8º do CPC, que diz que o juiz deve julgar observando a razoabilidade e a proporcionalidade, buscando a justiça no caso concreto.
2. Dignidade da pessoa humana: Todos os processos devem assegurar o respeito a dignidade da pessoa humana, também previsto no art 8º do CPC. Exemplo: o juiz não deve fazer perguntas vexatórias as partes ou as testemunhas. Além disso, o juiz deve ainda realizar a dignidade da pessoa humana no processo, promovendo-a. Exemplo: dando prioridade na tramitação de processo que envolva pessoa com doença grave.
2.1 PROMOÇÃO DA DIGNIDADE: juiz atua atividade e fundamenta bem as suas decisões e também evita restrições a direitos fundamentais.
2.2 Fredie Didier Jr: “a dignidade da pessoa humana é o devido processo legal no processo”, ou seja, a dignidade da pessoa humana traz para o processo os mesmo valores trazidos pelo devido processo legal. 
2.3 Funções: (I) orienta o legislador na criação de textos normativos que resguardam a dignidade (Ex: no estatuto do idoso, diz que, os processos que envolvam idosos terão tramitação prioritária; impenhorabilidade dos bens de família; execução de processos devem se dar através do meio menos oneroso para o devedor), (II) Auxilia na interpretação dos textos normativos de modo que seja extraído deles normas que ensejam a proteção da dignidade (Ex: com esse pensamento, vai se extrair analogias como a impenhorabilidade do cão guia, apesar de não ter nenhuma regra que diga que há essa impenhorabilidade). 
3. Contraditório: Previsto no art 5º, LV da CF. Deve ser analisado sobre duas dimensões:
3.1 DIMENSÃO FORMAL: São asseguradas ao jurisdicionado a comunicação de todos os atos praticados no processo, ciência desses atos e audiência para que se manifeste sobre eles, caso queira (garantia tripla). 
3.2 DIMENSÃO SUBSTANCIAL: O contraditório assegura que o jurisdicionado influencie o convencimento do juiz, por isso, é vedada a “decisão surpresa” = proferida com base em questão fática ou jurídica sobre a qual, as partes não falaram no processo, essa decisão é nula, vedada expressamente no art 10 do CPC. O art 9 do CPC também da a entender que é garantia do contraditório substancial a impossibilidade de se proferir decisão contra (desfavorável) alguém, sem que esse seja previamente ouvido, excepcionalmente isso é liberado em casos de tutela provisória de urgência ou de evidencia, o contraditória não é anulado, mas postergado. O art 7º do CPC, prevê ainda que o juiz deve zelar pelo efetivo do contraditório, através por exemplo da dilatação de casos processuais que se apresentem reduzidos no caso concreto
Art. 5º LX CF. a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 189 CPC. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
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4. Ampla defesa: Fundamentada no art 5º, LX da CF. Faz parte da dimensão substancia do contraditório, assegurando ao jurisdicionado os meios e instrumentos necessário ao exercício do contraditório, como recursos, replicas...
5. Publicidade: Fundamentado no art 5º,LX da CF. Esse dispositivo da a entender que todo processo tem que ser publico, ressalvados os casos em que o processo tramitara sob sigilo. Esse principio tem dupla função: 
5.1 Função interna: Evitar julgamentos sigilosos e arbitrários; publicidade para as partes, para que controlem os atos praticados. Essa função não pode sofrer restrição. 
5.2 Função externa: Permitir que a sociedade participe no controle dos atos praticados no processo, sobretudo os atos decisórios. Garante o controle do processo pela opinião pública (forte atuação midiática). Pode ser restringido, com processos sigilosos, em que a defesa da intimidade ou o interesse social assim exigir, como no caso de processos familiares. Na mesma linha da CF, o art 189 do CPC também vai tratar dos casos que o processo também sera sigiloso. 
5.3 O que é um processo sigiloso? É aquele que so poderá ser acessado para as partes envolvidas no processo, advogados constituídos, para a defensoria publica (se estiver representando uma parte hipossuficiente) e para o ministério publico (que atuar como fiscal da ordem jurídica). As audiências e as sessões de julgamento realizadas nesses casos, não serão abertas ao publico – como em regra são –, serão restritas aos sujeitos supracitados. 
5.4 OBS1: O principio da publicidade se relaciona com a regra da fundamentação/motivação das decisões judiciais = toda decisão judicial deve se devidamente fundamentada, ou seja, o juiz deve sempre justificar porque decidiu daquela maneira. Não basta que o juiz fundamente as suas decisões judiciais, é preciso que essa fundamentação seja levada ao conhecimento das partes e da sociedade. 
5.5 OBS2: No âmbito da arbitragem, que é a jurisdição privada, a regra costuma ser a do sigilo, pois, as partes podem livremente negociar uma clausula de privacidade, o que não acontece no âmbito da jurisdição estatal. 
6. Razoável duração do processo: Previsto no Art. 5º, LXXVIII + Art 4º do CPC. A todos será assegurada tramitação do processo em tempo razoável. E o que seria um tempo razoável? Não há como se dizer isso em abstrato, pois o empo vai depender de varias circunstancias, como: complexidade da causa, postura das partes e do próprio órgão jurisdicional, estrutura do poder judiciário. OBS: A lei de processo eleitoral, nos casos de processos de perda de mandato, diz que o processo deve durar ate um ano. 
6.1 Controle
6.1.1 Representação por excesso de prazo: deve ser apresentada no CNJ
6.1.2 Mandado de segurança contra a omissão do juiz.
6.1.3 Ajuizar ação de indenização contra o Estado em razão da omissão do juiz, desde que demonstrado prejuízo. 
6.1.4 Não colocação do nome do juiz em lista de promoção: depois de abertura de processo administrativo contra o juiz na ouvidoria/corregedoria.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
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6. Igualdade: Fundamentado no art 7º do CPC. A igualdade assegura: 
6.1 imparcialidade do juiz = Juiz imparcial é aquele que não tem interesse subjetivo na causa. Logo, ele tratara as partes igualitariamente, dando a elas as mesmas oportunidades, aplicando a todas as sanções indistintamente. 
6.2 Acesso igualitário a justiça, a redução das desigualdades para que se facilite o acesso a justiça, que as partes tenham as mesmas oportunidades para tomar ciência dos atos praticados no processo e para se manifestar sobre esses atos. 
6.3 A possibilidade de concessão do beneficio da justiça gratuita para os hipossuficientes. 
6.4 Prioridade de tramitação em processos que envolvam idosos, nomeação de curador especial para aquele que não tem representante. 
6.5 Prazos dobrados para alguns sujeitos processuais (como Estados, DFs, municípios, defensoria publica...) 
7. Eficiência: Fundamentado no art 37,caput da CF é no art 8º do CPC (= “O juiz no processo deve observar a eficiência). Analisado sob 2 duas dimensões: (I) Eficiencia da administração judiciária (= o poder judiciário deve atuar de modo eficiente, e o controle dessa eficiência é feito por órgãos administrativos do próprio judiciário, exemplo: CNJ, que fiscaliza a atuação desse poder, há também as corregedorias e ouvidorias...) e (II) eficiência na gestão de um determinado processo (= o processo deve ser conduzido de modo eficiente, cada um dos processos pendentes deve ser conduzido de modo eficiente. Processo eficiente é aquele que assegura ao jurisdicionado resultados satisfatórios do ponto de vista quantitativo/qualitativo, ou seja, a entrega do bem da vida de forma tempestiva). 
8. Primazia do julgamento de mérito: Previsto no art 4º do CPC (= as partes tem direito de obter a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa). O juiz deve buscar resolver/solucionar o objeto litigioso do processo, ele deve ter como meta a apreciação do mérito do processo e deve adotar todos os esforços para que isso seja possível. 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
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9. Efetividade: Previsto no art 4º do CPC. É aquele que assegura o jurisdicionado o bem da vida buscado. O processo so é considerado devido se ele for efetivo. Processo efetivo é aquele que entrega o bem da vida a quem de direito. Não basta que no processo seja reconhecido o direito, é preciso que o bem da vida seja entregue em mãos do seu titular, garante ao jurisdicionado uma tutela justa, adequada e em tempo razoável. Esse principio encontra fundamento no principio do acesso a justiça. PREMISSAS DA EFETIVIDADE:
9.1 As normas que integram o sistema da tutela jurisdicional executiva devem ser interpretadas de modo a que lhes seja dada a máxima eficácia.
9.2 O meio executivo deixara de ser aplicado se representar restrição injustificada a um direito fundamental.
9.3 O juiz poderá aplicar qualquer medida executiva que ele achar necessária para garantir as suas decisões. 
10. Adequação: O princípio da adequação deve ola amada adivinha quem passou aqui? ser analisado sob 3 dimensões:
10.1 Dimensão legislativa: As normas gerais e abstratas criadas pelo poder legislativo devem ser adequadas, do ponto de vista subjetivo, finalístico e objetivo.
10.1.1 Adequação subjetiva: As normas gerais e abstratas processuais devem ser adequadas as partes envolvidas no processo. É por conta da adequação subjetiva que algumas partes tem direito ao prazo em dobro para se manifestar.
10.1.2 Adequação finalista/teleológica: As normas gerais e abstratas processuais devem ser adequadas ao fim que se busca no processo. 
10.1.3 Adequação objetiva: As normas geras e abstratas processuais são adequadas ao objeto que o processo visa tutelar um direito liquido e certo. 
10.2 Dimensão jurisdicional: O juiz no caso concreto adequara as normas gerais e abstratas as peculiaridades encontradas no processo. Exemplo: dilatar prazos processuais (nunca se pode reduzir a um prazo menor que o previsto em lei). 
10.3 Dimensão negocial: As partes, que o caso concreto, realizam adequação das normas gerais e abstratas processuais. Feita através dos negócios jurídicos processuais. Exemplo: as partes podem negociar que naquele caso não vai ter prova pericial, ou então que não irão interpor recurso na decisão do processo 
11. Auto regramento da vontade: As partes, valendo-se de sua liberdade, poderão regrar os seus próprios comportamentos. No âmbito do processo, isso se da traves nos negócios jurídicos processuais. O art 190 do CPC permite inclusive que as partes celebrem NJ processuais típicos ou atípicos. A liberdade das partes não é irrestrita, as partes não podem negociar sobre tudo no processo, há materias que não cabe negociação, como por exemplo sobre a competência absoluta. 
12. Boa fé objetiva processual: Art 5º do CPC, uma clausula geral processual. Proíbe comportamento de má fé e autoriza comportamentos de boa fé. Não pode ser preenchida em abstrato, somente no caso concreto que se pode analisar se o comportamento respeitou ou não a boa fé objetiva. De acordo com o art 5º, todo aquele que de algum modo participa do processo deve se comportar de acordo com a boa fé objetiva. Isso significa que as partes/juiz/MP/DP/auxiliares de justiça (perito, escrivão...). Desse principio se extrai a vedação à adoção de alguns comportamentos como: (I) é proibido criar maliciosamente uma posição processual, (II) proíbe a atuação de má fé (art 77 e 80 elencam EXEMPLIFICATIVAMENTE o que seria atuar de má fé), (III) proíbe comportamentos contraditórios (venire contra factum proprium), (IV) vedação ao abuso de direitos processuais (aquele que é tiular de um direito deve poder exerce-lo livremente, mas, essa liberdade não é absoluta, é limitada pelos direitos fundamentais, e caso essa violação ocorra, deve ser justificada em cada caso concreto), (V) se pode falar em supressio no processo (perda de um poder processual em razão do seu não exercício dentro de um lapso temporal suficiente para criar no outro a expectativa de que aquele direito processual não será mais exercido). O comportamento que viola a boa fé ocorre em multa de litigância de má fé e de multa administrativa, além disso, aquele que a viola pode ser condenado ao pagamento de uma indenização ao seu adversário. Se quem violou for advogado, publico ou particular, MP ou DF, o juiz oficiará o conselho de classe respectivo ou o órgão superior para que a falta seja apurada administrativamente (os advogados não podem ser sentenciados ao pagamento de multas). Tradicionalmente existem dois modelos de estruturação do processo: 
Adversarial: onde as partes se colocam como adversarias e praticam a maior parte dos atos do processo, prevalecendo principio dispositivo, cabendo ao juiz intermediar o conflito fiscalizando os atos praticados pelas partes. 
Inquisitorial: Nesse modelo o juiz se apresenta como protagonista do processo e lhe incumbe a maior parte dos atos processuais.
Em realidade não se pode dizer que o ordenamento pátrio adota integralmente um dos 2 modelos, apenas podendo dizer que em algum tema especifico se percebe que um dos modelos prevalece. 
Cooperação: Mais modernamente vem se falando em um terceiro modelo de estruturação do processo, que é o modelo cooperativo, que é fundado no princípio da cooperação, que é extraído do art. 6 do CPC, nesse modelo de estruturação na há protagonistas, todas as partes e o juiz devem cooperar para que se chegue em uma solução do mérito em tempo razoável. 
DEVERES DAS PARTES:
Primeiro dever: As partes devem se comportar de acordo com a boa-fé objetiva 
Segundo dever: Dever de proteção, as partes tem o dever de não causar prejuízo injustificado a outrem
Terceiro dever: Dever de esclarecimento, as partes devem expor suas pretensões de forma clara precisa.
DEVERES DO JUÍZ:
O juiz também tem o dever de agir de acordo com a boa-fé objetiva. 
O juiz possui o dever de consulta, deve agir de acordo com o que foi solicitado pelas partes, não pode ter um decisão surpresa.
O juiz também possui o dever de esclarecimento, é necessário esclarecer junto as partes a respeito de eventuais pretensões ou defesas que tenham sido apresentadas de maneira confusa.
O juiz tem outro dever cooperativo que é o dever de pretensão, o juiz precisa indicar com precisão o vicio que eventualmente ele percebeu, aquilo que deve ser complementado.
13. Confiança: Dimensão subjetiva da segurança jurídica, ele assegura a proteção da confiança que alguém depositou em um ato normativo e que teve as suas expectativas frustradas em razão de um ato estatal. Os comportamentos tomados com base no ato normativo, deve ser preservado.
13.1 Requisitos:
13.1.1 Base da confiança: qualquer ato normativo, como a CF por exemplo. 
13.1.2 Existência de base de confiança na qual se possa depositar expectativas. 
13.1.3 Adoção de comportamentos/ exercício de liberdades com base nesse ato normativo13.1.4 É preciso que as expectativas fundadas nesse ato sejam frustradas em razão de ato estatal que tenha gerado a parda de vigência do ato normativo. OBS: Isso acontece muito com a mudança de entendimentos dos tribunais superiores. 
· Regras
1. Inicio do processo pela parte: é a parte que deve provocar o órgão jurisdicional, tirando ele da inércia. OBS: Há casos excepcionais em que o juiz pode iniciar o processo, como nos casos de jurisdição voluntaria como na ação de restauração de autos. 
2. Impulso oficial: Uma vez iniciado o processo, o seu desenvolvimento se dará por ato do juiz. Após iniciado pela parte, o impulso é dado pelo juiz, como por exemplo intimar o réu para prestar depoimento. 
3. Julgamento de acordo com a ordem cronológica da conclusão: O ato da conclusão deve ser considerado para se estabelecer a ordem do julgamento dos processos em um órgão jurisdicional, os julgamentos devem seguir a ordem cronológica da conclusão (Atos conclusos = é o ato praticado pelo escrivão ou chefe de secretaria que atesta que o processo esta preparado para que nele seja proferido uma decisão e mérito). Os processos que foram colocados conclusos antes, serão julgados antes. 
Introdução ao Estudo do Direito Processual
Profª Paula Sarno e priscilla de jesus 
trilogia estrutural do processo 
Introdução: é proposta uma ação pra provocar o exercício da jurisdição através do instrumento que é o processo. 
Jurisdição: Depende do tempo/lugar/sociedade. É uma função atribuída a um terceiro imparcial (o juiz) de realizar o direito de modo imperativo e criativo, mediante provação do interessado, para com isso se tutelar processualmente direitos subjetivos concretamente considerados, e tudo isso se da por uma decisão que é insusceptível de controle externo e apta a fazer coisa julgada. 
· Características 
1. Impartialidade e imparcialidade
Impartilidade: condição de terceiro do magistrado, alheio ao problema. 
Imparcial: Não basta ser terceiro, tem que ser imparcial, que o juiz seja desinteressado na causa. 
Para tudo isso, o juiz precisa de independência, autoridade e responsabilidade. 
Imparcial não quer dizer que ele é NEUTRO. 
 
 PERCEBE-SE QUE OO JUIZ ESTA ACIMA, MAS A DISTANCIA ENTRE AS PARTES É EQUIDISTANTE. 
2. Substituitividade: Retira a ideia da auto tutela, com a vingança privada. Há uma evolução nesse terceiro que esta ira resolver, ate que o Estado coloca que vai ser o JUIZ quem ira resolver os litígios. O juiz substitui as vontades das partes nas soluções dos conflitos. Quando o juiz era boca da lei, se dizia que se substituía a vontade das partes pela vontade da lei, mas, com o passar do tempo, na verdade o juiz vai, obviamente sem ignorar a lei, construir a solução do conflito. 
3. Imperatividade e inevitabilidade
Imperatividade: A solução ditada pelo magistrado é imperativa, autoritativa e imposta e tem que ser dado a ele os instrumentos hábeis e necessários para que ele de cumprimento a essa decisão, o réu fica num estado de sujeição ao poder do magistrado e ele não tem como evitar que sobre ele se exerça esse poder estatal. A jurisdição além de ser uma função é um poder que se atribui e se exerce. 
Enquanto poder, a jurisdição é UNA e INDIVISIVEL. O que não impede que pra fins didáticos, que não se possa parcela-la. Exemplo: Justiça do trabalho -> jurisdição trabalhista; 
Investidura: A jurisdição pode ser exercida por quem esta investida, e como se investe alguém? Através de um concurso, na arbitragem por um contrato. 
O poder jurisdicional tem um limite territorial, todo juiz so pode exercer sua jurisdição dentro dos limites territoriais que lhes são impostos. 
4. Criatividade: O juiz não baseia sua decisão somente na lei, ele busca os dispositivos e a luz das circunstancias do caso concreto, interpreta e vai construir a norma geral (Ratio decidendi). 
A jurisdição é infestável, todo mundo tem acesso a justiça e juiz não pode se recusar a julgar (non liquiti), ele sempre vai ter que construir uma conclusão a luz do caso, usando da sua criatividade. Mas, ela não é ilimitada, há limites extra processuais, como o direito objetivo e um endoprocessual, que é caso concreto que foi delimitado pelas partes, o juiz fica preso no que foi contado pelas partes. 
5. Inercia: A jurisdição precisa ser provocada pelo interessado, mediante a propositura de uma ação. Então, a iniciação do processo depende dessa provocação por conta da demanda (principio da ação/da demanda). A delimitação d objeto litigioso também se da por uma iniciativa das partes (principio da adstrinção/congruência), o juiz não pode julgar por menos ou a mais do que você pediu.
Impulso oficial: cabe ao juiz uma vez instaurado o processo, o desenvolvimento do processo. 
Iniciar e delimitar → Em regra é das partes (principio dispositivo) 
Desenvolvimento do processo → juiz (principio inquisitivo).
Vale a ressalva que o modelo cooperativo, admite os dois poderes ao juiz/ partes, mas, que ambos sejam exercidos de modo cooperativo pelos dois. 
6. Litigiosidade: Direitos concretamente considerados que abrangem toda e qualquer situação jurídica, podem ser ativas, passivas, potestativas, prestacionais, individuais ou não. Logo, podem ser litigiosas ou não. 
Esses direitos, serão tuteladas processualmente, e isso deve ocorrer por meio de um processo devido. Há varias espécies de tutela: 
TUTELA DE CONHECIMENTO = Pode ser ofertadas pelos magistrados, e é a mais comum. Esta voltada para o reconhecimento da existência de um direito, para a certificação da existência/inexistência de um direito 
TUTELA DE EXECUÇÃO = Efetivação/realização material do direito. Que o juiz adote todas as providencias necessárias para realizar aquele direito, dando efetivo cumprimento a prestação que é devida. O magistrado brasileiro tem poder geral de efetivação (cláusula geral executiva), que da a ele a possibilidade de criar medidas. 
TUTELA CAUTELAR = O magistrado preserve/conserve o direito material para que ele suporte/se conserve ao longo do tempo, para que ele não pereça, o direito material precisa ser conservado ate o final do processo, para que, caso ele realmente exista, possa ser realizado com máxima efetividade. 
7. Insusceptibilidade de controle externo: Não é passível de controle externo. O poder que tem um juiz, é quase “super heroico”, a decisão do magistrado sobre uma situação não pode ser revista pelo poder executivo/legislativo, quando chega aos superiores tribunais, é a ultima decisão.
A decisão de um arbitro também não pode ser revista, independente de homologação judicial, visto que, as partes se vuncularam e se submeteram aquela jurisdição privada. 
8. Aptidão para coisa julgada: A coisa julgada é a ultima decisão. Só um ato jurisdicional tem aptidão para coisa julgada = se tornar imutável/indiscutível, podem, nem todo ato jurisdicional pode fazer coisa julgada. 
Somente as DECISOES podem se tornar coisa julgada, o juiz também pratica atos como despachos. A decisão tem que ser dada com conhecimento profunda da causa (COGNIÇÃO EXAURIENTE) após ter se ouvido todas as partes e todas as provas realizadas e que contra aquela decisão não caiba mais nenhum recurso.
 É por isso que se diz que uma decisão de tutela antecipada, como as liminares, que é dada antes de ouvir a outra parte (COGNIÇÃO SUMARIA), logo, essa decisão ainda é provisória, logo, essa decisão não permite coisa julgada. 
· Espécies de jurisdição 
1. Jurisdição comum e especial 
Comum: Exercida pela justiça comum, federal ou as estaduais. Ela vai julgar tudo que as justiças especiais não julgam, o “resto”. A justiça federal é delimitada no art 108 e 109 da CF, já a estadual julga o residual (que ai é realmente todo o resto). 
Especial: Exercida pelas justiças especiais, como a justiça do trabalho/militar/eleitoral. Ela é voltada para o exame de determinadas matérias, abrangidas por certos ramos do direito material. 
2. Jurisdição penal e cível. 
Penal: voltada para apreciação de pretensões punitivas do Estado, baseada no direito penal. Quase todas justiças acabam exercendo algumgrau de jurisdição penal, mas SALVO a justiça do trabalho. 
Civil (lato sensu): Voltada par a apreciação das outras pretensões, como tributaria, empresarial, sucessória, familiar. É exercida por todas as justiças, comum e especial, SALVO a justiça militar, que só julga com base no direito penal militar. 
3. Estatal e Arbitral 
Arbitragem: Tem as características essencial da jurisdição, mas se da no âmbito civil. A jurisdição é monopólio do Estado, mas o seu exercício não, ele pode ser delegado, que foi delegada na lei 9307/96 (LARB) que da essa poder aos árbitros. Essa jurisdição é momentânea (instituída para julgar um determinado conflito) e convencional (essa instituição se da por uma convenção das partes).
Estatal: Essa jurisdição é permanente e legal, sendo exercida por servidores públicos
OBS: Se envolver a administração publica, so pode ser baseada no direito. Mas, outros assuntos podem não se basear no direito, ou delimitar o direito material
OBS2: Após 90 dias, caso não haja recurso contra o arbitro, a decisão dele faz coisa julgada. Ele não tem poder de execução, para se executar precisa da jurisdição estatal, ele tem apenas poder de CONHECIMENTO e CAUTELAR. 
OBS3: Enquanto não há justiça arbitral instalada, a medida cautelar pode ser pedido no juiz estadual, mas, essa medida pode depois ser revista pelo arbitro. Mas, se em 30 dias não se instalar o processo arbitral, a medida cautelar do juiz estadual perde eficácia. 
COMO SE INSTITUI UM JUIZ ARBITRAL: Através de um NJ de direito privado chamado de convenção de arbitragem, e existem dois tipos = A clausula compromissória (é uma clausula de um contrato, em que as partes estabelecem que qualquer conflito oriundo daquele contrato será resolvido por um arbitro, ela pode ser colocada dentro do contrato ou em um documento a parte, mas ela é sempre PREVIA ao conflito entre as partes) e o compromisso arbitral (o conflito já existente, as partes acordam em resolve-lo por um processo arbitral). 
OBS4: Mediação/conciliação ≠ arbitragem. O mediador/conciliador vai auxiliar as partes a chegar num acordo, a solução vem delas, mas o mediador vai se colocar em conflitos que já existiam relações entre as partes, o conciliador não. Na arbitragem a solução vai vir do arbitro. A mediação/conciliação também pode se dar de maneira estadual, a arbitragem é somente previa. 
OBS5: A LARB permite clausula compromissória no contrato de adesão, mas ela deve ser inserida por iniciativa do aderente e se por acaso por inserida pelo estipulante, ela deve estar destaca e muito visível para que o aderente tenha um conhecimento efetivo do que ele esta aderindo. Em contratos de consumo, seja ele de adesão ou não, ela é NULA. 
 
4. Jurisdição contenciosa e voluntaria 
Contenciosa: Sempre que não for voluntaria, é a mais comum.
Voluntaria: Segundo a doutrina, é uma atividade de fiscalização e integração da vontade das partes na pratica de um ato jurídico. O Estado esta fiscalizando e integrando a vontade da parte na pratica de um ato privado, então pra que a fiscalização? Porque esse ato privado é considerado de interesse social, transcende a esfera privativa das partes. Exemplo: emancipação, onde o juiz vai fiscalizar se é possível e integre-a; alteração de nome; registro de bem; arrecadação de bens de ausente/ de coisas vagas; alienação de bens de menor; divorcio consensual. O mais comum é que não haja LIDE, mas, PODE HAVER. Há uma discussão sobre a natureza da jurisdição voluntaria, discute-se se ela seria administrativa ou jurisdicional realmente. Quem cre que é administrativa, diz que a decisão do juiz não faz coisa julgada, na medida em que, fato novo superveniente pode levar a revisão da decisão. 
PAULA SARNO = Não acredita que há diferença.
ação: parte dois da trilogia processual 
Conceito: Há mais de um sentido, e varias teorias. 
Evolução sintética: 
- AÇÃO = DIREITO: Inicialmente a ação se confunde com o direito material, a ação é considerada o próprio direito material (em movimento, reagindo a uma violação). 
- AÇÃO ≠DIREITO: Ate que, os doutrinadores passam a distinguir a ideia de ação da de direito material. 
– AÇÃO ... DIREITO: Ainda estão desvinculadas, mas, estão minimanete relacionadas entre si, afinal, toda ação tem como conteúdo um direito material e todod direito material é exercido por uma ação.
 Evolução analítica: 
- TEORIA CIVILISTA/CLASSICA: A ação se confunde com o direito material, ela é o direito material em um estado agressivo, reator.Exemplo: um direito de exercício que leva a um ação no judiciário, é o meu próprio direito da indenização em movimento. Essa teoria não consegue explicar a ação improcedente (que o juiz diz que não há direito – se não há direito, não houve ação?) e nem a ação 
- TEORIA DISCUTIDA ENTRE MÜTER E WINDSCHED : O que seria a actio romana? Windsched = pretensão material exercida em face do reu, é o autor manifestando seu direito em detrimento ao reu; Muter = Ação é um direito publico de demandar que se exerce perante o Estado; No final, eles chegam a um acordo que junta os dois. 
– TEORIAS AUTONOMISTAS: Concretista ou Abstrativista ou Ecletica ou de Asserção. Nota-se que as duas primeiras são subdivisões da autonomistas e as outras não mais, porem, se relacionam com elas 
· SUBDIVISÃO DAS TEORIAS AUTONOMISTAS 
1. Concretista: A concretista tem como represente Adolf Wach, a ação nada mais é que um direito subjetivo a uma sentença favorável que subsiste em face do réu, mas, vinculando ao direito material, nota-se que o sujeito passivo não é só o réu, é também o Estado, mas, isso faz com que se crie a possibilidade de haver também uma sentença desfavorável, então, isso quer dizer que não houve ação?
2. Abstrativista: Então, surgem as teorias abstrativistas, principalmente representadas por Ploz, que o direito de ação é publico, subjetivo, a um pronunciamento do Estado, e esse, pode ser favorável ou desfavorável, diz-se que esse direito é universal, independente do sujeito ser realmente titular ou não do direito material, é ainda um direito incondicionado, que não pode ser condicionado a um preenchimento de qualquer requisito ou condição, e nesse aspecto, já diverge com a teoria eclética. 
3. Eclética: A teoria eclética tem como principal representando o Liebman, a ação é um direito de julgamento de mérito, sendo que o julgamento desse mérito (que é o direito material), não precisa ser favorável/desfavorável, e ele fica condicionado a o preenchimento de requisitos que são as CONDIÇOES DA AÇÃO, só quem preenche as condições obterá o julgamento do mérito, uma vez não preenchida, diz que o autor é CARECEDOR de ação.
3.1 CONDIÇOES DA AÇÃO: Legitimidade (titular do direito material em jogo) + interesse (útil e necessária) + possibilidade jurídica (seria impossível por exemplo cobrar divida de jogo ou uso capião de bem publico) Observa-se que para se analisar as condições da ação de Liebman é praticamente se analisar o mérito do processo, então, não tem como o juiz dizer que há carência de ação sem se confundir com a improcedência da ação. 
3.2 Recentemente o STJ e o próprio CPC coloca que para se repropor a ação que foi julgada improcedente, terá que ser mudada a ação, para que se preencha o requisito que levou a improcedência. 
4. Asserção: Não ignora a lei, olha o CPC e percebe que o próprio legislador coloca as condições da ação como um problema anterior e estranho ao mérito, mas também não nega que quando o magistrado analisa as condições e é muito dificl diferenciar a improcedência e a falta de requisitos da ação. 
4.1 Carência de ação: Se o preenchimento das condições a ação forem analisadas no inicio do processo, a luz das afirmações da petição inicial, antes de qualquer prova, vai ser analisada como um problema estranho ao mérito e se uma delas estiver ausente, leva a extinção da ação. 
4.2 Ação improcedente: Se for analisado depois da produção de provas e o juiz já tem maior cogsnisção do processo, ai, a analise já é de mérito e a ausecia dela implica em improcedência da ação e produz coisa julgada.· Ação abstrata e concreta demanda
1. Abstrata: é um direito delegado a todos, independente da existência de um direito material ou não. O direito de acesso a justiça é constitucional, universal e inafastável, ele é complexo pois o que se provoca é o exercício mediante um processo DEVIDO e com todas as garantias dele e também dinâmico, pois, se desdobra em uma ampla gama de situações jurídicas, o autor pode propor a ação, reu pode recorrer... Em razão disso, se diz que esse direito de ação se desdobra em SJ pre processuais e processuais. 
1.1 Pre processuais = direito potestativo do jurisdicionado de provar o exercício da jurisdição e de escolher o procedimento que será utilizado. 
1.2 Processuais = As SJ processuais há um direito PRESTACIONAL, a uma tutela jurídica do Estado, ele tem o dever de prestar essa tutela jurídica qualificada. 
2. Ação concretamente considerada: Não é um direito, é um ato jurídico, de exercício desse direito, de propositura da ação, efetiva provocação do exercício da jurisdição. Ela é a demanda, e é ela que é relevante para o estudo do direito processual. Os elementos da ação são também da demanda. 
· Elementos da demanda: geral : Um autor pede em face do réu uma DEMANDA fundamentada: 
ATO = O auto jurídico de postular diante o juiz 
CONTEÚDO = Da postulação, que é a relação jurídica material deduzida em juízo (res in deducta); sujeito ativo, passivo e o objeto decorrente do fato. 
Os elementos da demanda são extraídos a partir da observância da relação material que foi ali deduzida. 
PARTES = normalmente corresponde a o sujeito da relação material, Exemplo: numa ação de despejo o autor é o locador e o reu é o locatário. 
PEDIDO = aquilo que se pede 
OBS: Pedido mediado = o objeto é o bem que versa aquela relação material deduzido. Exemplo: no despejo, o bem do pedido é a restituição da coisa locada. 
CAUSA DE PEDIR = fundamento do pedido
O fundamento básico do pedido é o FJ que deu origem aquela relação material. Ex: na ação de despejo é o contrato e o seu inadimplemento. 
Toda demanda individualiza o processo, cada um tem PARTE, PEDIDO E PARTE DE PEDIR. Demanda clone é litispendência e leva a extinção de uma delas. 
· Parte processual: todo aquele que participa de um processo com parcialidade, com interesse próprio. 
PARTE PRINCIPAL: o que pede e aquele em face de quem se pede. 
PARTE AUXILIAR: não é protagonista, é o chamado assistente.
OBS: Alguém pode não ser parte do processo mas pode participar de alguma discussão dentro do processo. Exemplo: se há suspeita de impedimento no juiz, ele vira parte/reu 
PARTE SIMPLES: Aquela que vai a juízo sozinha, não precisa de companhia para que tenha capacidade processual. 
PARTE COMPLEXA: Representado e representante. Exemplo: incapaz – curador; representante 
OBS: Normalmente parte processual coincide com parte material, mas pode acontecer que não seja. 
PARTE LEGITIMA: A parte processual ela coincide com o sujeito da relação material, ação de despejo =locador e locatário.
LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINARIA: Aquele em que o ordenamento jurídico autoriza alguém que não é sujeito da relação material ir ao juízo discuti-lo 
PARTE ILEGITMA: quando não é titular do direito, não tem a legitimação ordinária.
· Pedido: Solicitação de uma tutela jurisdicional sobre um determinado bem da vida. É a pretensão material processualizada.
IMEDIATO: Tutela jurisidicional requisitada. PODE SER DE EXECUÇÃO, DE CONHECIMENTO OU CAUTELAR. A DE CONHECIMENTO VAI AINDA SE SUBDIVIDIR EM: CONDENATORIA / CONSTITUTIVA / DECLARATORIA
MEDIATO: O bem pretendido que o é o objeto da RJ
IMPORTANCIA: Elemento de individualização da demanda + bitola o juiz (preso aos limites do que foi pedido) + Base do preenchimento do requisito formal da peticao inicial (instrumento da demanda que formula) + O valor da causa vai corresponder a importância econômica do processo. 
TUTELA CONDENATORIA DE CONHECIMENTO: Relacionada com os direitos a uma prestação e aos prazos prescricionais (retira a eficácia de uma pretensão que esta ligada a condenação em uma prestação). O objetivo dela é certificar a existência daquela prestação condenando o devedor e já autorizar a sua imediata EXECUÇÃO , é por isso que se diz que ela não é uma tutela de conhecimento pura visto que leva a efetivação. No CPC de 73 não era assim e precisava se ajuizar outra ação para que executasse o pedido, logo, ela se dividia ainda em mandamental e executiva lato sensu, se diferenciava pois a MANDAMENTAL era INDIRETA (aquela em que o estado adota as providencias necessárias para pressionar psicologicamente o devedor a cumprir a prestação. Exemplo: multa diária) e a EXECUTIVA LATU SENSU era DIRETA (O Estado toma as providencias necessárias para que seja cumprida, exemplo: penhorar o bem).
TUTELA CONDENATORIA CONSTITUTIVA: Relacionada com o direto potestativo, que é o poder jurídico que o sujeito tem de alterar uma SJ, estando o outro sujeito (sujeição) a isso, assim, a tutela constitutiva visa a certificação do DP para assim alterar a SJ e assim acaba constituindo uma nova SJ. Exemplo: num pedido de divorcio, leva a extinção do matrimonio e uma nova SJ dos sujeitos de divorciados e não mais casados. Com essa tutela, só se precisa que o juiz reconheça, pois só com isso você já consegue constituir a SJ nova, ela se efetiva com um simples verbo/decretação judicial, sem necessidade de uma medida evasiva no plano dos fatos, ela independe de execução. Entretanto, é importante enxergar que muitas vezes que quando o juiz da uma tutela constitutiva, o resultado dessa é a constituição de uma situação jurídica nova consistente no direito a uma prestação, acaba criando esse direito, se não for naturalmente adimplida não precisa de uma fase de execução. É possível que a fase seja um título executivo , a exemplo da revisional de aluguel. Quem prevê são os nossos tribunais, inclusive o STJ. Além disso, a constitutiva tem uma eficácia ex nunc ,apesar de que existem casos que podem ser ex tunc, uma vez anulado um ato jurídico se voltaria ao estado original.
TUTELA MERAMENTE DECLARATORIA: O que se quer é a simples existência/inexistência/modo de ser (como deve ser interpretada a sentença/contrato), positivou a jurisprudência no art 19 do CPC) de uma SJ. Não se submetem a prazo prescricional. Exemplo: ação declaratória de inexistência de debito. Exemplo2. CABE A DECLARAÇÃO DA EXISTENCIA/INEXISTENCIA DE UM FATO? EM REGRA NÃO, mas, não da para mobilizar o judiciário se houve um fato ou não, apenas para reconhecer direitos fruto do fato, porem os tribunais admitem para: falsidade/autenticidade material de um documento e reconhecimento de tempo de serviço (sumula 242 do STJ). É SOMENTE DE CONHECIMENTO OU PODE ACABAR EXIGINDO A EXECUÇÃO? O CPC expressamente admite uma sentença meramente declaratória de um direito já violado, logo, pode se pedir a TMD de uma prestação inadimplida. Há uma discussão doutrinaria (suscitada pelo falecido Teori Zavascki que acha que não tem porque ter que mover outra ação condenatória ) 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
SUMULA 242. Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins previdenciários.
· Causa de pedir: A causa de pedir se pedir remota (fato) e causa próxima(direito). É importante observar que nossa doutrina dominante que o legislador ao trazer o conceito da causa de pedir teria adotado e trazido a teoria da substancialização , integrada pelo fato e pelo direito dele nascer. Quando identifica a causa de pedir , você deve identificar tanto o fato quanto o direito, não teria sido adotada a teoria da individualização, de acordo com essa teoria seria composta unicamente pelo direito, a olhar essa causa de pedir o que individualiza ela, se eu mudo o fato eu não mudo a ação, só se eu mudar o direito.Ex: se entro com uma ação para validação de um contrato com base em uma simulação e depois entro com uma ação para invalidar essa

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