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Diagnóstico Patológico por Análise de Imagem
Rio, 19/04/2011
Alexandra Woods
Sistema digestório em animais de pequeno porte é uma das principais queixa na clinica. 
Endoscopia: é exame direto da mucosa, não é interpretativo. Agente vai entrar no esôfago, dentro do estomago, dentro do duodeno, cólon, reto, cavidade nasal, vamos olhar a mucosa, agente não vai interpretar se ela está mais vermelha ou menos vermelha se tem secreção ou não, agente vai examinar diretamente a mucosa.
Vantagem: é uma técnica muito pouco invasiva.
Porque é pouco invasiva e não 100% não invasiva, o que torna em pequenos animais nessa técnica que não posso fazer em todo mundo? Anestesia geral. No cavalo no máximo agente vai sedar, em pequenos animais agente vai fazer anestesia geral. Não dá só pra sedar os pequenos animais porque o animal vai acabar mordendo e estragando o aparelho. Não pode só sedar o animal, tem que fazer anestesia geral.
Biopsia
	Em pequenos animais como na gente, usamos a endoscopia para biopsia. Quando agente faz endoscopia uma das indicações é coletar material para histopatológico, pra eu ver se, por exemplo, tem uma gastrite, poder ver qual o grau dessa gastrite, qual o tipo de infiltrado, se tem presença de bactérias se não tem, vamos trabalhar muito em cima da biopsia. 
	Vamos ver que isso vai valer o meu exame, eu entrar com o endoscópio ali e investigar sozinho não vale nada (ex. vi uma massa, vi uma mucosa mais avermelhada, etc.), se eu não biopsiar e não souber que tipo de lesão é aquela, meu exame não valeu de nada.
Outra coisa também que é importante, a biopsia vai descartar outras possibilidades. Às vezes agente vê uma lesão horrorosa (visualmente falando) ou vc vê uma inflamação feia, mas que quando vc biopsia não tem nenhuma relevância, é superficial. 
Ex. meu cão está vomitando, mucosa está hiperêmica, mas na patologia não tem nada. Bem, vomito crônico faz o que? Edema de mucosa, vai ficar vermelho, ai vc começa a raciocinar em cima daquilo e de repente a causa desse animal estar vomitando não é digestória, é neurológica, é metabólica, é hormonal. E a gastrite que ele está ali é simplesmente conseqüência daquilo, mas vc vai provar isso como? Biopsiando e mostrando pro veterinário que não tem nada demais no estomago, que o estomago está sendo alvo de um problema que está em outro canto e que tem que procurar em outro lugar.
Corpo estranho
	Terapêutica: remoção do corpo estranho. É terapêutica porque vc diagnostica e vc resolve o problema, o animal vai embora bem. 
Vantagens: 
- tem corpo estranho que vc tira em menos de 10 segundos (rápido), 
- super pouco invasivo, 
- não tem que fazer cirurgia, 
- não tem que abrir, 
- não tem pós-operatório, 
- o custo é mais baixo, 
- não tem que medicar depois, 
- não tem que gastar dinheiro com antibiótico,
- etc.
O que agente faz em terapêutica que é importante é colocação de sonda, que é muito feito em veterinária.
Outra coisa que agente faz terapêutica é de dilatação esofágica, tratar cianose.
Veterinária:
- Remoção de corpo estranho
- Biopsia 
- Colocação de sonda
- Dilatação esofágica
- Retirada de pólipos 
- etc.
Importância que vamos ter de localizar o problema:
Localizar o problema, o que é isso: 
Quando vc pega o paciente que chegou na clinica, e começa a examinar, seu objetivo é: o que esse animal tem. Mas na maioria das vezes esses animais que chegam pra gente pra endoscopia, é uma bagunça, a pessoa que manda pra gente não tem idéia de onde está o problema do animal. Então por mais obvio possa parecer, é importante que agente saiba aonde está o problema dele. Porque nem sempre o animal que vomita o problema dele primário é gastrointestinal.
É importante vc ter o histórico do animal, quantos anos, se já foi vermifugado, se já tomou todas as vacinas, etc. 
	Não adianta mandar um animal sem saber qual o problema dele, porque o animal que está doente por exemplo por uma falência renal (uréia e creatinina nas alturas), ele óbvio vai ter uma gastrite, mas o problema primário dele não é essa gastrite. Eu posso até fazer pra avaliar como está o nível dessa gastrite em função dessa doença renal.
	
Quanto mais rápido vc consegue identificar essa localização, melhor é seu diagnóstico, mais rápido ele é, e mais curto é seu tratamento.
Uma das principais queixas do proprietário quando chega à clínica: 
(10 mandamentos de uma consulta veterinária)
Já passei por um monte de veterinário e ninguém deu jeito. Já tomou tudo quanto é medicamento, etc.
Isso ocorre muitas vezes por causa disso, falta de interpretação dos exames.
O que é importante: tentar sempre antes de encaminhar o paciente, só porque o animal está vomitando, com diarréia, não achar de cara que o problema é estômago, cólon, é importante a avaliação hormonal, às vezes pode estar com uma falência hepática ou renal, uma mudança de dieta, tem muita coisa que existe que pode causar isso. 
Parasitose 
Ancylostoma. É comum pegar animal com ancylostoma, e muitas vezes não é problema do veterinário, porque às vezes é o exame que dá negativo, ai ele trata e não dá resultado. (vc faz o proprietário pagar caro pela endoscopia, enquanto que no exame de fezes é muito mais barato)
Situações que não são morfológicos:
Obstrução, intussuscepção, isso vc consegue fazer por outras vias como raio-x, ultrassom. Não vamos esquecer os exames mais simples e menos invasivos que a endoscopia. Tem situações que não vai adiantar nada porque é cirúrgico. 
Isso vai ser fundamental pras divergências que vou ter de laudo. O que quero dizer com isso: 
Ex. o clinico manda o cão achando que ele tem uma gastrite horrorosa, ai na endoscopia vejo que ele está com a mucosa um pouco inflamada, e a patologia fala que não tem nada. Então ai começa a confusão, porque o clinico manda com uma suspeita que é totalmente descartada, ai vc começa a ocorrer divergência de diagnostico, geralmente porque vc começou lá trás errado. 
Caso clínico: 
Um cão com uma doença hepática vai estar com uma gastrite e vomitando muito. Não adianta fazer uma endoscopia nesse cão, a menos que ele já esteja com vomito com sangue, uma situação muito debilitada que o veterinário em função da doença hepática avançada queira fazer uma avaliação do estomago. A anestesia nesse animal e a recuperação não são benéficas para ele, então temos que avaliar custo benefício. 
Uma das principais sinais e sintomas que vamos encontrar:
Disfagia, regurgitação, vômito crônico, hematoemese, emese, diarréia crônica, melena, etc. 
Essas são as reclamações do clínico, é o que agente mais vai ouvir como indicação para endoscopia digestiva, tanto alta quanto baixa.
Lembrando: 
Alta: esôfago, estômago e delgado. 
Baixo: cólon
Quando falo de disfagia, regurgitação, vômito crônico, hematoemese e melena, vamos falar muito de endoscopia digestiva alta: esôfago, estômago e delgado.
A diarréia crônica está dividida, pode tanto ser de delgado quanto de cólon.
Mas são as principais queixas, principais sinais que vamos encontrar pra fazer a endoscopia.
Importante: vomito crônico e diarréia crônica não quer dizer necessariamente que o animal tem um problema primário em gastrointestinal. 
Disfagia e regurgitação: 
Disfagia: quando vc quer alguma coisa motora em termos de cavidade oral.
Regurgitação: é muito característica de esôfago. 
 Poucas vezes a professora recebeu um pedido de endoscopia com queixa de regurgitação, isso é muito importante, diferenciar regurgitação de vômito.
Contra indicação e complicação no exame:
Para pequenos animais, a primeira coisa que agente fala é:
- Risco anestésico. 
A primeira coisa que agente tem que levar em consideração é se o paciente pode ou não ser anestesiado. Isso é importante porque a endoscopia é um exame auxiliar de diagnostico, não adianta eu colocar o animal na mesa e matar ele na endoscopia. Então se vc acha que não tem uma correlação custo beneficio vc anestesiar aquele animal pra um diagnostico, ou vc adia um pouco, recupera esse paciente, etc. pra vc dar condição a ele. 
Já que a anestesia é um risco, o que agente faz antes deanestesiar o cão? O que agente pede de básico? 
Hemograma e bioquímica pelo menos. Aqui muitas vezes vamos filtrar de onde vem, porque é nessa bioquímica que eu posso avaliar de repente uma uréia alta, creatinina alta, ALT e AST, GGT, e tentar já ai avaliar meu paciente. 
Um animal velho, cardiopata, ai vc pede um raio-x de tórax, um eletrocardiograma.
Temos que fazer ao máximo o que puder pela a segurança do paciente e até a nossa também.
Em algumas situações que estão na literatura, algumas são importantes e outras não:
- Perfuração gastrointestinal 
É citada na literatura como uma possível complicação. Mas isso é raríssimo de acontecer, é quase impossível. A não ser que vc pegue uma ulcera muito profunda e vai biopsiando até o fundo e ai chega a perfurar. Mas se vc tiver cuidado e bom senso vc não vai fazer essa perfuração.
Tudo que vcs façam, até cirurgicamente como tirar ovário, fazer o histopatológico que é uma coisa que dá muita segurança na clínica. 
Se vc perfurou, vc pede a peça (o animal) para ver.
Bradicardia por distensão gástrica 
Durante o procedimento vc pode fazer bradicardia por distensão gástrica (isso aqui é importante pra gente aqui)
O que acontece: quando vc faz endoscopia de estomago, o animal está em jejum, estomago vazio. Pra eu poder ver, tenho que inflar. O que acontece quando agente come muito? Dificuldade de respirar, porque distensão gástrica comprime o diafragma. Isso ocorre porque vc faz a distensão e bradicardia por retorno venoso diminuído. A mesma coisa ocorre quando vc dilata o estomago do animal. Vc vai promover isso. Por isso é importante sempre estar falando com o anestesista e alertar a ele o momento da inflação.
Se estou trabalhando com um cão grande, o problema não é nem tão grande, porque a dilatação é lenta, demora, igual a cavalo, geralmente não tenho problema, mas agora num animal pequeno, raças pequenas, filhotes, o estomago infla muito rápido e nessa hora vc pode ter problema, o retorno venoso fica diminuído, tem bradicardia, ai vc tem que parar, tirar o ar, restabelecer o batimento cardíaco dele. Se for necessário, medicar.
Ficar ligado nisso em animais pequenos!
Quando vc mexe em esôfago vc pode ter problema por causa dos vasos que passam ali. A distensão de esôfago e manipulação de corpo estranho em esôfago vc pode ter um problema ai por conta de manipulação de vaso.
Hemorragia de mucosa
É natural acontecer porque vou biopsiar. Uns animais vão ter mais e outros menos.
Não vou pegar um animal com anemia para fazer uma endoscopia e biopsia, mas se o animal tiver com exames normais isso é rotina.
Quando faz a biopsia o sangramento dura em torno de 15 segundos ali e rapidinho para.
Contaminação
Em termos de literatura vc praticamente não tem. A contaminação entre um indivíduo e outro vc com uma simples limpeza com água, detergente, mata quase todo mundo, então a contaminação é muito baixa quando vc tem um mínimo de higiene com seu equipamento.
Em medicina humana a ANVISA obriga quem trabalha com endoscopia que use um liquido (brutaraldeido) para fazer a esterilização desse equipamento entre um individuo e outro, porque tem HIV, etc. serie de vírus que possa passar. 
Em veterinária só fazemos isso se formos passar de um sistema pro outro! 
Ex. de manha faço uma colonoscopia e a tarde faço uma broncoscopia. 
De espécie pra espécie também faço. Pra coletar material pra microbiologia também faço.
Mas na rotina o que é feito só a lavagem mesmo (que é o básico).
Objetivo
O objetivo do exame vai ser (quando falo de gastrointestinal) é coletar o material, a biopsia vai ser super importante pra gente. Então quanto mais fragmento eu tiver, quanto melhor for a minha biopsia, melhor vai ser o meu exame. Pois é isso que vai confirmar a minha suspeita ou excluí-la.
Armazeno em formol a 10% e depois coloração normal de HE.
Importante: toda vez que for trabalhar com coleta de material que estivermos fazendo alguma coisa, ficarmos atentos no formol que estamos usando, porque o formol muito concentrado e queima a biopsia, ou está muito pouco concentrado e a biopsia apodrece. 
O ideal é que vc mesmo prepare seu formol. Proporção do material: 1:10
Cuidado também com o frasco de biopsia. Onde vc coloca a biopsia, etc.
O grande problema da endoscopia em relação à biopsia: 
Tamanho. Embora a endoscopia seja boa, a biopsia é muito pequena, então às vezes, principalmente em casos de neoplasias, a biopsia pode ser pequena e não chegar ao diagnóstico. 
Por isso que temos que ter bom senso.
Ex. se eu avalio meu animal clinicamente ele está péssimo, hemograma alterado, emagrecimento progressivo, ultrassom alterado com aumento de linfonodos, eu vou na endoscopia o estomago dele tem uma massa enorme sangrando, feia, e eu biopsiar e der inflamação, está errado. Porque a clinica me diz que a evolução é outra.
Vamos trabalhar avaliando o resultado e principalmente o paciente. O que ele mostra de sinal clinico é o que vai importar pra gente.
Cuidado: a biopsia pode quebrar ou ser roubada, misturada tudo num frasco só, etc. 
Por isso temos que tomar cuidado: clinico, endoscopista, patologista.
Trabalhar na endoscopia com um bom patologista é fundamental, porque a biopsia tem 2mm, então se o patologista não souber trabalhar com essa amostra não adianta, tem que ser um cara bom. Além de ele ter a técnica boa, ele tem que saber o que está vendo. 
Mas quem envia a amostra é o clinico, então podemos indicar um bom patologista e o clinico enviar para outro. 
Outro cuidado: profissional inexperiente (tanto clinico quanto endoscopista quanto patologista).
Outro cuidado: no piloro, se bater muito fica edemaciado, mas não é uma patologia, foi porque vc mesmo bateu com o endoscópio diversas vezes ali e acabou edemaciando.
Reavaliar sempre que necessário.
Parvovirose: imagem clássica: delgado com sangramento na mucosa toda, porque o vírus destrói a vilosidade toda, e é uma destruição homogênea, um sangramento homogêneo na mucosa toda.
Preparação do paciente:
Jejum: 12 horas. Esse jejum vai se prestar também para a anestesia. 
Pra esse animal fazer esse exame ele tem que ser submetido a um pré-operatório. Pelo menos bioquímica e hemograma completo.
Geralmente o paciente não vem com esse exame, então vc liga pro clinico e pergunta, orienta que como é feito anestesia geral é preciso esses exames.
Quando vc suspeitar algum problema de motilidade, edema de piloro, que vc precisa de um jejum maior, a literatura manda vc fazer um jejum de 24 horas. Mas pela pratica isso não funciona, pois nenhum proprietário deixa o animal sem comer 24 horas. 12 horas é o máximo e de preferência da noite pro dia. 
Tempo de espera: se vc suspeita de algum problema de motilidade que agente fez contraste, contrastou o paciente, não fazer endoscopia antes de 48 horas, porque ele recebeu muito bário, porque vai ficar impregnado na mucosa, não vamos conseguir ver nada e esse bário vai entupir o canal, sujar a lente, e vai ter que refazer o exame.
Então contrastou, espera. Se não quer esperar não contrasta. Vou ver o que é melhor naquele momento, contrastar ou fazer a endoscopia. 
Temos que saber se o animal tem condições pra anestesia (pelos exames citados acima). 
Posso trabalhar com anestesia inalatória.
Tenho que anestesiar o animal, de preferência que ele esteja entubado, etc., pois pode fazer bradicardia, pode fazer parada respiratória, então o animal tem que estar entubado.
Pra digestório alto: sempre em decúbito lateral esquerdo. Por que: o duodeno fica pra cima, e com isso posso passar por ele. O meu objetivo do exame de digestório alto é avaliar esôfago, estomago e delgado. Então quando eu passo pro delgado eu tenho que passar pelo piloro e se meu piloro está contra a mesa (pra baixo) o endoscópio vai bater na mesa e não vai deixar ele passar. Então quando eu deixo ele pra cima vc consegue passar com mais facilidade.
Cuidado: exceção: colocação de sonda gástrica é a única situação que vamos colocar ele ao contrario, em decúbito lateral direito, para que a curvatura maior fique pra cima (lado esquerdo),pois a curvatura maior fica longe do piloro.
Se eu colocar em decúbito lateral esquerdo para sondar: se eu colocar a sonda próximo ao piloro do lado direito, a sonda vai ficar no caminho do fluxo e o animal vomita sem parar porque é corpo estranho. 
Instrumental
	Endoscópio: qualquer instrumento que vc consiga olhar uma cavidade, dentro de alguma coisa. Qualquer coisa que tenha fonte de luz própria e o visor é chamada de endoscópio. 
	Endoscópio: vamos trabalhar pra pequenos animais com de 1,10m e 9mm, que é o gastro. Pra pequenos animais o colono de 1,60m de 13mm não presta, porque tem que passar pelo piloro e no animal pequeno não passa (a não ser que seja um cão de grande porte).
Pequenos animais: gastro de 9,8mm vc consegue trabalhar. (ver tamanhos com a prof.)
	Colonoscópio rígido: dá pra ver toda parte de reto e cólon descendente.
	Alternativa mais barata: instrumento humano. Tem uma pinça grande e com isso vc consegue coletar uma amostra maior.
Vamos falar agora sobre Endoscopia Digestiva alta:
Vou dividir em segmentos, vou falar primeiro de esôfago, estomago e duodeno. Agente faz o exame junto, mas separamos por setor pra ficar mais fácil de entender.
Sempre lembrar que o sistema digestório começa na cavidade oral. Nunca deixar de examinar boca, língua, dente, esôfago.
Esôfago
	Quase não se pede endoscopia para avaliar esôfago, mas é onde muitas vezes encontramos lesões.
Regurgitação x Vômito
Regurgitação: o conteúdo regurgitado é tubular. A regurgitação é um processo passivo, o conteúdo não chega até o estomago e volta. Não tem a mímica que vemos na emese.
Se o proprietário vê no chão esse conteúdo, ele leva o cão ao veterinário dizendo que o cão vomitou, e isso pra gente isso não é uma informação única verdadeira. 
Quando o proprietário disser que o cão vomitou, temos que perguntar o aspecto, como ele faz essa situação, quantas vezes, como fica o animal depois desse episodio de “vomito”, geralmente o animal que regurgita depois fica bem, não fica enjoado como fica na emese, não fica com mal estar como na emese, etc. Na emese temos enjôo, mal estar, azia, fica quieto, dá aquela salivação na boca. Na regurgitação não, o animal regurgita e daqui a pouco está comendo o próprio regurgitado ou está comendo a ração de novo, ele não tem o enjôo. 
Temos que conseguir diferenciar regurgitação de vomito desde o momento que o proprietário te diz, pois ele não sabe a diferença. Pois se começarmos errado no começo vai continuar errando até o final. 
O vomito é um processo ativo, diferente do regurgitado que é passivo. Por causa disso o estomago fica tão edemaciado e inflamado quando o animal vomita muito. Quando vc vomita, o seu cárdia fica todo aberto, a contração é intensa, ativa, a mucosa é toda projetada para dentro do esôfago levando todo o suco gástrico ali pra dentro, então vc tem uma esofagite por causa daquilo e o estomago vai edemaciar. (porque imagina um animal fazendo isso 5x por dia, o estomago vai edemaciar)
Quando agente consegue diferenciar a regurgitação pro vomito, é ótimo, porque se o animal está regurgitando ele tem um problema de esôfago, ele tem alguma coisa que não deixa o alimento passar da boca dele pro estomago. Então tem um segmento inteiro pra avaliar, e ai vou ter diversas possibilidades, posso ter algumas coisas associadas à disfagia, deglutição com dor, esofagite severa, ulceração de esôfago, etc. tudo isso dói muito, tem sensação de ardência, quem tem refluxo esofágico é muito ruim, vc acorda com o esôfago queimando, vc sente muita dor. 
Deglutição “(repetitiva)??”, no animal é mais intenso porque ele fica salivando muito porque dói, (agente quando sente dor não deglute, agente cospe porque deglutir dói. Já o cão não consegue cuspir, então ele baba muito). 
*Importante: em casos mais graves vou ter doença respiratória grave, dispnéia, tosse, secreção nasal, porque o animal com doença esofágica o que acaba matando ele é a doença respiratória, porque o animal com megaesôfago ou uma obstrução avançada, ele faz uma broncoaspiração, porque ele não consegue engolir porque ele tem alguma coisa ali que impede ele a engolir, e o animal não sabe cuspir, ele geralmente broncoaspira ou o próprio regurgitado ou a própria salivação intensa. E é uma pneumonia por aspiração que agente chama de química (pneumonia química) que é muito severa porque é muito suja, geralmente é alimento, resto de saliva, etc. 
Clássica imagem do cão com doença esofágica:
	Animal muito magro, com uma cara que está morrendo de fome, geralmente o animal tem fome no inicio do processo (não quando já tem uma pneumonia grave) porque não tem nada alterado no digestório, o animal procura comida, sente fome e não consegue comer por alguma razão. O emagrecimento é muito progressivo, rápido, e associado com salivação intensa, regurgitação, tudo isso. Tem que prestar atenção nesse animal.
Temos que avaliar o animal clinicamente primeiro sempre. Lembrar de avaliar a cavidade oral e tudo mais.
Vamos dividir as lesões esofágicas em:
- Obstrução (obstrutivas)
- Motilidade (por motilidades)
- Inflamação (inflamatórias)
A obstrução pode ser adquirida ou congênita. 
A hipomotilidade seria o megaesôfago. 
A inflamação seria a esofagite.
Ex. recebemos o cão, magro, com fome, regurgitando e com salivação intensa. Clinicamente eu supus que o animal tem uma doença esofágica. O que eu tenho que fazer: diagnostico diferencial, o que pode ser isso. Então, esôfago pode ser obstrução, pode ser megaesôfago, pode ser esofagite. 
Basicamente essas 3. E ai temos que pensar, se for obstrução, é adquirida, é congênita? Se for megaesôfago, é adquirida, é congênita? Ai vão surgindo nossas duvidas. 
A primeira coisa que eu faço pra ir eliminando minhas duvidas é o Raio-x. 
Motilidade, a melhor coisa é o raio-X. Lembra que eu expliquei que megaesôfago é função, na radiografia o que vou ter: se o esôfago for normal o contraste vai passar e não vai marcar nada. Se tiver megaesôfago, não tem motilidade, o animal não consegue levar o contraste e vai marcar a coluna de bário inteira no esôfago do cão.
Se vc tiver na duvida se é obstrução ou se é megaesôfago, o contraste vai parar no local da obstrução.
	Algumas perguntas na anamnese te levam pra um caminho ou pra outro. 
Ex. filhote que foi sempre assim, ou não, meu cão foi na rua, virou o lixo e voltou engasgado, ai pensamos em corpo estranho e obstrução.
 Na anamnese vamos buscando as informações pra começar a listar o diferencial. 
Ex. minha primeira opção é corpo estranho, segunda é estenose, etc. ai vc vai listando e vai usando os exames pra tirar essas duvidas.
O 1º que agente faz: radiografa. 
Megaesôfago muito grande, até pelo raio-x simples eu consigo ver, quando tem muito alimento e tal.
Vc consegue ver pneumonia por aspiração.
Então vc tem varias situações que vc consegue só pelo raio-x simples já começar a tirar suas dúvidas. 
Se a duvida continua, vc contrasta. Porque vc vai conseguir marcar se realmente é um megaesôfago, se realmente é uma obstrução, qual a altura da minha obstrução (se é mais cervical, se é mais torácica). 
Agente vai usar o raio-x pra começar nossa investigação.
Em via de regra, doença esofágica, na maioria das vezes vamos fazer raio-x, seja pra fechar ali o diagnostico, ou seja pra partir para diagnostico diferencial e partir pra endoscopia pra fazer o definitivo, seja uma biopsia, um balonamento, retirar corpo estranho. 
Mas a principio sempre faz um raio-x, até pra gente ver como está o histórico. Se esse animal vem com uma doença esofágica, provavelmente ele tem uma pneumonia. Se vou anestesiar, como está o pulmão? Então eu tenho que fazer uma radiografia. 
Obstrução 
Pode ser adquirida ou congênita. 
Adquirida: 
Estenose esofágica, corpo estranho, neoplasia, parasitos (spirocerca lupi, que faz um nódulo e depois faz um granuloma que pode evoluir para neoplasia).
Congênita:
Persistência do 4º arco aórtico. Essa doença tem uma característica que podemos diagnosticar essa doença não só em filhotes, mas também em animais adultos. Tem animalque convive com isso bem na infância, enquanto é filhote, e quando ele começa a entrar na fase adulta que ele começa a crescer mais, a comer mais, a ficar maior, ele começa a regurgitar.
O animal que está regurgitando, não adianta dar um antiemetico pra ele, pois vai continuar regurgitando. O antiemetico promove no transito um aumento da peristalse. Tem que tomar muito cuidado antes de medicar, sem vc saber o que é.
Inflamação 
Esofagite.
Curiosidade: 
Esôfago de gato e esôfago de cão.
Os 2 tem que estar com coloração rosa claro, sempre colabados, só vai abrir quando injetar ar, não pode ter alimento nem liquido. 
Mas a diferença é que: no do gato tem uma diferença de mucosa no 1/3 distal, ele tem a musculatura lisa.
Já o cão não, é todo estriado.
Caso:
Pegamos um animal com doença esofágica, conseguimos identificar na clinica que era regurgitação, radiografamos e vimos que é uma obstrução porque vemos na radiografia contrastada, um contraste, uma saculação e o contraste parou de evoluir. Na radiografia isso é claro que é uma obstrução. A minha pergunta é, é congênita ou adquirida? Ai vamos por 2 frações: 1º pela localização no raio-x que vc para o contraste ali, te dá uma direção do que é. E 2º pelo histórico (filhote, adulto, passou de alimentação liquida pra pastosa e começa a regurgitar etc.). Nesse caso era um filhote que passou de alimentação liquida para alimentação pastosa.
Nesse caso que a professora deu o diagnostico era: Persistência do 4º arco aórtico: Tratamento: cirúrgico. Prognostico: bom
	Se eu não quisesse fazer endoscopia aqui eu não precisaria, porque durante anos o diagnostico foi feito pela anamnese, exame físico e exame radiográfico. 
	
A imagem é clássica: vemos o esôfago normal, de repente ele abre na saculação, ai vc vê uma imagem aberta, saculada. E lá na frente vc vê um buraquinho, que é onde está passando o arco que estreita. Vc consegue passar por ali porque o esôfago tem a distensão (o esôfago não está estenosado nem cicatrizado, ele está simplesmente estrangulado), quando vc forca, vc infla, vc passa, quando passou daquilo o esôfago é normal de novo. 
Outro caso:
Megaesôfago: o que caracteriza o megaesôfago é a dilatação total do esôfago (desde lá de cima até o cárdia), vemos uma dilatação homogênea do esôfago.
Outro: 
Vemos uma dilatação do esôfago e de repente para, exatamente no tórax ele está parado, então o que agente pensa aqui: (o cachorro é adulto). Agente não pensa quando agente vai fazer anamnese que ele tem uma alteração congênita porque ele é adulto. Nesse caso o que ele tem é persistência do 4º arco aórtico. 
Às vezes o animal tem essa persistência do 4º arco aórtico, e o animal vai crescendo e vai se adaptando. No gato é muito comum de acontecer, porque ele quebra o alimento dele e vai comendo aos poucos, já o cão não, quebra em 2 e engole. 
O gato consegue se adaptar a situação até um ponto que ele começa a regurgitar. E é isso que “pega agente pelo pé”. 
Tratamento: cirurgia.
Prognostico: bom. 
 
Imagem endoscópica:
Esôfago normal, de repente agente vai cair dentro de uma “caverna” que é a dilatação. E ai reparando vai ver o batimento cardíaco que é quando estamos na base do coração, e o que passa por cima é o arco, e vemos uma aberturinha pequena, que é onde passa o pouco de contraste. Passando esse buraquinho o esôfago é normal.
Todas as persistências do 4º arco aórtico têm a mesma imagem, o que varia um pouco é o tamanho da dilatação. 
Problema: se agente demorar muito pra diagnosticar isso, a musculatura fica flácida e ai não volta a ter contração, com isso o cão pode ter problema de flacidez. Vc corrige a obstrução, mas vc danifica a parte neurológica e motora do esôfago. 
Adquiridos
	São comuns de acontecer.
	O corpo estranho é a única emergência que agente pode fazer endoscopia. Por que: o que acontece com corpo estranho em esôfago: o esôfago não é preparado pra receber nada, ele é preparado para passagem. 
Animal entalado com alguma coisa geralmente ele tem um estimulo vagal muito forte, então ele fica super nervoso, dói muito (porque esôfago dói muito), dificuldade de respirar pela compressão às vezes, pode ficar cianótico. Tem chances de quanto mais tempo o corpo estranho ficar, maior a chance de vc perfurar esse esôfago. Então muito perigosa é a perfuração, por osso principalmente.
Corpo estranho esofágica não pode deixar muito tempo, ele vai causar uma lesão séria em esôfago, e quanto mais tempo ele ficar mais chance de causar uma perfuração ou uma laceração e depois uma estenose pela cicatrização.
Corpo estranho esofágico é um problema que agente tem sério e é freqüente. Ex. doguitos, fica preso no esôfago, o osso com bolinha na ponta, osso de vértebra, etc.
Corpo estranho 
Sempre tem historia, sempre o proprietário vai te contar alguma coisa que sugira aquilo, geralmente é agudo, o animal estava ótimo e de repente ficou péssimo. 
Parasito: 
Também pode ser adquirido, ex. spirocercose. É uma evolução mais lenta, quanto mais tempo demora pra avaliar, pior é.
Neoplasia: 
A mesma coisa, o grande problema é que a neoplasia começa devagar e silenciosa. Quando o cão começa a demonstrar, o tumor já está enorme. 
Estenoses: 
É um capitulo a parte, que é a formação de cicatriz depois da inflamação. 
Ex. tirei o corpo estranho, ficou inflamado, cicatrizou, formou colágeno, o esôfago fechou de novo. 
Qual o grande problema de cirurgia esofágica: complicação: estenose de esôfago.
Depois que vc abre o esôfago, ele cicatriza e fecha.
Na radiografia sempre fazer 2 posições quando se suspeita de corpo estranho. Dorso ventral e latero lateral. 
Regras básicas pra retirada de corpo estranho com endoscópio
1º) Radiografia em 2 posições. Pra poder avaliar o tamanho disso. Se vc suspeitar de perfuração fazer radiografia contrastada com iodo, nunca com bário (porque se cai na cavidade, ocorre peritonite e o cão morre na certa). Avaliar o tamanho, localização, tudo isso pra bolar um plano de retirar.
2º) avaliar clinicamente o paciente. 
Perigo: se o osso ficar ali muito tempo, o bordo vai começar a ferir o esôfago e lacerar. 
Problema é quando deixa muito tempo, começa a lacerar, pode perfurar causar uma esofagite, etc.
Não se deve puxar a linha.
Geralmente o corpo estranho fica na entrada de tórax, base de coração ou cárdia, que é onde estreita. 
Deve retirar o mais rápido possível, dilatar bastante o esôfago. Tem que ter calma e paciência, que ajuda muito. Tem que inspecionar pra ver se os bordos estão soltos.
Primeira coisa é tirar o corpo estranho. Depois em algumas situações o estrago é tão grande que vai ter que deixar o esôfago parado, em jejum, repousando, passar uma sonda gástrica (porque pode fazer uma lesão tão grave pra tirar o corpo estranho que pode ter que depois tratar esse esôfago). Tem que entrar de novo e ver como ficou o local ali depois que tirou o corpo estranho. 
Sempre importante ver como está o esôfago, porque se cicatrizar ele fecha, e ai tem outro problema.
Quando vc não tem muito espaço pra manipular o esôfago, e vc tem um corpo estranho que não tem bordo perfurante ou cortante, vc empurra o corpo estranho pra dentro do estômago. O cárdia fica destruído mas ele se recupera. Pois é muito mais fácil vc abrir um estomago, um abdômen do que o tórax. Não só para o cirurgião como pro pós-operatório do cão.
Corpo estranho esofágico é emergência, tem que tomar cuidado.

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