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ok 01.03.11 diagnostico

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Diagnóstico Patológico por Análise de Imagem
Rio, 08/02/2011
Alexandra Woods
A USG na reprodução tem uma utilização muito mais ampla do que o método de diagnostico clinico. Como assim, dentro da reprodução agente trabalha com a USG desde o acompanhamento reprodutivo (mostrando por exemplo, qual momento que vou inseminar a fêmea, por ex. amanha e não hoje), acompanhamento reprodutivo, podemos trabalhar fazendo sexagem fetal, isso aumenta o valor de mercado desses animais que vao ser comercializados.
Hj em dia no mercado de embriões faz-se muito essa parte e vc melhora muito o comercio de embrião.
Podemos trabalhar como diagnostico de patologias uterinas e ovarianas
Punção folicular guiada pelo exame USG. (aspiração de oócitos)
Como vou trabalhar:
Existem 2 vias para avaliação do Trato reprodutor:
Via transretal 
Via transabdominal 
A via transabdominal só permite o acesso em fêmea gestante com mais de 4 a 5 meses de gestação (fêmea gestante), na fêmea vazia vc não consegue avaliar pela via transabdominal. Então quer dizer, é um acesso limitadíssimo, principalmente do ponto de vista da praticidade. Pra eu usar a via transabdominal eu tenho que obrigatoriamente tricotomizar essa fêmea, dá um trabalho vc que a cada fêmea de grande porte que vc for avaliar, vc colocar fazer a tricotomia do abdômen pra poder fazer um ultrassom. Ainda mais sendo uma avaliação de gestação. Nessa via, mesmo vc conseguindo ver o feto, a qualidade de imagem é diferente do que a via transretal.
Na via transretal é muito fácil, não tem esquema de tricotormia e vc tem acesso a ele todo. A via transretal vai ter um inconveniente por volta de 6 meses de gestação, porque: o feto está muito lá em baixo, e as vezes falta braço, seu tamanho as vezes não é compatível com o da égua, então tem momentos que vc não chega no útero onde esta o feto e isso pode dificultar um pouco. 
Mas 6 meses de gestação é uma época que vc avalia mais pra estudo, no dia a dia não tem muita utilização.
A nossa via de escolha preferencial será a via transretal de preferência trabalhando com transdutor linear (mas não há obrigatoriedade aqui, vc pode usar também o microconvexo), de 5 ou 7,5 mHz
Procedimento pra realização do exame (essa fase é importante)
- Fêmea no tronco de contenção e o aparelho ao lado do tronco, protegido. Com isso vc está se protegendo (pq é a via transretal), o animal sofre menos risco e vc também coloca o aparelho protegido ao lado.
Útero de égua
É do tipo bipartido, tem um corpo, 2 cornos uterinos, ele vai se posicionar em forma de T distendida na cavidade abdominal. Dorso lateralmente agente encontra os ovários.
Como será nosso protocolo de exame:
Colocamos a fêmea no tronco, limpar o reto, retirar as fezes e o ar. Colocar o transdutor na palma da mão, com os dedos na frente protegendo a frente do transdutor, fazendo como um guia. Vc vai introduzir o transdutor com o transdutor sempre trabalhando com movimento de lateralidade, como se fosse um zig zag. Vou então: cérvix, corpo, chego na bifurcação dos cornos uterinos, escolho um lado pra ir, não importa o lado que vc escolha, desde que vc estipule aquilo como seu protocolo. Por exemplo, lado esquerdo: vou no corno esquerdo todo até o ovário esquerdo e volto pelo corno esquerdo ate a bifurcação dos cornos. Daí vou pro corno direito, ovário direito, vou voltar pelo corno direito, chego na bifurcação dos cornos uterinos, corpo, cérvix e retiro o aparelho. 
Eu fui e voltei, cada região foi avaliada pelo menos duas vezes, na ida e na volta. Então dessa forma vc dificulta erros, dificulta deixar alguma região sem ser avaliada.
	Outro detalhe: o exame é contínuo, eu primeiro vou fazendo o exame pra um lado, pro outro, em nenhum momento eu tirei o transdutor do contato direto com o útero, ele está sempre em contato, por isso que é um exame contínuo.
	
	Tem que estabelecer um protocolo por que: quando vc vai fazer a avaliação de aparelho reprodutor, dificilmente é um animal só, então na hora, vc vai acabar esquecendo aquilo que vc avaliou.
Outra coisa que é muito importante: Palpar sempre antes de fazer o exame USG, isso é muito importante. Porque se vc se acostume com o exame USG, a mão perde a sensibilidade ao tato, e ai se faltar luz, ou o aparelho quebrar, eu perco o trabalho, porque desaprende a palpar. 
A indicação é sempre limpar o reto, palpar as estruturas e depois vc vai com o transdutor.
Sobre a utilização:
Vamos trabalhar em relação as imagens de acordo com o que vou diagnosticar.
Se eu for trabalhar com o desenvolvimento reprodutivo, qual o meu objetivo ai: Eu posso por exemplo:
- avaliação do desenvolvimento folicular
- avaliação do edema uterino 
Objetivo final disso: é determinação do melhor momento para monta ou para inseminação artificial.
Depois disso, posso continuar avaliando pra avaliar se aconteceu a ovulação e pra ver a qualidade desse corpo lúteo.
- determinação da ovulação, formação e desenvolvimento do corpo lúteo
Associo tudo, começo do desenvolvimento folicular ate chegar ao momento que inseminei, depois que eu inseminei, vou ver se inseminei no momento correto, será que a fêmea ovulou? Como será que estar esse CL? Conseguimos fazer essas fases todas do ciclo estral.
Égua 
Tem 7 dias de cio aproximadamente. Então significa que ela aceita a monta todos esses dias. Na hora que eu acompanho com o ultrassom e determino o dia que ela vai ser inseminada, ex. 6º dia, olha quantos dias eu ganho. Eu poderia estar colocando cavalos todos os dias, gastando o sêmen do cavalo, gastando material, correndo risco de contaminar a égua. E ai desse jeito eu consigo definir o melhor momento.
Vamos definir a imagem ultrassonográfica das fases do ciclo estral:
	Estro, Diestro, Anestro
Estro
É a fase de cio. É a fase que vc tem crescimento folicular, produção de estrógeno em alta concentração.
Qual o efeito do estrógeno no útero: fêmeas vão apresentar edema. 
No estro, pela presença de estrógeno vc vai ter edema no útero. 
Qual é a imagem do edema: é a imagem que agente chama de dobras endometriais.
Vemos um endométrio edemaciado, ele faz como se fosse um monte de voltinhas. Na avaliação USG, vamos perceber que o útero fica com um aspecto de laranja cortado, quando vc avalia corno, vc vê ele redondo, com áreas hipoecóicas e anecóicas. O anecoico aqui é o edema, líquido. Isso é o corno uterino.
Vemos o corno, áreas hiporecóico intercaladas com áreas anecóicas. 
Sabemos que é corno pq se vc trabalha com transdutor linear, toda vez que vc tiver passando pelo corpo, a imagem é longitudinal, porque é pelo tipo de corte que vc faz. Quando vc vai avaliar o corno, o corte é transversal sempre, então a imagem é sempre transversal. No corno vc vai ter sempre essa imagem transversal (imagem redondinha, característico do corno). O corpo é sempre longitudinal.
No estro vc vai identificar no útero a presença de dobras endometriais. Essas dobras têm uma imagem que alterna áreas hipoecóicas e anecóicas.
Diestro
Vc tem a influência da progesterona, então não tem edema, não pode ter edema. O útero então vai estar hipoecóica. 
Corno: corte transversal, vemos o útero redondinho e hiporecóico (como se fosse uma bolinha), não tem nada dentro dele.
Corpo: corte longitudinal, hipoecóico também. Vemos uma linha branca dorsal ao útero hiperecóica que é um artefato de imagem, isso não é uma estrutura, o que é isso: o útero está tão fechado e contraído, porque teoricamente ele está preservando uma gestação, que é como se fosse um lado colabado com o outro, ai quando o som bate dá impressão que ali está mais grosso, mas não é isso, é um lado colado no outro de tão fechado que está. Isso é um artefato de imagem que algumas fêmeas apresentam no corpo quando estão no diestro.
Anestro
Corno uterino no anestro: achatado. Pois não tem influência de nenhum hormônio.
O que acontece: No diestro agente via ele redondo e hipoecóico. No anestro, como ele não tem influencia de hormônio, principalmente da progesterona, esse corno fica achatado, porque ele está flácido. O corno continua hipoecóico, mas a grandediferença para o diestro é o aspecto, no anestro ele fica achatado. Normalmente não tem forma nenhuma, fica tão flácido que fica quase que totalmente achatado e hipoecóico.
Ovário
No estro, vou procurar pela presença de folículos.
A imagem de um folículo: o folículo é uma “bolinha com água dentro que quando vc passa a mão parece que vc está passando a mão numa bolha de água” então a imagem USG de um folículo é sempre circunscrita anecóica, independente do tamanho, ela vai ser sempre circunscrita e anecóica. 
Vamos avaliar aqui, quando a fêmea esta no estro, o que eu quero do folículo é dizer o melhor momento pra ela ser inseminada. Como eu consigo predizer isso:
Primeiro de tudo:
1º )Tamanho do folículo. 
Quando o folículo está próximo a ovulação ele tem um tamanho maior ou igual a 3,5cm. Ao analisar e mensurar o folículo o tamanho dele, eu posso dizer se essa fêmea está próxima da ovulação. Cada tracinho equivale a 1cm. 
2º ) Perda da forma. 
Como assim: vemos o folículo mais tortinho, quando o folículo está próximo pra ovular a parede vai se fragilizando, vai se desfazendo, com isso ele vai perdendo a forma. 
3º ) Presença de pontos hiperecóicos no liquido folicular. 
Esses pontos hiperecóicos são celularidade. A parede está se desfazendo e com isso as células que vão morrendo estão no liquido folicular, estão me dando a imagem desse contraste, desses pontinhos hiperecóicos. São células mortas, porque a parede vai se desfazendo. 
4º ) Parede mais fina e brilhante. (é o último parâmetro pra avaliar)
Essa avaliação não da pra mostrar em foto, só dá pra ver com a imagem em tempo real, porque teria que mexer o transdutor para ver a parede brilhando.
Esses seriam os parâmetros avaliados no folículo para que possamos estimar o momento da ovulação e pra gente então marcar a inseminação artificial dela, ou monta natural ou cobertura.
Ovulação 
Com o exame USG, agente também pode avaliar o momento da ovulação
Nesse caso, ou vamos ter sorte pra fazer isso (chegar lá e a fêmea estar ovulando), ou então vc está fazendo um experimento (avaliando direto até ver que ela está ovulando). Na maioria das vezes acontecem às ovulações acontecem à noite.
	Observamos o folículo murcho, ele perde a forma, a parede fica mais espessa, dentro pode ter um pouco de conteúdo que provavelmente pode ser sg.
Corpo hemorrágico
Estrutura grande, parede espessa, luteinizada e conteúdo anecóico (presença de sg)
Lembrando: a luteinização acontece sempre da periferia para o centro. A parede vai luteinizando e o centro vai ficando ainda com presença de sg (anecóico), depois vai sendo absorvido e vai ocupar tudo. 
Corpo lúteo
O CL da égua: pela imagem dele, eu consigo identificar qual fase do diestro que essa égua está (consigo saber se ela está no inicio, meio ou fim do diestro, só pela imagem do CL). Como assim:
CL jovem: Posso encontrar um CL jovem, que é um CL que agente considera até mais ou menos o 6º dia de formação. 
Imagem de um CL jovem: ele é grande, hiperecóico, e com bordas definidas. 
CL maduro: mais ou menos do 6º ao 12º dia de diestro. 
Imagem: Continua sendo grande, ele é grande mas ele passa a ser hipoecóico e com bordas definidas. 
Vemos que ele se destaca no ovário pois está com as bordas definidas, ele é grande, ele está hipoecóico. O buraquinho no meio é uma cavidade no CL, que faz com que ele seje um CL cavitário ou também chamado cisco de CL, ou CL cístico. Normalmente ele é todo fechado, todo hipoecóico, quando vc tem a cavidade, faz com que ele seja CL cavitário, isso não é uma patologia, já se identificou que um CL com cavidade produz a mesma concentração de progesterona que um CL sem cavidade. Isso não interfere em nada na gestação, não compromete a fertilidade da fêmea. Mais de 60% das vacas possuem CL cavitários, já em égua não é fácil de encontrar, é uma falha na ovulação mas não compromete em nada a fertilidade da fêmea.
CL velho: final do diestro, mais de 12 dias, ele é pequeno, hiperecoico e sem bordas definidas. Olhando ele no ovário vai parecer um borrão, ele não se destaca. É como se vc achasse um borrão no ovário, que é o CL velho, hiperecoico.
	
Anestro
Não tem nada no ovário de anestro, não tem estrutura significativa, não tem folículo e não tem CL. Só vemos o parênquima ovariano.
Diagnostico USG das principais patologias do útero não gestante
Endometrites, metrites e piometrites
Tipos de fluido:
	Transudato
	exsudato
1ª coisa: Presença de fluido. Posso verificar presença de fluido e isso vai me indicar uma inflamação, pode ser uma endometrite ou metrite ou piometrite.
O que vc vai analisar em relação ao fluido: 1º vc analisa a qualidade desse fluido (se é um transudato, exsudato, etc.), vc pode ter um volume com celularidade (exsudato) ou sem celularidade (anecóico).
Se vc tem o transudato só pode ser uma endometrite. Porque metrite e piometrite têm coleção de pus, então tem que ser exsudato. Na endometrite vc tanto pode encontrar um transudato como um exsudato, porque a endometrite é uma inflamação apenas do endométrio, se for uma inflamação asséptica por exemplo, só por irritação, vai ser um transudato. 
Metrite é uma inflamação de todo o útero, então é um exsudato. Com uma diferença em relação à endometrite: A endometrite não traz alteração de parede, então quando vc olha o útero, vc só vai ver uma coleção de liquido lá dentro. Quando vc tem uma metrite, quando vc tem o acometimento das 3 camadas do útero, alem da presença do fluido vc tem espessamento da parede.
Piometrite: o que é: é coleção de pus no útero. Então obrigatoriamente é um exsudato. Só que a diferença aqui, é que vai acontecer um afinamento da parede, porque vai distender demais, isso significa que a patologia que vai ter maior volume de fluido é na piometrite.
Na piometrite tem um afinamento de parede porque o volume de liquido é alto.
Volume: I, II, III
Endometrite e metrite não necessariamente têm volume grande. Então não dá pra diferenciar apenas pelo volume.
	Vc pode diferenciar essas patologias de acordo com a qualidade do fluido e o acometimento da parede. Mas com relação ao volume de fluido, vc não pode afirmar nada porque não é regra, não é uma característica fiel pra vc fazer o diagnostico. 
Importante: vc vai fazer o exame USG como um exame complementar, não se esquecendo da clinica do animal. Como assim:
Animal de grande porte não tem sintomatologia clinica com endometrite. Uma égua tem vida normal, come e bebe, tudo normal.
Já a metrite mata. Então a clinica já te ajuda a definir. 
Numa vc vai ver o animal normal, comendo e bebendo e na metrite vc vai ver o animal quase morrendo.
O transudato é anecóico. Já o exsudato ele tem pontos hiperecóicos, ou ele é todo hipoecóico, dependendo da quantidade e qualidade de células mortas que vc tem ali.
Pneumovagina com presença de pneumoútero. 
É a presença de ar no útero. O problema de ar no útero é vc alem de ter a irritação do próprio ar, e se entrou ar no útero é porque a barreira foi quebrada, então também está entrando contaminação. 
Causa de pneumovagina: fistula reto-vaginal. O períneo rompido, os fluidos das fezes caindo direto no assoalho da vagina. Todas as barreiras foram rompidas.
USG: corte longitudinal, tudo que vemos, são reverberações que indicam a presença de ar no útero.
Cistos uterinos
Presença de cisto uterino é uma patologia muito fácil de identificar
Pode ter 2 tipos de cistos no útero:
Cisto de vasos linfáticos: normalmente são grandes e únicos, vc tem um “cistão”. A imagem é circunscrita e anecóica. Ele é grande e único. Isso interfere com o embrião. Agora se vc tem um cisto pequeno a fertilidade é normal, normalmente não apresenta alteração nenhuma de fertilidade. É um mero achado. 
Cisto de glândulas endometriais: são vários cistinhos, são pequenos e múltiplos, como se fosse um cacho de uva. Não interfere quase nada na reprodução.
Diagnóstico ultrassonografico da gestação
	Quando estamos falando de diagnostico USG de animal de grande porte, agente sempre correlacionando a precocidade. Como assim: diagnostico precoce. Nãofaz sentido fazer ultrassom numa vaca com 45 dias de gestação, porque com 45 dias agente já sente na palpação, então é um custo pro proprietário desnecessário. A mesma coisa na égua, não faz sentido vc fazer um diagnostico USG numa égua com 25 dias de gestação porque com a mão já sentimos essa gestação.
	Então quando agente pensa em diagnostico USG aqui, estamos relacionando a precocidade, ou seja, diagnostico precoce da gestação. 
Na égua: vc pode trabalhar a partir de 9 dias de ovulação, mas vc só pode fazer o diagnostico de positivo dela, mas agente normalmente é avaliado com 12 dias de gestação. Como assim: porque o embrião só é visível exatamente com 9 dias, se tiver 8,7 dias vc não vê. Se vc vai na propriedade com 9 dias e não achar, vc não pode dar negativo, porque pode ter 8 dias e meio, 8,7 dias. 
- Por isso agente faz com 12 dias, porque se achou está gestante, se não achou ela esta vazia. 
E com 9 dias, agente sempre tem que retornar a propriedade pra refazer o exame.
Na vaca: agente vai trabalhar com mais ou menos de 20-25 dias após a ovulação. 
O que vamos observar:
No diagnostico da égua, vamos observar uma estrutura assim: 
Uma vesícula embrionária, ela é circunscrita, anecóica, apresentando 2 pontos hiperecóicos que são chamados reflexões especulares (é reflexão em espelho).
Essa imagem é pequena, circunscrita, anecóica, com as 2 reflexões especulares, vão estar presentes do 9º ao 16º dia. 
A imagem de uma gestação é impar. 
Mais ou menos, do 17º - 18º dias vai ficando mais esticada e perdendo a forma esférica.
Com 20 dias ela perde toda a característica que ela tinha, ela fica com um aspecto que agente chama de triangular. Não tem mais a reflexão especular.
Com mais ou menos 21-22 dias fica visível o botão embrionário, hipoecóico. Que até então agente não conseguia ver o embrião, víamos uma vesícula embrionária. Entre 21 e 22 dias, vc começa a ver o botão embrionário hipoecóico.
Com mais ou menos 24 dias: os anexos placentários começam a se formar: são eles: saco amniótico e saco alantóide. Só que o âmnio não é visível ao exame USG (ele acontece junto, mas não conseguimos ver no exame USG). O que começa a se formar em baixo que vemos na imagem é o saco alantóide.
Nutrição inicial do embrião: saco vitelínico, que é anecóico, é o vitelo.
Conforme o alantóide vai se formando, o vitelínico vai desaparecer. 
Importante: Com 24 dias não basta ver a imagem, vc tem que ver a imagem e ver o coração batendo, são fibras que ficam batendo. Vc olha pro meio do botão embrionário e vc vê ele pulsando.
Então com 24 dias vc tem que fazer a avaliação de batimento cardíaco, vc está vendo a viabilidade do embrião. Teste de viabilidade. 
Se vc chegou com 25 dias, o botão embrionário está lá, mas não tem batimento cardíaco, é indicativo de morte embrionária.
A partir de 24 dias tem que ter batimento cardíaco.
Na vaca é a mesma coisa, com 24 dias tem que bater o coração.
O saco alantóico vai se formando e vai empurrando o vitelínico. A vesicula vai aumentando de tamanho e o saco alantóico vai se formando ao mesmo tempo em que o vitelínico desaparecendo, o alantóico vai “espremendo” o vitelínico. 
Isso tem mais ou menos 30 dias. (desenho abaixo). 
Com 30 dias vc vê o botão embrionário praticamente no meio da vesícula. Com isso vc sabe que tem mais ou menos 30 dias.
O vitelínico fica cada vez menor e o alantóide cada vez maior, comprimindo o vitelínico (desenho acima). 
Com 40 dias, o vitelínico desaparece. Vc só vê o saco alantóide, embrião flutuando e o vitelínico desapareceu. Quem vai começar a se formar a partir daqui: o cordão umbilical. 
Então com 40 dias desaparece o vitelínico, fica só o saco alantóide, o embrião fica lá em cima, todo grudadinho lá em cima e ai começa a formar o cordão umbilical. Com 45 dias o cordão umbilical está pronto.
Patologias do útero gestante
	São poucas patologias de útero gestantes que podemos ajudar com a imagem USG.
Morte embrionária
É uma das mais freqüentes. 
Com 24 dias vc tem que ver o coração batendo, porque mesmo que vc encontre uma imagem normal, compatível com a idade, se o coração não está batendo, morreu, e ai aquela vesícula vai começar a ser digerida.
A égua (a vaca também faz isso, mas na égua é mais evidente) tem a capacidade de absorver alguns embriões que morrem, isso é uma coisa importante pq quando vc faz o diagnostico precoce, com 12 dias, a vesícula com 12 dias tem no máx 1cm de diâmetro, então se houver morte embrionária ai, ela simplesmente absorve aquela vesícula e vc não vê nenhum sinal externo. Então fica difícil de identificar que houve algum problema com aquela gestação.
Ela pode absorver até 45 dias, só que com 45 dias, ela absorve uma parte e expulsa a outra e o que ela expulsa muitas vezes vc não vê. Então isso faz com que agente tenha muito cuidado nessa fase inicial em termos de acompanhamento.
Vc tem que avisar ao proprietário que o animal teve morte embrionária, avisar que tem que recomeçar o acompanhamento reprodutivo dela. 
O que vc pode encontrar em relação à morte embrionária:
- Vc pode primeiro encontrar a ausência de individuo. Ela absorveu tudo.
- Vc pode encontrar um quadro de uma vesícula que perdeu a forma, (a forma dela fica esquisita, forma estranha, ela está “murcha”). Isso se agente tivesse fazendo exame em tempo real, agente ia perceber que há ausência de batimento cardíaco.
Veríamos a ausência de batimento cardíaco e a vesícula que perdeu sua forma, perdeu liquido, e vc tem uma serie de outros sinais vc pode ter por exemplo, a vesícula fora do lugar, como assim: ela estava no corno direito, ai quando vc refez o exame vc encontrou ela no corpo ou no corno esquerdo, isso é outro indicio que o negocio está esquisito.
 
Algumas patologias do ovário que podem ser diagnosticadas pelo exame USG
Diagnostico USG das principais patologias do ovário
Folículo hemorrágico
Muito fácil de identificar a presença de folículo hemorrágico. 
O que é folículo hemorrágico:
O folículo tem uma taxa de crescimento. Ele tem que crescer e quando chega num determinado momento que ele está maduro, ele ovula. Em alguns casos vc pode ter uma falha de ovulação, ou seja, ele cresce, e na hora de ovular, a parede dele não se rompe, só que ele está cheio de sg porque tem a hiperemia de parede, ele fez a hiperemia mas essa parede não rompeu, então ele fica lotado de trabéculas. Ele fica grande e todo trabeculado com trabéculas hiperecóicas. 
Isso é uma patologia, mas agente caracteriza isso como uma ocorrência. Isso só vai levar a perda daquele cio, porque ela vai absorver o sg, vai luteinizar essa estrutura e depois vai lisar e vai dar cio de novo. E pode ser que nunca mais isso aconteça, então isso não é uma preocupação pra gente. Aconteceu naquele ciclo, vc perdeu, se vc inseminou, ela não pode emprenhar pq ela não ovulou, a única coisa que vc vai perder é tempo. Vc vai perder tempo que ela vai luteinizar essa estrutura, depois ela vai lisar, vai voltar a ciclar e pode ser que nunca mais faca.
	Imagem: folículo fica grande todo trabeculado. E quando vc coloca o transdutor em cima, normalmente ela sente, um pouco dolorida, bem característica. É só deixar quieto que se resolve.
Hematoma
É muito parecido com folículo hemorrágico. É uma disfunção ovulatória. É também ocorrência em disfunção ovulatória, é só dar um tempo pra ela que ela vai resolver isso. A diferença é que o hematoma é um pouco mais dolorido, e pode ficar um pouco maior. 
É só vc deixar quieto que ele se resolve sozinho. 
Ovários poli-foliculares
É outra alteração que podemos identificar facilmente. 
O que é isso: estamos acostumados a ver o ovário, que tem um folículo que é o dominante (é o folículo maior). A égua e a vaca são espécies uníparas, então ela não pode ter vários folículos grandes porque significa que ela vai ovular mais. Isso uma disfunção.
Vemos na imagem USG vários folículos grandes, todos com a mesma imagem, tamanhos variados, mas grandes. 
Não pode esquecer que isso é fisiológico na égua no período de transição, no período em que ela está saindodo inverno e entrando da primavera, isso é normal. Então eu posso encontrar os 2 ovários polifoliculares nessa fase, depois ela vai regularizar isso. 
Se for patológico tem que tratar com hormônio pra que isso regrida e vc sincroniza ela.
Degeneração macrocística
Não é freqüente. Ovário vai degenerando formando vários cistos no seu interior. Não é ovário policístico! Égua não tem cisto folicular. O cisto folicular é um quadro que não é degenerativo, e nesse caso da degeneração macrocística é um quadro degenerativo, não vemos mais o parênquima ovariano.
Tumores
É muito comum.
Tumores de células teca-granulosa
É um tumor benigno, normalmente unilateral, é um tumor que acomete as células teca e granulosa. Ele é caracterizado por áreas císticas intercaladas com áreas parenquimatosas. Se vc pegar uma fatia desse tumor, vai ver áreas císticas e áreas de parênquima. Vê áreas císticas e parenquimatosas.
A imagem dele é muito característica, mas vc nunca faz um diagnóstico fechado de tumor, só que faz o diagnostico definitivo de tumor é o histopatologista. Então vc sugere uma histopatologia, uma biopsia pra confirmar o diagnóstico. 
Uma coisa que ajuda muito a fechar o diagnóstico é que esse tumor é um tumor produtor de hormônio, então ele muda o comportamento da fêmea. Porque: é um tumor de células teca-granulosa, e a teca granulosa produz estrógeno, e em 95% dos casos o tumor é produtor de estrógeno, muito estrógeno, tanto que a fêmea que tem um tumor desse, apresentam ninfomania. O que é ninfomania: ela fica no cio direto. Então esse comportamento associado a imagem agente fecha rápido, mas temos que pedir uma biopsia para confirmar o diagnostico (ou parotomia onde vc manda o órgão para histopatologia).
Em 3% dos casos o tumor é produtor de andrógeno, ai a fêmea vai apresentar o que agente chama de virilismo. O virilismo é a fêmea com comportamento de macho. Ai vc vê a égua montando em outra égua. Sempre que égua monta em outra égua é tumor ou é cariótipo errado. A égua fica igual macho, fica como um rufião.
	Em 2% das éguas ele pode produzir progesterona e ai a fêmea fica em anestro direto (não cicla).
Diagnostico USG e manejo da gestação gemelar
Em equinos, a gestação gemelar é altamente indesejável, porque o tipo de placenta da égua não suporta uma dupla gestação. Então 90% dos casos vc vai ter problema. Que tipo de problema: 
- Na maioria das vezes ela aborta os 2 fetos com mais ou menos 7-9 meses de gestação
- Mumifica um feto e o outro nasce
- Um percentual baixíssimo nasce, e quando esse percentual nasce, são animais de CTI. Então se vc receber a ligação de receber de parto gemelar vc tem que correr pq eles nascem muito frágeis, vc tem que correr pra tentar alguma coisa. Então vc muitas vezes é obrigado a manejar essa gestação gemelar, que é tirar um dos embriões. Quanto mais precoce o diagnostico, menos traumático é. 
Tem veterinário que é processado quando o proprietário deixa isso acontecer, porque vc pode perder os fetos, os fetos e a égua, etc.
O que vc vai fazer: vc vai identificar a presença de 2 vesículas embrionárias. Nesses 3 casos, a única solução que vc tem é eliminar essa gestação, porque vc não consegue separar um deles pra tirar.
Como vc faz pra tirar: Vc faz compressão manual. Só que pra isso, tem que ser um separado do outro, senão vc aperta os 2. Vc faz um ansiolítico, uma prostaglantina, e estimula um novo cio.
Hoje, com a transferência de embrião, se vc vê que a fêmea fez dupla ovulação, vc coleta o embrião dela e transfere pras receptoras, então vc ganha às vezes 2 produtos da mesma fêmea.
Mas se vc deixa passar muito tempo, vc tem que eliminar um dos indivíduos por compressão manual. A fêmea não sente nada, mas é desagradável pra quem faz. As vezes é preferível fazer uma lavagem pra retirar os 2 embriões.
Punção folicular guiada por exame USG (OPU)
(ovum pick up)
Punção folicular guiada por ultrasson
Pra fazer punção folicular agente tem que trabalhar com um transdutor transvaginal. Olhando bem ele tem um buraquinho que agente chama de canal de biopsia, que é onde vc introduz a agulha, passando a agulha que perfura o folículo aspirando o líquido folicular.
Procedimento muito feito em bovino, mais do que em eqüino. Porque agente depende disso pra conseguir os oócitos, então obrigatoriamente vc tem que ter um transdutor desses.
Sexagem fetal:
Existem 2 técnicas de sexagem fetal. Uma delas avalia o tubérculo genital e a outra avalia as gônadas.
	Tubérculo genital/gônadas
A técnica do tubérculo genital pode ser realizada de 55-70 dias de gestação. Mas pra fazer essa técnica do tubérculo genital, essa fêmea tem que estar entre 55-70 dias de gestação, sendo o melhor momento com 60 dias de gestação.
Como faz essa técnica:
Primeiro vc tem que localizar pra qual lado que está a cabeça do feto e qual lado está a cauda do feto. Vc tem que pegar ele com barriga pra cima pra vc, não pode pegar de lado e não pode pegar de costas. É trabalhoso, porque vc tem que ir mexendo e estimulando a mudança de posição dele, se ele não estiver desse jeito. 
Uma vez que vc pegou ele de frente com barriga pra cima, vc sabe onde está a cabeça e onde está a cauda, vc vai localizar as 2 tuberosidades do osso coxal, é como se fosse 2 bolas hiperecóicas. Ai vc vai procurar o tubérculo que também é uma bolinha hiperecóica.
Se vc encontrar o tubérculo pra frente (mais próxima a região da cabeça) é macho, porque o tubérculo dá origem ao pênis.
Se vc encontrar o tubérculo mais pra trás, próximo a cauda, é fêmea, porque vai dar origem ao clitóris.
O exame em si é muito simples, o que complica é chegar à posição.
Na vaca e no bezerro é muito fácil de fazer. Então essa é a técnica mais usada pra bovino com índice altíssimo de acerto.
Em compensação o potro, é mais complicado, vc tem que fazer ele parar para vc ver, ele é muito agitado, antigamente gravava o exame. É uma técnica que por muito tempo as pessoas deixaram de fazer, porque é muito trabalhosa e ele não sossegava. 
Começou-se a fazer em eqüino, principalmente em eqüino, a avaliação das gônadas. Pode fazer com o bovino também, mas não tem muito sentido esperar o dobro (110 dias) de tempo para fazer o exame.
Avaliação pelas gônadas
Vc vai ter que encontrar as gônadas do feto: se for um macho, vc vai encontrar uma gônada que vai apresentar uma risca, uma linha que é identificada como mediastino testicular. A gônada hipoecóica, uma linha um pouco mais homogênea (não chega a ser hiperecóica). 
Se for uma fêmea, vc vai identificar a cortical e a medular, as 2 hipoecóicas. A inversão da medular e cortical só acontece mais tardiamente, então com a avaliação com 110 a 120 dias (110-120 dias) vc vai encontrar assim, medular por dentro e cortical por fora.

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