Grátis
14 pág.

Denunciar
2.5 de 5 estrelas









2 avaliações
Enviado por
Francine Schiffler
2.5 de 5 estrelas









2 avaliações
Enviado por
Francine Schiffler
Pré-visualização | Página 2 de 3
através da qual podem passar ( = ser transportadas) moléculas específi cas (veja as aulas de Transporte, 9 a 12). Figura 8.7: Duas maneiras de representar a alfa-hélice do segmento transmembrana das proteínas. Aula_08.indd 106 17/6/2004, 12:01:59 CEDERJ 107 A U LA 8 M Ó D U LO 2 NEM TODAS AS PROTEÍNAS ATRAVESSAM A BICAMADA FORMANDO UMA HÉLICE Mais raramente, as cadeias polipeptídicas não se enrolam em alfa-hélice, mas adquirem uma conformação em fi ta beta-pregueada, curvando-se em idas e vindas através da bicamada e originando uma estrutura em canal relativamente rígida chamada beta-barril.aa As porinas são proteínas que possuem essa conformação e são encontradas na membrana externa das mitocôndrias e de algumas bactérias, sendo responsáveis pela passagem de pequenas moléculas nutrientes e íons (Figura 8.8). Além de serem relativamente pouco seletivos, esses poros são muito menos versáteis do que as composições possíveis com as proteínas em alfa-hélice. Figura 8.9: (A) Proteínas se associam formando um complexo em que todas as subunidades são iguais. (B) O receptor de acetilcolina é um complexo protéico em que as subunidades não são iguais. Figura 8.8: (A) conformação em beta-barril. As cadeias de aminoácidos formam fi tas relativamente rígidas; (B) porinas, formando canais na membrana de bactérias. AS PROTEÍNAS SE ASSOCIAM EM COMPLEXOS PROTÉICOS Além de criarem um ambiente hidrofílico através das proteínas multipasso, muitas proteínas ainda formam complexos na membrana. Algumas vezes, todas as proteínas componentes do complexo são iguais (Figura 8.9A). Outros complexos são formados por proteínas diferentesAA (Figura 8.9B). Esses complexos protéicos também formam uma área hidrofílica pela qual podem passar moléculas como íons ou açúcares, que normalmente são barrados pela bicamada lipídica. A B A B Aula_08.indd 107 17/6/2004, 12:02:03 Biologia Celular I | Proteínas de membrana CEDERJ108 Célula de camundongo Proteína de membrana FUSÃO Célula humana HETEROCÁRION Anticorpos antiproteína de camundongos marcados de fluoresceína Anticorpos antiproteína humana marcados com rodamina INCUBAÇÃO A 37°C, 40 MIN Assim como os lipídeos, as proteínas de membrana também são capazes de girar em torno de seu próprio eixo (rotação) e de deslocar-se no plano da membrana (difusão lateral). Oll fl ip-fl op de proteínas não ocorre nunca. A comprovação dos movimentos laterais foi obtida em 1970 por Frye e Edidin em experimentos com heterocárions (uma célula híbrida com dois núcleos diferentes). Eles fabricaram anticorpos que reconheciam as proteínas da superfície de células de camundongo e marcaram esses anticorpos com fl uorocromo verde. Também fabricaram anticorpos que só reconheciam as proteínas da superfície de células humanas e os marcaram com fl uorocromo vermelho. Depois fi zeram um experimento em que fundiam uma célula de camundongo com uma célula humana. Isso não acontece espontaneamente e é difícil conseguir. Hoje já se conhecem substâncias que induzem a fusão de células diferentes e isso é usado na produção de anticorpos monoclonais (veja Aula 4(( ). No tempo de Frye e Edidin, só se podia fazer fusão entre células diferentes com a ajuda de vírus, e foi o que eles fi zeram, obtendo um heterocárion. Depois incubaram o heterocárion com os anticorpos, a baixa temperatura, e olharam no microscópio de fl uorescência. Ele tinha metade da membrana fluorescendo em verde e metade em vermelho, correspondendo às proteínas de membrana que vieram das células de camundongo e humana, respectivamente. Resolveram colocar o heterocárion já marcado com os anticorpos na temperatura fi siológica por alguns minutos e olharam de novo: as fl uorescências tinham se misturado completamente, não sendo mais possível distinguir verde e vermelho. Assim, fi cou demonstrado que as proteínas podem se mover no plano da membrana plasmática e que a membrana é fl uida (Figura 8.10). Figura 8.10: Esquema do experimento que comprovou a fl uidez da membrana. Aula_08.indd 108 17/6/2004, 12:02:15 CEDERJ 109 A U LA 8 M Ó D U LO 2 Figura 8.11: Mecanismos de restrição à mobilidade lateral das proteínas de membrana: (A) formação de agregados, (B) associação a elementos do meio extracelular, (C) associação a elementos do citoesqueleto e (D) formação de complexos de interação entre as proteínas de duas células. ( ) (D)A B C D MECANISMOS DE RESTRIÇÃO À MOBILIDADE DAS PROTEÍNAS: BARREIRAS E DOMÍNIOS Tem sido observado que muitas proteínas não se difundem livremente no plano da membrana. A membrana plasmática se divide em várias áreas, chamadas domínios, entre as quais podem existir barreiras. Essa restrição é interessante por vários motivos: algumas células, como as do epitélio intestinal, possuem, na superfície voltada para a luz do órgão, proteínas que garantem a absorção dos nutrientes num só sentido; outras, como os espermatozóides, possuem proteínas específi cas na região da cabeça (que fará contato com o óvulo) que não estão presentes na cauda e vice-versa. Os mecanismos básicos que restringem a mobilidade das proteínas no plano da membrana são: 1. Formação de complexos: várias proteínas se associam formando complexos. Esses complexos protéicos só podem se deslocar como um todo. Alguns complexos são formados por diferentes proteínas, enquanto outros resultam do agrupamento de proteínas semelhantes (Figura 8.11A(( ). AA 2. Associação ao citoesqueleto ou à matriz extracelular: algumas proteínas têm sua mobilidade lateral limitada por estarem associadas a macromoléculas do meio extra ou intracelular como elementos da matriz extracelular e do citoesqueleto, respectivamente (Figura 8.11B,C). 3. Ligação entre proteínas: as proteínas de duas células adjacentes podem ligar-se, limitando assim a mobilidade de ambas. A adesão entre células ou entre uma célula e o substrato, por exemplo, é formada pela união dos complexos protéicos das duas células vizinhas ou de uma célula e uma molécula do meio extracelular (veja aula de Junções Celulares) (Figura 8.11D). Aula_08.indd 109 17/6/2004, 12:02:17 Biologia Celular I | Proteínas de membrana CEDERJ110 FORMAÇÃO DE BARREIRAS Alguns domínios são conseqüência da existência de barreiras. As barreiras são formadas por arranjos de proteínas que impedem a livre difusão de outras proteínas ou lipídeos entre elas. As proteínas se difundem livremente dentro de um determinado domínio; entretanto, não passam aos domínios vizinhos por não serem capazes de cruzar as barreiras. As junções entre células que formam epitélios (Figura 8.12) constituem barreiras. As proteínas existentes no corpo celular do espermatozóide também não são encontradas no fl agelo deste pela existência de uma barreira que restringe sua mobilidade e divide esses dois domínios (Figura 8.13). Domínio basolateral Domínio basolateral Domínio apical Lâmina basal Proteína B Junção ocludente çç Figura 8.12: Em células epiteliais, as junções ocludentes (tight junctions) formam barreiras transmembrana que limitam o movimento da proteína A, que fi ca restrita ao domínio apical, e da proteína B, que fi ca restrita ao domínio basolateral. Domínio da cabeça Domínio da cauda Barreira Figura 8.13: A membrana do espermatozóide possui três domínios: dois na cabeça e um na cauda. Proteína A Aula_08.indd 110 17/6/2004, 12:02:28 CEDERJ 111 A U LA 8 M Ó D U LO 2 glicolipídio glicoproteína transmembrana glicoproteína periférica proteoglicana transmembrana