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LUCIELE BRAGA - ODONTOLOGIA A percepção dolorosa resulta de uma interação complexa entre fatores cognitivos, emocionais e sociais que afetam tanto a forma como o estímulo doloroso é reconhecido e interpretado no cérebro, quanto a maneira pela qual a dor é exteriorizada pelo indivíduo. Os agentes que atuam sobre o organismo produzindo estímulos dolorosos interferem com os mecanismos de regulação da homeostase, levando ao estresse que provoca tanto reações biológicas quanto psicológicas. Esse estresse ativa programas neurais e hormonais, bem como desencadeia atividades comportamentais, visando restabelecer a homeostase. As reações mentais e emocionais aos estímulos dolorosos são processos psicológicos importantes que contribuem para a modulação da dor. O medo e a ansiedade associados ao tratamento odontológico, por exemplo, podem contribuir de forma importante para o desencadeamento de reações dolorosas, mesmo na ausência de estímulos intensos, durante as consultas com o dentista. As intervenções não farmacológicas para o alívio da dor constituem estratégias não invasivas, que complementam a ação dos medicamentos analgésicos e anestésicos, visando proporcionar maior conforto aos pacientes pediátricos. Tais intervenções são utilizadas por profissionais de saúde adequadamente preparados para lidar com a dor, mas também podem ser usadas pelos pais e pessoas próximas à criança, visando minimizar seu sofrimento. Entre as ações dessa natureza praticadas por leigos, incluem-se: colocar a criança no colo, entretê-la com brinquedos e livros e passar mais tempo do que de costume fazendo-lhe companhia. TERAPIAS COGNITIVAS DISTRAÇÃO O uso da distração baseia-se na ideia de que pode ser proporcionado ao paciente um meio para lidar com experiências potencialmente desagradáveis, através do direcionamento da sua atenção para outro tipo de estímulo. A técnica da distração é uma maneira eficaz, amplamente conhecida, de lidar com a dor. A eficácia dessa técnica se deve tanto à sensação agradável produzida pela própria distração quanto pela expectativa por bons resultados ao sugerir previamente ao paciente LUCIELE BRAGA - ODONTOLOGIA que o meio de distração empregado contribuirá para produzir sensações agradáveis. Psicologicamente, a distração modifica a percepção da dor, alterando as respostas nociceptivas. RELAXAMENTO O relaxamento é uma técnica alternativa para o método de distração. Maneiras simples de relaxamento podem ser aplicadas à dor aguda, visando o redirecionamento da atenção da criança e a redução da ansiedade. As técnicas de relaxamento tendem a reduzir a tensão muscular que agrava a experiência dolorosa. Em adolescentes, é muito comum estimular o relaxamento através da diminuição da frequência da respiração e emprego de estímulos sensoriais agradáveis como: sons de oceano e chuva, imagens visuais serenas e outros. A realização de exercícios respiratórios na criança também é considerada uma estratégia de desvio da atenção, em que a criança inspira e solta o ar lentamente produzindo um som. TÉCNICAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS MODELAGEM É definida por um processo que desenvolve o comportamento muito lentamente pelo reforço de comportamentos positivos em sucessivas aproximações, até que o comportamento desejado seja alcançado. Preferencialmente, essa estratégia deve ser utilizada previamente às primeiras experiências dolorosas para que seja possível à criança aprender como se comportar com base em exemplos de outras crianças. Isso pode ser feito ao vivo, presenciando uma outra criança colaboradora sendo atendida pelo seu dentista ou através de vídeos. CONTROLE DA SITUAÇÃO Quando a criança adquire algum controle da situação que lhe parece assustadora, ela consegue controlar melhor seus sentimentos e, consequentemente, tem reduzida a percepção da dor experimentada. Por esse motivo, é bastante útil um “sinal de parada”, antes do início do procedimento, que pode ser, por exemplo, o braço esquerdo estendido. Qualquer que seja o “sinal de parada” acordado com o paciente, é importante que o dentista responda a esse rapidamente, para garantir que a confiança do paciente seja mantida.
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