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Eletiva - Apostila (83)

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professor: Dr. Flávio Tartuce
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL
Capítulo 6 Aula 6
FIANÇA E MANDATO
Coordenação: Dr. Flávio Tartuce
01
Da Fiança
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
www.r2direito.com.br
A fiança (ou caução fidejussória) é a promessa feita por uma ou mais pessoas, de garantir ou satisfazer a 
obrigação de um devedor, se este não a cumprir, assegurando ao credor o seu efetivo cumprimento (art. 818 
do nCC). O contrato de fiança é contrato entre fiador e credor. 
A fiança constitui contrato "sui generis", especial, diante da sua natureza jurídica especial, o que faz com que 
a fiança tenha características próprias, não encontradas em qualquer outro negócio, a saber: 
- Contrato Acessório: não existe fiança sem um contrato, onde se encontra a obrigação que está sendo 
garantida pela fiança. 
- A fiança pode ser total ou parcial, inclusive de valor inferior da obrigação principal. No entanto, nunca 
poderá ser superior ao valor do débito principal, nem ser mais onerosa do que ele, sob pena de ser reduzida 
ao nível da dívida afiançada (art. 823 do nCC).
- Contrato Unilateral: gera obrigação apenas para o fiador que se obriga para com o credor. 
- Contrato Gratuito: como regra, o fiador não recebe remuneração. No entanto, nada obsta que se pactue 
certa remuneração, como ocorre na fiança bancária. 
- Contrato que exige a forma escrita a forma da fiança é obrigatoriamente escrita (art. 819 do nCC). 
- A fiança não admite interpretação extensiva. A fiança sempre será interpretada restritivamente, isto porque 
é contrato benéfico (art. 819 do nCC). Não se estende além do tempo convencionado para prorrogar-se a 
fiança, caso o contrato se prorrogue, precisa disposição expressa a esse respeito. De Cesaris já dizia: "a 
fiança não se estende de uma coisa para outra, de uma pessoa para outra, de um tempo para outro
(in Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, Volume 3. São Paulo: Editora Saraiva, 2002).
Não se pode esquecer do benefício de ordem que é o direito assegurado ao fiador de exigir do credor que 
acione, em primeiro lugar, o devedor principal, isto é, que os bens do devedor principal sejam executados 
antes dos seus (art. 827 do nCC). Não pode o fiador socorrer-se deste benefício se renunciou o benefício, ou 
se obrigou como principal pagador (ou devedor solidário), ou se o devedor for insolvente ou falido, 
conforme previsto no art. 828 nCC. 
Havendo mais de um fiador garantindo a mesma obrigação, estes são solidários entre si, aplicando-se-lhes 
as regras das obrigações solidárias. Todavia, podem os fiadores, entre si, prever expressamente no contrato 
de fiança, que se utilizarão do benefício de divisão, isto é, de que a obrigação entre eles seja divisível. Assim, 
cada fiador só responderá pela parte que, em proporção, lhe couber no pagamento (art. 829 e Parágrafo
Único, nCC).
"
Aula 6
02
O fiador que pagar integralmente a dívida, ficará sub-rogado nos direitos do credor, mas só poderá 
demandar a cada um dos outros fiadores pela respectiva cota (art. 831 do nCC). 
Os herdeiros do fiador respondem quanto às obrigações assumidas pelo "de cujus" em razão de fiança. Mas 
a responsabilidade da fiança não pode ultrapassar as forças da herança e se limitará até a data da morte do 
fiador (art. 836 do nCC). Entretanto, a condição de fiador não se transmite. 
2) Mandato (arts. 653 a 709 Cc)
O mandato é um contrato pelo qual alguém (mandatário) recebe de outro (mandante) poderes para, em seu 
nome (dele), praticar atos ou administrar interesses (art. 653 do nCC). São suas principais características: 
- Contrato Bilateral ou sinalagmático: contrato porque são necessárias duas vontades: além do mandante, o 
mandatário deve aceitar o mandato, embora este, como regra, não assine o instrumento. A aceitação pode 
ser expressa ou tácita. 
- Gratuito ou Remunerado (oneroso) o mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada 
retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão 
lucrativa. Justamente por presumir-se gratuito, alguns autores o denominam contrato bilateral imperfeito. 
- Intuitu personae é celebrado em consideração à idoneidade técnica e moral do mandatário, 
predominando a mútua confiança dos contratantes. Traz a idéia de representatividade. 
- Forma Livre: não exige forma especial, podendo ser até verbal: o mandato pode ser expresso ou tácito, 
verbal ou por escrito. É um contrato consensual (depende só da vontade das partes) e não formal (não tem 
forma prevista em lei). Entretanto, é inadmissível o mandato verbal para os atos que exigem instrumento 
público ou particular (art. 657 do nCC). 
O mandato, que é caracterizado pela idéia de representação, pode ser: legal, judicial ou convencional ("ad 
judicia" ou "ad negotia").
- Mandato legal
O mandato legal é o que decorre da lei e dispensa qualquer instrumento. São exemplos, o mandato que os 
pais têm para representar os filhos menores e administrar-lhes seus negócios, bem como o dos tutores e 
curadores em relação aos tutelados e curatelados. 
- Mandato judicial
O mandato judicial é o conferido em virtude de um processo judicial, sendo o mandatário nomeado pela 
autoridade judicial, como o inventariante (representa o espólio), o síndico (representa a massa falida) e o 
comissário (representa o estabelecimento em concordata).
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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03
- Mandato convencional
O mandato convencional decorre de contratos entre as partes, dos quais cuidaremos mais adiante, sendo 
que o "ad judicia" é conferido a advogado, e o "ad negotia" é conferido a qualquer pessoa, com 16 anos ou 
mais, para administrar interesses.
São também outras classificações importantes do mandato: 
1 - Quanto às relações entre mandante e mandatário.
- Oneroso, se a atividade do mandatário é remunerada.
- Gratuito: sem remuneração.
2 - Quanto à pessoa do procurador
- Singular ou simples: apenas um mandatário.
- Plural: vários procuradores ou mandatários, podendo assumir as seguintes formas:
a) conjunto - se os mandatários não puderem agir separadamente;
b) solidário - se puderem agir os mandatários isoladamente, independentemente da ordem de nomeação;
c) fracionário - se a ação de cada mandatário estiver delimitada, devendo cada qual agir em seu setor,
d) substitutivo ou sucessivo - se um puder agir na falta do outro pela ordem de nomeação.
3 - Quanto ao modo de manifestação de vontade
- Expresso: procuração com poderes especiais.
- Tácito: a aceitação do encargo se der por atos que se presumem.
4 - Quanto à forma de celebração;
- Verbal: é permitido em todos os casos onde não exija a forma escrita; pode ser provado por testemunhas.
- Escrito: se feito por escrito, por instrumento particular (procuração simples para valer perante terceiros é 
necessário reconhecimento de firma) ou por instrumento público (procuração feita em cartório).
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizaçõespatrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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5 - Quanto ao objeto;
- Empresarial (comercial ou mercantil): se o mandatário tiver de praticar atos de comércio (geralmente 
oneroso).
- Civil: as obrigações do procurador não constituem na prática ou administração de interesses mercantis.
6 - Quanto ao fim;
- "Ad Negotia": ou extrajudicial, se a ação do mandatário se der fora do âmbito judicial.
- "Ad Judicia" mandatário (sempre advogado) age em juízo em nome do constituinte, sempre sendo 
oneroso. 
Quanto ao substabelecimento, lembramos que substabelecer uma procuração significa conferir a terceira 
pessoa os poderes que o mandatário recebeu do mandante. O substabelecimento pode ser feito por 
instrumento particular, ainda que o mandatário tenha recebido os poderes por procuração pública, mas 
desde que a lei não exija instrumento público. Quanto ao substabelecimento, o mandatário pode:
a) Ter poderes para substabelecer - o substabelecimento é válido e o substabelecido responde pessoalmente 
perante o mandante, como seu procurador. Neste caso haverá responsabilidade do mandatário que 
substabelece, só se o substabelecido for notoriamente incapaz ou insolvente.
b) Não ter poderes para substabelecer - o substabelecimento é válido, mas o mandatário continua 
responsável por qualquer prejuízo causado por culpa do substabelecido.
c) Estar proibido de substabelecer - o substabelecimento também é válido, sendo que o mandatário 
responde perante o mandante por qualquer prejuízo que aquele lhe causar, mesmo que seja por caso 
fortuito, salvo provando que o fato teria ocorrido ainda que não tivesse havido o substabelecimento.
O substabelecimento, quanto à extensão, pode ser assim classificado:
- Sem reserva de poderes, o procurador (substabelecente) transfere os poderes ao substabelecido (esse passa 
a ser o único procurador), definitivamente, renunciando ao mandato. 
- Com reserva de poderes, o procurador (substabelecente) outorga poderes ao substabelecido, sem perdê-
los; qualquer um dos dois pode exercer os poderes.

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