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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO BRENDHA DE SOUZA DA COSTA EDIVÂNIA ALVES REBECA SILVESTRE JULYA PARDINHO RELAÇÃO ENTRE O DIABETES MELLITUS E A SÍNDROME METABÓLICA VITÓRIA 2021 BRENDHA DE SOUZA DA COSTA EDIVÂNIA ALVES REBECA SILVESTRE JULYA PARDINHO RELAÇÃO ENTRE O DIABETES MELLITUS E A SÍNDROME METABÓLICA Trabalho apresentado ao Centro Universitário Salesiano - UniSales, como requisito obrigatório para a conclusão do desafio de Projeto Integrador. Orientador: Prof. Gabriela Modenesi Sirtoli. VITÓRIA 2021 DESCRIÇÃO DO PROJETO O presente trabalho teve como título “Relação entre o Diabetes Melittus e a Síndrome Metabólica”, ainda, foi categorizado como um Projeto Integrador de Extensão - Profissional e Comunidade, constituindo-se através de pesquisas sobre o tema abordado e por entrevistas realizadas com pacientes residentes da grande Vitória. O crescimento dos casos de DM e SM estão correlacionados ao sedentarismo e, também, a maior expectativa de vida proporcionada pelo uso regular dos fármacos. Assim, propôs-se que entrevistas fossem realizadas com indivíduos a fim de identificar e orientar acerca das manifestações clínicas do DM associada a SM. Desse modo, juntamente com alunos do 7º período em Farmácia, o projeto impactou 41 voluntários, sendo que 4 foram abordados diretamente por este grupo através da aferição da pressão arterial, medidas da glicemia capilar, da circunferência abdominal, do peso, do IMC, questionando se possuía alguma doença crônica, se faziam uso de medicamentos e quais eram os fármacos de escolha. Duas pacientes, mesmo diagnosticadas e fazendo uso regular da terapia medicamentosa, apresentaram pressão arterial e valor de glicemia elevados, ainda, a maioria delas apresentou dados que indicavam a presença da SM, porém não sabiam a respeito. Com os resultados obtidos, foi orientado que as pacientes retornassem ao médico de referência informando que a entrevista sugeriu a presença de SM e que o tratamento está se mostrando ineficaz no controle das doenças crônicas. Palavras-chave: diabetes, síndrome metabólica, doenças crônicas, estilo de vida, projeto integrador. 4 RELAÇÃO ENTRE O DIABETES MELLITUS E A SÍNDROME METABÓLICA Brendha de Souza da Costa1, Edivânia Alves2, Julya Pardinho3, Rebeca Silveira4 Gabriela Modenesi Sirtoli5 1. INTRODUÇÃO Atualmente o Diabetes Mellitus (DM) é considerado um problema de saúde mundial, devido ao fato de atingir diversas pessoas e faixas etárias. O aumento dessa doença está associada a diversos fatores, como urbanização, a transição nutricional, o estilo de vida, o sedentarismo, o excesso de peso e o envelhecimento populacional. O DM é caracterizado como um distúrbio metabólico, isto ocorre pela deficiência na produção de insulina, na sua ação, ou em ambos mecanismos. A hiperglicemia persistente está associada as complicações crônicas micro e macrovasculares, ao aumento da morbidade, a redução da qualidade de vida e a elevação de mortalidade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, p. 18, 2019). Para a American Diabetes Association (2012), o diabetes é uma doença crônica que vem ganhando destaque no cenário mundial devido as suas complicações e elevada taxa de mortalidade. Ainda, a doença é considerada como silenciosa em virtude da sua falta de manifestação, por isso, o indivíduo continua levando sua vida com maus hábitos o que agrava o quadro da doença e contribui no surgimento das complicações, se tornando um problema de saúde pública. O DM está relacionada com diversas comorbidades e patologias uma delas é a Síndrome Metabólica (SM), que é classificada como um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados a deposição de gordura, a resistência à insulina e ao excesso de peso (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005). Existe vários parâmetros avaliativos para definir a presença de SM no organismo, no Brasil eles são propostos pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Sendo assim, os critérios utilizados no diagnóstico desta patologia são a obesidade central, a hipertensão arterial, a resistência à insulina, a lipoproteína de alta intensidade (HDL) abaixo do nível ideal e os triglicerídeos elevados. Deste modo, o estilo de vida do indivíduo interfere diretamente nesses 1 Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário Salesiano (Unisales) de Vitória. E-mail: brendha.costa@souunisales.com.br 2 Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário Salesiano (Unisales) de Vitória. E-mail: edivania.asg@hotmail.com 3 Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário Salesiano (Unisales) de Vitória. E-mail: rebecasilvestre.15@gmail.com 4 Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário Salesiano (Unisales) de Vitória. E-mail: julyapardinho2002@gmail.com 5 Farmacêutica Bioquímica pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Doutora em Fisiologia pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF)/ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E-mail: gsirtoli@salesiano.br fatores, uma vez que uma alimentação inadequada e o sedentarismo resultam no acúmulo de tecido adiposo e na progressão da obesidade (ANDRADE, 2020, p.2). É fundamental atuar de forma preventiva no controle dessas doenças, conscientizando a população sobre a importancia dos bons hábitos alimentares e a prática de atividade física, desta forma reduzindo a taxa de morbidade, aumentando a qualidade de vida desses indivíduos e dando suporte necessário aos desfavorecidos socioeconomicamente para uma vida mais saudável e ativa. Por isso, o presente artigo objetivou compreender a atuação de profissionais da saúde no âmbito do cuidado ao paciente com DM associada a SM, orientar os entrevistados sobre a demanda de escolha para a confecção projeto de extensão e, ainda, capacitar os graduandos a realizar e analisar testes de glicemia, aferição de pressão, medidas de circunferencia abdominal e peso de pacientes. 2. METODOLOGIA DA PESQUISA Entre os dias 15 e 16 de maio de 2021, graduandas dos 3º e 7º períodos do curso de farmácia entrevistaram 4 pacientes. A abordagem foi realizada por meio da aferição da pressão arterial, da medição da glicemia capilar, da medida da circunferência abdominal, pesagem, medida de altura e cálculo do IMC. Além disso, questionamentos sobre a terapia medicamentosa recomendada pelo médico de referência e seguida pelas pacientes. Para obter os resultados, foi necessária a utilização de aparelhos de pressão arterial digitais, glicosímetro, fita métrica, balança, calculadora e uma ficha de protocolo farmacoterapêutico. O encontro foi realizado na grande Vitória com indivíduos de próximo convívio, ou seja, tios, avós, pais ou irmãos que podiam ou não possuir doenças crônicas pré-estabelecidas. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Através da metodologia supracitada, foi possível obter das pacientes entrevistadas os resultados demonstrados no quadro 01. Quadro 01 – Dados coletados na entrevista aos pacientes. Paciente Circunf. Abdominal (cm) Glicemia (mg/dL) Pressão arterial (mmHg) Peso (kg) Altura (m) Idade IMC (kg/m2) 01 87 112 130/80 80,7 1,62 48 30,07 02 - 346 175/10 84 1,57 53 34,07 03 95 238 176/70 55 1,52 68 23,81 04 97 112 143/83 76 1,57 40 30,8 Fonte – arquivo próprio. Verificou-se que a maioria das entrevistadas possuía alguma doença crônica estabelecida, tais como a hipertensão arterial e diabetes. Ainda, todas apresentavam o uso de um ou mais medicamentos para manutenção da boa condição da saúde. Por meio das entrevistas, também pode-se sugerir que das quatro pessoas interrogadas três manifestavam síndrome metabólica sem ter conhecimento disso. Através dosprocedimentos realizados foi possível identificar o elevado nível glicêmico na paciente 02, que relatou ter sido apenas diagnosticada como pré-diabética, quando na realidade, de acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019), o nível considerado positivo para diabetes é ≥ 200 mg/dL. Ou seja, a paciente já era acometida pela doença e não tinha conhecimento. Ainda, o elevado nível da pressão arterial aferida indicou que ela não se estabilizava mesmo com o uso regular de medicamentos. A entrevistada 03 também apontou níveis glicêmicos e de pressão arterial elevados mesmo seguindo o tratamento farmacológico para diabetes e hipertensão. Por isso, foi indicado que as pacientes retornassem ao médico de referência expondo que passaram por uma entrevista que indicou níveis glicêmicos e de pressão arterial elevados, mesmo com o uso regular de medicamentos. Para McLellan (2007) o DM Tipo 2 e a SM favorecem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e tem como fator primordial a resistência insulínica e a deposição central de gordura, respectivamente. O aparecimento de tais doenças cria no indivíduo a necessidade de uma mudança no estilo de vida, para tal faz-se, usualmente, o tratamento medicamentoso. Sabe-se que a administração desses fármacos gera maior cuidado a saúde, melhoria na qualidade e expectativa de vida. Porém, em concordância com Neto, et al (2011), o uso indiscriminado de medicamentos pode ser nocivo à saúde. Nesse interim, procedimentos como os realizados pelas graduandas dos 3° e 7° período em farmácia são necessários, visto que devido à simplicidade dos sintomas manifestados, as doenças não são detectadas pelo indivíduo, levando ao retardo no diagnóstico, acarretando a ausência de tratamento, falta de educação alimentar e física, bem como complicações devido ao agravamento da doença (BARBOSA; CAMBOIM, 2016). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O desafio do Projeto Integrador de Extensão, que teve como título “Relação entre o Diabetes Mellitus e a Síndrome Metabólica”, foi de grande aprendizado e aproveitamento, uma vez que tivemos a oportunidade de dividir experiências com os graduandos do 7º período em Farmácia, onde iniciamos um projeto que buscava gerar o conhecimento do papel dos farmacêuticos e biomédicos no cuidado de pacientes com DM associada a SM. Através do projeto pacientes que tinham um diagnóstico de pré-diabético, passaram a ter conhecimento que o estado de saúde estava mais avançado, ou seja, já estavam desenvolvendo um quadro de DM. Pois, em concordância com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) que considera-se diabético o indivíduo que apresenta dosagem ≥ 200 mg/dL de glicose no sangue. A partir disso, pudemos orientá-las a procurar novamente o médico de referência para, assim, obter tratamento e acompanhamento adequados. Reitera-se que os indivíduos acometidos por essa comorbidade conseguem levar uma vida normal quando a descobrem precocemente, uma vez que assim pode-se prevenir as complicações dessa doença através de uma alimentação saudável, da atividade física regular e da manutenção de um peso corporal normal, já que o uso de fármacos não é pertinente sem mudanças no estilo de vida do paciente. Portanto, a execução desse projeto se mostrou essencial para os granduandos em fármacia, uma vez que tornou possível a realização de testes de glicemia, aferição de pressão arterial, medida da circunferência abominal, pesagem e IMC, a fim de identificar, bem como prestar esclarecimentos e instruções sobre os sinais e sintomas manifestados pela comorbidade aos indivíduos impactados pelo projeto. REFERÊNCIAS American Diabetes Association [ADA]. (2012). Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care, 35(1), S64-S71. BARBOSA, Silvânia Araujo; CAMBOIM, Francisca Elidivânia de Farias. Diabetes mellitus: cuidados de enfermagem para controle e prevenção de complicações.João pessoa: Temas em Saúde, 2016. 405 p. BRASIL. DIRETRIZES SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. – Princípios básicos: avaliação, diagnóstico e metas de tratamento do diabetes mellitus. Brasilia: Clanadd, 2019. 491 p. CARDIOLOGIA, Sociedade Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. 84. ed. Rio de Janeiro: Arquivos Brasileiro de Cardiologia, 2005. 27 p. COSTA, Ana Cristina de Oliveira; DUARTE, Yeda Aparecida de Oliveira; ANDRADE, Fabíola Bof de. Síndrome metabólica: inatividade física e desigualdades socioeconômicas entre idosos brasileiros não institucionalizados. Belo Horizonte: Revista Brasileira de Epidemiologia, 2020. 16 p. MCLELLAN, Kátia Cristina Portero; et al. Diabetes Mellitus do tipo 2, síndrome metabólica e modificação no estilo de vida. Rev. Nutr. 20 (5). Out 2007. NETO, José Antônio Chehuen; et al. Consumo crônico de medicamentos pela população de Juiz de Fora/MG. Juiz de Fora: Revista Médica de Minas Gerais, 2011. Vol 21.5.
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