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* * * Promoção da Saúde no Brasil Paulo Marchiori Buss Presidente da Fiocruz Conferência apresentada ao I Seminário Brasileiro de Efetividade da Promoção da Saúde Rio de Janeiro, 10 de maio de 2005 * * * SAÚDE: “COMPLETO ESTADO DE BEM – ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIAL E NÃO APENAS AUSÊNCIA DE DOENÇAS” (OMS, 1949). DÉCADA DE 1950 PRIORIZAÇÃO EXCESSIVA DA MEDICALIZAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA, EM DETRIMENTO DA PREVENÇÃO E DO CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE. * * * PROMOÇÃO DA SAÚDE OS ÚLTIMOS 35 ANOS (1970 – 2005) - I Década de 70 – Crise dos sistemas de saúde: Ineficácia, ineficiência, iniqüidades e crise de credibilidade, face à transição demográfico-epidemiológica: envelhecimento e mudança nos padrões nosológicos, medicalização, desenvolvimento tecnológico e explosão de custos e gastos. Novas concepções do processo saúde-doença-cuidado, mais globalizantes, articulando saúde e qualidade de vida. Informe Lalonde (1974) – CAMPO DA SAÚDE: Biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e organização da atenção à saúde. “Até agora, quase todos os esforços da sociedade canadense destinado a melhorar a saúde, assim como os gastos setoriais diretos, concentraram-se na assistência médica. Entretanto, as causas principais de adoecimento e morte têm origem nos outros três componentes do conceito” (A New Perspective on the Health of Canadians). * * * PROMOÇÃO DA SAÚDE OS ÚLTIMOS 35 ANOS (1970 – 2005) - II Saúde para Todos no Ano 2.000 (1977) – 30a. Assembléia Mundial de Saúde Conferência - Internacional sobre Atenção Primária de Saúde (1978) – Declaração de Alma Ata (URSS) Oito elementos essenciais para alcançar saúde para todos: educação dos problemas de saúde prevalentes; prevenção e controle. promoção do suprimento de alimentos e nutrição adequada. abastecimento de água e saneamento básico apropriados. atenção materno-infantil, incluindo o planejamento familiar. imunizações contra as principais doenças infecciosas. prevenção e controle de doenças endêmicas. tratamento apropriado das doenças comuns e dos acidentes. distribuição de medicamentos básicos. * * * PROMOÇÃO DA SAÚDE OS ÚLTIMOS 35 ANOS (1970 – 2005) - III 1986 – Carta de Ottawa sobre Promoção da Saúde I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Canadá) 1988 – Declaração de Adelaide sobre Políticas Públicas Saudáveis II Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Austrália) 1991 – Declaração de Sundsval sobre Ambientes Favoráveis a Saúde Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Suécia) 1993 – Carta do Caribe para a Promoção da Saúde I Conferência de Promoção da Saúde do Caribe (Trinidad y Tobago) 1997 – Declaração de Jacarta sobre Promoção da Saúde no Século XXI em diante – IV Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (Jacarta) 2000 – V Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (México) * * * PROMOÇÃO DA SAÚDE OS ÚLTIMOS 35 ANOS (1970 – 2005) - IV A ONU “PREPARA” O MUNDO PARA O SÉCULO XXI 1990 – Cúpula Mundial da ONU sobre a Criança (Nova York) 1992 – Conferência da ONU sobre Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) 1993 – Conferência da ONU sobre os Direitos Humanos (Viena) 1994 – Conferência da ONU sobre Populações e Desenvolvimento (Cairo) 1995 – Conferência da ONU sobre a Mulher (Pequim) 1995 – Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Social (Copenhague) 1996 – Conferência da ONU sobre Assentamentos Humanos (Habitat II) (Istambul) 1996 – Cúpula Mundial da ONU sobre Alimentação (Roma) 2004 – Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ONU- Nova York) * * * PROMOÇÃO DA SAÚDE MARCOS HISTÓRICOS NO BRASIL - I Década de 70 Crítica ao modelo assistencial vigente, centrado exclusivamente na assistência médica e no hospital Medicina Social e a emergência das ciências sociais na análise dos problemas e das intervenções em saúde “O Dilema Preventivista” (Sérgio Arouca, 1975) Os Projetos Comunitários e a atenção primária (Montes Claros e Niterói) Renovação da ENSP. CEBES (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde - 1976) ABRASCO (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde - 1979). * * * Década de 80 Luta pela redemocratização do país: 1985, Nova República Movimento da Reforma Sanitária 1986 – VIII Conferência Nacional de Saúde, (participação da saúde pública e segmentos populares.) Afirmação de princípios da promoção da saúde (sem este rótulo), da determinação social do processo saúde-doença e da inter-setorialidade (sem este rótulo) 1986-1988 – Constituinte com participação da corrente de pensamento e ação política do Movimento da Reforma Sanitária. Em 1988, Constituição Federal com amplas características de promoção de saúde. PROMOÇÃO DA SAÚDE MARCOS HISTÓRICOS NO BRASIL - II * * * CONSTITUIÇÃO FEDERAL - LEI DO SUS Carta de Ottawa: 1986; VIII Conferência Nacional de Saúde: 1986; Constituição Federal: 1988; Leis do SUS (8.080 e 8.142): 1990 Art. 196 (CF): “A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Lei 8.080 (art.2º): “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso a bens e serviços sociais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país (par. 3º). * * * CONSTITUIÇÃO FEDERAL - LEI DO SUS Universalidade Gratuidade Integralidade: promoção, prevenção, assistência e reabilitação; assistência farmacêutica Descentralização Direção única em cada esfera de governo Controle social Financiamento público Participação complementar da iniciativa privada: mix público privado na prestação dos serviços Regulação: ANVISA; ANS * * * SUS – CONTROLE SOCIAL Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais de Saúde Composição paritária Estado – Sociedade Aprovação da Política e dos Planos de Saúde Funcionamento regular, com efetividade variada Conferências de Saúde Nacional e de outras instâncias, a cada 4 anos, também com composição paritária * * * PROMOÇÃO DA SAÚDE MARCOS HISTÓRICOS NO BRASIL - III Década de 90 Organização dos Conselhos de Saúde em todos os níveis: controle social formal; composição paritária Estado/Sociedade Civil; representação inter-setorial 1992 – Cúpula da Terra / Rio 92: Agenda 21 1995 – Plano Nacional de Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Sustentável, após a Conferência Pan-americana sobre o mesmo tema. Plano elaborado não sai do papel 1995 – Programa de Agentes Comunitários de Saúde; Programa de Saúde da Família 1998 – Acordo ENSP/FIOCRUZ – ABRASCO – CPHA (Canadian Public Health Association)/CIDA (Canadian International Development Agency). * * * A Saúde da Família constitui uma estratégia para a organização e fortalecimento da Atenção Básica como o primeiro nível de atenção à saúde no SUS Procura o fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, a qualificação e reorientação das práticas de saúde embasadas na Promoção da Saúde ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS * * * A estratégia saúde da família proposta pelo governo brasileiro elege a família como núcleo social alvo em um território definido e agrega ainda os princípios da responsabilidade social, interdisciplinaridade e intersetorialidade, além da vigilância em saúde. Atenção básica não é: Saúde pobre, para pobres; Sinal de baixa resolutividade; Lugar para profissionais com baixa qualificação profissional. Atenção básica é: Serviço de alta qualidade e resolutividade; Valorização da promoção e prevenção da saúde; Parte de um sistema hierarquizado. * * * OBJETIVOS DO MODELO DE SAÚDE DA FAMÍLIA Prestar assistência integral, contínua, com resolutividade e boa qualidade às necessidades de saúde da população adscrita; Intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta;