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Clara Feitosa | HABILIDADES IV | 2020.1 Anamnese IDENTIFICAÇÃO • Nome • Idade • Sexo • Cor • Estado Civil • Profissão e local de trabalho • Naturalidade e procedência • Residência • Grau de escolaridade • Religião • Nome da mãe (ou responsável) • Filiação a planos de saúde • Data e hora do atendimento QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO (QPD) • Sintomas referidos pelo paciente • Máximo 3 queixas • Registrar com as palavras do paciente • Tempo dos sintomas HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) • Cronologia (início, duração e evolução) • Localização (origem, grau de profundidade, irradiação, delimitações) • Quantidade (frequência, duração, intensidade) • Qualidade (sensação, aspectos físicos do fenômeno) • Circunstâncias (condições externas que influenciam o sintoma) • Fatores agravantes ou atenuantes (melhora ou piora) • Manifestações associadas (sintomas que podem estar associados ao sintoma guia) • Repercussão sobre o estado geral (perda de peso kg/tempo, febre, anorexia, astenia, estado psíquico, exames complementares e tratamentos já realizados – evitar interpretações e diagnósticos prévios) DOENÇAS PRÉVIAS E MEDICAMENTOS EM USO • Incluir o tempo de diagnóstico das doenças INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO DOS DIVERSOS APARELHOS (ISDA) • Caracterizar sintomas positivos e negar pelo menos 3 sintomas SINTOMAS GERAIS: febre, astenia, calafrios, cãibras, mal- estar, sudorese, alteração no peso (kg/tempo), fadiga... PELE E FÂNEROS: alterações na pele (cor, textura, umidade, prurido, sensibilidade, lesões, diminuição do tecido subcutâneo) e nos fâneros (queda de cabelos, pelos faciais em mulheres e alterações das unhas) CABEÇA: cefaleia, enxaqueca, tonturas, nodulações, deformidades OLHOS: acuidade visual, ardência, nistagmo, uso de lentes corretivas, dor, vermelhidão, epífora, lesões, diplopia, fotofobia, visão turva, escotomas, visão opaca, sensação de corpo estranho OUVIDOS: dor, otorreia, zumbido, hipoacusia, vertigem, otorragia NARIZ E CAVIDADES PARANASAIS: alteração do olfato, dor, rinorreia, obstrução nasal, espirro, epistaxe, alteração na fonação CAVIDADE BUCAL E ANEXOS: dor, disfagia, inflamações, sialose, halitose, tosse, pigarro REGIÃO CERVICAL: presença de massas, dor, limitação ao movimento APARELHO RESPIRATÓRIO: dor, dispneia, tosse, expectoração; alterações da forma do tórax, hemoptise, vômica, chieira, cornagem APARELHO CARDIOVASCULAR: dor precordial; palpitações, dispneia, edema, cianose, alterações psiconeurológicas, palidez e sudorese APARELHO DIGESTIVO: alterações do apetite, alterações de forma e volume, sialorréia, tosse, halitose, disfagia, odinofagia, pirose, regurgitação, soluço, eructação, náuseas e vômitos, hematêmese; diarreia, disenteria, constipação, melena, enterorragia, aerofagia APARELHO RENAL E URINÁRIO: edema, dor renal, disúria, febre e calafrio; poliúria, oligúria, anúria, hematúria, piúria, incontinência, polaciúria. Clara Feitosa | HABILIDADES IV | 2020.1 APARELHO GENITAL FEMININO: ciclo menstrual e seus distúrbios – menorragias, amenorreia, metrorragia, dismenorreia, polimenorreia, oligomenorreia; corrimento e prurido; tensão pré-menstrual, disfunções sexuais (erotismo, orgasmo, dispareunia, frigidez e vaginismo); APARELHO GENITAL MASCULINO: distúrbios miccionais, dor (testicular, perineal, lombossacra), priapismo, hemospermia, corrimento uretral, disfunções sexuais (impotência, ejaculação precoce, etc.); SISTEMA OSTEOARTICULAR: dor, rigidez pós-repouso, sinais inflamatórios, crepitação articular, manifestações sistêmicas (febre, astenia, anorexia, perda de peso), atrofia muscular, miotonias, tetania, cãibras; SISTEMA HEMOLINFOPOIÉTICO: hemorragias (petéquias, equimoses, hematomas), adenomegalias, febre, esplenomegalia SISTEMA ENDÓCRINO: alterações do desenvolvimento físico (nanismo, gigantismo, acromegalia) e sexual (puberdade precoce/atrasada, galactorréia), hipertireoidismo (sudorese, sensibilidade ao calor, perda de peso, taquicardia, tremor, irritabilidade, insônia, astenia, diarréia, exoftalmia), e hipotireoidismo (hipersensibilidade ao frio, diminuição da sudorese, aumento de peso, obstipação intestinal, cansaço fácil, apatia, sonolência, alterações menstruais, ginecomastia, pele seca, rouquidão, bradicardia); SISTEMA NERVOSO: distúrbios da motricidade involuntária e da sensibilidade - hipogeusia ou ageusia, hiperestesia, hipoestesia, anestesia, paralisias, hiperalgesia e parestesia; distúrbios da olfação - hiposmia ou anosmia; distúrbios da audição - hiper ou hipoacusia ou acusia; distúrbios da visão - amaurose, diplopia, ambliopia (olho preguiçoso), hemianopsia; equilíbrio – tontura, vertigem, síncope, lipotímia; estado de consciência - ausência, amnésia, confusão, torpor, agitação psicomotora, sonolência e coma; motricidade involuntária – coréicos, atetósicos, tremores, mioclonias, tiques, espasmos, convulsões clônicas e tônicas, cãibras; distúrbios esfincterianos - bexiga neurogênica, incontinência fecal; distúrbios do sono - insônia, sonilóquio, sonanbulismo, etc.; distúrbios das funções cerebrais superiores – disfonia, disartria, dislalia, disritmolalia, dislexia, disgrafia, afasia. EXAME PSÍQUICO: consciência, atenção, orientação – autopsiquíca, tempo e espaço; pensamento, memória, inteligência, sensopercepção, vontade, psicomotricidade, afetividade ANTECEDENTES PESSOAIS FISIOLÓGICOS CONDIÇÕES DE GESTAÇÃO E NASCIMENTO: como ocorreu a gravidez, uso de medicamentos, doenças durante a gestação, tipo de parto, idade gestacional à época do parto (em semanas), estado da criança ao nascer, ordem do nascimento (se é o primogênito, segundo filho...), número de irmãos • Desenvolvimento psicomotor e neural: dentição, aquisição de habilidades como engatinhar, andar, falar, controle dos esfíncteres, aproveitamento escolar, desenvolvimento em comparação aos irmãos (ex: desenvolvimento mais atrasado que o dos irmãos) • Desenvolvimento sexual: puberdade, menarca, sexarca, menopausa, orientação sexual. • Vacinação • História obstétrica (número de gestações anteriores, partos e abortos – G__ P___A___) ANTECEDENTES PESSOAIS PATOLÓGICOS • Doenças comuns da infância (ex: sarampo, varicela, coqueluche, caxumba, amigdalites, pneumonias, asma, refluxo), doenças da vida adulta (ex:hipertensão, tuberculose, diabetes, artrose, osteoporose, litíase renal, gota, ), alergias (alimentos, medicamentos ou outras substâncias), cirurgias, traumatismos, transfusões sanguíneas • Algumas fontes incluem vacinação nos antecedentes patológicos. ANTECEDENTES FAMILIARES • Estado de saúde dos pais, filhos, irmãos e cônjuge. Considerar a história de avôs, tios, primos. Se houver alguém doente, esclarecer a natureza da doença. • Em caso de falecimento investigar idade e causa do óbito. Lembrar de perguntar principalmente HAS, diabetes, câncer, doenças alérgicas, doença arterial coronariana (infarto, angina), dislipidemias HISTÓRICO SOCIAL E HÁBITOS DE VIDA • Alimentação, ocupação atual e anteriores, atividades físicas, tabagismo, etilismo, uso de anabolizantes, uso de drogas ilícitas. • Condições da moradia, saneamento básico, coleta de lixo, condições econômicas, contato com pessoas doentes, contato com animais, vida conjugal, convívio familiar. Clara Feitosa | HABILIDADES IV | 2020.1 Exame físico geral • Manter privacidade e temperatura • Prestar atenção nas expressões faciais do paciente e perguntar se está tudo bem • Informar o paciente antes de cada etapa do exame • A percepção de odores pelo olfato pode traçar indício de diagnóstico (a exemplo da cetoacidose diabética) INSPEÇÃO • A inspeção geral começa quando entra em contato com o paciente • A inspeção direcionada pode ser panorâmica ou localizada • Lesões cutâneassão mais bem analisadas com auxílio de lupa SEMIOTÉCNICA: • Ter boa iluminação e se possível a iluminação natural incidindo obliquamente. No caso de utilizar artificial, que seja luz branca de boa intensidade • Deve ser feita por parte, desnudando somente a região a ser analisada • Inspeção frontal: olhar de frente a região a ser examinada • Inspeção tangencial: olhar de forma tangente a superfície do corpo para pesquisar movimentos ou abaulamentos • Começa desde a anamnese • Geralmente o paciente deve ficar sentado na beira do leito e o examinador de pé PALPAÇÃO • O tato fornece informação sobre a parte superficial da pele e a pressão, das mais profundas • Percebe-se modificação de textura, temperatura, umidade, espessura, consistência, sensibilidade, volume, dureza, frêmito, elasticidade, reconhecimento de flutuação, crepitações, vibração, pulsação e verificação da presença de edema • Relacionam-se outros procedimentos – vitropressão, puntipressão e fricção com algodão SEMIOTÉCNICA • Aquecer as mãos antes de tocar no paciente • Geralmente o paciente fica em decúbito dorsal e o examinador de pé à direita do paciente • Palpação com a mão espalmada: toda a palma da mão ou de ambas as mãos • Palpação com uma das mãos sobrepondo-se à outra: • Palpação com mão espalmada utilizando as polpas digitais e parte ventral dos dedos: • Palpação com a borda da mão: • Palpação usando o polegar e o indicador, formando uma “pinça”: • Palpação com o dorso das mãos ou dos dedos: avaliação de temperatura Clara Feitosa | HABILIDADES IV | 2020.1 • Digitopressão: realizada com a polpa do polegar ou do indicador. Serve para compressão de áreas para avaliar dor, circulação cutânea, presença de edema • Puntipressão: comprime a região com um objeto pontiagudo não perfurante. Avalia sensibilidade dolorosa e analisa telangiectasias • Vitropressão: realizada com auxílio de lâmina de vidro. Comprime contra a pele, analisando a área através da lâmina. Utiliza-se mais para distinção entre eritema e púrpura – sendo eritema, provoca apagamento da mancha; sendo púrpura, permanece. • Fricção com algodão: roça-se levemente um pedaço de algodão na pele para ver com o paciente o sente. Utilizada para avaliar sensibilidade cutânea • Pesquisa de flutuação: aplica-se o dedo indicador da ão esquerda sobre um lado da tumefação. O da outra mão coloca no lado oposto e exerce-se sucessivas compressões perpendicularmente à superfície cutânea. Se houver líquido, a pressão determina leve rechaço do dedo da mão esquerda – flutuação • Palpação bimanual combinada: utiliza-se as duas mãos. A exemplo do exame das glândulas salivares, em que se coloca o dedo indicador de uma mão dentro da boca e a outra mão faz a palpação externa. O toque ginecológico também é feito assim PERCUSSÃO • Cada estrutura anatômica terá uma característica de intensidade, timbre e tonalidade • Observar além do som, a resistência oferecida pela região golpeada SEMIOTÉCNICA • Percussão direta: golpeia-se diretamente com as pontas dos dedos a região-alvo. Os dedos permanecem fletidos e o golpe deve ser seco e rápido • Percussão digitodigital: golpeia-se com a borda ungueal do dedo médio ou do indicador da mão direita Clara Feitosa | HABILIDADES IV | 2020.1 a superfície dorsal da segunda falange do dedo médio ou do indicador da outra mão – plexor é o dedo que golpeia e plexímetro, o que recebe o golpe • A movimentação da mão é apenas com a movimentação do punho. O cotovelo permanece fixo • O dedo plexímetro deve ser o único a tocar a região que está sendo examinada. Os outros ficam rentes a superfície • O golpe deve ser dado com a borda ungueal e não com a polpa do dedo • Executar dois golpes seguidos rapidamente, levantando-se o plexor imediatamente após o segundo golpe; retardar sua retirada provoca abafamento das vibrações • Em órgãos simétricos, percutir fazendo comparação entre um lado e outro • Tipos de sons: Som maciço: áreas desprovidas de ar (fígado, coração, baço) EX: obtido percutindo a cabeceira da cama, parede, bloco de madeira (som mais abafado) Som submaciço: presença de ar em quantidade restrita Som claro pulmonar: tórax normal. Depende da presença de ar dentro das estruturas pulmonares EX: presente ao percutir colchão de mola, livro grosso colocado sobre a mesa Som timpânico: áreas que contenham ar recobertas por membrana flexível (intestinos, espaço de Traube – fundo do estômago EX: percutindo caixa vazia ou pequeno tambor • Punho-percussão: com a mão fechada, golpeia-se com a borda cubital a região examinada para avaliar se desperta sensação dolorosa (exame dos rins) • Percussão com a borda da mão: os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando a região com a borda ulnar também para avaliar a sensação dolorosa (exame dos rins) • Percussão por piparote: com uma das mãos o examinador golpeia o abdome com piparotes, enquanto a outra, espalmada na região contralateral, espera para captar ondas líquidas chocando-se contra a parede abdominal. Aumenta a sensibilidade se o paciente colocar a borda da mão no meio do abdome para impedir a transmissão do impulso pelo tecido subcutâneo (pesquisa por ascite) AUSCULTA SEMIOTÉCNICA • O ambiente deve ser silencioso, principalmente na ausculta de ruídos cardíacos e broncopulmonares • O examinador fica em pé a direita do paciente e este pode estar deitado em decúbito dorsal, sentado com o tórax ligeiramente inclinado para a frente ou em decúbito lateral esquerdo • No caso de ruídos respiratórios, o paciente deve estar sentado e levemente inclinado para a frente. O examinador estará à direita durante a ausculta anterior e à esquerda, durante a ausculta posterior • Na ausculta do abdome, o paciente deve estar em decúbito dorsal • As solicitações feitas ao paciente devem ser claras • O receptor diafragma é melhor para auscultar ruídos de alta frequência, enquanto a campânula capta melhor ruídos de baixa frequência • Evitar auscultar sobre as roupas do paciente • A pilificação do tórax pode alterar o som ouvido. Para isso, umedecer os pelos antes da ausculta Clara Feitosa | HABILIDADES IV | 2020.1
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