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Sistema único de Saúde

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Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
Contexto: 
• O movimento de reforma sanitária se intensificou 
na década de 70. Seus ideais serviram como base 
para o relatório da VIII Conferência Nacional de 
Saúde de 1986. 
• Essa CNS foi um marco, visto que: trouxe a visão 
da saúde ligada às políticas sociais e econômicas, o 
conceito de Alma Ata – saúde ampliada, além de 
ser a primeira CNS que tinha participação popular. 
Propõe-se o sistema de saúde semelhante ao que 
seria o SUS. Serviu como base para a constituição 
de 88. 
CONSTITUIÇÃO DE 1988 
• Com a constituição se estabelece uma nova forma 
de saúde no Brasil. Ela passa a ser um dever 
constitucional e deixa de estar ligada apenas ao 
trabalho assegurado e a contribuição para a 
previdência. 
• Outro fator importante é a criação de um capítulo 
específico para a saúde, (art 196 a 200). Relata a 
criação do SUS e especifica a saúde como direito 
de todos. 
• Artigo 196: A saúde é direito de todos e dever do 
Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de 
doenças e de outros agravos e acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. 
• Antes era um modelo excludente, curativo, com 
saúde como ausência de doença, sem prevenção e 
promoção. Com a constituição, muda essa visão. 
• A constituição também determina as diretrizes do 
SUS e como ele deve se organizar. Artigo 198: As 
ações e serviços públicos de saúde integram uma 
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um 
sistema único, organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes: 
I - Descentralização, com direção única em cada esfera 
de governo; cada nível governamental atua de uma 
forma e é dirigido por um órgão – a nível federal a 
direção é pelo ministério da saúde, a nível estadual pela 
secretaria estadual de saúde e a nível municipal seria a 
secretaria municipal de saúde. 
II – Atendimento integral, com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; em todos os níveis de complexidade. 
III – participação da comunidade; é diretriz e princípio 
organizativo – trazer o usuário para participar de fóruns 
e conselhos de saúde, trazer demandas da comunidade; 
propor políticas de saúde à região que favoreçam o 
coletivo 
 (Diretrizes são diferentes dos princípios que guiam o 
sistema) 
Dica para decorar as diretrizes: sigla DIP – 
descentralização, integralidade e participação. 
• A iniciativa privada não foi proibida de participar 
na área de saúde, contudo, foram estabelecidos 
critérios para permitir essa participação. Segundo o 
artigo 199 elas podem complementar o SUS, 
quando ele não pode oferecer determinado serviço. 
A preferência para ofertar o serviço quando 
necessário, fica para as entidades filantrópicas e 
sem fins lucrativos. Não há mais um financiamento 
direto no setor privado. Qualquer contratação deve 
passar pelo conselho municipal de saúde, o qual 
tem como dever analisar o custo do serviço, os 
motivos. 
- Exemplo: antes de contratar uma grande marca, 
hospitais filantrópicos tem maior prioridade e devem ser 
escolhidos. Por conta desse artigo, aumentaram em 
grande número as organizações supostamente sem fins 
lucrativos. Além desses critérios, quando conveniados, 
as instituições devem atuar com as mesmas diretrizes e 
princípios do SUS, segundo a lei ¨mediante contrato de 
direito público ou convênio¨. 
 Em alguns casos, complementar as demandas com o 
serviço privado é mais vantajoso do que investir em 
estruturas e serviços que não possuem tanta demanda na 
região ou que a verba não permitiria estabelecer. 
Para que os serviços de saúde recebam verbas do estado, 
eles precisam ser credenciados logo após sua criação e 
Sistema único de saúde 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
seguir os critérios para esse credenciamento. Caso 
contrário receberão verba municipal somente, o que 
muitas vezes faz com que o município não consiga 
manter esse serviço. O conselho de saúde que avalia os 
critérios de credenciamento e se eles estão sendo 
seguidos. 
¨É vedada a destinação de recursos públicos para 
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos¨ O serviço é credenciado, mas não há 
investimento nenhum. 
¨É vedada a participação direta ou indireta de empresas 
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, 
salvo nos casos previstos em lei¨. Depois houve uma 
alteração que permite a participação de capital 
estrangeiro no SUS. Isso abre oportunidade para a 
mercantilização da saúde. 
• As atribuições do SUS estão no artigo 200: 
I – Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde e participar da 
produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; 
II – Executar as ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; 
III – Ordenar a formação de recursos humanos na área de 
saúde; 
IV – Participar da formulação da política e da execução 
das ações de saneamento básico; responsabilidade da 
FUNASA. 
V – Incrementar, em sua área de atuação, o 
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação; 
VI – Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o 
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e 
águas para consumo humano; 
VII – Participar do controle e fiscalização da produção, 
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos 
psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII – Colaborar na proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho. 
Quase todos utilizam o SUS sem saber 
 
LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE 
• A lei 8.080 aborda: 
- A organização e gestão do SUS; 
- As competências e atribuições das 3 esferas de 
governo; 
- O funcionamento e a participação complementar do 
setor privado; 
- A política de recursos humanos; dá prioridade a que os 
funcionários sejam de dedicação exclusiva, o que lhes dá 
acréscimo salarial, para não precisar acumular cargo 
(ocupação, vários empregos). No SUS pode acumular até 
60h. Vários empregos sobrecarregam os profissionais e 
diminuem a qualidade do serviço. 
- Recursos financeiros, planejamento e orçamentos; há 
várias outras portarias que abordam isso depois também. 
• A lei 8.142: saiu depois, porque o presidente que 
estabeleceu a 8080 vetou alguns artigos nela. 
Define a participação social e transferências 
intergovernamentais de recursos de financiamento 
– basicamente trata dos pontos vetados na 8080. 
LEI N 8080/1990 
• Traz igual ao artigo 96 da constituição federal e ao 
relatório da CNS: 
¨A saúde é um direito fundamental do ser humano, 
devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao 
seu pleno exercício. 
O dever do Estado de garantir a saúde consiste na 
formulação e execução de políticas econômicas e 
sociais que visem à redução de riscos de doenças e de 
outros agravos no estabelecimento de condições que 
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos 
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 
O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, 
das empresas e da sociedade¨ 
Basicamente, garantir que todas as pessoas possam ter 
acesso aos serviços, em todos os níveis de 
complexidade. Além de exaltar que a população também 
é responsável pela saúde uns dos outros. 
 
 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
• Segundo a lei, a saúde depende de vários fatores: 
¨Os níveis de saúde expressam a organização social e 
econômica do país, tendo a saúde como determinantes e 
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o 
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, 
a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e oacesso aos bens e serviços essenciais¨ 
Com um IDH baixo, o país demonstra níveis de saúde 
baixo. É essencial que o governo valorize todas as áreas 
das quais a saúde depende. 
• Modelo conceitual dos determinantes sociais da 
saúde: Existem determinantes sociais – 
comunidade, condições de vida e trabalho, assim 
como socioeconômicas, culturais e ambientais. 
Todos interferem de alguma maneira na saúde, 
segundo a situação do indivíduo – não há um 
padrão de interferência. 
• Definição do SUS pela lei 8080: 
¨O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por 
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e 
municipais, da administração direta e indireta e das 
fundações mantidas pelo Poder público, constitui o 
Sistema Único de Saúde (SUS)¨ 
Também fazem parte do SUS os HU, hospitais do 
exército, além de instituições de controle de qualidade, 
pesquisa e produção de insumos, medicamentos, 
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos 
para saúde. 
• Por que o termo ¨Sistema¨? 
Ele é um conjunto de várias instituições dos 3 níveis de 
governo e conveniado, que se interagem para fins 
comuns. Esfera federal + esfera estadual + esfera 
municipal + convênios = SUS. 
Quem gere o setor conveniado é a secretaria de saúde na 
qual está contratado. 
• Por que único? 
Isso porque segue a mesma doutrina e princípios 
organizativos em todo o país. 
• O setor privado faz parte do SUS? 
Segundo o artigo 4: A iniciativa privada poderá 
participar do Sus, em caráter complementar. 
Artigo 24: Quando as suas disponibilidades forem 
insuficientes para garantir a cobertura assistencial à 
população de uma determinada área, o SUS poderá 
recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. 
Art. 25: as entidades filantrópicas e as sem fins 
lucrativos terão preferência para participar do SUS. 
Repete a constituição: pode participar, quando o 
município não tiver condições de ofertar os serviços 
assistenciais. Exemplo: municípios pequenos que não 
têm verba suficiente para um hospital, mas que podem 
contratar os serviços de um privado. A contratação do 
serviço deve ser justificava nos conselhos de saúde e às 
instancias estaduais. 
Há brechas na legislação que permitem más 
distribuições. 
• Objetivos do SUS: 
I – A identificação e divulgação dos fatores 
condicionantes e determinantes da saúde; 
II – A formulação de política de saúde destinada a 
promover, nos campos econômico e social a redução de 
riscos e agravos; 
III – A assistência às pessoas por intermédio de ações de 
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a 
realização integrada das ações assistenciais e das 
atividades preventivas. 
• Inclui-se no campo de atuação do SUS, segundo 
o artigo 6: 
I – Execução de ações: de vigilância sanitária, de 
vigilância epidemiológica, de saúde do trabalhador, de 
assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 
II – Formulação da política e na execução de ações de 
saneamento básico; 
III – Ordenação da formação de recursos humanos a área 
de saúde; 
IV – A vigilância nutricional e a orientação alimentar; 
V – A colaboração na proteção do meio ambiente, nele 
compreendido o do trabalho; 
VI – A formulação da política de medicamentos, 
equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de 
interesse para a saúde e a participação na sua produção; 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
VII – O controle e a fiscalização de serviços, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde; 
VIII – A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e 
bebidas para consumo humano; 
IX – A participação no controle e na fiscalização da 
produção, transporte, guarda e utilização de substâncias 
e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
X – O incremento, em sua área de atuação, do 
desenvolvimento científico e tecnológico; 
XI – A formulação e execução da política de sangue e 
seus derivados; 
• Competências das três instâncias do SUS, 
escritos na lei 8080: 
- Município: é o que executa, a união só normatiza. 
Prover os serviços; 
Executar serviços de vigilância epidemiológica e 
vigilância sanitária, de alimentação e nutrição, de 
saneamento básico e saúde ocupacional, excetuando 
portos e fronteiras. 
Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços 
privados de saúde; 
- Estados: 
Ser responsável pelas ações de saúde do estado; 
Planejar e controlar o SUS na sua esfera de atuação. 
Participa complementando. 
- União: 
Normatizar o conjunto de ações de promoção, proteção e 
recuperação da saúde, identificando riscos e 
necessidades nas diferentes regiões. Propõe as políticas e 
diretrizes que serão aplicadas em municípios e estados. 
Única e exclusiva a fazer a fiscalização de portos e 
fronteiras – pode haver parceria com o município e 
estado, mas a responsabilidade de fiscalizar é ela. 
• Princípios doutrinários: três que regem o SUS: 
- Universalidade: é a garantia de atenção à saúde por 
parte do sistema, a todo e qualquer cidadão. 
Independente de contribuir ou não para a previdência 
social. 
- Equidade: é assegurar ações e serviços de todos os 
níveis de acordo com a complexidade que cada caso 
requeira. Todo cidadão é igual perante o SUS e será 
atendido conforme suas necessidades até o limite do que 
o sistema puder oferecer para todos. Diferente de 
igualdade, defende que o paciente seja atendido de 
acordo com a sua necessidade, seja qual dor o nível de 
complexidade – atende cada um de forma diferente, para 
que todos se encontrem no mesmo nível. 
- Integralidade: conjunto articulado e contínuo de ações e 
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, 
exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema (atenção básica não deixa de 
ser complexo, mas se refere aos níveis de tecnologias 
utilizadas). 
• Princípios organizativos: 
- Descentralização: entendida como uma redistribuição 
das responsabilidades quanto às ações e serviços de 
saúde entre os vários níveis de governo, a partir da 
ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for 
tomada, mais chance haverá de acerto. Dá maior 
autonomia aos estados e municípios na decisão e 
implementação das ações de saúde. (pode resultar em um 
manejo errôneo dos recursos e investimentos em saúde) 
- Regionalização e Hierarquização: os serviços devem 
ser organizados em níveis de complexidade (tecnológica) 
crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e 
com a definição da população a ser atendida – ou seja, a 
pessoa deve entrar por meio de uma unidade básica 
(primária) ou através de um acidente (pronto-socorro), 
migrando pelos níveis. Organizados de forma eficiente 
evitando duplicidade de meios para fins idênticos. 
Estabelecimento de mecanismos de referência e 
contrarreferência. 
- Resolubilidade: é a exigência de que, quando um 
indivíduo busca o atendimento, o serviço correspondente 
esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível 
da sua competência. Se o serviço não pode resolver, 
pode migrar pelo sistema até que seja resolvido (níveis 
de complexidade; redes de serviço). Pode migrar de 
municípios inclusive, sendo referenciado para setores de 
referência. 
- Participação popular: é a garantia constitucional de que 
a população, através de suas entidades representativas, 
participará do processo de formulação das políticas de 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, 
desde o federal até o local. 
Ocorrem de 4 em 4 anos as conferências: Primeiro 
ocorre a conferência municipal, com pontos importantes 
para o plano municipal de saúde, asseguram-se essas 
políticas, elege os delegados do município que vão à 
conferência estadual de saúde, para que possa garantir 
que essas propostas importantes para o município 
(eleitase aprovadas) também entrem no plano estadual 
de saúde; depois, na conferência estadual de saúde se 
elegem alguns delegados do estado (municipais ou do 
conselho estadual) para que participem da conferência 
nacional de saúde, a qual ocorre em Brasília, para que 
sejam aprovadas propostas do estado e sejam incluídas 
no plano nacional de saúde. Quem fiscaliza a inclusão ou 
não das propostas no plano nacional é o conselho 
nacional de saúde. 
Existem também conselhos de saúde locais, como 
associações de bairro, dentro de unidades de saúde... 
uma vez estruturados, podem participar do conselho 
municipal de saúde, representando seu bairro. 
A lei 8080 está sendo atualizada constantemente. 
LEI N 8142/1990 
• A participação social se dá por meio dos 
conselhos e conferências de saúde, estabelecido 
no artigo 1: 
¨ O SUS, contará, em cada esfera de governo, sem 
prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as 
seguintes instâncias colegiadas: 
I – A Conferência de saúde; e 
II – O Conselho de Saúde. 
• Composição dos conselhos de saúde: são 
colegiados de caráter permanente e deliberativo, 
em cada esfera do governo. Devem ser paritários 
– metade representam os usuários e a outra 
metade dividida em governo, profissionais de 
saúde e prestadores de serviço. Atuam na 
formulação de estratégias e controle da execução 
da política de saúde na instância correspondente. 
- Nos usuários participam: associações de moradores, 
sindicatos, movimentos sociais e ONGs. 50%; 
- Profissionais: Não são profissionais enquanto pessoas 
físicas, mas a categoria que representa os profissionais 
de saúde, conselho regional de enfermagem, sindicato 
dos médicos, sindicato dos trabalhadores em 
estabelecimentos de saúde. 25%; 
- Governos e prestadores: todo secretário de saúde 
participa + hospitais, ambulatórios e farmácias. 25%; 
• Conferências de saúde: tem por finalidade avaliar 
a situação de saúde e propor as diretrizes para a 
formulação da política de saúde dos níveis 
correspondentes. Convocada pelo poder 
executivo (Ministro da saúde, secretário estadual 
de saúde e secretário municipal de saúde). 
Acontece a cada 4 anos, antes da formulação do 
plano de saúde. 
• Financiamento do SUS: na lei fala sobre os 
critérios para repasse: 
- Esse financiamento está previso na constituição de 88, 
nas leis orgânicas da saúde (8080 e 8142), na lei 
constitucional 141 e na emenda constitucional de 86. 
Ainda, na sua revogação (pec da morte) EC de 2016. 
- A responsabilidade pelo financiamento do SUS é das 
três esferas do governo. O repasse acontece a nível 
municipal, estadual e nacional. 
- Todo recurso da saúde provém do orçamento da 
seguridade social – vai para assistência, previdência e 
saúde. 
- Existe um percentual mínimo para municípios e 
estados, 15% das receitas líquidas no município vão para 
a saúde, 12% nos estados e na união, a partir da EC-86 
estabeleceu-se que até 2020 seria passado 15% da receita 
líquida do PIB. Contudo, com a EC-95 de 2016, 
congelaram-se os investimentos da saúde durante 20 
anos – forma de reduzir os gastos do governo. Congelou 
em torno de 14%, sendo corrigido apenas pela inflação. 
- A lei 8080 também define os critérios para o 
estabelecimento de valores a serem transferidos aos 
estados e municípios, artigo 35: 
I – Perfil demográfico da região; 
II – Perfil epidemiológico da população a ser coberta; 
III – Características quantitativas e qualitativas da rede 
de saúde na área (o tamanho da rede); 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
IV – Desempenho técnico, econômico e financeiro no 
período anterior; 
V – Níveis de participação do setor saúde nos 
orçamentos estaduais e municipais; 
VI – Previsão do plano quinquenal de investimentos da 
rede; 
VII – Ressarcimento do atendimento a serviços 
prestados para outras esferas de governo. 
• Repasse de verbas: Fica estabelecido que o 
repasse deverá ser feito por meio dos fundos de 
saúde – Fundo nacional de saúde, fundo estadual 
de saúde e fundo municipal de saúde. A 
transferência da verba deve ser através do fundo 
específico da saúde. A fiscalização da 
movimentação desses fundos é responsabilidade 
do conselho municipal de saúde, através de suas 
comissões específicas – a comissão de finanças. 
Caso a fiscalização e prestação de contas não 
seja realizada, o município pode perder verbas. 
 
Citações feitas das fontes: 
Evolução das Políticas e do Sistema de Saúde no Brasil 
em: Caminhos da Saúde Pública no Brasil 
Lei 8080/ 
Lei 8142/90 
Constituição Federal de 1988 - SEÇÃO II DA SAÚDE

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