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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA – FAVET CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA 3ª NPC Aluno: Marcelo Custódio Lopes Matrícula: 1512744 01. Explique como ocorre o processo de filtração glomerular, abordando os componentes da barreira de filtração e sua importância, bem como seus determinantes. 02. Comente sobre as características do transporte tubular de sódio, citando os principais transportadores de cada porção do néfron e a importância de cada segmento na reabsorção deste íon. 03. Descreva os mecanismos tubulares envolvidos na concentração e diluição urinária, assim como a ação de cada componente hormonal na regulação do volume dos fluidos corporais. 04. Cite os tipos de desequilíbrios ácidos básicos, caracterizando cada um e explique como os rins atuam para restaurar o equilíbrio ácido- básico corporal. 01) Os rins recebem um enorme volume de sangue circulante, como consequência de as artérias renais serem bastante calibrosas. Deste fluxo, os rins filtram uma fração especialmente alta. Existem marcadores biológicos que medem a TFG (taxa de filtração glomerular), onde o marcador ideal é caracterizado por ser uma substância X que tem a mesma concentração no filtrado glomerular e no plasma, que não seja reabsorvida. A inulina é um polímero de frutose semelhante ao amido, e ela é livremente filtrada pelo glomérulo e não é nem reabsorvida e nem secretada pelos túbulos renais, assim, se torna um marcador glomerular ideal. A filtração é realizada no corpúsculo renal (composto pelo glomérulo, pelo espaço e pela cápsula de Bowman) quando o sangue chega nele pela arteríola aferente e é filtrado pelos capilares glomerulares. A filtração é feita a partir do plasma sanguíneo que sofre ação das forças de Starling, que mantem um equilíbrio fisiológico entre a filtração e reabsorção através da pressão hidrostática e da pressão oncótica, presente tanto nos capilares glomerulares quando do espaço de bowman. Dessa maneira, duas forças favorecem a filtração e duas forças são opostas a ela (pressão hidrostática nos capilares glomerulares, favorável a ultrafiltração. Pressão hidrostática no espaço de Bowman, que se opõe. Pressão oncótica nos capilares glomerulares também oposta. E pressão oncótica do filtrado no espaço de Bowman favorável.). A força resultante que favorece a filtração é a diferença das pressões hidrostáticas (do capilar glomerular e do espaço de Bowman) e a diferença entre as pressões oncóticas (do capilar glomerular e do espaço de Bowman). Durante a filtração as células endoteliais, membrana basal glomerular e podócitos epiteliais atuarão como barreiras. Essas barreiras possuem uma permeabilidade seletiva a substâncias, que vai limitar a filtração de elementos celulares, a passagem de moléculas de acordo com seu peso e raio molecular. Isso resulta na pouca presença de macromoléculas no filtrado. A Barreira de Filtração glomerular está localizada entre o lúmen dos capilares e o espaço de Bowman, ela é formada por quatro elementos, sendo eles: camada de glicocálice, células endoteliais, membrana basal glomerular e podócitos epiteliais. O glicocálice possui glicosaminoglicanos carregados negativamente que previnem o vazamento de macromoléculas carregadas negativamente; as células endoteliais limitam apenas a filtração dos elementos celulares; A membrana basal restringe a passagem de solutos de tamanho intermediário ou grande e, por fim; os podócitos que, juntamente com as fendas de filtração e diafragmática, são cobertos por glicoproteínas carregadas negativamente e restringem a filtração de grandes ânios. 02) As moléculas passam da membrana apical para a membrana basolateral em direção ao capilar. Esse transporte e reabsorção do sódio pode ser feito por via transcelular e paracelular. Na transcelular, inicialmente a reabsorção do sódio entra de forma passiva nas células através da membrana apical, isso acontece devido à baixa concentração intracelular de sódio e a voltagem celular negativa em relação ao lúmen. Em outro segmento, como, no túbulo proximal, em sua região inicial até a metade, existem muitos cotransportadores que ficam localizados na membrana apical das células e acoplam a captação de sódio a favor de seu gradiente de concentração à captação de outros solutos. A grande maioria desses cotransportadores são eletrogênicos, carregando uma resultante de cargas positivas para dentro das células. Sendo assim, minimização da concentração de sódio e a voltagem negativa da membrana apical ativam a captação secundária desses outros solutos. Além dos cotransportadores, a entrada do sódio também se dá acoplada à saída de H+ através do trocador de Na-H (NHE3) eletroneutro. Tanto os cotransportadores como os trocadores exploram o gradiente favorável para o Na+ através da membrana apical da célula onde é estabelecida a bomba Na/K presente na membrana basolateral. A bomba Na/K e os cotransportadores são responsáveis pela segunda fase de absorção do sódio, onde ocorre o movimento do sódio da célula para o sangue. A presença de canais de potássio na membrana basolateral é importante para estabelecer a voltagem negativa através da membrana basolateral e uma voltagem negativa parecida por meio da membrana apical, pelo acoplamento elétrico paracelular, à importância desses canais também é porque eles permitem a reciclagem do potássio que foi transportado para dentro da célula por meio da bomba Na/K. Na alça de Henle, o transporte de sódio é exclusivamente passivo e paracelular. No ramo espesso ascendente, existem duas vias que serão cruciais para a reabsorção de sódio, a transcelular e a via paracelular. A via transcelular inclui dois mecanismos de captação de Na+ através da membrana apical. O cotransportador Na/K/Cl (NKCC2) acopla a entrada de um íon de sódio, um de potássio e dois de cloro, em um processo eletroneutro a favor do gradiente de concentração do sódio e do cloro. E a segunda via de entrada de sódio é um NHE3 (trocador), possui uma bomba Na/K basolateral que mantém baixa a concentração de sódio, e move o sódio para o sangue. No túbulo contorcido distal, a reabsorção ocorre por meio da rota transcelular. O passo apical da captação de sódio é feito por meio do cotransportador de sódio e cloro eletroneutro. Diferentemente do cotransportador de Na/K/Cl, este será independente de potássio e será também muito sensível à alguns diuréticos. No túbulo coletor, a absorção é transcelular e mediada por um tipo de células em específico, que são as células principais, onde o sódio passa pela membrana apical destas, através de trocadores específicos, e são controlados por voltagens expressas em tecidos excitáveis. Em síntese, o transporte ocorre principalmente pela diferença de potencial existente entre as membranas basolaterais e apicais das células principais. 03) O rim é capaz de produzir água livre bombeando sais para fora da luz dos segmentos tubulares que são impermeáveis à água. Quando essa água é gerada a urina fica diluída. Já quando o rim retira água a partir de um fluido isosmótico, a urina fica concentrada. O que determina se a urina será mais diluída ou concentrada é a reabsorção de água que ocorre nos túbulos coletores iniciais e corticais, e ductos coletores medulares internos e externos. O ADH (hormônio antidiurético) vai regular a fração variável de reabsorção de água nesses quatro segmentos. O ADH atua aumentando a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores, fazendo com que ocorra uma maior reabsorção de água e a urina concentrada. Quando o ADH está ausente nesses segmentos, a porção fica impermeável a água e a reabsorção extra dos solutos faz com que a urina fique diluída. O gradiente é formado no ramo grosso ascendente da alça de Henle, pelo [Na+] + [Cl–] e ureia. À medidaque o sangue isosmótico entra no ambiente hiperosmótico da medula, esses componentes vão para dentro do lúmen do vaso reto descendente, a e a água se move na direção oposta. A osmolaridade do sangue aumenta e conforme segue para o córtex pelo vaso reto, esse sangue desenvolve uma maior concentração de soluto do que a do interstício circundante. O NaCl e a ureia saem para o interstício e a água se move para o vaso reto ascendente. Esses processos de troca fazem com que os vasos retos descendentes ganhem soluto e percam água, e os vasos ascendentes percam soluto e ganhem água. Assim os vasos ascendentes e descendentes trocam solutos e água através e à custa do interstício medular. Os solutos recirculam a partir do vaso ascendente, através do interstício, para o vaso descendente. Por outro lado, o mecanismo de troca contracorrente também faz um “curto-circuito” com a água, mas na direção oposta, a partir do vaso descendente, através do interstício, para o vaso ascendente. O efeito resultante é que o trocador contracorrente tende a aprisionar solutos e excluir água da medula, minimizando, assim, a dissipação do gradiente de osmolalidade corticomedular. A respeito dos componentes hormonais, há que se mencionar que dois hormônios atuam de maneira importante no controle do sistema urinário: hormônio antidiurético (ADH ou vasopressina) e aldosterona. O primeiro é produzido no hipotálamo e, através da circulação sanguínea, atinge os néfrons promovendo o aumento da reabsorção de água e, consequentemente, reduzindo o volume urinário. A respeito da aldosterona, faz parte do sistema renina-angiotensina-aldosterona, que se trata de uma série de reações concebidas para ajudar a regular a pressão arterial. Quando a pressão arterial cai, os rins liberam a enzima renina na corrente sanguínea. A renina se divide no angiotensinogênio, uma grande proteína que circula na corrente sanguínea, em partes. Uma parte é a angiotensina I, que se mantém relativamente inativa, e é dividida em partes pela enzima de conversão da angiotensina (ECA). Uma outra parte é a angiotensina II, um hormônio que é muito ativo, que faz com que as paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a pressão arterial. A angiotensina II, também, provoca a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina pela hipófise. A aldosterona e a vasopressina fazem com que os rins retenham sódio. A aldosterona, também, faz com que os rins excretem potássio. O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o volume de sangue e a pressão arterial. 04) A respeito dos desequilíbrios ácido básico, podem serem definidos de tal forma que um excesso de base no sangue é chamado alcalemia, tendo esse processo o nome de alcalose, ao passo que o processo de ter muito ácido no sangue (acidemia) é conhecido como acidose. Há que se citar entre os tipos de desequilibrios: Alcalose metabólica: pH maior que 7,45. Retenção ou produção excessiva de bicarbonato. Acidose metabólica: pH menor que 7,35. Excreção excessiva de bicarbonato pelos rins. Alcalose respiratória: pH maior que 7,45. Eliminação excessiva de dióxido de carbono pelos pulmões. Hiperventilação. Acidose respiratória: pH menor de 7,35. Retenção ou produção excessiva de dióxido de carbono pelos pulmões. Hipoventilação. Desequilíbrios mistos: Tanto pulmões quanto rins funcionam mal, causando uma super acidose ou super acidemia. Em relação, a atuação dos rins, o desequilíbrio pode ser compensado por uma retroalimentação negativa para restaurar os valores normais. Os rins aumentam ou diminuem a reabsorção de bicarbonato para compensar o problema. O mecanismo renal é de ação mais lenta e eficaz apenas para compensar alterações crônicas ou de longa duração. A compensação renal retorna o poder de tamponamento do sangue a níveis normais, refazendo o seu principal sistema tampão. Além de influir na restauração do equilíbrio ácido-base, a compensação renal é a mais importante, na manutenção da constância do meio ambiente das células, o líquido extracelular. Os rins reagem aos distúrbios da osmolaridade, desidratação e hipotensão, eliminando ácidos não voláteis e não carbônicos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Alcalose_metab%C3%B3lica https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidose_metab%C3%B3lica https://pt.wikipedia.org/wiki/Alcalose_respirat%C3%B3ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidose_respirat%C3%B3ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Retroalimenta%C3%A7%C3%A3o_negativa
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