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CCJ0009-WL-PA-17-T e P Narrativa Jurídica-Antigo-15858

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Título 
9 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
9 
Tema 
Produção de narrativa jurídica valorada: versão da parte autora. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Redigir narraƟvas jurídicas valoradas com coesão e coerência textuais; 
- UƟlizar com moderação e consistência as estratégias modalizadoras; 
- Produzir uma versão dos fatos que interesse ao pólo aƟvo da demanda. 
Estrutura do Conteúdo 
1. NarraƟva jurídica valorada 
1.1. Diferentes versões sobre um mesmo fato jurídico 
1.2. Uso de modalizadores 
1.3. Produção Textual 
Aplicação Prática Teórica 
A fim de auxiliar a compreensão das questões já expostas em aula anterior sobre as narraƟvas jurídicas simples e valoradas, apresentamos os 
esquemas que seguem. Ambos tratam das diferenças de conteúdo e de objeƟvo que se processam em cada Ɵpo de naraƟva. 
 INSERIR AQUI O ANEXO 5 
O texto da aula de hoje contém informações que podem ser úteis tanto a quem acusa – o Ministério Público – quanto a quem se defende – o 
policial do Bope. Leia-o e faça o que se pede. 
  
PM confunde furadeira com arma e mata inocente 
O Globo – 20 de maio de 2010 – p. 19 (texto adaptado) 
Bruno Rohde, Célia Costa e Paulo Carvalho 
  
O policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), cabo Leonardo Albarello, CPF 453992292 -67 confundiu ontem uma furadeira com uma 
submetralhadora Uzi e matou, com um Ɵro de fuzil, o supervisor de loja Hélio Barreira Ribeiro, de 47 anos, CPF 435 874 985-20, RG 2323874044-9, que 
estava usando a ferramenta para fazer um serviço no terraço de sua casa, na Rua Fernando Pontes, no Andaraí. Após acompanhar o trabalho dos peritos, 
a delegada Leila Goulart, titular da 20ª DP (Vila Isabel), disse que, se for preciso, será feita uma reconsƟtuição para saber se a distância fez com que o 
PM se confundisse. 
Hélio sobe no terraço para fixar um toldo, vê os homens do Bope numa vila ao lado. Ele comenta, brincando com a mulher, que está com medo de a 
furadeira ser confundida com uma arma porque havia uma operação do Bope na favela. Minutos depois, um Ɵro disparado pelo cabo Leonardo Albarello 
mata o supervisor. Um projéƟl vai por baixo da axila e atravessa o tórax. Distância do Ɵro: aproximadamente 40 metros. 
A vila onde o supervisor morava fica num dos acessos ao Morro do Andaraí, num ponto afastado de onde os traficantes costumam ficar. Luís da 
Silva, vizinho do viƟmado, disse: Não houve troca de Ɵros; só ocorreu um Ɵro, o do policial do Bope. 
Hélio é levado para o Hospital do Andaraí, mas já chega morto. Não pediu pra sair da vida... O cabo do Bope apresenta-se no 20º DP e admite que 
fez o disparo. Ele alega: “Gritei para o cara largar a arma, ele fez um gesto brusco e eu atirei”. 
A delegada Leila Goulart indiciou o cabo por homicídio doloso - quando há intenção de matar. Segundo ela, o policial poderá responder ao inquérito 
em liberdade, por ter se apresentado à delegacia espontaneamente. 
O cabo poderá ficar afastado das ruas por tempo indeterminado e passar por acompanhamento psicológico. 
- A parƟr do momento em que há um disparo contra um civil, isso é um erro. Ele agiu, naquele momento, consciente de que estava certo. O erro foi 
detectado depois – disse o comandante do Bope, tenente -coronel Paulo Henrique Azevedo Moraes. 
Antes da operação do Bope, no dia da morte do Hélio, policiais do 6º BPM (Tijuca) esƟveram no Morro do Andaraí para checar uma denúncia de que 
havia um homem preso no alto da comunidade, prestes a ser executado. Durante confronto, na violenta cidade maravilhosa, morreram Jhonamir Duarte 
dos Santos, o Peixe, de 21 anos, e Adriano do Sacramento da Silva, o AR, de 24. Com eles, foram apreendidas uma pistola 9mm e uma granada. Adriano 
Ɵnha três passagens pela polícia. 
Testemunha do fato, Regina Célia Canelas Ribeiro, de 44 anos, mulher do supervisor de loja, disse: _ Depois de balear meu marido, ele (o PM) 
ainda me xingou e, apontando a arma para mim, ordenou que eu me deitasse. Vieram pulando os telhados das casas até chegar à nossa. Eles me 
trataram como bandida. 
  
Questão 1 
Produza uma tabela com duas colunas, a fim de elencar, na primeira, as informações que contribuem para reforçar a versão da parte autora e, na 
segunda, as que podem auxiliar a ré. Lembre-se de apenas selecionar as informações que são juridicamente relevantes para a solução da lide em análise 
no judiciário. Considere que o Ministério Público já tenha oferecido denúncia contra o cabo da polícia militar. 
  
Questão 2 
Existem fatos que podem ser usados na narraƟva tanto pela parte autora quanto pela ré. Não estamos nos referindo apenas aos fatos não 
controverƟdos, como a morte de Hélio Barreira Ribeiro e o disparo realizado pelo cabo Leonardo Albarello. 
Estamos tratando de certas circunstâncias que, a depender do interesse argumentaƟvo que suscitam, podem ser usadas por qualquer das partes 
para produzir suas versões sobre o que ocorreu no dia do evento fatal. 
Para exemplificar, considere o fato de que “o Rio de Janeiro é uma cidade muito violenta”. O MP, que acusa o policial de homicídio doloso, usará 
esse dado para reforçar a banalidade com que a polícia do estado trata a vida do cidadão. O advogado de defesa do cabo da PM pode, porém, recorrer à 
mesma informação para defender o raciocínio de que os confrontos naquela região são frequentes e, exatamente por isso, o policial agiu em legíƟma 
defesa, em virtude do perigo iminente. 
É certo que outras questões precisam ainda ser discuƟdas, como a conduta (im)perita do profissional dessa polícia especializada. 
Diante dessa breve reflexão, idenƟfique os fatos, explícitos ou pressupostos na estrutura textual, que podem ter validade para ambas as partes da 
demanda. JusƟfique o porquê de sua seleção, à maneira do exemplo da parte no início da questão. 
  
Questão 3 
Tendo em vista que o pólo aƟvo do processo (autor - MP), em Ação Penal Pública, pretende a condenação do pólo passivo (réu – policial militar 
Leonardo Albarello) pela práƟca de homicídio doloso, produza a narraƟva jurídica valorada de acusação, com respeito a todas as orientações dadas ao 
longo do semestre. 
  
  
  
Plano de Aula: 9 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Estácio de Sá Página 1 / 2
Título 
9 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
9 
Tema 
Produção de narrativa jurídica valorada: versão da parte autora. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Redigir narraƟvas jurídicas valoradas com coesão e coerência textuais; 
- UƟlizar com moderação e consistência as estratégias modalizadoras; 
- Produzir uma versão dos fatos que interesse ao pólo aƟvo da demanda. 
Estrutura do Conteúdo 
1. NarraƟva jurídica valorada 
1.1. Diferentes versões sobre um mesmo fato jurídico 
1.2. Uso de modalizadores 
1.3. Produção Textual 
Aplicação Prática Teórica 
A fim de auxiliar a compreensão das questões já expostas em aula anterior sobre as narraƟvas jurídicas simples e valoradas, apresentamos os 
esquemas que seguem. Ambos tratam das diferenças de conteúdo e de objeƟvo que se processam em cada Ɵpo de naraƟva. 
 INSERIR AQUI O ANEXO 5 
O texto da aula de hoje contém informações que podem ser úteis tanto a quem acusa – o Ministério Público – quanto a quem se defende – o 
policial do Bope. Leia-o e faça o que se pede. 
  
PM confunde furadeira com arma e mata inocente 
O Globo – 20 de maio de 2010 – p. 19 (texto adaptado) 
Bruno Rohde, Célia Costa e Paulo Carvalho 
  
O policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), cabo Leonardo Albarello, CPF 453992292 -67 confundiu ontem uma furadeira com uma 
submetralhadora Uzi e matou, com um Ɵro de fuzil, o supervisor de loja Hélio Barreira Ribeiro, de 47 anos, CPF 435 874 985-20, RG 2323874044-9, que 
estava usando a ferramenta para fazer um serviço no terraço de sua casa, na Rua Fernando Pontes, no Andaraí. Após acompanhar o trabalho dos peritos,a delegada Leila Goulart, titular da 20ª DP (Vila Isabel), disse que, se for preciso, será feita uma reconsƟtuição para saber se a distância fez com que o 
PM se confundisse. 
Hélio sobe no terraço para fixar um toldo, vê os homens do Bope numa vila ao lado. Ele comenta, brincando com a mulher, que está com medo de a 
furadeira ser confundida com uma arma porque havia uma operação do Bope na favela. Minutos depois, um Ɵro disparado pelo cabo Leonardo Albarello 
mata o supervisor. Um projéƟl vai por baixo da axila e atravessa o tórax. Distância do Ɵro: aproximadamente 40 metros. 
A vila onde o supervisor morava fica num dos acessos ao Morro do Andaraí, num ponto afastado de onde os traficantes costumam ficar. Luís da 
Silva, vizinho do viƟmado, disse: Não houve troca de Ɵros; só ocorreu um Ɵro, o do policial do Bope. 
Hélio é levado para o Hospital do Andaraí, mas já chega morto. Não pediu pra sair da vida... O cabo do Bope apresenta-se no 20º DP e admite que 
fez o disparo. Ele alega: “Gritei para o cara largar a arma, ele fez um gesto brusco e eu atirei”. 
A delegada Leila Goulart indiciou o cabo por homicídio doloso - quando há intenção de matar. Segundo ela, o policial poderá responder ao inquérito 
em liberdade, por ter se apresentado à delegacia espontaneamente. 
O cabo poderá ficar afastado das ruas por tempo indeterminado e passar por acompanhamento psicológico. 
- A parƟr do momento em que há um disparo contra um civil, isso é um erro. Ele agiu, naquele momento, consciente de que estava certo. O erro foi 
detectado depois – disse o comandante do Bope, tenente -coronel Paulo Henrique Azevedo Moraes. 
Antes da operação do Bope, no dia da morte do Hélio, policiais do 6º BPM (Tijuca) esƟveram no Morro do Andaraí para checar uma denúncia de que 
havia um homem preso no alto da comunidade, prestes a ser executado. Durante confronto, na violenta cidade maravilhosa, morreram Jhonamir Duarte 
dos Santos, o Peixe, de 21 anos, e Adriano do Sacramento da Silva, o AR, de 24. Com eles, foram apreendidas uma pistola 9mm e uma granada. Adriano 
Ɵnha três passagens pela polícia. 
Testemunha do fato, Regina Célia Canelas Ribeiro, de 44 anos, mulher do supervisor de loja, disse: _ Depois de balear meu marido, ele (o PM) 
ainda me xingou e, apontando a arma para mim, ordenou que eu me deitasse. Vieram pulando os telhados das casas até chegar à nossa. Eles me 
trataram como bandida. 
  
Questão 1 
Produza uma tabela com duas colunas, a fim de elencar, na primeira, as informações que contribuem para reforçar a versão da parte autora e, na 
segunda, as que podem auxiliar a ré. Lembre-se de apenas selecionar as informações que são juridicamente relevantes para a solução da lide em análise 
no judiciário. Considere que o Ministério Público já tenha oferecido denúncia contra o cabo da polícia militar. 
  
Questão 2 
Existem fatos que podem ser usados na narraƟva tanto pela parte autora quanto pela ré. Não estamos nos referindo apenas aos fatos não 
controverƟdos, como a morte de Hélio Barreira Ribeiro e o disparo realizado pelo cabo Leonardo Albarello. 
Estamos tratando de certas circunstâncias que, a depender do interesse argumentaƟvo que suscitam, podem ser usadas por qualquer das partes 
para produzir suas versões sobre o que ocorreu no dia do evento fatal. 
Para exemplificar, considere o fato de que “o Rio de Janeiro é uma cidade muito violenta”. O MP, que acusa o policial de homicídio doloso, usará 
esse dado para reforçar a banalidade com que a polícia do estado trata a vida do cidadão. O advogado de defesa do cabo da PM pode, porém, recorrer à 
mesma informação para defender o raciocínio de que os confrontos naquela região são frequentes e, exatamente por isso, o policial agiu em legíƟma 
defesa, em virtude do perigo iminente. 
É certo que outras questões precisam ainda ser discuƟdas, como a conduta (im)perita do profissional dessa polícia especializada. 
Diante dessa breve reflexão, idenƟfique os fatos, explícitos ou pressupostos na estrutura textual, que podem ter validade para ambas as partes da 
demanda. JusƟfique o porquê de sua seleção, à maneira do exemplo da parte no início da questão. 
  
Questão 3 
Tendo em vista que o pólo aƟvo do processo (autor - MP), em Ação Penal Pública, pretende a condenação do pólo passivo (réu – policial militar 
Leonardo Albarello) pela práƟca de homicídio doloso, produza a narraƟva jurídica valorada de acusação, com respeito a todas as orientações dadas ao 
longo do semestre. 
  
  
  
Plano de Aula: 9 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Estácio de Sá Página 2 / 2

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