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CLÍNICA MÉDICA DE MAMÍFEROS DE PEQUENO PORTE 
Rio, 27/04/2011
Alexandra Woods
Doença Bacteriana da pele (Piodermite)
Vamos falar sobre umas das principais apresentações clínicas das doenças dermatológicas, como assim: A lesão dermatológica não tem cara, porque uma mesma apresentação clínica ela pode se referir a várias etiologias, e as doenças bactérias dão complicações muito freqüente de varias etiologias. 
A pele é um órgão que contém uma microbiota, essa microtbiota vai ser composta por bactérias, fungos apatogênicos e patogênicos, e eles estão aí em equilíbrio, então qualquer situação que quebre esse equilíbrio ou que favoreça a penetração dessa bactéria patogênica na pele vai fazer com que o animal desenvolva uma apresentação clinica de doença bacteriana. 
Então uma doença parasitaria, uma sarna tem uma ação mecânica, destrói a anatomia e histologia do epitélio e favorecem a pentração da bactéria. A apresentação clinica que vamos ter é a apresentação clínica da doença bacteriana, no 1º momento quando vc não tem a doença não é muito comum o proprietário trazer, o proprietário só costuma trazer quando tem um processo secundário infeccioso esta instalada. 
Doenças alérgicas, a pele de um animal alérgico já é uma pele diferente, ela já tem uma barreira mais eficiente e isso já favorece a penetração da bactéria. Vamos ver recidivas das doenças bacterianas na pele dos alérgicos, principalmente dos atópicos. 
As endocrinopatias, como o hiperadreno e o hiportireoidismo baixando a imunidade do animal e isso favorecendo a instalação, então é nesse momento que o proprietário vai trazer.
O cão quando chegar, apresentando um quadro desse, o proprietário vai trazer o animal pra gente já com essa apresentação clínica. 
Objetivo da aula: 
- Que a gente aprenda a identificar clinicamente as lesões de doença bacteriana da pele. 
- 2º objetivo: confirmar que naquela lesão tem realmente bactéria. 
- 3º objetivo: Tratar 
- 4º objetivo: descobrir o motivo, a causa, o que favoreceu a instalação.
Quando vc consegue os 2 primeiros passos de forma correta vc já resolve 50% do problema. E agente ainda encontra muito animal que não é determinado que aquilo é uma doença bacteriana.
	
O que é importante lembrar é que toda lesão bacteriana na pele do cão teve uma causa, e é essa causa que a gente tem que determinar. 
Essa apresentação é muito mais comum no cão no que nos gatos.
Tem uma quebra da integridade na pele, e essa quebra faz com que a bactéria se prolifere.
Qual é o principal microorganimos patogênico da pele do cão que vai fazer a doença? 
Staphylococcus Intermedius.
Tem duas outras espécies que estamos encontrando com muito mais freqüência, como o S. aureus e o S. schliet... e essas 2 espécies são mais graves porque elas desenvolvem com mais facilidade o mecanismo de resistência.
Todos podem fazer, até o intermedius: 
MRS (mecanismo de resistência): 
Cepa de Staphylococcus resistente a meticilina. 
O que é isso (importante): Os staphylococcus que são resistentes a meticilina, eles vão ser resistente a todos os beta-lactâmicos (e os staphylococcus produzem a betalactamase que quebra o anel beta-lactâmico, então dos beta-lactâmicos do grupo das penicilinas sintéticas a gente não pode usar que não vai adiantar. Agora, os beta-lactâmicos do grupo das cefalosporinas a gente poder usar, pois ela não sofre ação das betalactamase. 
As cepas sejam do intermedium, aureous, scht.... que produzem o MRS, essas cepas são cepas muito graves. Vc não consegue usar todas as penicilinas, até as potencializadas ou seja, até as associadas ao acido clavulônico ou ao sulbactam, e vão ser resistentes a todas as cefalosporinas, e esse é o problema.
	Porque não falávamos sobre esses e agora estamos falando? Porque agente tem tido mais casos.
Não é uma coisa que agente deve se preocupar num primeiro momento e muito menos pensar que aquele animal que vc está tratando pra doença bacteriana da pele e que não esta respondendo é porque ele já é um MRS.
Caso clínico: 
Se eu tenho um animal tem doença bacteriana da pele e toda vez que ele tem o quadro, usa a cefalexina e ele fica ótimo, e quando para de usar a cefalexina uns 10 dias depois retorna todo o quadro. 
Pergunta-se: eu vou pensar em resistência bacteriana nesse caso? Não. 
Resistência bacteriana é quando uso o antibiótico e não tenho melhora durante o uso, isso é resistência. Ou então eu tenho uma breve melhora e durante o tratamento as lesões retornam e ai eu vou pensar em resistência. 
Os trabalhos trazem como a maior causa de desenvolvimento dessas cepas é a troca de antibiótico.
A partir do momento que vc recebe um animal que tem recidiva de doença bacteriana da pele, e o proprietário fala que toda vez que ele toma cefalexina ele fica bom e já tem 2 anos que ele toma cefalexina. Qual antibiótico vc vai fazer nesse animal? Cefalexina. Não é pra trocar.
O que acontece: se esse animal vier a ter uma infecção de trato urinário, se esse animal vier a ter uma infecção respiratória, provavelmente esses agentes vão estar resistentes a cefalexina, porque são agentes da microbiota que fazem quadros respiratórios, quadros urinários que tiveram contato varias vezes com a cefalexina, então gera realmente cepas resistentes a cefalexina. Mas aqui o staphylo da pele ainda não está fazendo resistência, senão não não poderia usar. Não é trocando o antibiótico que vc vai resolver (no animal que está respondendo).
 
Outros microorganismos podem fazer lesão bacteriana de pele como Proteus, Pseudomonas, E.coli; principalmente nas lesões profundas, mas não é comum. Eles são oportunistas, eles precisam que o Staphylos abra o caminho que aí quando eles estão presentes eles passam a também a atuar, mas não é comum. 
As principais causas que vão levar a doença bacteriana: anormalidades cutâneas que são as doenças alérgicas, seborréicas, parasitárias (escabiose), desordens foliculares, desordens metabólicas (e endocrinopatias) e as deficiências imunológicas principalmente as adquiridas, as congênitas são raríssimas.
Então vc atendeu um animal com doença bacteriana da pele, identificou a lesão, prescreveu o antibiótico, prescreveu o tratamento tópico, o segundo passo é ir buscar. Se eu não consigo detectar eu vou encaminhar o paciente, mas eu vou encaminhar o paciente sem doença bacteriana da pele, o que ajuda muito o dermatologista a chegar ao diagnóstico.
Vamos aprender a identificar as lesões: 
Posso ter a pápula que evolui para pústula que evolui para colarete. Dessas três lesões aqui o que eu vou mais encontrar é o colarete epidérmico, porque a pústula é extremamente frágil, então a pústula se forma e se rompe em menos de 24h e o que persiste é o colarete epidérmico. Então tenho que saber identificar, pois se teve colarete teve pústula e se teve pústula tem doença bacteriana.
Em áreas de pêlo, o colarete epidérmico é mais fácil de ver em área glabra, mas agente também tem que identificar em área de pêlo. No colarete epidérmico teve uma pústula, então aqui tem doença bacteriana, eu não sei o que causou, mas eu sei que eu tenho que tratar com alguma forma de antibiótico, tópico ou sistêmico. 
Outra apresentação clínica é a foliculite, que é quando a pústula se forma na saída do folículo piloso.
Na área glabra eu consigo ver a pústula, na região que tem pelo eu vou ver a foliculite. O proprietário fala: eu puxo o pêlo do meu cão, solta e vem com uma casquinha aderida, isso era uma pústula formando na saída do folículo, destruiu o folículo, a pústula rompeu, o exsudato ressecou e fez aquela crosta. 
	Se chegar um cachorro cheio de caroçinhos, isso é foliculite, não é alergia. A doença alérgica leva a foliculite, mas a alergia no cão não vai se manifestar assim, com esse aspecto. 
Foliculite: vc olha, mas não sabe o que causou, mas vc sabe que tem que tratar com antibiótico. 
Às vezes, a foliculite é a lesão na saída do pelo, se vc não tratar ou se etiologia for uma etiologia que lese o folículo como a sarna demodécica, o que acontece: a bactéria invade o fundo do folículo. Então afoliculite evolui para furunculose, que é o acometimento bacteriano da região mais profunda do folículo piloso formando a furunculose, e esse folículo vai romper e vai invadir a derme formando um micro abscesso. Esse micro abscesso pode drenar e o organismo conseguir manter a lesão só na derme, ou nos quadros mais graves tudo é destruído e a infecção chega no tecido celular subcutâneo causando a celulite.
Celulite: doença bacteriana da pele mais grave que tem. É quando vc tem a destruição da derme e da epiderme e a bactéria chega no fundo. 
Isso é grave, porque primeiro indica pra gente que a causa de base é uma causa extremamente imunossupressora. 
Segundo, o que eu tenho no tecido celular subcutâneo? Vascularização. A bactéria perto de vaso facilita a translocação bacteriana que faz uma bacteremia, e o animal imunossuprimido facilita a doenças mais graves de sepse.
 
Um detalhe importante: o exsudado da furunculose e do micro abscesso é um exsudado sanguino-purulento, é igual sangue, quando ele drena ele forma essa crosta, então esse pontinho rocheado é um micro abscesso, a pele superficial é bem fina, ele vai romper, e quando ele rompe, o exsudato sanguino-purulento vai formando essa crosta.
Toda a resposta inflamatória é muito mais intensa do que nas outras lesões, porque aqui a lesão é mais profunda, então eu tenho edema, eritema, queda de pelo (não vou ter pêlo na região). 
 
Secundária a essas lesões mais graves vamos ter: eritema, alopecia, às vezes seborréia, escoriação mais superficial, crosta, edema e prurido (toda lesão bacteriana seja ela superficial ou profunda ela coça, o grau de prurido é que vai variar de um individuo para o outro). 
O prurido é secundário, e ai é importante questionar o proprietário: o que apareceu primeiro, a lesão ou o prurido?
Depois que eu identifiquei a lesão e sei que ela é uma lesão bacteriana, agora é mais didático, mas é importante pra etiologia:
Classificação da doença bacteriana: 
Essa classificação vai estar relacionada com a profundidade da lesão. Se a lesão é mais externa, se a lesão é mais superficial, ou se a lesão é mais profunda. 
É importante classificar, porque a classificação vai me dar um direcionamento terapêutico, as quais etiologias que são mais freqüentes. Classificar é dar um nome a aquela doença bacteriana de acordo com a profundidade da lesão, isso que é classificar. 
Piodermite externa:
Acometem a camada mais superficial da epiderme, não há penetração nas camadas debaixo da epiderme da bactéria, ela fica restrita a camada córnea. 
Nenhuma das lesões que nos falamos vão estar presente aqui. 
A lesão do pioderma externo é:
Eritema, edema, exsudato mais catarral do que purulento, vc não tem pústula, vc não tem colarete. 
Nós vamos ter a mais importante delas é a:
Dermatite úmida aguda que tem vários nomes, como: dermatite piotraumática ou Hot spot. 
O que é: 
Essa é uma lesão de aparecimento agudo, aparece em 24h, geralmente ela é circular, tem todas as características que falei ali em cima e ela é extremamente dolorosa. Pode ser focal ou multifocal, única.
Causas de dermatite úmida aguda: 
Causas pruriginosas, o animal precisou coçar, porque não tem como surgir se não coçou. 
Vc vai perguntar ao proprietário se ele coça, e a proprietária fala que não, porque a partir do momento que a lesão, ali ele não coça mais porque dói muito. Vc vai buscar causas de doenças dermatológicas pruriginosas primárias, como uma doença parasitária ou uma doença alérgica. 
Particularidades da Terapêutica: 
A dermatite úmida aguda é uma lesão que o tratamento essencial é tópico e alguns manejos são importantes:
1º: Tricotomia com tesoura vasta da lesão (não pode passa gilete!), o pelo não cai porque é uma lesão muito superficial e muito rápida. Então o exsudato aglutina os pêlos em cima facilitando mais ainda a disseminação da lesão. Vc vai fazer a tricotomia do pêlo até a pele saudável, quando vc viu pele saudável vc para. 
2º: Depois vai usar produtos adstringentes num primeiro momento, que são produtos que causam o ressecamento da lesão, aí podemos usar o permanganato (bem diluído), não usar água oxigenada que é muito cáustico. 
3º: A única lesão de doença bacteriana que vamos fazer uso de antibiótico tópico associado à corticóide, é a única. Única porque o corticóide é extremamente contra-indicado para doenças bacterianas sejam tópicos ou sistêmicos. Mas como aqui a lesão tem muito mais caráter inflamatório do que infeccioso, o corticóide pode ser usado tópico. 
Detalhe importante: a dermatite úmida aguda é uma resposta muito individual. Os animais de pelagem mais densa são os mais propensos, mas animais de pelagem curta (ex. rotweiller tem pelagem curta, mas é denso), mas os animais de pelagem curta também podem fazer, mas uma vez que ele fez, ele vai sempre ter a forma de resposta dele. Se o proprietário fala que ele vive tendo isso é porque a causa não foi tirada e vc tem que buscar. Não tem como vc prescrever uma terapêutica pra que ele não apresente mais essa lesão sem tirar a causa.
Intertrigo é o pioderma externo que se localiza em região de dobra, de prega cutânea, pode fazer em qualquer região. Aí a lesão é a mesma coisa.
- Intertrigo na prega: vc abre a prega e vc tem o eritema, exsudato, odor desagradável naquela região. Dependendo do local que a prega está acometida ele vai receber um nome, o mais comum é o facial, que é em animais braquicefálicos. O labial para os animais quem tem o lábio superior sobreposto sobre o lábio inferior, a relação dele é a umidade, a temperatura maior naquela região.
- Intertrigo das dobras: que é o sharpei, que é em qualquer parte do corpo
- Intertrigo vulvar: naquela dobra da vulva nas cadelas muito obesas, quando a vulva fica embutida podendo ter acumulo de urina
- Intertrigo caudal: ou nos animais que tem a cauda muito enrolada ou no Bulldog que tem aquele defeito anatômico na cauda.
Tratamento: 
Mesma coisa, é o tratamento tópico com pomadas com antibiótico e corticóide. 
Manutenção: 
Lavar sempre com produtos desengordurante como: enxofre, peróxido benzoila. Desde que não caia no olho.
E não tem cura, pois a cura seria a retirada da dobra. E vc não tem como retirar a dobra desses animais, vc tem que falar isso pro proprietário, a causa ali é a dobra e nada mais. 
Tem que manter essa dobra limpa, a higiene é a melhor forma.
Problema oftálmico: vc tem que investigar o problema oftálmico que provoque derramamento de lágrima excessiva, vai manter aquela prega mais úmida ainda. 
Intertrigo = assadura
Favorece a infecção secundária por malassézia. 
Pioderma/piodermite superficial
Aqui a região da pele que é acometida é a epiderme. Agente classifica aquela apresentação da doença bacteriana como pioderma superficial quando as lesões são lesões que acometem somente a epiderme.
Aqui vamos ter 2 nomeclaturas:
Impetigo: é quando as lesões do pioderma superficial são: a pústula, pápula e colarete e que estão restritas a região glabra (que é a região sem pêlo, que é na região abdominal).
Principal etiologia relacionada ao impetigo: 
Normalmente acomete filhote, desnutrição, endoparasitas, condição de higiene ruim (no ambiente em que o filhote vive).
Então se vc atendeu o filhote e ele tem lesões de impetigo, sem nenhuma outra lesão, não há necessidade de tratamento sistêmico, só o tratamento tópico e a retirada da causa resolve. 
Tratamento tópico: 
Aqui não pode usar corticóide. 
Um creme antibiótico tópico, um shampoo. 
Às vezes se a coisa é mínima, só a causa, como vermifugar, corrigir a alimentação, melhorar o manejo, limpar o ambiente pode resolver o problema dele.
Foliculite Superficial 
A segunda classificação do pioderma superficial é a foliculite superficial.
Então quando agente vê o animal com várias lesões de foliculite disseminada, então eu sei que ele tem foliculite, é o pioderma superficial, a classificação é a foliculite superficial.
Causas: 
Todas as etiologias dermatológicas, principalmente as doenças alérgicas, doenças parasitárias, doenças micóticas, endocrinopatias todas,mas principalmente as alérgicas.
Queixa principal: meu animal está cheio de caroçinho. No animal de pelagem mais longa, ele diz que está cheio de casquinha, e vc conforme vai examinando vc vai abrindo o pelo e vai vendo os colaretes.
 
Tratamento:
Com antibiótico e vai buscando as prováveis causas.
Pioderma profundo
Aqui na foto temos a furunculose e o microabscesso. Na celulite teria a perda de toda a epiderme e da derme.
 Então podemos ter pioderma profundo generalizado quando a lesão acomete todo o corpo. 
Etiologia: 
Vou buscar etiologias que levem o folículo piloso: a principal é a sarna dermodécica.
Se vc atender um animal com pioderma profundo generalizado, a 1º etiologia que a gente vai ter certeza que não é, é a sarna dermodecica, mais qualquer etiologia imunossupressora pode levar. 
Ex. se vc pegar um animal com uma foliculite generalizada e tratar com corticóide, vc abriu porte pra bactéria, porque o sistema imunológico estava conseguindo manter restrito ali. Isso é uma outra causa muito comum. 
Podemos ter também o pioderma profundo localizado, e isso é importante porque às vezes vamos ver uma lesão única e vai pensar que é um pioderma superficial e vai tratar como um pioderma superficial. Mesmo sendo uma lesão única na ponte nasal e no calo se eu tenho uma furunculose e microabscesso, eu vou tratar com pioderma profundo. 
Terapêutica
Outro ponto importante para classificação é a terapêutica, cada classificação vai ser submetido a um determinado tempo de antibiótico terapêutico. 
- Pioderma profundo são tratados de 30 a 60 dias com antibiótico. Mesmo sendo um único calo. Se vc não fizer 45-60 dias de antibiótico sistêmico, não vai resolver o problema infeccioso, não vai resolver aquele calo. 
O calo se forma porque é um atrito constante, então a pele vai ficando mais hiperqueratótica, e ai o folículo vai entrando e ai o pêlo passa a ser um corpo estranho, e ai vc passa a ter mais reação inflamatória.
- Antibiótico e tentar manter o calo menos espesso. Colocar o animal sobre um local macio (o que é difícil) 
- Profunda: 60 dias pelo menos
- Superficial: 30 dias pelo menos
Diagnóstico: 
Como posso confirmar se tem ou não bactéria: Pego um micro-abscesso fechado, pega esse exsudato e faço uma citologia pra ver se tem bactéria. No superficial se vc encontrar a pústula vc faz a mesma coisa, o problema é que às vezes é difícil de encontrar a pústula.
Esse é o primeiro passo que vc tem que fazer, mesmo que num primeiro momento que vc descobriu que tem sarna demodécica, não é hora de tratar a sarna demodécica, vc primeiro resolve a doença bacteriana e depois trata a sarna.
	Vc tem que pegar o exsudato de dentro do micro-abscesso pra citologia.
-Objetivos do diagnostico da doença bacteriana da pele: 
1º é identificar que ele tem doença bacteriana da pele, e 2º é chegar à causa.
-Anamnese:
A anamnese não diz que é doença bacteriana da pele, na anamnese vc tenta buscar as prováveis etiologias, e importante: erro de tratamento. 
Então na anamnese vc vai ver por ex: tempo curto de antibiótico, antibiótico que não é efetivo (ex de antibióticos que não são efetivos: penicilina, tetraciclina que não funcionam pro S. intermedium), uso de corticóide. É isso que vc vai buscar na anamnese com relação à doença bacteriana.
Os exames complementares são pra buscar a causa, em qualquer doença bacteriana, todo animal tem que submetido a raspado parasitológico de pele, a sarna demodecica pode fazer tanto a foliculite quanto a furunculite. 
A escabiose faz foliculite. 
Tem que ter certeza que não tem sarna ali
OBS: dermatófito, agente atende muito animal com foliculite bacteriana mas que tem como causa de base a dermatofitose, pq o dermatofitose lesa o folículo e ai a bactéria vai lá e pode causar lesão também.
Todos os animais devem ser submetidos a um raspado parasitológico.
-Citologia: é para confirmar ou não a presença de bactéria naquela lesão pustular. Então se tem bactéria e é um cocos, só pode ser o staphylococcus ali.
-Cultura ou antibiograma: a gente não faz com freqüência nessas lesões, não fazemos como rotinas só vão fazer para aqueles casos que fiquem demonstrados uma resistência (onde usei o antibiótico correto, dose correto, tempo correto e não houve melhora alguma). Mas cuidado: investigar se o dono está dando mesmo o medicamento.
Tratamento: 
Tem sempre o tópico, associado ou não ao sistêmico. 
Quando agente pode deixar de fazer o sistêmico? Nos piodermas externos, numa dermatite úmida aguda, num intertrigo, raramente agente vai fazer o sistêmico, agente vai fazer só o tópico.
Na piodermite superficial exceto no impetigo, em todos os outros vamos fazer também o sistêmico, e no profundo também, vamos fazer tópico e sistêmico. 
O tratamento tópico é muito mais efetivo quando as lesões são generalizadas, é muito mais eletivo na forma da xampu terapia, o xampu a gente deixa na pele por um período de 15 a 20 minutos, o animal não deve ser deixado ao sol nesse período e com um enxágüe muito bom (tem que tirar bem o resíduo do xampu), o intervalo de banho depende da gravidade da lesão.
Para doença bacteriana da pele de 3 em 3 dias, de 5 em 5 dias,ou ate de 7 em 7 dias depende da gravidade do caso. O que agente precisa acompanhar é: conforme a pele melhora eu posso aumentar o intervalo, espaçando mais os banhos.
Para lesões localizadas posso usar os cremes, as pomadas, o gel, com as bases de antibióticos.
Lembrando que:
- Mupirocina (é um dos melhores antibióticos tópicos para doença bacteriana da pele), só que ninguém vai passar essa pomada no cachorro todo. Ex: pioderma profundo de calo, de queixo, agente consegue prescrever. 
- Associaçao de corticóide somente pros externos.
- Gel de peróxido benzoila é excelente para o intertrigo facial, e qualquer lesão de intertrigo.
- Soluções: agente só usa pra curativo local, ex. dermatite úmida aguda, pioderma generalizado que chegou para fazer higiene.
Em casa pro proprietário passar as soluções fica ruim, por isso vc vai passar o xampu.
- Xampu terapia (estudar as bases em fármaco)
Peróxido benzoíla (é o mais efetivo pra doença pra pele), clorexidine até 2% esta suficiente para doenças bacterianas da pele, Tricosan/ Irgasan/ Lactato etílico são os mais brandos. 
Sistêmico: 
Antibiótico: 
Lembrar da betalactamase, logo, as penicilinas naturais e as sintéticas não potencializadas não podem ser usadas. Também não pode ser usadas as tetraciclinas, e as sulfas não potencializadas.
Sensíveis: todas as cefalosporinas, os macronídeos (eritromicina, azitromicina) sulfas potencializadas, glicomicina, clindamicina, todas as quinolonas deixando as quinolonas para lesões mais profundas, porque esse grupo tem uma penetração melhor no tecido granulomatoso (tecido piogranulomatoso: tecido que tem um infiltrado neutrofílico e macrófago). 
Lembra-se: usar sempre a mesma base nas recidivas. 
- Dose e tempo: sempre a maior dose permitida pelo fármaco porque o que chega na pele é muito pouco, e o tempo tem que ser muito longo, porque vc precisa que aquela estrutura anatômica se reconstitua para que ela não permita a proliferação do microrganismo, porque vc não consegue extinguir o staphylococcus na pele do animal.
Pioderma superficial: de 15 a 21 dias
Pioderma profundo: de 30 a 60 dias
Recidivou
Se recidivou de 2 a 21 dias depois do tratamento, a primeira coisa que vc vai pensar é que vc usou pouco tempo de antibiótico, começa tudo de novo e faz por mais tempo. 
Se recidivou 3 semana, 1 mês depois é a doença de base que não conseguiu debelar. Ai vc vai buscar a doença de base.
O animal quando entra em crise pode desenvolver doença bacteriana ou micótica 24 horas depois.
Gatos
A principal apresentação da doença bacteriana na pele dos gatos é o abscesso. Os gatos vão fazer muito mais abscesso do que o cão e muito menos doença bacteriana do que o cão. 
A origem dos abscessos em gatos é traumática, principalmente pelas mordeduras e arranhaduras (mais doenças bacterianas pelas mordeduras). 
Se é pela mordedura por onde vem a bactéria que vai causar oabscesso? Ela vem da cavidade oral do outro que mordeu. O que eu tenho na cavidade oral: vou ter gram +, gram –, agora se formou um abscesso, tenho anaeróbios dominando ali por ser uma lesão fechada.
- Bactérias em gatos têm que pensar em pasteurella, ela é um anaeróbio facultativo (consegue viver em ambiente de anaerobiose).
Tratamento
A prescrição antibiótica é totalmente diferente:
Cefalexina não vai funcionar, cefalosporina de 1º geração que não abrange anaeróbio.
Alem disso, não adianta só antibiótico, todo abscesso tem que ser drenado, vc tem que retirar aquele exsudato purulento que está ali dentro.
Vamos usar:
Os beta-lactâmicos, mais o grupo das penicilinas e penicilinas sintéticas, têm uma ação sobre os anaeróbios também, e é uma boa ação também sobre a pasteurella. Ou quando pensar em anaeróbios vamos pensar em metronidazole, clindamicina.
Tempo: 
Um abscesso depois que vc drena, 10 dias de antibiótico é mais do que suficiente, se não melhorou em 10 dias é porque tem alguma coisa de errado, o ideal é que colete esse exsudato desse abscesso e mande para determinar o agente e antibiograma (mas isso não é feito na rotina). 
Então se não melhorar em 10 dias, eu tenho que suspender tudo e tentar isolar esse agente.
Às vezes ele até melhora, mas aparece outro. 
Os abscessos também têm uma epidemiologia diferente, agente não tem que buscar a causa, pois já sabemos qual a causa que é o trauma. Vamos sempre buscar uma historia (animal vive solto em casa, etc.)
Importante: 
- Pra resolução das doenças bacterianas da pele, agente tem que diagnosticar e tratar a causa, sem isso não resolve, e é a apresentação mais comum das doenças dermatológicas do cão.
- Com relação a terapêutica: Nunca usar corticoterapia sistêmica em um paciente com lesão de doença bacteriana, exceção: quando são os piodermas externos, somente o tópico.

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