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RESUMO DE SOCIOLOGIA 1 Questões centrais à construção das Ciências Sociais da Sociologia Na Sociologia, o debate sobre a relação entre o sujeito e o objeto do conhecimento é polêmico, nada consensual. Trata-se de uma discussão epistemológica, portanto, de uma discussão relativa ao fazer ciência; discussão complexa com sérias implicações no sujeito, no objeto e no método do conhecimento. Portanto, com toda certeza, o debate sobre a relação entre sujeito e o objeto do conhecimento é central à construção das ciências históricas e sociais; central, também, à visão e intervenção nossa na realidade social. Vamos apresentar as possibilidades desta relação, tendo a convicção de que não esgotaremos a questão. Para muitos cientistas e analistas sociais (sociólogos, antropólogos, historiadores, economistas, geógrafos, sindicalistas, professores, entre outros), só existe ciência se houver “absoluta objetividade” na produção científica. Absoluta objetividade significaria retratar a realidade estudada sem qualquer interferência pessoal do pesquisador e do analista na realidade. No ponto de vista desses “pesquisadores” e “analistas”, só se atinge a objetividade quando se estabelece uma separação (ruptura) entre o sujeito e a realidade (objeto) a ser estudada e/ou trabalhada. Este procedimento é essencialmente positivista e encontra-se no passado e no presente das ciências sociais; no passado e no presente da Sociologia. A Sociologia inspirada na Fenomenologia e na Gestalt carrega sempre a hipótese de cumplicidade. A redução fenomenológica e a hermenêutica tendem a tornar o objeto e o sujeito CÚMPLICES DO CONHECIMENTO. A Fenomenologia e a Gestalt procuram demonstrar que não há diferença entre sensação e percepção, pois, não temos sensações parciais ou pontuais. Sentimos e percebemos formas ou totalidades estruturadas, dotadas de sentido ou de significação. Nesta perspectiva, a percepção é uma relação do sujeito com o mundo exterior e não uma relação com feixes de estímulos externos; nem tampouco uma ideia formulada pelo sujeito. A relação dá sentido ao percebido e ao perceptor. O objeto percebido é qualitativo, significativo, estruturado; o sujeito está no objeto como sujeito ativo. A relação sujeito e objeto é intercorporal; relação entre corpos; uma forma de comunicação entre o sujeito e o objeto, relação comunicativa entre seres. A percepção envolve toda a personalidade do sujeito, toda sua história social. A percepção oferece ao sujeito um acesso ao mundo dos objetos práticos e instrumentais, orientando as ações cotidianas e as ações técnicas. Assim, a percep- ção para a Fenomenologia e a Gestalt não é uma ideia confusa ou inferior, pois o mundo é percebido qualitativamente, afetivamente e valorativamente. Na produção do conhecimento, a percepção é considerada originária e parte principal do conhecimento humano. Contudo, sua estrutura é diferente da estrutura do pensamento abstrato, do pensamento que opera com as ideias. Enquanto a percepção capta por parte, o intelecto capta a totalidade, de uma só vez, sem precisar examinar cada parte ou face do real. As posições da fenomenologia e da Gestalt sobre o conhecimento chocam-se, na prática, com a posição daqueles que defendem ser o conhecimento humano uma operação discursiva. Na perspectiva discursiva, o raciocínio, a indução, a dedução e a demonstração são operações mentais, que comprovam o poder e o limite do intelecto humano.
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