A Autonomia nos clássicos da sociologia

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Sociologia da 
Educação
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MESQUITA, Rui. G. M. ; OLIVEIRA, A. M. . Educação e sociedade: reflexões sobre a
autonomia de um campo nos clássicos da sociologia. In: SILVA, André Gustavos
Ferreira da; COSTA E SILVA, Gildemarks; MATOS, Junot Cornélio. (Org.).
Fundamentos da educação:fronteiras e desafios. 1ªed.Recife: Ed. Universitária da
UFPE, 2011, v. , p. 119-138.
Texto base:
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O Conceito de Autonomia
⬗ Capacidade da educação desenvolver uma racionalidade 
própria, independente de outras esferas e dimensões do 
social (Economia, política e cultura)
⬗ Escola e ação educativa ligada aos interesses do Estado ou 
aos seus próprios interesses? 
⬗ Modelo de Escola estruturada a partir do Estado-Nação
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Os Clássicos da Sociologia (Durkheim, Marx e Weber) e o problema 
educativo
⬗ Paradigma moderno da ciência 
◇ Objetividade do social
◇ Leis de funcionamento da sociedade
⬗ Dicotomia sujeito-objeto
◇ Sujeito – homens, mulheres, subjetividades coletivas, 
classes sociais, movimentos sociais, partidos, etc.
◇ Objeto – mundo cultural e institucional
◇ “efeito espelho” das ações sociais
◇ Autonomia do objeto
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Émile Durkheim
⬗ Princípio estruturante do social é a harmonia 
⬗ Educação como expressão parcial da consciência coletiva 
◇ Amálgama de valores e crenças comuns à maioria dos 
membros 
⬗ Educação e a função de gerar uma harmonia através da 
produção de tipos de indivíduos e trabalhador demandadas 
por cada sociedade
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⬗ Educação articulada à própria estrutura social
⬗ A educação como fato social, aquilo que se impõe como 
coisa desde o exterior, independente de desejos e 
consciências individuais.
⬗ As solidariedades de Durkheim 
⬗ 1) Mecânica – solidariedade entre iguais
⬗ 2) Orgânica – solidariedade entre diferentes 
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⬗ A educação em sociedades complexas deve, seguindo a 
lógica de Durkheim, deve gerar indivíduos em um 
ambiente de diferenciação socioprofissional
⬗ “O indivíduo a ser construído não deveria, nesses termos, 
sentir a sociedade como algo opressor, mas ao contrário, 
tomar como um chamado vocacional as demandas que a 
sociedade reclama do seu meio de origem” [p.117]
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⬗ Educação como fato social
◇ Indivíduos pensam que sua formação está se 
adequando a interesses particulares quando na verdade 
estão atendendo a demandas da sociedade 
⬗ Durkheim aposta no potencial educativo dos grupos 
profissionais 
funções econômicas e afetivo-culturais
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⬗ Ao colocar as corporações como lugares-chaves no 
processo educativo, Durkheim coloca a esfera econômica 
como lócus da política 
⬗ Segundo os autores, Durkheim intui a possibilidade de não 
coincidência entre a esfera pública e estatal, 
desnaturalizando os arranjos político-institucionais 
estruturantes do Estado-Nação
⬗ A teoria funcionalista de Durkheim não oferece 
mecanismos para a saísa para uma educação que busque 
autonomia 
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Karl Marx
⬗ Ao contrário de Durkheim, que via no Estado o que de 
melhor sobrevivia das gerações predecessoras, Marx e 
Engels viam no Estado-nação moderno o representante dos 
interesses da burguesia
⬗ Inexistência de um princípio de harmonia, lógica conflitual
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⬗ Marx e Engels, críticos do “indivíduo abstrato do 
liberalismo” [sem vínculos com processos sociais 
coletivos]
⬗ A dicotomia indivíduo-sociedade não era um ponto a ser 
resolvido, um problema, era um instrumento teórico capaz 
de pensar a luta de classes e o próprio conceito de classe 
social
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⬗ Construção de uma consciência de classe, através da 
organização de instituições classistas [partidos, sindicatos, 
associações, etc.]
⬗ Para Marx, o investimento educativo nas corporações não 
fazia sentido, já que eram nelas que o trabalhador se via 
explorado e alienado
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⬗ No capitalismo, a burguesia detém os meios de produção, 
negando ao aprendiz a possibilidade de se tornar mestre e 
de ter sua própria oficina
⬗ Essa relação de produção baseada na propriedade privada 
torna o setor produtivo um lugar de conflito, não de 
harmonia 
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⬗ A escola como lugar estratégico do projeto político liberal
⬗ Marx, apesar de defender a bandeira liberal de ensino 
obrigatório, gratuito, público e universal, não aceitava que 
o estado fosse o responsável pela gestão escolar
⬗ Escola revolucionária constituída no chão de fábrica 
⬗ União entre trabalho e ensino 
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⬗ Impasse marxiano: ao formular a crítica ao sistema de 
ensino burguês e afirmar que no presente essa união entre 
ensino e trabalho não poderia ser feita, acaba entrando na 
utopia
⬗ A virada da ação política no sentido sindicato-partidos 
políticos e no ppalno nacional/internacional, acabou 
legando à educação uma noção liberal de cidadania
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Marx Weber
⬗ Os fenômenos sócio culturais teriam que conciliar o 
significado subjetivo da ação com seu significado cultural
⬗ Compreensão – instrumento heurístico central, já que a 
ação dos atores pe guiada por uma pré-interpretação do 
mundo 
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⬗ Para Weber, os significados da ação, longe de 
corresponderem a uma lógica estrutural [funcional ou 
dialética], teriam um significado intersubjetivo, vinculando 
ação e situação.
⬗ Webwe não acreditava que a ciência moderna fosse capaz 
de dar respostas às questões práticas da vida 
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⬗ Relativizava a possibilidade de uma leitura objetiva da 
realidade social
⬗ Para Weber o professor, como homem de ciência, não 
deveria emitir julgamento pessoal de valor a seus alunos 
⬗ Separação entre conhecimento e juízo de valor
⬗ O professor deveria demonstrar os eventos que fugiam ao 
todo coerente, relativizando certezas
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⬗ “A estruturação do social se daria, na sociologia 
compreensiva weberiana, a partir de microambientes que. 
Tecendo teias de intersubjetividades, delimitariam o escopo 
e sentido das ações humanas” [p.126] 
⬗ Numa perspectiva emancipadora, a discussão weberiana 
poderia ser articulada à formação intersubjetiva de sentido 
para ações contra hegemônicas
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⬗ Para Weber o desencantamento do mundo, forjado através 
de um processo de racionalização, teria levado à situação 
de existir vários pontos de vista inconciliáveis 
⬗ Weber não desenvolve uma perspectiva transformadora, 
com uma naturalização da consciência individual 
autocentrada.
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