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Aula 11 - Interpretação

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Livro Eletrônico
Aula 11
Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
Décio Terror Filho
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1 
 
Compreensão e interpretação de textos de 
gêneros variados. Reconhecimento de tipos e 
gêneros textuais. 
Sumário 
1 – Interpretação de dados explícitos e implícitos .............................................................. 1 
1 – Dados explícitos ........................................................................................................................... 2 
2 – Dados implícitos .......................................................................................................................... 7 
2 – Tipologia textual ........................................................................................................ 12 
1 – Descritivo ................................................................................................................................... 12 
2 – Narrativo ................................................................................................................................... 13 
3 – Dissertativo ................................................................................................................................ 17 
1 – Dissertativo-expositivo ............................................................................................................................................. 17 
2 – Dissertativo-argumentativo ou opinativo ................................................................................................................. 18 
3 – O que devo tomar nota como mais importante? ........................................................ 69 
4 – Lista de questões ........................................................................................................ 70 
5 – Gabarito ................................................................................................................... 100 
 
 
1 – INTERPRETAÇÃO DE DADOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS 
Olá, pessoal! 
Vamos trabalhar tudo o que é importante na abordagem do texto, conforme é cobrado pela 
banca CESPE. Tudo o que veremos nesta aula será confirmado nas aulas extras com provas 
comentadas na íntegra. 
Devemos entender que, quando se interpreta um texto para realizar um concurso, temos, na 
realidade, duas interpretações a serem feitas. A primeira é a compreensão do texto em si, entender 
Décio Terror Filho
Aula 11
Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital
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2 
 
as expressões ali colocadas, tirar conclusões, compreender as entrelinhas, o contexto; a outra é a 
compreensão do pedido da questão. 
Às vezes até compreendemos bem o texto, mas não entendemos o pedido da questão. 
Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o enunciado da questão. 
Após isso, devemos confrontá-los e julgar se possuem ideias semelhantes ou não. 
 
 
 
 
Isso é a interpretação. 
 É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações implícitas e explícitas. 
 
1 – DADOS EXPLÍCITOS 
Em um texto podemos encontrar os dados explícitos, isto é, aquilo que o pedido da questão 
informou é encontrado literalmente no texto. Didaticamente, representamos os dados explícitos 
com o sinal “xxx”: 
 
 
 
 
 
 
 
Décio Terror Filho
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3 
 
Este é o tipo de questão mais simples e muitas vezes a banca CESPE tem cobrado em prova. 
Veja nestas questões-modelo: 
 
(CESPE / MPU Técnico) 
Segundo a doutrina nacional, os crimes cibernéticos (também chamados de eletrônicos ou 
virtuais) dividem-se em puros (ou próprios) ou impuros (ou impróprios). Os primeiros são os 
praticados por meio de computadores e se realizam ou se consumam também em meio eletrônico. 
Os impuros ou impróprios são aqueles em que o agente se vale do computador como meio para 
produzir resultado que ameaça ou lesa outros bens, diferentes daqueles da informática. 
 É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o 
ordenamento jurídico o crime novo de “invasão de dispositivo informático”, que consiste na conduta 
de invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante 
violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou 
informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou instalar 
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Quanto à culpabilidade, a conduta criminosa do delito 
cibernético caracteriza-se somente pelo dolo, não havendo a previsão legal da conduta na forma 
culposa. 
1. (CESPE / MPU Técnico) 
Depreende-se das informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou 
impróprios, o resultado extrapola o universo virtual e atinge bens materiais alheios à informática. 
Comentário: Apesar de a questão pedir a depreensão das informações, o que sugere uma 
interpretação implícita, na realidade, a interpretação é literal. Basta confirmarmos o que está 
previsto no primeiro parágrafo. Lá é informado que o crime cibernético próprio ou puro é o praticado 
por meio de computadores e se realiza ou se consuma também em meio eletrônico. A diferença 
desse crime para o impuro ou impróprio é justamente a extrapolação do universo virtual, produzindo 
dano a diferentes bens, alheios à informática. Compare o pedido da questão e o trecho do texto, por 
meio da numeração para facilitar sua interpretação: 
Depreende-se das informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou 
impróprios¹, o resultado extrapola o universo virtual² e atinge bens materiais alheios à informática³. 
Os impuros ou impróprios¹ são aqueles em que o agente se vale do computador como meio para 
produzir resultado que ameaça ou lesa outros bens², diferentes daqueles da informática³. 
 Assim, a afirmação da questão está correta. 
Gabarito: C 
 
 
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4 
 
2. (CESPE / MPU Técnico) 
Infere-se dos fatos apresentados no texto que a consideração de crime para os delitos cibernéticos 
foi determinada há várias décadas, desde o surgimento da Internet. 
Comentário: A questão aponta como inferência, isto é, interpretação implícita, mas ela é literal. 
 Fica claro no segundo parágrafo que a consideração de crime para os delitos cibernéticos é 
algo novo (datado de 2012): “É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 
12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurídico o crime novo de ‘invasão de dispositivo 
informático’”. 
 Assim, não é uma consideração de várias décadas, mesmo porque a internet não tem muitas 
décadas de vida. 
Gabarito: E 
3. (CESPE / Anatel Analista) 
 
A mensagem veiculada nesse texto centra-se no descompasso existente entre a alta tecnologia 
empregada nos aparelhos celulares e a baixa qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras de 
telefonia celular. 
Comentário: A interpretação é literal, concorda?! No primeiro quadrinho, fala-se da quantidade de 
aplicativos, das várias opções do aparelho, observa-se a imagem feliz do usuário. No segundo, vê-se 
uma imagem de um homem das cavernas indicando um serviço ultrapassado, antigo, sem recursos. 
O conectivo de contraste “Já” marca ainda mais a ideia contrastante ao avanço da tecnologia 
marcado no quadrinho anterior. 
 Assim, realmente a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
 
 
 
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5 
 
 
 
(CESPE / Anatel Analista) 
 
ANATEL. Internet: <http://www.anatel.gov.br>. 
Em 2013, a ANATEL divulgou resultados comparativos de pesquisas de satisfação realizadas em 2002 
e em 2012 e cujo objetivo era avaliar o índice de satisfação do consumidor brasileiro em relação aos 
serviços de telefonia, de Internet e de TV por assinatura. No gráfico acima, são apresentados os 
índices de satisfação do consumidor brasileiro em relação à TV por assinatura. Esses índices, em 
porcentagem, variam de 0 (consumidor insatisfeito com o serviço) a 100 (consumidor muito 
satisfeito com o serviço). 
Com base nas informações do texto e do gráfico acima, julgue os itens subsecutivos. 
4. (CESPE / Anatel Analista) 
Os resultados comparativos entre os anos de 2002 e 2012 demonstram que o índice de satisfação 
do consumidor brasileiro em relação à TV por assinatura via satélite (DTH) registrou aumento. 
Comentário: Basta analisar a terceira expressão, a qual literalmente nos mostra que o índice de 
satisfação do ano de 2002 era de 71,6. Em 2013, esse índice subiu para 72,1. Veja: 
 
 Assim, realmente a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
 
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5. (CESPE / Anatel Analista) 
Em 2012, o consumidor brasileiro mostrou-se menos satisfeito com os serviços de TV a cabo e com 
a TV por assinatura via micro-ondas (MMDS). 
Comentário: Observando-se literalmente as duas primeiras expressões do quadro, percebemos que 
o índice de satisfação em relação à TV a cabo, no ano de 2002, era de 68,2. Em 2013, esse índice caiu 
para 51,6. 
 Em relação à TV por assinatura via micro-ondas (MMDS), percebemos que o índice de 
satisfação, no ano de 2002, era de 72. Em 2013, esse índice caiu para 57,9. 
 Veja: 
 
 Assim, realmente a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
6. (CESPE / Anatel Analista) 
A maior queda observada no que se refere ao índice de satisfação comparativo nos anos de 2002 e 
2012 diz respeito à satisfação do consumidor brasileiro com o serviço de TV a cabo. 
Comentário: O índice de satisfação em relação à TV a cabo, no ano de 2002, era de 68,2. Em 2013, 
esse índice caiu para 51,6. Assim, houve uma queda de 16,6. 
 Em relação à TV por assinatura via micro-ondas (MMDS), o índice de satisfação, no ano de 
2002, era de 72. Em 2013, esse índice caiu para 57,9. Assim, houve uma queda de 14,1. 
 
 Veja: 
 
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 Com isso, realmente, a maior queda observada no que se refere ao índice de satisfação 
comparativo nos anos de 2002 e 2012 diz respeito à satisfação do consumidor brasileiro com o 
serviço de TV a cabo. 
Gabarito: C 
2 – DADOS IMPLÍCITOS 
 Toda informação implícita do texto é “carregada” de vestígios. Como em uma investigação, 
o criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom investigador é um excelente leitor de 
vestígios. Os vestígios podem ser: uma palavra irônica, as características do ambiente e do 
personagem, a época em que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, 
o rodapé do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa verbal etc. Tudo 
isso pode indicar a intenção do autor ao escrever o texto, daí se tira o vestígio que nos leva à boa 
interpretação. 
 
 
 
 
Neste tipo de interpretação, a questão não possui literalmente o mesmo trecho do texto. 
Nela há um entendimento, uma conclusão (xxx), a qual podemos chamar de inferência, com base 
nos vestígios (...), que são os vocábulos no texto. Para saber se a questão está correta, basta 
confrontar esses dois textos e observar se há semelhança de sentido. 
Muitas vezes, nesse tipo de questão, vemos expressões categóricas que eliminam a 
possibilidade de semelhança no sentido. Por exemplo: 
Podemos dizer que o Brasil vem crescendo economicamente e que o brasileiro está 
melhorando sua qualidade de vida e aumentando seu poder de compra. Mas isso não quer dizer que 
todo brasileiro aumentou seu padrão de compra, concorda? Por isso, chamamos de palavra 
categórica aquela que especifica demais ou amplia demais o universo a que se refere o termo. 
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Perceba que a palavra “todo” ampliou muito (todo brasileiro aumentou seu poder de compra) um 
referente tomado de maneira geral (o brasileiro aumentou seu poder de compra). 
Assim, palavras como só, somente, apenas, nunca, sempre, ninguém, tudo, nada etc têm 
papel importante nas afirmativas das questões. Essas palavras categóricas não admitem outra 
interpretação e normalmente estão nas questões para que o candidato a visualize como errada. 
Vale lembrar que essas palavras categóricas são encontradas nos diversos tipos de interpretação 
(literal ou implícita). 
 Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase: 
É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de 
extremistas. 
Marque (C) para informação de possível inferência do texto e (E) como informação equivocada do 
texto. 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. 
2. Há uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas. 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao 
Ocidente. 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. 
 
Vamos às respostas com base nos vestígios! 
 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. 
(C) (Inferência certa, pois o vestígio é “É preciso”.) 
2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. 
(C) (Inferência certa, pois o vestígio é a oração subordinada adverbial de finalidade “para defender 
o Ocidente de ataques de extremistas”.) 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 
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(E) (Inferência errada, pois não há evidência no texto de que já havia mísseis anteriormente. Note a 
expressão “É preciso construir”. Se houvesse a expressão “É preciso ampliar a quantidade”, aí sim 
isso poderia confirmar a declaração da questão, mas isso não ocorreu.) 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. 
(E) (Inferência errada, pois a expressão “destruir o mundo inteiro” é uma suposição com base em 
expressão categórica. Não há certeza de que os mísseis destruirão por completo o mundo, mas é 
certo que vão abalar o mundo inteiro.) 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao 
Ocidente. 
(E) (Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Pode haver outros meios, outras 
negociações, não só pelos diplomatas.) 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. 
(E) (Inferência errada, pois novamente há expressãocategórica. Não se sabe se todo o Oriente está 
contra o Ocidente. Pelo texto, são apenas os extremistas.) 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. 
(E) (Inferência errada, pois novamente há expressão categórica: “sempre”. Além disso, houve uma 
palavra que extrapolou o texto: “invasões”. Nada foi afirmado sobre invasão no texto.) 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. 
(E) (Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.) 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. 
(C) (Inferência possível, pois é vista a preocupação de possível ataque.) 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. 
(E) (Consideração sem fundamento no texto.) 
Assim, quando você for realizar as questões de interpretação, verá muitas dessas expressões 
categóricas ou palavras que extrapolam o conteúdo do texto. Normalmente, já consideramos as 
questões erradas já na primeira leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, 
sempre devemos voltar ao texto para confirmar. Aí vem o “burilamento”. Deve-se ter paciência para 
encontrar os vestígios que comprovem sua resposta como a correta. 
Vamos confirmar com algumas questões-modelo: 
 
 
 
 
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(CESPE / MPU Analista) 
Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito 
tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de 
natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência 
de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do 
poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controle recíproco entre eles 
para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do 
poder em um só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício da liberdade. É que, como 
observou Montesquieu, “todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra 
limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder 
limite o poder”. 
 Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos poderes 
políticos: “só se concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua separação; ninguém se 
arriscava a apresentar, sob a forma de sistema coerente, as consequências de conceitos diversos”. 
Pensador francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o racionalismo cartesiano e o 
empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das certezas matemáticas em suas 
certezas morais. Porém, refugindo às especulações metafísicas que, no plano da idealidade, serviram 
aos filósofos do pacto social para a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil, ele 
procurou ingressar no terreno dos fatos. 
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em função da proteção dos direitos 
humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações). 
7. (CESPE / MPU Analista) 
Montesquieu busca a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil de forma análoga 
à dos metafísicos. 
Comentário: Basta lermos o último parágrafo, especificamente na expressão “refugindo às 
especulações metafísicas”, além da dualidade “plano da idealidade” X “terreno dos fatos”. 
 O verbo “refugindo” significa “distanciando, recuando”, sentido contrário ao adjetivo 
“análoga” do pedido da questão, cuja afirmação está errada. Assim, percebemos que Montesquieu 
procurou o terreno dos fatos, diferente das especulações metafísicas, que serviram aos filósofos do 
pacto social no plano da idealidade. 
Gabarito: E 
8. (CESPE / MPU Analista) 
No Estado moderno, cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade humana, de 
forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes. 
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11 
 
Comentário: No primeiro período do texto, é afirmado que “Na organização do poder político no 
Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade 
humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da 
dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional.” 
 Já a questão afirma que cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade 
humana, de forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes. 
 Assim, a questão quis induzir o candidato a pensar que esse “poder institucional” pudesse ser 
unicamente o “Ministério Público”, mas sabemos que não é só ele que age em função da liberdade 
humana. Assim, a afirmação está errada. 
Gabarito: E 
9. (CESPE / MPU Analista) 
A conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos. 
Comentário: A questão trabalha a interpretação com base no sentido dos vocábulos “reclama” e 
“pressupõe”. 
 No texto foi afirmado que “a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição 
do poder em ramos diversos”. 
 O verbo “reclama”, neste contexto, significa necessita, precisa, depende. Assim, para haver 
conquista da liberdade humana, deve-se lutar, exigir a distribuição do poder em ramos diversos. 
 Porém, com a troca do vocábulo “reclama”, que traduz um valor de exigência, pelo vocábulo 
“pressupõe”, o qual traduz uma ideia de simples suposição, subentendimento, há uma divergência 
de sentido. É como se não precisasse lutar por essa distribuição do poder em ramos diversos, é como 
se isso fosse algo intrínseco e naturalmente parte da conquista da liberdade humana, pois se diz que 
simplesmente a conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos 
diversos. 
 Esta questão causou muita polêmica, pois, numa leitura rápida, sem o devido 
aprofundamento, parece realmente que as duas ideias são análogas, mas a original traduz uma 
exigência e a segunda, uma simples suposição, algo como se já fizesse parte intrinsecamente, o que 
não é verdade. 
Gabarito: E 
10. (CESPE / MPU Analista) 
Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o exercício do poder que detém tende 
a agir de forma abusiva. 
Comentário: A questão aborda diretamente a observação de Montesquieu: “todo homem que tem 
poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder, 
é preciso que, pela disposição das coisas, o poder limite o poder”. 
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 Assim, na visão dele, se não há limites, é natural o homem agir de forma abusiva. Portanto, a 
afirmação está correta. 
Gabarito: C 
 Todo texto é veiculado com base em três tipos básicos: descritivo, narrativo e dissertativo. A 
banca CESPE cobra a diferença entre os tipos de texto. 
2 – TIPOLOGIA TEXTUAL 
Veremos apenas o essencial da tipologia, noções que são cobradas nas provas da banca 
CESPE. 
 
1 – DESCRITIVO 
O texto descritivo enfatiza o estático, é um retrato, um recorte de uma paisagem, uma ação, 
um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto 
é, tudo que ambienta a história, a informação. 
“Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas cansadas conversam, 
mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsitocaminha lento e nervoso. Eis São Paulo às sete da noite.” 
(em Platão e Fiorin) 
Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumeração de substantivos e 
verbos. Não há interpretação de movimento neste texto. Tudo é recorte de instantes, por isso 
poderíamos pintar um quadro com base na imagem que ele nos sugere. 
Assim, descrever é enumerar características, ações e elementos que produzem uma imagem 
“congelada” do instante ou da rotina. 
 Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos instrucionais, injuntivos. 
Veja um exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Este texto é uma capa da prova de concurso. Nele se observa uma ordenação lógica, uma 
interlocução direta com o leitor (o candidato ao cargo). Assim, a característica fundamental do texto 
instrucional é levar o receptor a modificar comportamento, a agir de acordo com os preceitos 
emanados do texto, seguir a sequência. Este tipo de texto é também chamado de injuntivo ou 
prescritivo. Apresenta em sua estrutura procedimentos a serem seguidos. 
O texto descritivo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como manual de 
instrução, bula, capa de uma prova de concurso, os fragmentos enumerativos de um edital, receita 
etc. 
2 – NARRATIVO 
Diferentemente do texto descritivo, o narrativo é aquele que trabalha o movimento, as ações 
se prolongam no tempo, sendo esta a característica principal. Narrar é contar uma história, 
baseando-se na ótica do narrador (aquele que conta), sobre uma ou mais ações de personagem(ns), 
numa sequência temporal, em determinado lugar. A história pode ser imaginária (ficção) ou real 
(fato). Pode ser contada por alguém que é o pivô da história (narrador-personagem), ou por alguém 
que está testemunhando as ações (narrador-observador). Quando há o narrador-personagem, há 
verbos ou pronomes em primeira pessoa do singular. Quando há narrador-observador, há verbos e 
pronomes em terceira pessoa. 
Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema relevante na 
sociedade, parte de um fato (narra uma pequena história real) e a partir dela tece suas 
considerações. Assim, pode-se dizer que a primeira parte do texto é narrativa e a segunda é 
dissertativa, a qual será vista adiante. 
 O texto narrativo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como piada, 
fábula, parábola, conto, novela, crônica, romance, entrevista etc. 
INSTRUÇÕES 
Verifique se este caderno: 
- corresponde a sua opção de cargo. 
- contém 70 questões, numeradas de 1 a 70. 
- contém a proposta e o espaço para o rascunho da Prova Discursiva. Caso contrário, 
reclame ao fiscal da sala outro caderno. 
Não serão aceitas reclamações posteriores. 
- Para cada questão existe apenas UMA resposta certa. 
- Leia cuidadosamente cada uma das questões e escolha a resposta certa. 
- Essa resposta deve ser marcada na FOLHADE RESPOSTAS que você recebeu. 
Capa de uma prova de concurso 
 
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 Eis um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova do CESPE (médico perito INS), 
em que os elementos da narrativa se fazem presentes. 
A Revolta da Vacina 
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas 
estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola, tuberculose 
e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os 
imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. 
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como 
meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Para assumir a frente 
das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou 
os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no 
centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. 
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços 
e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. 
O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco 
ou seis andares. 
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a 
peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover 
o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. 
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação 
obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e violento, não acreditava na 
eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários 
do governo. 
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o 
“bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças 
da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 
16 de novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, 
onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. 
Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações). 
 Observe os traços temporais que marcam a evolução dos acontecimentos, ao mesmo tempo 
em que as ações vão sendo desenvolvidas num cenário (Rio de Janeiro). Veja os elementos 
temporais: “na passagem do século XIX para o século XX”; “Ao assumir a presidência da República”; 
“Ao mesmo tempo”; “Em seguida”; “Finalmente”; “Durante uma semana”; “no período de 10 a 16 
de novembro de 1904”. 
 Com isso, observa-se que há uma história sendo contada por alguém que não participou dela 
(narrador-observador). Ele não tem necessidade de se posicionar diante de alguma situação, o que 
se pretende com o texto é narrar um fato que ocorreu no Rio de Janeiro. Como o texto se 
fundamenta na informação, diz-se que há um ponto de vista objetivo. 
 Com base no texto acima, resolva as questões a seguir: 
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11. (CESPE / Médico Perito INSS nível superior) 
O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, mostrando explicitamente 
o ponto de vista do autor acerca do tema. 
Comentário: Realmente houve um histórico sobre a Revolta Vacina, pois foram narrados os fatos 
que a cercaram. Mas o erro está em dizer que houve ponto de vista explícito do autor acerca do 
tema. Houve apenas a narrativa do fato, o narrador não faz considerações, por isso não toma 
nenhum ponto de vista explicitamente. 
Gabarito: E 
12. (CESPE / Médico Perito INSS nível superior) 
O texto apresenta marcadores que evidenciam a progressão da narrativa, tais como “Ao mesmo 
tempo” e “Finalmente”. 
Comentário: Estas são algumas das expressões que marcam a evolução do tempo, típica estrutura 
de texto narrativo. 
Gabarito: C 
13. (CESPE / MPU Técnico) 
 A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2ª 
Região (TRF2) determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15 vídeos do YouTube que 
disseminam o preconceito, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz africana,e fixou 
multa diária de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública, a 
Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos 
cidadãos não apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação de 
zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas. 
Predomina no texto em apreço o tipo textual narrativo. 
Comentário: O texto realmente é narrativo, pois conta um fato passado. Isso é confirmado por meio 
de verbos no tempo pretérito perfeito do indicativo, como “determinou”, “fixou”, “alegou”. Além 
disso, conseguimos perceber os personagens das ações, como “Tribunal Regional Federal da 2ª 
Região (TRF2)” e “Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ)”. 
 Assim, conseguimos entender uma evolução temporal, ações, personagens e lugar (Brasil), 
elementos importantes para observarmos o predomínio do texto narrativo. 
Gabarito: C 
 Veja outro exemplo de narrativa, agora com o ponto de vista subjetivo, pois o narrador se 
coloca na história: 
 
 
 
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"O pungente amor" 
 A descoberta da poesia de Carlos Drummond de Andrade, em 1949, atingiu-me de maneira 
contraditória: chocou-me e obrigou-me a mudar de rumo. 
Para que se entenda melhor o que ocorreu, devo esclarecer que a poesia que fazia até ali 
nascera da leitura dos parnasianos, com os quais aprendera a compor sonetos rigorosamente 
rimados e metrificados. Ignorava a poesia moderna. Alguns "sonetos brancos" de Murilo Mendes 
publicados num jornal da cidade impressionaram-me, mas não me ganharam. Foi a leitura de Poesia 
até agora, de Drummond, que provocou o choque. Havia no livro um poema intitulado "Lua 
diurética". Fiquei perplexo: aquilo não podia ser poesia, disse-me, pois poesia para mim era, por 
exemplo, "Ora direis, ouvir estrelas, certo/ perdeste o senso..." ou "Hão de chorar por ela os 
cinamomos...". Lua diurética não tinha nada a ver... 
Mas não conseguia largar o livro de Drummond. Lia e relia alguns dos poemas que mais me 
perturbavam. E terminei tomando uma decisão: ler os críticos modernos para entender o que era de 
fato aquela poesia antipoética. 
E assim, na Biblioteca Pública, descobri O empalhador de passarinhos, de Mário de Andrade, 
As cinzas do purgatório, de Otto Maria Carpeaux. Não sei se entendi direito o que diziam, não me 
lembro. Mas terminei por admitir que havia uma nova poesia, distinta da que conhecia, cujo mérito 
era exatamente estar ligada ao cotidiano. Em breve rendia-me ao fascínio de poemas como "Onde 
há pouco falávamos" e "Viagem na família" ("Fala fala fala fala/ Puxava pelo casaco/ que se desfazia 
em barro"). Uma outra dimensão da realidade se revelava a meus sentidos. 
É verdade que passei a ler ao mesmo tempo todos os poetas modernos que me caíam nas 
mãos: Bandeira, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Mário de Andrade. E poetas estrangeiros, como 
Rilke, Eliot e, mais tarde, Rimbaud, Lautréamont, Mallarmé e Artaud... O que bebi neles amontoou-
se dentro de mim, fundiu-se, virou sangue, fala, fogo - um magma que me temperou e me fez nascer 
de novo. 
A verdade é que, agora, quando releio alguns dos poemas de Drummond daquela época, me 
reconheço neles, percebo que sua fala está entranhada na minha, que aprendi com ele o "o pungente 
amor" da vida. 
 Ferreira Gullar. In: http://revistacult.uol.com.br/website/dossie 
 
 Fica fácil perceber o ponto de vista subjetivo, pois notamos no texto expressões que marcam 
um posicionamento do narrador em primeira pessoa e um envolvimento emocional no que 
menciona, como se vê em “atingiu-me de maneira contraditória: chocou-me e obrigou-me a mudar 
de rumo”, “devo esclarecer que”, “Fiquei perplexo”, “não conseguia largar o livro de Drummond”, 
“Lia e relia alguns dos poemas que mais me perturbavam. E terminei tomando uma decisão: ler os 
críticos modernos para entender o que era de fato aquela poesia antipoética.”. 
 
 
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3 – DISSERTATIVO 
Dissertar é um processo em que o emissor transmite conhecimento, relata, expõe ideias, 
discorre sobre determinado assunto, argumenta. De certa maneira, o texto mostra o ponto de vista 
que o autor tem de determinado assunto, fundamentado em argumentos e raciocínios baseados em 
sua vivência, conhecimento, posturas. 
É certo dizer que ele engloba um conjunto de juízos. É próprio de temas abstratos e usado 
em textos críticos, teses, exposição, explanação e argumentação. 
Dependendo do ponto de vista, da organização e do conteúdo, a dissertação pode 
simplesmente relatar saberes científicos, dados estatísticos, etc ou pode também buscar defender 
um princípio, uma visão parcial ou não de um assunto, apresentando argumentos precisos, 
exemplos, contradições, comparações, causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura 
normalmente é a seguinte: 
 1) Introdução: é o parágrafo que abre a discussão ou simplesmente expõe a informação 
principal, da qual se partirá nos próximos parágrafos à exemplificação, explicação, etc. Neste 
parágrafo normalmente se encontra o tópico frasal, o qual também é entendido como tese, cuja 
função é transmitir a opinião do autor, o centro da informação. 
 2) Desenvolvimento: pode ser composto de um ou mais parágrafos, os quais servem para 
ampliar e analisar o conteúdo informado na introdução. Nele, encontramos os procedimentos 
argumentativos, que podem conter a relação de causa e consequência, exemplificações, contrastes, 
citações de autoridades no assunto. Enfim, é o debate ou simplesmente o mergulho nas implicações 
do tema. 
 3) Conclusão: é o fechamento da informação, seja ela crítica ou não. Muitas vezes iniciadas 
por elementos como “Portanto”, “Em suma”, “Enfim”, etc. Nela há normalmente a ratificação, 
confirmação da tese, tomando por base os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento. 
 O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como editorial, 
artigo de opinião, carta de leitor, os diversos discursos políticos, de defesa, de acusação, resenhas, 
relatórios, textos publicitários etc. 
Com base nisso, a dissertação se divide em dois tipos: 
 1 – Dissertativo-expositivo 
Quando o autor apenas transmite os saberes de uma comunidade (como em livros didáticos, 
enciclopédias etc), não colocando sua opinião sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos. 
Veja alguns exemplos de texto dissertativo-expositivo: 
Ferramenta que devolve spam ao emissor já é realidade 
 Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente desenvolvida. O 
sistema é capaz de devolver os e-mails inconvenientes às pessoas que os enviaram, e está 
estruturado em torno de uma grande base de dados que contém os números de identificação dos 
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computadores que enviam spam. Depois de identificar os endereços de onde procedem, o sistema 
reenvia o e-mail ao remetente. 
 A empresa que desenvolveu o sistema assinalou que essa ferramenta minimiza o risco de 
ataques de phishing, a prática que se refere ao envio maciço de e-mails que fingem ser oficiais, 
normalmente de uma entidade bancária, e que buscam roubar informação como dados relativos a 
cartões de crédito ou senhas. 
Internet: <http://informatica.terra.com.br>. Acesso em mar./2005 (com adaptações). 
(Prova: ANS / 2005 / superior/ CESPE) 
 
Art. 1º A RepúblicaFederativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios 
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
(Excerto da CF/88. In: http://www.planalto.gov.br) 
 Não se nota em nenhum dos dois textos a intervenção do autor, sinalizando sua opinião. 
Houve apenas a exposição de fato (no primeiro) e de dado conceitual (no segundo). 
 Note que nesses dois textos não houve a opinião do autor. A base deles foi a transmissão do 
saber, a informação. Por isso são textos dissertativo-expositivos. 
 2 – Dissertativo-argumentativo ou opinativo 
Quando o autor transmite sua opinião dentro do texto. Geralmente é o que a banca CESPE 
cobra nos concursos, tanto em interpretação de textos quanto na elaboração de redações. 
Veja alguns exemplos de texto dissertativo-argumentativo: 
Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmovisão dos médicos em geral 
(fundada em sua leitura dos fenômenos biológicos) e as concepções de vida da vasta maioria da 
população. Salta à vista, na abordagem do assunto (a ética e a verdade do paciente), que se fica, 
mais uma vez, diante da pergunta feita por Pôncio Pilatos a Jesus Cristo, encarando, como estava, 
um homem pleno de sua verdade, “O que é a verdade?” E é evidente que um e outro se cingiam a 
verdades díspares. 
Dalgimar Beserra de Menezes. A ética médica e a verdade do paciente. In: Desafios éticos, p. 212-5 (com 
adaptações). (Prova: ANS / 2005 / superior) 
 
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Note a opinião do autor logo na declaração inicial do texto: “Existe, por certo, um abismo 
muito largo e profundo entre a cosmovisão dos médicos em geral...”. A expressão “por certo” é 
chamada de modalizadora, tendo em vista que sugere uma visão, um posicionamento do autor. No 
fechamento do texto (“E é evidente que um e outro se cingiam a verdades díspares.”), também 
encontramos o modalizador: “é evidente”. 
 Assim, notamos no texto anterior um texto dissertativo-argumentativo ou opinativo. 
Vamos a mais um exemplo: 
 
Com pouco mais de meio século de atividade da indústria automobilística no Brasil, de acordo 
com registros, foram vendidos 2,5 milhões de carros. Contraposto aos sucessivos recordes de 
congestionamentos nas grandes cidades brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um 
modelo de desenvolvimento e urbanização que privilegia o transporte motorizado individual, 
prejudica a mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, no entanto, não é o único vilão. 
A solução para o problema da mobilidade passa pela criação de alternativas ao uso do transporte 
individual. 
 “Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco eficientes, pela falta de 
conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou 
mesmo táxis, ainda que permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de 
desenvolvimento sustentável. Contudo, restringir o uso do carro não resolve o problema. De acordo 
com consultores em transportes, a tecnologia é uma das ferramentas para equacionar o problema 
do trânsito, desde que escolhida e implementada com competência. 
Enfrentamento do problema da mobilidade determinará futuro das grandes metrópoles. 
In: Revista Ideia Socioambiental. São Paulo. Internet: <www.ideiasocioambiental.com.br>. (com adaptações). (Prova: 
DETRAN 2010 Médio) 
 
 Uma situação clara de posicionamento do autor se encontra na expressão “Contudo, 
restringir o uso do carro não resolve o problema.”. 
 Vamos explorar mais um pouco os pontos de vista do autor: 
 
 Ponto de vista: 
 Os diversos tipos de texto são expressos por um emissor, que orienta o leitor sobre o que se 
quer defender, criticar, contrastar. Esse ponto de vista pode ser objetivo ou subjetivo. 
 Subjetivo: 
 É subjetivo (intimista) o texto em que a impressão do autor extrapola a razão, a informação 
do texto. Logicamente todo texto possui de alguma forma a opinião do autor, aquilo em que ele 
acredita. Mas isso pode se dar de forma velada (mascarada) ou enfática. No texto subjetivo, o autor 
se mostra pelo uso de verbos e pronomes em primeira pessoa, com vocabulário depreciativo ou 
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demasiado valorativo. A intenção é mostrar sua insatisfação, supervalorização, baseado na emoção, 
no sentimento. 
 Como a linguagem é dinâmica e é por meio dela que o texto se veicula, não se pode ser 
categórico ao se analisar o tipo de texto, nem mesmo seu ponto de vista; pois tudo depende da 
intenção do autor. Um texto pode ser objetivo, mas com alguns traços de subjetividade, assim como 
um texto altamente subjetivo pode possuir traços de objetividade. Leia o texto a seguir, extraído do 
blog de Diogo Mainard, colunista da Revista Veja. Perceba nele os verbos e pronomes em primeira 
pessoa, certos vocábulos que mostram a liberdade expressiva de sua opinião altamente pessoal. Isso 
caracteriza o texto dissertativo-argumentativo, com ponto de vista subjetivo: 
 
 O leitor de VEJA já sabe o que esperar de mim: em matéria de prognósticos eleitorais, eu erro 
fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro rumorosamente. Nos primeiros meses de 2008, 
prognostiquei que a candidata petista chegaria em quinto lugar. Dois anos e meio depois, estou aqui 
reivindicando meu erro. Errei, errei, errei. 
É bom errar. É bom repetir que errei. Só há um aspecto de meu trabalho de que realmente me 
orgulho: eu nunca tentei compreender a mente ou o comportamento de meus compatriotas. Eu me 
atormentaria se um dia, mesmo que por engano, acabasse acertando um resultado eleitoral. Os 
valores aos quais sou mais apegado ruiriam. Quem compreende a mente e o comportamento dos 
brasileiros é Valdemar Costa Neto. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é 
a Mulher Melancia. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Chico Buarque. 
Eles sabem o que os brasileiros querem. Eu só sei o que os brasileiros repelem. Eles repelem Antonello 
da Messina e Memling. Eles repelem Pitágoras e Empédocles. 
De todos os nossos escritores, o único que conseguiu compreender a mente e o 
comportamento dos brasileiros foi Euclides da Cunha. Eu sempre recorro a ele quando tenho de tratar 
do assunto. Ele é meu Valdemar Costa Neto particular. Euclides da Cunha podia interpretar o caráter 
de uma pessoa a partir do formato e da medida de suas orelhas ou de sua testa. Eu me pergunto 
como ele teria interpretado o formato e a medida das orelhas de um eleitor do PT, como Chico 
Buarque. 
http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/ 
 
 A repetição de palavras, o emprego da primeira pessoa e a escolha vocabular marcam uma 
evidência de uma postura altamente subjetiva no texto, como se observa em “eu erro fatalmente, 
eu erro teimosamente, eu erro rumorosamente”; “Errei, errei, errei.”; “É bom repetir que errei.”, “eu 
nunca tentei compreender a mente ou o comportamento de meus compatriotas”. 
 Aqui apenas marquei alguns, mas o texto é recheado de postura subjetiva. 
 
 
 
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 Objetivo: 
 O ponto de vista objetivo procura basear-se em fatos, argumentos, informações, evitando 
transparecer a opinião pessoal do autor. O texto continua sendo opinativo, mas o autor mascara sua 
opinião para ganhar credibilidade. Para isso se baseia em argumentos de autoridade (especialistas 
entendidos no assunto, leis, regulamentos), pensamentos filosóficos, máximas, etc. Tudo para fugir 
da impressão, do “eu acho”. Quanto mais dados para consubstanciar a opinião “velada” do autor, 
melhor para a sustentação dos argumentos, tornando o texto objetivo, com verbos e pronomes 
normalmente em terceira pessoa. 
 Veja um exemplo de trecho dissertativo-argumentativo, com ponto de vista objetivo. 
O homem e a natureza 
 A ideia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas ingênua, se não fosse 
perigosamente pretensiosa. 
 Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por doutrinas que situam 
corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da evolução, mas incidem no equívoco de fazer 
dele uma espécie de finalidade da criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi 
feito para alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilíbrio entre seres e coisas. A aquisição 
de características muito específicas como a linguagem, raciocínio lógico, memória pragmática, 
noção de tempo e capacidade de acumular não fizeram do homem um ser superior no sentido 
absoluto, mas apenas mais bem dotado para determinados fins. 
 Isso não lhe confere autoridade para pretender que todo o resto do universo conhecido deve 
prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no 
mundo. 
Lisboa, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro, Difel, 1977. 
 
 Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (a natureza não existe para servir o homem) 
que será desenvolvida em seguida. Há várias inserções do autor, que provam sua opinião, em 
terceira pessoa. São os chamados modalizadores: 
“Pode-se dizer com segurança...”; “pode-se crer em permuta e equilíbrio...”; “Isso não lhe 
confere autoridade...”; “...como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório 
no mundo...”. 
 É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas vezes terá as três num só 
texto, mas vale o que predomina, aquele que transmite a ideia central, o objetivo. 
 Vamos a mais algumas questões-modelo: 
 
 
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14. (CESPE / Antaq Técnico) 
 Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua vocação eminentemente 
hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus habitantes através dos 
rios. Muito antes da chegada dos colonizadores na Amazônia, os nativos já utilizavam canoas. Ainda 
hoje, grande parte da população amazônica vive da pesca. Além disso, o deslocamento do ribeirinho 
se faz através da infinidade de rios que retalham a grandeza territorial. 
 Mas para conhecer a Amazônia de verdade é preciso entender sua posição estratégica para 
o país. Os rios são a chave para esse conhecimento. São as estradas que a natureza construiu e em 
cujas margens se desenvolveram inúmeras povoações. Portanto, é impossível pensar em Amazônia 
sem associar a importância que os rios têm para o desenvolvimento econômico e social. Eles devem 
ser vistos como os grandes propulsores do desenvolvimento sustentável da região. 
Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: <www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações). 
Predomina no texto a narração, já que nele se identificam um cenário e uma ação. 
Comentário: É fácil perceber que o texto não é narrativo. Ele é dissertativo. Note que o autor lança 
uma tese “Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia.”. Em seguida, discorre 
sobre algumas considerações a respeito da Amazônia. 
 Para confirmar que o texto é dissertativo, veja os tempos verbais: os verbos estão 
predominantemente no presente (“é”, “impõe”, “vive”, “faz”, “são”), o que confirma algumas 
considerações do autor a respeito do tema. Já a narrativa se baseia em contar uma história. Assim, 
deve-se utilizar de verbos no passado, o que pouco ocorreu neste texto. Com isso, notamos que a 
afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
15. (CESPE / Antaq Técnico) 
 Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura mundial no período do 
século III a.C. ao século IV d.C. Sua famosa Biblioteca continha praticamente todo o saber da 
Antiguidade em cerca de 700.000 rolos de papiro e pergaminho e era frequentada pelos mais 
conspícuos sábios, poetas e matemáticos. 
 A Biblioteca de Alexandria estava muito próxima do que se entende hoje por Universidade. E 
faz-se apropriado o depoimento do insigne Carl B. Boyer, em A História da Matemática: “A 
Universidade de Alexandria evidentemente não diferia muito de instituições modernas de cultura 
superior. Parte dos professores provavelmente se notabilizou na pesquisa, outros eram melhores 
como administradores e outros ainda eram conhecidos pela sua capacidade de ensinar.” 
 Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e seu irmão, o imperador 
Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se 
propagou até as dependências da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. 
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23 
 
 Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, 
utilizando o seguinte o argumento: “ou os livros contêm o que está no Alcorão e são desnecessários 
ou contêm o oposto e não devemos lê-los.” 
 A destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o 
saber em toda a história da humanidade. 
 Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes do 
passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus vivendi et 
operandi. 
 É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e uma das mais 
democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. Mas, como toda inovação, a Internet tem 
potencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada. Seu conteúdo é fragmentado, 
desordenado e, além disso, cerca de metade de seus bites é descartável. 
Jacir J. Venturi. Internet: <www.geometriaanalitica.com.br> (com adaptações). 
Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinião, identificam-se trechos narrativos e 
dissertativos. 
Comentário: Esta questão abordou o gênero textual, conforme previa o edital deste concurso. O 
artigo de opinião se baseia, como o próprio nome sugere, na expressão da opinião livre de seu autor. 
Com base em alguns fundamentos (legais, de especialistas, ou dados técnicos), o autor fica livre para 
dar sua opinião, às vezes, recomendando ações, chamando a atenção do leitor a determinada 
situação etc. 
 Bom, importa observar que a questão também se baseou na tipologia textual, pois podemos 
verificar no texto um histórico, passagens como o terceiro e quarto parágrafos, em que os verbos 
aparecem no passado, marcando ações, movimentos. Além disso, fica fácil perceber os elementos 
da narrativa, como tempo, cenário, personagens, falas, isto é, tudo que percebemos numa história. 
Veja: 
 Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e seu irmão, o imperador 
Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se 
propagou até as dependências da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. 
 Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca,utilizando o seguinte o argumento: “ou os livros contêm o que está no Alcorão e são desnecessários 
ou contêm o oposto e não devemos lê-los.” 
 Resta claro perceber os trechos dissertativos, como os dois parágrafos seguintes à narrativa 
acima. Veja: 
 A destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o 
saber em toda a história da humanidade. 
 Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes do 
passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus vivendi et 
operandi. 
Décio Terror Filho
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24 
 
 É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e uma das mais 
democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. 
 O quinto parágrafo já se inicia com uma consideração do autor, ao afirmar que a destruição 
de tal biblioteca representaria, segundo ele, o maior crime contra o saber em toda a história da 
humanidade. Isso é uma opinião. Pode haver gente que concorde, pode haver gente que discorde. 
Perceba os verbos no presente, o que reforça o discurso argumentativo. 
 Dessa forma, realmente, o texto possui passagens narrativas e dissertativas. 
Gabarito: C 
Como as questões partem sempre de um texto grande e há apenas uma questão de 
tipologia textual (quando há), vamos, a partir de agora, misturar as questões de 
interpretação e tipologia textual, para que você tenha um ritmo melhor de estudo. 
 
Texto CG3A3-I 1 
1 
 
 
 
5 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
20 
 
 
O dito popular que defende a prevenção como melhor remédio tem tanta afinidade com 
o dia a dia da administração pública que, ouso afirmar, poderia ser tido como princípio 
implícito de nosso ordenamento constitucional. 
Em outros termos, quando se trata da coisa pública, o “errar é humano” não vale, não pode 
valer. E não porque o ser humano não possa errar, mas porque, direta ou indiretamente, o 
erro custa muito caro à sociedade. 
O contrato superfaturado, a obra malfeita ou inacabada e o serviço mal prestado 
constituem enorme desrespeito ao contribuinte. Além de causarem grande prejuízo a toda 
a coletividade, acabam sendo também os grandes responsáveis pelo sentimento de ausência 
do Estado. 
Diversas são as demandas da sociedade, e o administrador, preso às limitações de um 
orçamento, ao eleger determinado investimento como prioridade, naturalmente relega 
outros. Por isso, cautela e planejamento devem ser as palavras de ordem para o gasto 
público, sob todos os enfoques, especialmente nas contratações. 
A matemática é simples: quantos gestores, no exercício de suas administrações, 
conseguiram ressarcir os prejuízos de contratos considerados irregulares pelos tribunais de 
contas, por superfaturamento, deficiência na execução ou qualquer outra ilegalidade? A 
prática mostra que, uma vez executado e pago o serviço, feito está, pois não se recupera 
todo o dinheiro público gasto irregularmente. Ao contrário, o dispêndio público só aumenta: 
são abertos procedimentos de apuração interna de responsabilidades, inquéritos civis, ações 
civis públicas... enfim, movimenta-se ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco, 
é recuperado. 
Dimas Ramalho. É melhor prevenir que remediar. Internet: https://www.tce.sp.gov.br/ (com adaptações). 
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16. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) 
Infere-se do texto CG3A3-I que, com relação aos gastos da administração pública, é melhor prevenir 
do que remediar porque 
A) a administração pública não dispõe de verba para ressarcir eventuais prejuízos causados ao 
cidadão. 
B) o erro custa muito caro à sociedade. 
C) erros não são admitidos na administração pública. 
D) gastos indevidos refletem ausência de cautela e planejamento. 
E) o dinheiro público gasto irregularmente nunca é recuperado. 
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois contraria o texto ao afirmar que a administração 
pública não dispõe de verba para ressarcir eventuais prejuízos causados ao cidadão, uma vez que, 
no texto, há a afirmação de que o dinheiro não é completamente recuperado, consegue-se 
recuperar muito pouco. Confirme: 
A prática mostra que, uma vez executado e pago o serviço, feito está, pois não se recupera todo o 
dinheiro público gasto irregularmente. Ao contrário, o dispêndio público só aumenta: são abertos 
procedimentos de apuração interna de responsabilidades, inquéritos civis, ações civis públicas... 
enfim, movimenta-se ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco, é recuperado. 
 A alternativa (B) é a correta, pois o texto afirma literalmente que o erro custa muito caro à 
sociedade. Confirme: 
E não porque o ser humano não possa errar, mas porque, direta ou indiretamente, o erro custa muito 
caro à sociedade. 
 A alternativa (C) está errada, pois a afirmativa traz uma certeza, a de que erros não são 
admitidos na administração pública, enquanto o texto traz uma possibilidade, afirmando que o erro 
não pode valer. Confirme: 
Em outros termos, quando se trata da coisa pública, o “errar é humano” não vale, não pode valer. 
 A alternativa (D) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto quando afirma que gastos 
indevidos refletem ausência de cautela e planejamento, em que o autor afirma que planejamento e 
cautela devem fazer parte na hora de se pensar o gasto público. Confirme: 
Diversas são as demandas da sociedade, e o administrador, preso às limitações de um orçamento, 
ao eleger determinado investimento como prioridade, naturalmente relega outros. Por isso, cautela 
e planejamento devem ser as palavras de ordem para o gasto público, sob todos os enfoques, 
especialmente nas contratações. 
 A alternativa (E) está errada, pois contraria o texto ao afirmar que o dinheiro público gasto 
irregularmente nunca é recuperado, quando, na verdade, pouco se recupera desse dinheiro. 
Confirme: 
... enfim, movimenta-se ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco, é recuperado. 
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Gabarito: B 
17. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) 
No texto CG3A3-I, a palavra “ressarcir” (linha 16) foi empregada com o mesmo sentido de 
A) confiscar. 
B) indenizar. 
C) evitar. 
D) transferir. 
E) reduzir. 
Comentário: A palavra “ressarcir” foi empregada no sentido de devolver, compensar, indenizar. 
Comprove relendo o trecho: conseguiram ressarcir os prejuízos de contratos considerados 
irregulares pelos tribunais de contas. 
 Portanto, a alternativa (B) é a correta. 
Gabarito: B 
Texto CG3A3-II 1 
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5 
 
 
 
 
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15 
 
 
 
 
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Nascido em 1902, nos Estados Unidos da América, Theodore Schultz foi o primeiro 
acadêmico que efetivamente sistematizou a relação existente entre aumento de 
investimentos em educação e aumento de produtividade e salários no setor agrícola — e, 
claro, na economia como um todo. 
Em seus estudos, o economista comparou a situação de desequilíbrio entre países 
pobres, cuja capacidade de produção agrícola é baixa, e países ricos, de alta capacidade 
produtiva. Nessa análise, percebeu-se que os países desenvolvidos possuíam muito mais 
dinheiro investido no chamado capital humano, mais especificamente em educação. 
Notavelmente, educação traz desenvolvimento econômico e social, além de gerar, em 
um contexto micro, habilidades para o indivíduo que possam ser aproveitadas tanto por ele 
quantopor outros ao seu redor — fato já conhecido por Schultz. Contudo, o pesquisador foi 
além e sistematizou a influência da educação sobre a riqueza de uma nação. Ele analisou a 
economia norte-americana e percebeu que a maior parte do crescimento econômico do país 
estava associada ao capital humano, materializado em investimentos em educação, e não no 
capital físico. 
Ainda nesse estudo, Schultz analisou os custos da educação. Além do óbvio custo 
material (professores, infraestrutura e material escolar), há outros custos que envolvem, 
principalmente, tempo: pessoas que trabalhariam passam a estudar — não produzindo, nem 
ganhando salários. Assim, Schultz concluiu que há custos para as pessoas (deixar de ganhar 
dinheiro com trabalho para estudar) e eventualmente para o governo (pagar a educação das 
pessoas sem que elas produzam). 
Seu trabalho o levou à conclusão de que países que investem mais em educação tendem 
a ser mais ricos. Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quanto mais se investir na 
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capacitação das pessoas, mais produtiva e rica uma nação será, de modo que os efeitos 
tendem a ser mais positivos que negativos. 
Internet: https://www.tce.sp.gov.br/ (com adaptações). 
18. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) 
De acordo com o texto CG3A3-II, os países desenvolvidos, em comparação com os países pobres, 
A) gastam mais com capital físico do que com capital humano. 
B) despendem mais capital na área de educação. 
C) demandam da população mais gastos com educação. 
D) contam com um passado histórico de alta produtividade no setor agrícola. 
E) estão mais aptos a enfrentar as mudanças econômicas do mundo atual. 
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois menciona o oposto do que está no texto. Os EUA 
investem mais em capital humano do que em capital físico. Confirme: 
Ele analisou a economia norte-americana e percebeu que a maior parte do crescimento econômico 
do país estava associada ao capital humano, materializado em investimentos em educação, e não 
no capital físico. 
 A alternativa (B) é a correta, pois o texto afirma que os países desenvolvidos investem mais 
em educação. Confirme: 
os países desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no chamado capital humano, mais 
especificamente em educação. 
 A alternativa (C) está errada, pois contraria o texto, uma vez que o governo é que gasta com 
a educação e não a população. O prejuízo da população que estuda é que ela não trabalha e, 
consequentemente, não ganha dinheiro. Confirme: 
Assim, Schultz concluiu que há custos para as pessoas (deixar de ganhar dinheiro com trabalho para 
estudar) e eventualmente para o governo (pagar a educação das pessoas sem que elas produzam). 
 A alternativa (D) está errada, pois extrapola o texto ao mencionar o passado histórico dos 
países ricos, visto que no texto o autor não menciona o passado desses países. 
 A alternativa (E) está errada, pois extrapola o texto ao mencionar que os países desenvolvidos 
estão mais aptos a enfrentar as mudanças econômicas do mundo atual. 
Gabarito: B 
19. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) 
Infere-se do texto CG3A3-II que o investimento em educação 
A) é condição necessária para o crescimento socioeconômico de países pouco desenvolvidos. 
B) envolve mais custos materiais, como gastos com professores e infraestrutura, que custos de 
outra natureza. 
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C) provoca, em curto prazo, aumento de salário para o indivíduo em processo de capacitação. 
D) garante a inserção dos melhores profissionais no mercado de trabalho em diversos setores da 
economia. 
E) contribui positivamente para a riqueza de uma nação, apesar de eventuais impactos negativos 
que possam dele decorrer 
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto, visto que o autor 
conclui que os países que investem em educação tendem a ser mais ricos, mas não podemos afirmar 
que isso é condição necessária para o crescimento socioeconômico de países pouco desenvolvidos, 
pois o autor fez apenas uma comparação e analisou a economia dos países ricos. Confirme: 
Nessa análise, percebeu-se que os países desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no 
chamado capital humano, mais especificamente em educação. 
 A alternativa (B) está errada, pois especifica muito os custos do investimento em educação, 
uma vez que o autor afirma que Além do óbvio custo material (professores, infraestrutura e material 
escolar), há outros custos que envolvem, principalmente, tempo: pessoas que trabalhariam passam 
a estudar — não produzindo, nem ganhando salários. 
 A alternativa (C) está errada, pois extrapola o texto, visto que o autor não faz menção ao 
aumento de salário do indivíduo em curto prazo. O que o autor menciona é que a educação traz 
desenvolvimento econômico e social, além de gerar, em um contexto micro, habilidades para o 
indivíduo que possam ser aproveitadas tanto por ele quanto por outros ao seu redor. 
 A alternativa (D) está errada, pois extrapola o texto, visto que o autor não comenta que o 
investimento em educação garante a inserção dos melhores profissionais no mercado de trabalho 
em diversos setores da economia. 
A alternativa (E) é a correta, pois podemos depreender do trecho a seguir que, apesar de 
alguns impactos negativos devido ao custo, o investimento em educação contribui positivamente 
para a riqueza de uma nação. Confirme: 
Seu trabalho o levou à conclusão de que países que investem mais em educação tendem a ser mais 
ricos. Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quanto mais se investir na capacitação das 
pessoas, mais produtiva e rica uma nação será, de modo que os efeitos tendem a ser mais positivos 
que negativos. 
Gabarito: E 
20. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) 
No texto CG3A3-II, a palavra “principalmente” (linha 18) foi empregada com o mesmo sentido de 
A) inevitavelmente. 
B) especialmente. 
C) frequentemente. 
D) realmente. 
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E) possivelmente. 
Comentário: A palavra “principalmente” foi empregada no sentido de apontar algo primordial, 
especial. Logo, a alternativa (B) é a correta. 
Gabarito: B 
(CESPE / MPC-PA Analista - Ministerial Controle Interno e Externo 2019) 
Texto CG2A1-I 
1 
 
 
 
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30 
 
 
 
Na década de 1960, o mundo passou por um aumento populacional inédito devido à brusca 
queda na taxa de mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capacidade dos países em 
produzir comida para todos. A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e métodos que 
aumentassem a produção. 
Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro 
Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em países que 
não convivem com problemas de abastecimento. O economista indiano traçou então, pela 
primeira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e concentração 
de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional 
sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. 
As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global. Nos 
últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa216 
milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição em 
menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta que 
forneça o mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil 
pessoas morrem diariamente por fome ou problemas derivados dela. 
Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a 
Alimentação e a Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é suficiente para 
atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, 
aproximadamente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A 
pesquisa põe em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica 
colocada em prática nas últimas décadas. Em vez de crescimento da produção e ajudas 
momentâneas, surge agora como caminho uma abordagem territorial que valorize e 
potencialize a produção local. 
Embora os números absolutos estejam caindo, o tema ainda é um dos mais delicados da 
agenda internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em 
2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão de 
crianças, de quatro diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, 
corre risco iminente de morrer de fome. A questão é tão antiga quanto complexa, e se conecta 
intrinsecamente com a estrutura política e econômica sobre a qual o sistema internacional 
está construído. Concentração da renda e da produção, falta de vontade política e até mesmo 
desinformação e consolidação de uma cultura alimentar pouco nutritiva são fatores que 
compõem o cenário da fome e da desnutrição no planeta. 
Internet:< www.nexojornal.com.br> (com adaptações). 
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21. (CESPE / MPC-PA Analista Ministerial – Controle Interno e Externo 2019) 
Infere-se do texto CG2A1-I que uma das contribuições do estudo publicado em 2016 pela FAO foi 
A) fornecer dados estatísticos inéditos acerca da situação da fome e da produção de alimentos no 
mundo. 
B) desconstruir a ideia de que a situação da fome no mundo decorre de escassez na produção 
mundial de alimentos. 
C) distinguir as consequências da política internacional de combate à subnutrição crônica em 
diferentes países. 
D) fortalecer as medidas de combate à fome centradas no aumento da produção mundial de 
alimentos. 
E) propor a expansão das estratégias de combate à fome adotadas em diferentes países nas últimas 
décadas. 
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois contraria o texto, uma vez que o texto não traz 
apenas dados estatísticos inéditos. Confirme: 
As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global. Nos últimos 25 
anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 216 milhões de pessoas. É 
como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição em menos de três décadas. 
Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta que forneça o mínimo de calorias e 
nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente por fome ou 
problemas derivados dela. 
A alternativa (B) é a correta, pois o estudo mostra que há alimento suficiente para todas as 
pessoas que vivem na Terra, fato que desconstrói a ideia de que a situação da fome no mundo 
decorre de escassez na produção mundial de alimentos. Confirme: 
Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a 
Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é suficiente para atender a demanda das 
7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximadamente uma em cada nove 
dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. 
 A alternativa (C) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto, pois não são abordadas as 
consequências da política internacional de combate à subnutrição crônica em diferentes países. O 
que o texto comenta é que a política internacional de combate à subnutrição crônica está ameaçada, 
uma vez que existem alimentos para todos, mas há uma parcela da população mundial que não 
possui acesso a eles. Confirme: 
A pesquisa põe em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada 
em prática nas últimas décadas. 
 A alternativa (D) está errada, pois contraria o texto, uma vez que não há necessidade de 
aumento da produção de alimento, mas sim de medidas que levem esse alimento a quem precisa, 
uma vez que a produção mundial de alimentos é suficiente para atender a demanda das 7,3 bilhões 
de pessoas que habitam a Terra. 
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 A alternativa (E) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto, uma vez que o estudo não 
propõe a expansão das estratégias de combate à fome adotadas em diferentes países nas últimas 
décadas, mas sinaliza que deve haver uma abordagem territorial que valorize e potencialize a 
produção local. 
Gabarito: B 
22. (CESPE / MPC-PA Analista Ministerial – Controle Interno e Externo 2019) 
Embora busque chamar a atenção para o problema da fome, o autor do texto CG2A1-I reconhece 
que ela foi reduzida em nível mundial. Para enfatizar no texto o que essa redução representa, o autor 
A) cita diversos países africanos onde a fome assola a maioria da população pobre. 
B) compara à população total brasileira a parcela da população mundial que, em menos de trinta 
anos, superou a fome. 
C) indica a obra Pobreza e Fomes, que rendeu ao autor indiano Amartya Sen o Prêmio Nobel de 
Economia em 1981. 
D) transcreve a opinião de especialistas sobre as medidas de combate à fome ao longo de anos. 
E) apresenta dados estatísticos da FAO que alertam sobre a dimensão do problema da fome em nível 
mundial. 
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois contraria o pedido da questão que pede a alternativa 
que sinaliza a redução do problema da fome, uma vez que as crianças dos países africanos citados 
no texto correm risco iminente de morrer de fome. Confirme: 
Embora os números absolutos estejam caindo, o tema ainda é um dos mais delicados da agenda 
internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em 2017 pelo Fundo 
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro 
diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de 
morrer de fome. 
 A alternativa (B) é a correta, pois, para enfatizar a redução do problema da fome em escala 
mundial, o autor associa o percentual de pessoas que o superaram como se representassem 50% 
população brasileira. Confirme: 
As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global. Nos últimos 25 
anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 216 milhões de pessoas. É 
como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição em menos de três décadas. 
 A alternativa (C) está errada, pois tangencia o texto, uma vez que a pesquisa do indiano serve 
como argumento para sinalizar que pessoas passavam fome em países que não tinham problema de 
abastecimento e que a falha está nas políticas públicas para o combate à fome. Confirme: 
Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e 
Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em países que não convivem com 
problemas de abastecimento. [...] Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate 
internacional sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. 
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