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Livro Eletrônico Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital Décio Terror Filho curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. Sumário 1 – Interpretação de dados explícitos e implícitos .............................................................. 1 1 – Dados explícitos ........................................................................................................................... 2 2 – Dados implícitos .......................................................................................................................... 7 2 – Tipologia textual ........................................................................................................ 12 1 – Descritivo ................................................................................................................................... 12 2 – Narrativo ................................................................................................................................... 13 3 – Dissertativo ................................................................................................................................ 17 1 – Dissertativo-expositivo ............................................................................................................................................. 17 2 – Dissertativo-argumentativo ou opinativo ................................................................................................................. 18 3 – O que devo tomar nota como mais importante? ........................................................ 69 4 – Lista de questões ........................................................................................................ 70 5 – Gabarito ................................................................................................................... 100 1 – INTERPRETAÇÃO DE DADOS EXPLÍCITOS E IMPLÍCITOS Olá, pessoal! Vamos trabalhar tudo o que é importante na abordagem do texto, conforme é cobrado pela banca CESPE. Tudo o que veremos nesta aula será confirmado nas aulas extras com provas comentadas na íntegra. Devemos entender que, quando se interpreta um texto para realizar um concurso, temos, na realidade, duas interpretações a serem feitas. A primeira é a compreensão do texto em si, entender Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 2 as expressões ali colocadas, tirar conclusões, compreender as entrelinhas, o contexto; a outra é a compreensão do pedido da questão. Às vezes até compreendemos bem o texto, mas não entendemos o pedido da questão. Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o enunciado da questão. Após isso, devemos confrontá-los e julgar se possuem ideias semelhantes ou não. Isso é a interpretação. É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações implícitas e explícitas. 1 – DADOS EXPLÍCITOS Em um texto podemos encontrar os dados explícitos, isto é, aquilo que o pedido da questão informou é encontrado literalmente no texto. Didaticamente, representamos os dados explícitos com o sinal “xxx”: Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 3 Este é o tipo de questão mais simples e muitas vezes a banca CESPE tem cobrado em prova. Veja nestas questões-modelo: (CESPE / MPU Técnico) Segundo a doutrina nacional, os crimes cibernéticos (também chamados de eletrônicos ou virtuais) dividem-se em puros (ou próprios) ou impuros (ou impróprios). Os primeiros são os praticados por meio de computadores e se realizam ou se consumam também em meio eletrônico. Os impuros ou impróprios são aqueles em que o agente se vale do computador como meio para produzir resultado que ameaça ou lesa outros bens, diferentes daqueles da informática. É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurídico o crime novo de “invasão de dispositivo informático”, que consiste na conduta de invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo, ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Quanto à culpabilidade, a conduta criminosa do delito cibernético caracteriza-se somente pelo dolo, não havendo a previsão legal da conduta na forma culposa. 1. (CESPE / MPU Técnico) Depreende-se das informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou impróprios, o resultado extrapola o universo virtual e atinge bens materiais alheios à informática. Comentário: Apesar de a questão pedir a depreensão das informações, o que sugere uma interpretação implícita, na realidade, a interpretação é literal. Basta confirmarmos o que está previsto no primeiro parágrafo. Lá é informado que o crime cibernético próprio ou puro é o praticado por meio de computadores e se realiza ou se consuma também em meio eletrônico. A diferença desse crime para o impuro ou impróprio é justamente a extrapolação do universo virtual, produzindo dano a diferentes bens, alheios à informática. Compare o pedido da questão e o trecho do texto, por meio da numeração para facilitar sua interpretação: Depreende-se das informações do texto que, nos crimes cibernéticos chamados impuros ou impróprios¹, o resultado extrapola o universo virtual² e atinge bens materiais alheios à informática³. Os impuros ou impróprios¹ são aqueles em que o agente se vale do computador como meio para produzir resultado que ameaça ou lesa outros bens², diferentes daqueles da informática³. Assim, a afirmação da questão está correta. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 4 2. (CESPE / MPU Técnico) Infere-se dos fatos apresentados no texto que a consideração de crime para os delitos cibernéticos foi determinada há várias décadas, desde o surgimento da Internet. Comentário: A questão aponta como inferência, isto é, interpretação implícita, mas ela é literal. Fica claro no segundo parágrafo que a consideração de crime para os delitos cibernéticos é algo novo (datado de 2012): “É importante destacar que o art. 154-A do Código Penal (Lei n.º 12.737/2012) trouxe para o ordenamento jurídico o crime novo de ‘invasão de dispositivo informático’”. Assim, não é uma consideração de várias décadas, mesmo porque a internet não tem muitas décadas de vida. Gabarito: E 3. (CESPE / Anatel Analista) A mensagem veiculada nesse texto centra-se no descompasso existente entre a alta tecnologia empregada nos aparelhos celulares e a baixa qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras de telefonia celular. Comentário: A interpretação é literal, concorda?! No primeiro quadrinho, fala-se da quantidade de aplicativos, das várias opções do aparelho, observa-se a imagem feliz do usuário. No segundo, vê-se uma imagem de um homem das cavernas indicando um serviço ultrapassado, antigo, sem recursos. O conectivo de contraste “Já” marca ainda mais a ideia contrastante ao avanço da tecnologia marcado no quadrinho anterior. Assim, realmente a afirmativa está correta. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF(Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 5 (CESPE / Anatel Analista) ANATEL. Internet: <http://www.anatel.gov.br>. Em 2013, a ANATEL divulgou resultados comparativos de pesquisas de satisfação realizadas em 2002 e em 2012 e cujo objetivo era avaliar o índice de satisfação do consumidor brasileiro em relação aos serviços de telefonia, de Internet e de TV por assinatura. No gráfico acima, são apresentados os índices de satisfação do consumidor brasileiro em relação à TV por assinatura. Esses índices, em porcentagem, variam de 0 (consumidor insatisfeito com o serviço) a 100 (consumidor muito satisfeito com o serviço). Com base nas informações do texto e do gráfico acima, julgue os itens subsecutivos. 4. (CESPE / Anatel Analista) Os resultados comparativos entre os anos de 2002 e 2012 demonstram que o índice de satisfação do consumidor brasileiro em relação à TV por assinatura via satélite (DTH) registrou aumento. Comentário: Basta analisar a terceira expressão, a qual literalmente nos mostra que o índice de satisfação do ano de 2002 era de 71,6. Em 2013, esse índice subiu para 72,1. Veja: Assim, realmente a afirmativa está correta. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 6 5. (CESPE / Anatel Analista) Em 2012, o consumidor brasileiro mostrou-se menos satisfeito com os serviços de TV a cabo e com a TV por assinatura via micro-ondas (MMDS). Comentário: Observando-se literalmente as duas primeiras expressões do quadro, percebemos que o índice de satisfação em relação à TV a cabo, no ano de 2002, era de 68,2. Em 2013, esse índice caiu para 51,6. Em relação à TV por assinatura via micro-ondas (MMDS), percebemos que o índice de satisfação, no ano de 2002, era de 72. Em 2013, esse índice caiu para 57,9. Veja: Assim, realmente a afirmativa está correta. Gabarito: C 6. (CESPE / Anatel Analista) A maior queda observada no que se refere ao índice de satisfação comparativo nos anos de 2002 e 2012 diz respeito à satisfação do consumidor brasileiro com o serviço de TV a cabo. Comentário: O índice de satisfação em relação à TV a cabo, no ano de 2002, era de 68,2. Em 2013, esse índice caiu para 51,6. Assim, houve uma queda de 16,6. Em relação à TV por assinatura via micro-ondas (MMDS), o índice de satisfação, no ano de 2002, era de 72. Em 2013, esse índice caiu para 57,9. Assim, houve uma queda de 14,1. Veja: Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 7 Com isso, realmente, a maior queda observada no que se refere ao índice de satisfação comparativo nos anos de 2002 e 2012 diz respeito à satisfação do consumidor brasileiro com o serviço de TV a cabo. Gabarito: C 2 – DADOS IMPLÍCITOS Toda informação implícita do texto é “carregada” de vestígios. Como em uma investigação, o criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom investigador é um excelente leitor de vestígios. Os vestígios podem ser: uma palavra irônica, as características do ambiente e do personagem, a época em que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, o rodapé do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa verbal etc. Tudo isso pode indicar a intenção do autor ao escrever o texto, daí se tira o vestígio que nos leva à boa interpretação. Neste tipo de interpretação, a questão não possui literalmente o mesmo trecho do texto. Nela há um entendimento, uma conclusão (xxx), a qual podemos chamar de inferência, com base nos vestígios (...), que são os vocábulos no texto. Para saber se a questão está correta, basta confrontar esses dois textos e observar se há semelhança de sentido. Muitas vezes, nesse tipo de questão, vemos expressões categóricas que eliminam a possibilidade de semelhança no sentido. Por exemplo: Podemos dizer que o Brasil vem crescendo economicamente e que o brasileiro está melhorando sua qualidade de vida e aumentando seu poder de compra. Mas isso não quer dizer que todo brasileiro aumentou seu padrão de compra, concorda? Por isso, chamamos de palavra categórica aquela que especifica demais ou amplia demais o universo a que se refere o termo. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 8 Perceba que a palavra “todo” ampliou muito (todo brasileiro aumentou seu poder de compra) um referente tomado de maneira geral (o brasileiro aumentou seu poder de compra). Assim, palavras como só, somente, apenas, nunca, sempre, ninguém, tudo, nada etc têm papel importante nas afirmativas das questões. Essas palavras categóricas não admitem outra interpretação e normalmente estão nas questões para que o candidato a visualize como errada. Vale lembrar que essas palavras categóricas são encontradas nos diversos tipos de interpretação (literal ou implícita). Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase: É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de extremistas. Marque (C) para informação de possível inferência do texto e (E) como informação equivocada do texto. 1. O Ocidente necessita construir mísseis. 2. Há uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas. 3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. 5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. 6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. 7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. 8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. 9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. 10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. Vamos às respostas com base nos vestígios! 1. O Ocidente necessita construir mísseis. (C) (Inferência certa, pois o vestígio é “É preciso”.) 2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C) (Inferência certa, pois o vestígio é a oração subordinada adverbial de finalidade “para defender o Ocidente de ataques de extremistas”.) 3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 9 (E) (Inferência errada, pois não há evidência no texto de que já havia mísseis anteriormente. Note a expressão “É preciso construir”. Se houvesse a expressão “É preciso ampliar a quantidade”, aí sim isso poderia confirmar a declaração da questão, mas isso não ocorreu.) 4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. (E) (Inferência errada, pois a expressão “destruir o mundo inteiro” é uma suposição com base em expressão categórica. Não há certeza de que os mísseis destruirão por completo o mundo, mas é certo que vão abalar o mundo inteiro.) 5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. (E) (Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Pode haver outros meios, outras negociações, não só pelos diplomatas.) 6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. (E) (Inferência errada, pois novamente há expressãocategórica. Não se sabe se todo o Oriente está contra o Ocidente. Pelo texto, são apenas os extremistas.) 7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. (E) (Inferência errada, pois novamente há expressão categórica: “sempre”. Além disso, houve uma palavra que extrapolou o texto: “invasões”. Nada foi afirmado sobre invasão no texto.) 8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. (E) (Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.) 9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. (C) (Inferência possível, pois é vista a preocupação de possível ataque.) 10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. (E) (Consideração sem fundamento no texto.) Assim, quando você for realizar as questões de interpretação, verá muitas dessas expressões categóricas ou palavras que extrapolam o conteúdo do texto. Normalmente, já consideramos as questões erradas já na primeira leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, sempre devemos voltar ao texto para confirmar. Aí vem o “burilamento”. Deve-se ter paciência para encontrar os vestígios que comprovem sua resposta como a correta. Vamos confirmar com algumas questões-modelo: Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 10 (CESPE / MPU Analista) Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder limite o poder”. Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma de sistema coerente, as consequências de conceitos diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações metafísicas que, no plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos. Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do Ministério Público em função da proteção dos direitos humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p. 18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações). 7. (CESPE / MPU Analista) Montesquieu busca a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil de forma análoga à dos metafísicos. Comentário: Basta lermos o último parágrafo, especificamente na expressão “refugindo às especulações metafísicas”, além da dualidade “plano da idealidade” X “terreno dos fatos”. O verbo “refugindo” significa “distanciando, recuando”, sentido contrário ao adjetivo “análoga” do pedido da questão, cuja afirmação está errada. Assim, percebemos que Montesquieu procurou o terreno dos fatos, diferente das especulações metafísicas, que serviram aos filósofos do pacto social no plano da idealidade. Gabarito: E 8. (CESPE / MPU Analista) No Estado moderno, cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 11 Comentário: No primeiro período do texto, é afirmado que “Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder institucional.” Já a questão afirma que cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes. Assim, a questão quis induzir o candidato a pensar que esse “poder institucional” pudesse ser unicamente o “Ministério Público”, mas sabemos que não é só ele que age em função da liberdade humana. Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E 9. (CESPE / MPU Analista) A conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos. Comentário: A questão trabalha a interpretação com base no sentido dos vocábulos “reclama” e “pressupõe”. No texto foi afirmado que “a conquista da liberdade humana também reclama a distribuição do poder em ramos diversos”. O verbo “reclama”, neste contexto, significa necessita, precisa, depende. Assim, para haver conquista da liberdade humana, deve-se lutar, exigir a distribuição do poder em ramos diversos. Porém, com a troca do vocábulo “reclama”, que traduz um valor de exigência, pelo vocábulo “pressupõe”, o qual traduz uma ideia de simples suposição, subentendimento, há uma divergência de sentido. É como se não precisasse lutar por essa distribuição do poder em ramos diversos, é como se isso fosse algo intrínseco e naturalmente parte da conquista da liberdade humana, pois se diz que simplesmente a conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos. Esta questão causou muita polêmica, pois, numa leitura rápida, sem o devido aprofundamento, parece realmente que as duas ideias são análogas, mas a original traduz uma exigência e a segunda, uma simples suposição, algo como se já fizesse parte intrinsecamente, o que não é verdade. Gabarito: E 10. (CESPE / MPU Analista) Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o exercício do poder que detém tende a agir de forma abusiva. Comentário: A questão aborda diretamente a observação de Montesquieu: “todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder limite o poder”. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 12 Assim, na visão dele, se não há limites, é natural o homem agir de forma abusiva. Portanto, a afirmação está correta. Gabarito: C Todo texto é veiculado com base em três tipos básicos: descritivo, narrativo e dissertativo. A banca CESPE cobra a diferença entre os tipos de texto. 2 – TIPOLOGIA TEXTUAL Veremos apenas o essencial da tipologia, noções que são cobradas nas provas da banca CESPE. 1 – DESCRITIVO O texto descritivo enfatiza o estático, é um retrato, um recorte de uma paisagem, uma ação, um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto é, tudo que ambienta a história, a informação. “Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsitocaminha lento e nervoso. Eis São Paulo às sete da noite.” (em Platão e Fiorin) Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumeração de substantivos e verbos. Não há interpretação de movimento neste texto. Tudo é recorte de instantes, por isso poderíamos pintar um quadro com base na imagem que ele nos sugere. Assim, descrever é enumerar características, ações e elementos que produzem uma imagem “congelada” do instante ou da rotina. Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos instrucionais, injuntivos. Veja um exemplo: Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 13 Este texto é uma capa da prova de concurso. Nele se observa uma ordenação lógica, uma interlocução direta com o leitor (o candidato ao cargo). Assim, a característica fundamental do texto instrucional é levar o receptor a modificar comportamento, a agir de acordo com os preceitos emanados do texto, seguir a sequência. Este tipo de texto é também chamado de injuntivo ou prescritivo. Apresenta em sua estrutura procedimentos a serem seguidos. O texto descritivo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como manual de instrução, bula, capa de uma prova de concurso, os fragmentos enumerativos de um edital, receita etc. 2 – NARRATIVO Diferentemente do texto descritivo, o narrativo é aquele que trabalha o movimento, as ações se prolongam no tempo, sendo esta a característica principal. Narrar é contar uma história, baseando-se na ótica do narrador (aquele que conta), sobre uma ou mais ações de personagem(ns), numa sequência temporal, em determinado lugar. A história pode ser imaginária (ficção) ou real (fato). Pode ser contada por alguém que é o pivô da história (narrador-personagem), ou por alguém que está testemunhando as ações (narrador-observador). Quando há o narrador-personagem, há verbos ou pronomes em primeira pessoa do singular. Quando há narrador-observador, há verbos e pronomes em terceira pessoa. Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema relevante na sociedade, parte de um fato (narra uma pequena história real) e a partir dela tece suas considerações. Assim, pode-se dizer que a primeira parte do texto é narrativa e a segunda é dissertativa, a qual será vista adiante. O texto narrativo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como piada, fábula, parábola, conto, novela, crônica, romance, entrevista etc. INSTRUÇÕES Verifique se este caderno: - corresponde a sua opção de cargo. - contém 70 questões, numeradas de 1 a 70. - contém a proposta e o espaço para o rascunho da Prova Discursiva. Caso contrário, reclame ao fiscal da sala outro caderno. Não serão aceitas reclamações posteriores. - Para cada questão existe apenas UMA resposta certa. - Leia cuidadosamente cada uma das questões e escolha a resposta certa. - Essa resposta deve ser marcada na FOLHADE RESPOSTAS que você recebeu. Capa de uma prova de concurso Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 14 Eis um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova do CESPE (médico perito INS), em que os elementos da narrativa se fazem presentes. A Revolta da Vacina O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas. Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento. O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares. Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo. A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações). Observe os traços temporais que marcam a evolução dos acontecimentos, ao mesmo tempo em que as ações vão sendo desenvolvidas num cenário (Rio de Janeiro). Veja os elementos temporais: “na passagem do século XIX para o século XX”; “Ao assumir a presidência da República”; “Ao mesmo tempo”; “Em seguida”; “Finalmente”; “Durante uma semana”; “no período de 10 a 16 de novembro de 1904”. Com isso, observa-se que há uma história sendo contada por alguém que não participou dela (narrador-observador). Ele não tem necessidade de se posicionar diante de alguma situação, o que se pretende com o texto é narrar um fato que ocorreu no Rio de Janeiro. Como o texto se fundamenta na informação, diz-se que há um ponto de vista objetivo. Com base no texto acima, resolva as questões a seguir: Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 15 11. (CESPE / Médico Perito INSS nível superior) O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro, mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema. Comentário: Realmente houve um histórico sobre a Revolta Vacina, pois foram narrados os fatos que a cercaram. Mas o erro está em dizer que houve ponto de vista explícito do autor acerca do tema. Houve apenas a narrativa do fato, o narrador não faz considerações, por isso não toma nenhum ponto de vista explicitamente. Gabarito: E 12. (CESPE / Médico Perito INSS nível superior) O texto apresenta marcadores que evidenciam a progressão da narrativa, tais como “Ao mesmo tempo” e “Finalmente”. Comentário: Estas são algumas das expressões que marcam a evolução do tempo, típica estrutura de texto narrativo. Gabarito: C 13. (CESPE / MPU Técnico) A partir de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) determinou que a Google Brasil retirasse, em até 72 horas, 15 vídeos do YouTube que disseminam o preconceito, a intolerância e a discriminação a religiões de matriz africana,e fixou multa diária de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento da ordem judicial. Na ação civil pública, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ) alegou que a Constituição garante aos cidadãos não apenas a obrigação do Estado em respeitar as liberdades, mas também a obrigação de zelar para que elas sejam respeitadas pelas pessoas em suas relações recíprocas. Predomina no texto em apreço o tipo textual narrativo. Comentário: O texto realmente é narrativo, pois conta um fato passado. Isso é confirmado por meio de verbos no tempo pretérito perfeito do indicativo, como “determinou”, “fixou”, “alegou”. Além disso, conseguimos perceber os personagens das ações, como “Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2)” e “Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/RJ)”. Assim, conseguimos entender uma evolução temporal, ações, personagens e lugar (Brasil), elementos importantes para observarmos o predomínio do texto narrativo. Gabarito: C Veja outro exemplo de narrativa, agora com o ponto de vista subjetivo, pois o narrador se coloca na história: Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 16 "O pungente amor" A descoberta da poesia de Carlos Drummond de Andrade, em 1949, atingiu-me de maneira contraditória: chocou-me e obrigou-me a mudar de rumo. Para que se entenda melhor o que ocorreu, devo esclarecer que a poesia que fazia até ali nascera da leitura dos parnasianos, com os quais aprendera a compor sonetos rigorosamente rimados e metrificados. Ignorava a poesia moderna. Alguns "sonetos brancos" de Murilo Mendes publicados num jornal da cidade impressionaram-me, mas não me ganharam. Foi a leitura de Poesia até agora, de Drummond, que provocou o choque. Havia no livro um poema intitulado "Lua diurética". Fiquei perplexo: aquilo não podia ser poesia, disse-me, pois poesia para mim era, por exemplo, "Ora direis, ouvir estrelas, certo/ perdeste o senso..." ou "Hão de chorar por ela os cinamomos...". Lua diurética não tinha nada a ver... Mas não conseguia largar o livro de Drummond. Lia e relia alguns dos poemas que mais me perturbavam. E terminei tomando uma decisão: ler os críticos modernos para entender o que era de fato aquela poesia antipoética. E assim, na Biblioteca Pública, descobri O empalhador de passarinhos, de Mário de Andrade, As cinzas do purgatório, de Otto Maria Carpeaux. Não sei se entendi direito o que diziam, não me lembro. Mas terminei por admitir que havia uma nova poesia, distinta da que conhecia, cujo mérito era exatamente estar ligada ao cotidiano. Em breve rendia-me ao fascínio de poemas como "Onde há pouco falávamos" e "Viagem na família" ("Fala fala fala fala/ Puxava pelo casaco/ que se desfazia em barro"). Uma outra dimensão da realidade se revelava a meus sentidos. É verdade que passei a ler ao mesmo tempo todos os poetas modernos que me caíam nas mãos: Bandeira, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Mário de Andrade. E poetas estrangeiros, como Rilke, Eliot e, mais tarde, Rimbaud, Lautréamont, Mallarmé e Artaud... O que bebi neles amontoou- se dentro de mim, fundiu-se, virou sangue, fala, fogo - um magma que me temperou e me fez nascer de novo. A verdade é que, agora, quando releio alguns dos poemas de Drummond daquela época, me reconheço neles, percebo que sua fala está entranhada na minha, que aprendi com ele o "o pungente amor" da vida. Ferreira Gullar. In: http://revistacult.uol.com.br/website/dossie Fica fácil perceber o ponto de vista subjetivo, pois notamos no texto expressões que marcam um posicionamento do narrador em primeira pessoa e um envolvimento emocional no que menciona, como se vê em “atingiu-me de maneira contraditória: chocou-me e obrigou-me a mudar de rumo”, “devo esclarecer que”, “Fiquei perplexo”, “não conseguia largar o livro de Drummond”, “Lia e relia alguns dos poemas que mais me perturbavam. E terminei tomando uma decisão: ler os críticos modernos para entender o que era de fato aquela poesia antipoética.”. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 17 3 – DISSERTATIVO Dissertar é um processo em que o emissor transmite conhecimento, relata, expõe ideias, discorre sobre determinado assunto, argumenta. De certa maneira, o texto mostra o ponto de vista que o autor tem de determinado assunto, fundamentado em argumentos e raciocínios baseados em sua vivência, conhecimento, posturas. É certo dizer que ele engloba um conjunto de juízos. É próprio de temas abstratos e usado em textos críticos, teses, exposição, explanação e argumentação. Dependendo do ponto de vista, da organização e do conteúdo, a dissertação pode simplesmente relatar saberes científicos, dados estatísticos, etc ou pode também buscar defender um princípio, uma visão parcial ou não de um assunto, apresentando argumentos precisos, exemplos, contradições, comparações, causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura normalmente é a seguinte: 1) Introdução: é o parágrafo que abre a discussão ou simplesmente expõe a informação principal, da qual se partirá nos próximos parágrafos à exemplificação, explicação, etc. Neste parágrafo normalmente se encontra o tópico frasal, o qual também é entendido como tese, cuja função é transmitir a opinião do autor, o centro da informação. 2) Desenvolvimento: pode ser composto de um ou mais parágrafos, os quais servem para ampliar e analisar o conteúdo informado na introdução. Nele, encontramos os procedimentos argumentativos, que podem conter a relação de causa e consequência, exemplificações, contrastes, citações de autoridades no assunto. Enfim, é o debate ou simplesmente o mergulho nas implicações do tema. 3) Conclusão: é o fechamento da informação, seja ela crítica ou não. Muitas vezes iniciadas por elementos como “Portanto”, “Em suma”, “Enfim”, etc. Nela há normalmente a ratificação, confirmação da tese, tomando por base os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento. O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vários gêneros textuais, como editorial, artigo de opinião, carta de leitor, os diversos discursos políticos, de defesa, de acusação, resenhas, relatórios, textos publicitários etc. Com base nisso, a dissertação se divide em dois tipos: 1 – Dissertativo-expositivo Quando o autor apenas transmite os saberes de uma comunidade (como em livros didáticos, enciclopédias etc), não colocando sua opinião sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos. Veja alguns exemplos de texto dissertativo-expositivo: Ferramenta que devolve spam ao emissor já é realidade Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente desenvolvida. O sistema é capaz de devolver os e-mails inconvenientes às pessoas que os enviaram, e está estruturado em torno de uma grande base de dados que contém os números de identificação dos Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 18 computadores que enviam spam. Depois de identificar os endereços de onde procedem, o sistema reenvia o e-mail ao remetente. A empresa que desenvolveu o sistema assinalou que essa ferramenta minimiza o risco de ataques de phishing, a prática que se refere ao envio maciço de e-mails que fingem ser oficiais, normalmente de uma entidade bancária, e que buscam roubar informação como dados relativos a cartões de crédito ou senhas. Internet: <http://informatica.terra.com.br>. Acesso em mar./2005 (com adaptações). (Prova: ANS / 2005 / superior/ CESPE) Art. 1º A RepúblicaFederativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. (Excerto da CF/88. In: http://www.planalto.gov.br) Não se nota em nenhum dos dois textos a intervenção do autor, sinalizando sua opinião. Houve apenas a exposição de fato (no primeiro) e de dado conceitual (no segundo). Note que nesses dois textos não houve a opinião do autor. A base deles foi a transmissão do saber, a informação. Por isso são textos dissertativo-expositivos. 2 – Dissertativo-argumentativo ou opinativo Quando o autor transmite sua opinião dentro do texto. Geralmente é o que a banca CESPE cobra nos concursos, tanto em interpretação de textos quanto na elaboração de redações. Veja alguns exemplos de texto dissertativo-argumentativo: Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmovisão dos médicos em geral (fundada em sua leitura dos fenômenos biológicos) e as concepções de vida da vasta maioria da população. Salta à vista, na abordagem do assunto (a ética e a verdade do paciente), que se fica, mais uma vez, diante da pergunta feita por Pôncio Pilatos a Jesus Cristo, encarando, como estava, um homem pleno de sua verdade, “O que é a verdade?” E é evidente que um e outro se cingiam a verdades díspares. Dalgimar Beserra de Menezes. A ética médica e a verdade do paciente. In: Desafios éticos, p. 212-5 (com adaptações). (Prova: ANS / 2005 / superior) Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 19 Note a opinião do autor logo na declaração inicial do texto: “Existe, por certo, um abismo muito largo e profundo entre a cosmovisão dos médicos em geral...”. A expressão “por certo” é chamada de modalizadora, tendo em vista que sugere uma visão, um posicionamento do autor. No fechamento do texto (“E é evidente que um e outro se cingiam a verdades díspares.”), também encontramos o modalizador: “é evidente”. Assim, notamos no texto anterior um texto dissertativo-argumentativo ou opinativo. Vamos a mais um exemplo: Com pouco mais de meio século de atividade da indústria automobilística no Brasil, de acordo com registros, foram vendidos 2,5 milhões de carros. Contraposto aos sucessivos recordes de congestionamentos nas grandes cidades brasileiras, esse resultado expõe as fragilidades de um modelo de desenvolvimento e urbanização que privilegia o transporte motorizado individual, prejudica a mobilidade e até a produtividade das pessoas. O carro, no entanto, não é o único vilão. A solução para o problema da mobilidade passa pela criação de alternativas ao uso do transporte individual. “Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G., profissional da área de desenvolvimento sustentável. Contudo, restringir o uso do carro não resolve o problema. De acordo com consultores em transportes, a tecnologia é uma das ferramentas para equacionar o problema do trânsito, desde que escolhida e implementada com competência. Enfrentamento do problema da mobilidade determinará futuro das grandes metrópoles. In: Revista Ideia Socioambiental. São Paulo. Internet: <www.ideiasocioambiental.com.br>. (com adaptações). (Prova: DETRAN 2010 Médio) Uma situação clara de posicionamento do autor se encontra na expressão “Contudo, restringir o uso do carro não resolve o problema.”. Vamos explorar mais um pouco os pontos de vista do autor: Ponto de vista: Os diversos tipos de texto são expressos por um emissor, que orienta o leitor sobre o que se quer defender, criticar, contrastar. Esse ponto de vista pode ser objetivo ou subjetivo. Subjetivo: É subjetivo (intimista) o texto em que a impressão do autor extrapola a razão, a informação do texto. Logicamente todo texto possui de alguma forma a opinião do autor, aquilo em que ele acredita. Mas isso pode se dar de forma velada (mascarada) ou enfática. No texto subjetivo, o autor se mostra pelo uso de verbos e pronomes em primeira pessoa, com vocabulário depreciativo ou Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 20 demasiado valorativo. A intenção é mostrar sua insatisfação, supervalorização, baseado na emoção, no sentimento. Como a linguagem é dinâmica e é por meio dela que o texto se veicula, não se pode ser categórico ao se analisar o tipo de texto, nem mesmo seu ponto de vista; pois tudo depende da intenção do autor. Um texto pode ser objetivo, mas com alguns traços de subjetividade, assim como um texto altamente subjetivo pode possuir traços de objetividade. Leia o texto a seguir, extraído do blog de Diogo Mainard, colunista da Revista Veja. Perceba nele os verbos e pronomes em primeira pessoa, certos vocábulos que mostram a liberdade expressiva de sua opinião altamente pessoal. Isso caracteriza o texto dissertativo-argumentativo, com ponto de vista subjetivo: O leitor de VEJA já sabe o que esperar de mim: em matéria de prognósticos eleitorais, eu erro fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro rumorosamente. Nos primeiros meses de 2008, prognostiquei que a candidata petista chegaria em quinto lugar. Dois anos e meio depois, estou aqui reivindicando meu erro. Errei, errei, errei. É bom errar. É bom repetir que errei. Só há um aspecto de meu trabalho de que realmente me orgulho: eu nunca tentei compreender a mente ou o comportamento de meus compatriotas. Eu me atormentaria se um dia, mesmo que por engano, acabasse acertando um resultado eleitoral. Os valores aos quais sou mais apegado ruiriam. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Valdemar Costa Neto. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é a Mulher Melancia. Quem compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Chico Buarque. Eles sabem o que os brasileiros querem. Eu só sei o que os brasileiros repelem. Eles repelem Antonello da Messina e Memling. Eles repelem Pitágoras e Empédocles. De todos os nossos escritores, o único que conseguiu compreender a mente e o comportamento dos brasileiros foi Euclides da Cunha. Eu sempre recorro a ele quando tenho de tratar do assunto. Ele é meu Valdemar Costa Neto particular. Euclides da Cunha podia interpretar o caráter de uma pessoa a partir do formato e da medida de suas orelhas ou de sua testa. Eu me pergunto como ele teria interpretado o formato e a medida das orelhas de um eleitor do PT, como Chico Buarque. http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/ A repetição de palavras, o emprego da primeira pessoa e a escolha vocabular marcam uma evidência de uma postura altamente subjetiva no texto, como se observa em “eu erro fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro rumorosamente”; “Errei, errei, errei.”; “É bom repetir que errei.”, “eu nunca tentei compreender a mente ou o comportamento de meus compatriotas”. Aqui apenas marquei alguns, mas o texto é recheado de postura subjetiva. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com21 Objetivo: O ponto de vista objetivo procura basear-se em fatos, argumentos, informações, evitando transparecer a opinião pessoal do autor. O texto continua sendo opinativo, mas o autor mascara sua opinião para ganhar credibilidade. Para isso se baseia em argumentos de autoridade (especialistas entendidos no assunto, leis, regulamentos), pensamentos filosóficos, máximas, etc. Tudo para fugir da impressão, do “eu acho”. Quanto mais dados para consubstanciar a opinião “velada” do autor, melhor para a sustentação dos argumentos, tornando o texto objetivo, com verbos e pronomes normalmente em terceira pessoa. Veja um exemplo de trecho dissertativo-argumentativo, com ponto de vista objetivo. O homem e a natureza A ideia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas ingênua, se não fosse perigosamente pretensiosa. Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da evolução, mas incidem no equívoco de fazer dele uma espécie de finalidade da criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi feito para alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilíbrio entre seres e coisas. A aquisição de características muito específicas como a linguagem, raciocínio lógico, memória pragmática, noção de tempo e capacidade de acumular não fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas mais bem dotado para determinados fins. Isso não lhe confere autoridade para pretender que todo o resto do universo conhecido deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no mundo. Lisboa, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro, Difel, 1977. Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (a natureza não existe para servir o homem) que será desenvolvida em seguida. Há várias inserções do autor, que provam sua opinião, em terceira pessoa. São os chamados modalizadores: “Pode-se dizer com segurança...”; “pode-se crer em permuta e equilíbrio...”; “Isso não lhe confere autoridade...”; “...como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no mundo...”. É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas vezes terá as três num só texto, mas vale o que predomina, aquele que transmite a ideia central, o objetivo. Vamos a mais algumas questões-modelo: Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 22 14. (CESPE / Antaq Técnico) Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos colonizadores na Amazônia, os nativos já utilizavam canoas. Ainda hoje, grande parte da população amazônica vive da pesca. Além disso, o deslocamento do ribeirinho se faz através da infinidade de rios que retalham a grandeza territorial. Mas para conhecer a Amazônia de verdade é preciso entender sua posição estratégica para o país. Os rios são a chave para esse conhecimento. São as estradas que a natureza construiu e em cujas margens se desenvolveram inúmeras povoações. Portanto, é impossível pensar em Amazônia sem associar a importância que os rios têm para o desenvolvimento econômico e social. Eles devem ser vistos como os grandes propulsores do desenvolvimento sustentável da região. Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: <www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações). Predomina no texto a narração, já que nele se identificam um cenário e uma ação. Comentário: É fácil perceber que o texto não é narrativo. Ele é dissertativo. Note que o autor lança uma tese “Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia.”. Em seguida, discorre sobre algumas considerações a respeito da Amazônia. Para confirmar que o texto é dissertativo, veja os tempos verbais: os verbos estão predominantemente no presente (“é”, “impõe”, “vive”, “faz”, “são”), o que confirma algumas considerações do autor a respeito do tema. Já a narrativa se baseia em contar uma história. Assim, deve-se utilizar de verbos no passado, o que pouco ocorreu neste texto. Com isso, notamos que a afirmativa está errada. Gabarito: E 15. (CESPE / Antaq Técnico) Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura mundial no período do século III a.C. ao século IV d.C. Sua famosa Biblioteca continha praticamente todo o saber da Antiguidade em cerca de 700.000 rolos de papiro e pergaminho e era frequentada pelos mais conspícuos sábios, poetas e matemáticos. A Biblioteca de Alexandria estava muito próxima do que se entende hoje por Universidade. E faz-se apropriado o depoimento do insigne Carl B. Boyer, em A História da Matemática: “A Universidade de Alexandria evidentemente não diferia muito de instituições modernas de cultura superior. Parte dos professores provavelmente se notabilizou na pesquisa, outros eram melhores como administradores e outros ainda eram conhecidos pela sua capacidade de ensinar.” Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e seu irmão, o imperador Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou até as dependências da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 23 Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca, utilizando o seguinte o argumento: “ou os livros contêm o que está no Alcorão e são desnecessários ou contêm o oposto e não devemos lê-los.” A destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus vivendi et operandi. É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e uma das mais democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. Mas, como toda inovação, a Internet tem potencial cuja dimensão não deve ser superdimensionada. Seu conteúdo é fragmentado, desordenado e, além disso, cerca de metade de seus bites é descartável. Jacir J. Venturi. Internet: <www.geometriaanalitica.com.br> (com adaptações). Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinião, identificam-se trechos narrativos e dissertativos. Comentário: Esta questão abordou o gênero textual, conforme previa o edital deste concurso. O artigo de opinião se baseia, como o próprio nome sugere, na expressão da opinião livre de seu autor. Com base em alguns fundamentos (legais, de especialistas, ou dados técnicos), o autor fica livre para dar sua opinião, às vezes, recomendando ações, chamando a atenção do leitor a determinada situação etc. Bom, importa observar que a questão também se baseou na tipologia textual, pois podemos verificar no texto um histórico, passagens como o terceiro e quarto parágrafos, em que os verbos aparecem no passado, marcando ações, movimentos. Além disso, fica fácil perceber os elementos da narrativa, como tempo, cenário, personagens, falas, isto é, tudo que percebemos numa história. Veja: Em 47 a.C., envolvendo-se na disputa entre a voluptuosa Cleópatra e seu irmão, o imperador Júlio César mandou incendiar a esquadra egípcia ancorada no porto de Alexandria. O fogo se propagou até as dependências da Biblioteca, queimando cerca de 500.000 rolos. Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca,utilizando o seguinte o argumento: “ou os livros contêm o que está no Alcorão e são desnecessários ou contêm o oposto e não devemos lê-los.” Resta claro perceber os trechos dissertativos, como os dois parágrafos seguintes à narrativa acima. Veja: A destruição da Biblioteca de Alexandria talvez tenha representado o maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. Se vivemos hoje a era do conhecimento é porque nos alçamos em ombros de gigantes do passado. A Internet representa um poderoso agente de transformação do nosso modus vivendi et operandi. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 24 É um marco histórico, um dos maiores fenômenos de comunicação e uma das mais democráticas formas de acesso ao saber e à pesquisa. O quinto parágrafo já se inicia com uma consideração do autor, ao afirmar que a destruição de tal biblioteca representaria, segundo ele, o maior crime contra o saber em toda a história da humanidade. Isso é uma opinião. Pode haver gente que concorde, pode haver gente que discorde. Perceba os verbos no presente, o que reforça o discurso argumentativo. Dessa forma, realmente, o texto possui passagens narrativas e dissertativas. Gabarito: C Como as questões partem sempre de um texto grande e há apenas uma questão de tipologia textual (quando há), vamos, a partir de agora, misturar as questões de interpretação e tipologia textual, para que você tenha um ritmo melhor de estudo. Texto CG3A3-I 1 1 5 10 15 20 O dito popular que defende a prevenção como melhor remédio tem tanta afinidade com o dia a dia da administração pública que, ouso afirmar, poderia ser tido como princípio implícito de nosso ordenamento constitucional. Em outros termos, quando se trata da coisa pública, o “errar é humano” não vale, não pode valer. E não porque o ser humano não possa errar, mas porque, direta ou indiretamente, o erro custa muito caro à sociedade. O contrato superfaturado, a obra malfeita ou inacabada e o serviço mal prestado constituem enorme desrespeito ao contribuinte. Além de causarem grande prejuízo a toda a coletividade, acabam sendo também os grandes responsáveis pelo sentimento de ausência do Estado. Diversas são as demandas da sociedade, e o administrador, preso às limitações de um orçamento, ao eleger determinado investimento como prioridade, naturalmente relega outros. Por isso, cautela e planejamento devem ser as palavras de ordem para o gasto público, sob todos os enfoques, especialmente nas contratações. A matemática é simples: quantos gestores, no exercício de suas administrações, conseguiram ressarcir os prejuízos de contratos considerados irregulares pelos tribunais de contas, por superfaturamento, deficiência na execução ou qualquer outra ilegalidade? A prática mostra que, uma vez executado e pago o serviço, feito está, pois não se recupera todo o dinheiro público gasto irregularmente. Ao contrário, o dispêndio público só aumenta: são abertos procedimentos de apuração interna de responsabilidades, inquéritos civis, ações civis públicas... enfim, movimenta-se ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco, é recuperado. Dimas Ramalho. É melhor prevenir que remediar. Internet: https://www.tce.sp.gov.br/ (com adaptações). Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 25 16. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) Infere-se do texto CG3A3-I que, com relação aos gastos da administração pública, é melhor prevenir do que remediar porque A) a administração pública não dispõe de verba para ressarcir eventuais prejuízos causados ao cidadão. B) o erro custa muito caro à sociedade. C) erros não são admitidos na administração pública. D) gastos indevidos refletem ausência de cautela e planejamento. E) o dinheiro público gasto irregularmente nunca é recuperado. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois contraria o texto ao afirmar que a administração pública não dispõe de verba para ressarcir eventuais prejuízos causados ao cidadão, uma vez que, no texto, há a afirmação de que o dinheiro não é completamente recuperado, consegue-se recuperar muito pouco. Confirme: A prática mostra que, uma vez executado e pago o serviço, feito está, pois não se recupera todo o dinheiro público gasto irregularmente. Ao contrário, o dispêndio público só aumenta: são abertos procedimentos de apuração interna de responsabilidades, inquéritos civis, ações civis públicas... enfim, movimenta-se ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco, é recuperado. A alternativa (B) é a correta, pois o texto afirma literalmente que o erro custa muito caro à sociedade. Confirme: E não porque o ser humano não possa errar, mas porque, direta ou indiretamente, o erro custa muito caro à sociedade. A alternativa (C) está errada, pois a afirmativa traz uma certeza, a de que erros não são admitidos na administração pública, enquanto o texto traz uma possibilidade, afirmando que o erro não pode valer. Confirme: Em outros termos, quando se trata da coisa pública, o “errar é humano” não vale, não pode valer. A alternativa (D) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto quando afirma que gastos indevidos refletem ausência de cautela e planejamento, em que o autor afirma que planejamento e cautela devem fazer parte na hora de se pensar o gasto público. Confirme: Diversas são as demandas da sociedade, e o administrador, preso às limitações de um orçamento, ao eleger determinado investimento como prioridade, naturalmente relega outros. Por isso, cautela e planejamento devem ser as palavras de ordem para o gasto público, sob todos os enfoques, especialmente nas contratações. A alternativa (E) está errada, pois contraria o texto ao afirmar que o dinheiro público gasto irregularmente nunca é recuperado, quando, na verdade, pouco se recupera desse dinheiro. Confirme: ... enfim, movimenta-se ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco, é recuperado. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 26 Gabarito: B 17. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) No texto CG3A3-I, a palavra “ressarcir” (linha 16) foi empregada com o mesmo sentido de A) confiscar. B) indenizar. C) evitar. D) transferir. E) reduzir. Comentário: A palavra “ressarcir” foi empregada no sentido de devolver, compensar, indenizar. Comprove relendo o trecho: conseguiram ressarcir os prejuízos de contratos considerados irregulares pelos tribunais de contas. Portanto, a alternativa (B) é a correta. Gabarito: B Texto CG3A3-II 1 1 5 10 15 20 Nascido em 1902, nos Estados Unidos da América, Theodore Schultz foi o primeiro acadêmico que efetivamente sistematizou a relação existente entre aumento de investimentos em educação e aumento de produtividade e salários no setor agrícola — e, claro, na economia como um todo. Em seus estudos, o economista comparou a situação de desequilíbrio entre países pobres, cuja capacidade de produção agrícola é baixa, e países ricos, de alta capacidade produtiva. Nessa análise, percebeu-se que os países desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no chamado capital humano, mais especificamente em educação. Notavelmente, educação traz desenvolvimento econômico e social, além de gerar, em um contexto micro, habilidades para o indivíduo que possam ser aproveitadas tanto por ele quantopor outros ao seu redor — fato já conhecido por Schultz. Contudo, o pesquisador foi além e sistematizou a influência da educação sobre a riqueza de uma nação. Ele analisou a economia norte-americana e percebeu que a maior parte do crescimento econômico do país estava associada ao capital humano, materializado em investimentos em educação, e não no capital físico. Ainda nesse estudo, Schultz analisou os custos da educação. Além do óbvio custo material (professores, infraestrutura e material escolar), há outros custos que envolvem, principalmente, tempo: pessoas que trabalhariam passam a estudar — não produzindo, nem ganhando salários. Assim, Schultz concluiu que há custos para as pessoas (deixar de ganhar dinheiro com trabalho para estudar) e eventualmente para o governo (pagar a educação das pessoas sem que elas produzam). Seu trabalho o levou à conclusão de que países que investem mais em educação tendem a ser mais ricos. Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quanto mais se investir na Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 27 25 capacitação das pessoas, mais produtiva e rica uma nação será, de modo que os efeitos tendem a ser mais positivos que negativos. Internet: https://www.tce.sp.gov.br/ (com adaptações). 18. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) De acordo com o texto CG3A3-II, os países desenvolvidos, em comparação com os países pobres, A) gastam mais com capital físico do que com capital humano. B) despendem mais capital na área de educação. C) demandam da população mais gastos com educação. D) contam com um passado histórico de alta produtividade no setor agrícola. E) estão mais aptos a enfrentar as mudanças econômicas do mundo atual. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois menciona o oposto do que está no texto. Os EUA investem mais em capital humano do que em capital físico. Confirme: Ele analisou a economia norte-americana e percebeu que a maior parte do crescimento econômico do país estava associada ao capital humano, materializado em investimentos em educação, e não no capital físico. A alternativa (B) é a correta, pois o texto afirma que os países desenvolvidos investem mais em educação. Confirme: os países desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no chamado capital humano, mais especificamente em educação. A alternativa (C) está errada, pois contraria o texto, uma vez que o governo é que gasta com a educação e não a população. O prejuízo da população que estuda é que ela não trabalha e, consequentemente, não ganha dinheiro. Confirme: Assim, Schultz concluiu que há custos para as pessoas (deixar de ganhar dinheiro com trabalho para estudar) e eventualmente para o governo (pagar a educação das pessoas sem que elas produzam). A alternativa (D) está errada, pois extrapola o texto ao mencionar o passado histórico dos países ricos, visto que no texto o autor não menciona o passado desses países. A alternativa (E) está errada, pois extrapola o texto ao mencionar que os países desenvolvidos estão mais aptos a enfrentar as mudanças econômicas do mundo atual. Gabarito: B 19. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) Infere-se do texto CG3A3-II que o investimento em educação A) é condição necessária para o crescimento socioeconômico de países pouco desenvolvidos. B) envolve mais custos materiais, como gastos com professores e infraestrutura, que custos de outra natureza. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 28 C) provoca, em curto prazo, aumento de salário para o indivíduo em processo de capacitação. D) garante a inserção dos melhores profissionais no mercado de trabalho em diversos setores da economia. E) contribui positivamente para a riqueza de uma nação, apesar de eventuais impactos negativos que possam dele decorrer Comentário: A alternativa (A) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto, visto que o autor conclui que os países que investem em educação tendem a ser mais ricos, mas não podemos afirmar que isso é condição necessária para o crescimento socioeconômico de países pouco desenvolvidos, pois o autor fez apenas uma comparação e analisou a economia dos países ricos. Confirme: Nessa análise, percebeu-se que os países desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no chamado capital humano, mais especificamente em educação. A alternativa (B) está errada, pois especifica muito os custos do investimento em educação, uma vez que o autor afirma que Além do óbvio custo material (professores, infraestrutura e material escolar), há outros custos que envolvem, principalmente, tempo: pessoas que trabalhariam passam a estudar — não produzindo, nem ganhando salários. A alternativa (C) está errada, pois extrapola o texto, visto que o autor não faz menção ao aumento de salário do indivíduo em curto prazo. O que o autor menciona é que a educação traz desenvolvimento econômico e social, além de gerar, em um contexto micro, habilidades para o indivíduo que possam ser aproveitadas tanto por ele quanto por outros ao seu redor. A alternativa (D) está errada, pois extrapola o texto, visto que o autor não comenta que o investimento em educação garante a inserção dos melhores profissionais no mercado de trabalho em diversos setores da economia. A alternativa (E) é a correta, pois podemos depreender do trecho a seguir que, apesar de alguns impactos negativos devido ao custo, o investimento em educação contribui positivamente para a riqueza de uma nação. Confirme: Seu trabalho o levou à conclusão de que países que investem mais em educação tendem a ser mais ricos. Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quanto mais se investir na capacitação das pessoas, mais produtiva e rica uma nação será, de modo que os efeitos tendem a ser mais positivos que negativos. Gabarito: E 20. (CESPE / MPC-PA Conhecimentos básicos nível médio 2019) No texto CG3A3-II, a palavra “principalmente” (linha 18) foi empregada com o mesmo sentido de A) inevitavelmente. B) especialmente. C) frequentemente. D) realmente. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 29 E) possivelmente. Comentário: A palavra “principalmente” foi empregada no sentido de apontar algo primordial, especial. Logo, a alternativa (B) é a correta. Gabarito: B (CESPE / MPC-PA Analista - Ministerial Controle Interno e Externo 2019) Texto CG2A1-I 1 5 10 15 20 25 30 Na década de 1960, o mundo passou por um aumento populacional inédito devido à brusca queda na taxa de mortalidade, o que gerou preocupações sobre a capacidade dos países em produzir comida para todos. A solução encontrada foi desenvolver tecnologia e métodos que aumentassem a produção. Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em países que não convivem com problemas de abastecimento. O economista indiano traçou então, pela primeira vez, uma relação causal entre fome e questões sociais como pobreza e concentração de renda. Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa216 milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta que forneça o mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente por fome ou problemas derivados dela. Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é suficiente para atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximadamente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A pesquisa põe em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática nas últimas décadas. Em vez de crescimento da produção e ajudas momentâneas, surge agora como caminho uma abordagem territorial que valorize e potencialize a produção local. Embora os números absolutos estejam caindo, o tema ainda é um dos mais delicados da agenda internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de morrer de fome. A questão é tão antiga quanto complexa, e se conecta intrinsecamente com a estrutura política e econômica sobre a qual o sistema internacional está construído. Concentração da renda e da produção, falta de vontade política e até mesmo desinformação e consolidação de uma cultura alimentar pouco nutritiva são fatores que compõem o cenário da fome e da desnutrição no planeta. Internet:< www.nexojornal.com.br> (com adaptações). Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 30 21. (CESPE / MPC-PA Analista Ministerial – Controle Interno e Externo 2019) Infere-se do texto CG2A1-I que uma das contribuições do estudo publicado em 2016 pela FAO foi A) fornecer dados estatísticos inéditos acerca da situação da fome e da produção de alimentos no mundo. B) desconstruir a ideia de que a situação da fome no mundo decorre de escassez na produção mundial de alimentos. C) distinguir as consequências da política internacional de combate à subnutrição crônica em diferentes países. D) fortalecer as medidas de combate à fome centradas no aumento da produção mundial de alimentos. E) propor a expansão das estratégias de combate à fome adotadas em diferentes países nas últimas décadas. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois contraria o texto, uma vez que o texto não traz apenas dados estatísticos inéditos. Confirme: As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 216 milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição em menos de três décadas. Contudo, 10,8% do mundo ainda vive sem acesso a uma dieta que forneça o mínimo de calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável, e 21 mil pessoas morrem diariamente por fome ou problemas derivados dela. A alternativa (B) é a correta, pois o estudo mostra que há alimento suficiente para todas as pessoas que vivem na Terra, fato que desconstrói a ideia de que a situação da fome no mundo decorre de escassez na produção mundial de alimentos. Confirme: Um estudo publicado em 2016 pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) mostra que a produção mundial de alimentos é suficiente para atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximadamente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A alternativa (C) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto, pois não são abordadas as consequências da política internacional de combate à subnutrição crônica em diferentes países. O que o texto comenta é que a política internacional de combate à subnutrição crônica está ameaçada, uma vez que existem alimentos para todos, mas há uma parcela da população mundial que não possui acesso a eles. Confirme: A pesquisa põe em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática nas últimas décadas. A alternativa (D) está errada, pois contraria o texto, uma vez que não há necessidade de aumento da produção de alimento, mas sim de medidas que levem esse alimento a quem precisa, uma vez que a produção mundial de alimentos é suficiente para atender a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Décio Terror Filho Aula 11 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 31 A alternativa (E) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto, uma vez que o estudo não propõe a expansão das estratégias de combate à fome adotadas em diferentes países nas últimas décadas, mas sinaliza que deve haver uma abordagem territorial que valorize e potencialize a produção local. Gabarito: B 22. (CESPE / MPC-PA Analista Ministerial – Controle Interno e Externo 2019) Embora busque chamar a atenção para o problema da fome, o autor do texto CG2A1-I reconhece que ela foi reduzida em nível mundial. Para enfatizar no texto o que essa redução representa, o autor A) cita diversos países africanos onde a fome assola a maioria da população pobre. B) compara à população total brasileira a parcela da população mundial que, em menos de trinta anos, superou a fome. C) indica a obra Pobreza e Fomes, que rendeu ao autor indiano Amartya Sen o Prêmio Nobel de Economia em 1981. D) transcreve a opinião de especialistas sobre as medidas de combate à fome ao longo de anos. E) apresenta dados estatísticos da FAO que alertam sobre a dimensão do problema da fome em nível mundial. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois contraria o pedido da questão que pede a alternativa que sinaliza a redução do problema da fome, uma vez que as crianças dos países africanos citados no texto correm risco iminente de morrer de fome. Confirme: Embora os números absolutos estejam caindo, o tema ainda é um dos mais delicados da agenda internacional. Um exemplo da extensão do problema está na declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro diferentes países da África — Nigéria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de morrer de fome. A alternativa (B) é a correta, pois, para enfatizar a redução do problema da fome em escala mundial, o autor associa o percentual de pessoas que o superaram como se representassem 50% população brasileira. Confirme: As últimas décadas foram de grande evolução no combate à fome em escala global. Nos últimos 25 anos, 7,7% da população mundial superou o problema, o que representa 216 milhões de pessoas. É como se mais que toda a população brasileira saísse da subnutrição em menos de três décadas. A alternativa (C) está errada, pois tangencia o texto, uma vez que a pesquisa do indiano serve como argumento para sinalizar que pessoas passavam fome em países que não tinham problema de abastecimento e que a falha está nas políticas públicas para o combate à fome. Confirme: Em 1981, o indiano ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, em seu livro Pobreza e Fomes, identificou a existência de populações com fome mesmo em países que não convivem com problemas de abastecimento. [...] Tirou, assim, o foco de aspectos técnicos e mudou o tom do debate internacional sobre a questão e as políticas públicas a serem tomadas a partir daí. Décio Terror Filho Aula 11
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