(figura 3.1). A taxa de perda de células (CLR) é causada principalmente pela ocorrência de transbordos de buffers quando é ultrapassada a capacidade dos mesmos e as células são descartadas. Para que as células sejam transportadas pela rede segundo os parâmetros QoS- NP a rede negocia uma contrapartida com o usuário, formada por um outro conjunto de parâmetros de QoS na hora da conexão, que são relacionados com a maneira como o usuário deverá entregar as células à rede, e constituem os QoS-UP (user parameters) e caracterizam o tráfego a ser fornecido pelo usuário (descritor de tráfego). αααα1 - αααα Mínimo CDV Células perdidas ou entregues muito tarde CTD Tempo de Transferência Probabilidade de Chegada Células entregues CDV: Cell Delay Variation CTD: Cell Transfer Delay Fig. 3 – Função densidade de probabilidade do tempo de chegada das células A rede somente garante o serviço dentro dos QoS-NP se o fluxo de células do usuário estiver de acordo com os QoS-UP que foram negociados no estabelecimento da conexão. O conjunto dos parâmetros de QoS-UP é formado por: 4. Peak Cell Rate (PCR), taxa instantânea máxima de transmissão do usuário ; 5. Cell delay variation tolerance (CDVT), tolerância máxima do CDV; 6. Sustainable Cell Rate (SCR), taxa média de células sobre um intervalo de tempo grande; 7. Maximum Burst Size (MBS), número máximo de células, que podem ser enviados na taxa de pico (PCR), ponta a ponta, sem no entanto violar a SCR. Está relacionado com SCR, PCR e BT como segue: BT = ( )MBS SCR PCR − − 1 1 1 Material disponibilizado por www.pgredes.hpg.com.br Redes ATM 22 Esta expressão define o burst tolerance (BT), ou seja, o tamanho máximo da rajada de células enviadas durante a taxa de pico. 8. Mínimum Cell Rate (MCR), a taxa mínima desejada pelo usuário. Além destes, existem ainda parâmetros que estão relacionados com a qualidade da rede, porém não são negociáveis. A Tabela 3 apresenta os parâmetros QoS, suas classes, definições e principais características. Material disponibilizado por www.pgredes.hpg.com.br Redes ATM 23 Tabela III - Parâmetros de Qualidade de Serviço (QoS) TIPO DE PARÂMETRO DE QoS Abreviatura Significado Observação PCR Peak Cell Ratio Taxa máxima que usuário pretende transmitir células QoS-UP MBS (ou CBS) Maximum Burst Size (Cell Burst Size) Número máximo de células que podem ser enviadas, ponta a ponta, na taxa de pico PCR Descritor de tráfego Parâmetros relacionados com a CDVT Cell Delay Variation Tolerance Especifica quanto de variação pode ser tolerado pela rede na chegada das células durante uma rajada (PCR) carga a ser oferecida pelo usuário (Rule based Parameters) SCR Sustainable Cell Rate Limite superior da taxa média de células medido sobre um intervalo de tempo grande BT Burst Tolerance Tamanho máximo de rajada que pode ser transmitida na taxa de pico (função de PCR, SCR e MBS) MCR Minimum Cell Rate É a taxa mínima de células por segundo que o usuário considera aceitável QoS-NP CTD Cell Transfer Delay Atraso médio entre fonte e destino (ver figura 3.1) Descritor de qualidade de serviço Parâmetros de desempenho da rede CDV Cell Delay Variation Medida da uniformidade de chegada das células (ver figura 3.1) (Statistical parameters) CLR Cell Loss Ratio Fração de células que não chegaram para o total de células enviadas PARÂMETROS FIXOS CER Cell Error Rate Fração de células que chegam com um ou mais bits errados em relação ao total enviado. DA REDE (não negociáveis) SECBR Severely Errored Cell Block Ratio É a fração de um bloco de N células das quais M ou mais células estão com erro. (fração = M/N) CMR Cell Missinsertion Rate Número de células/s que são entregues a um destino errado, devido a erro de cabeçalho não detectado. Material disponibilizado por www.pgredes.hpg.com.br Redes ATM 24 A rede, para garantir um conjunto mínimo de QoS do serviço, deve implementar mecanismos de controle dos parâmetros QoS-UP, ou seja, a rede deve policiar a entrada das células de acordo com os QoS-UP negociados e aceitá-las ou rejeitá-las se não estiverem de acordo. Esta é a função dos mecanismos de controle como; user parameter control/network parameter control (UPC/NPC). No capítulo 4 são detalhados alguns destes mecanismos de controle, que atuam diretamente sobre as células, de modo a influenciar e proteger os QoSs de conexões aceitas pela rede. 3 – Plano de Controle O plano de controle é encarregado das funções e protocolos de sinalização entre os diversos objetos gerenciados e localizados fisicamente em diferentes locais (nós de rede ou equipamentos de usuário). O plano de gerenciamento em particular, é responsável pelo estabelecimento das conexões e pelo gerenciamento de todos os níveis, tanto do plano de usuário, como do plano de controle. Observe-se que as funções de gerenciamento de recursos e controle de tráfego estão vinculados especialmente a este plano. Na Tabela 4 são resumidas as principais funções e serviços oferecidos nos diversos níveis e subníveis do PRM do ITU-T. Na primeira coluna da Tabela 4 é indicada uma possível equivalência de algumas funções com o modelo tradicional MR-OSI de 7 camadas, normalmente utilizado em redes de computadores. Tabela IV - Principais funções dos diversos níveis na B-ISDN Níveis OSI equivalente s Níveis ATM Subnívei s ATM Funções 3 e 4 AAL CS - Recuperação relógio fonte (controle CDV) - Montagem e decomposição das PDU SAR SAR - Detecção de perda e inserção de células - Segmentação e remontagem 2 e 3 ATM - Controle de fluxo - Geração/Extração do cabeçalho de célula - Gerenciamento de Canais/Rotas virtuais 1 e 2 FÍSICO TC - Adaptação taxa de células com taxa de bit - Verificação/geração CRC de cabeçalho - Geração de células - Empacot/Desemp células do módulo de transp. - Geração módulos de transporte (STM/STS) PMD - Sincronismo de bit - Acesso físico a Rede (HDSL ou FTTC) Material disponibilizado por www.pgredes.hpg.com.br Redes ATM 25 Os níveis definidos no PRM do ITU-T, atendem no entanto os mesmos objetivos do MR-OSI, ou seja, os níveis proporcionam um perfeito isolamento entre as diversas funções de cada nível, tornando as funções de um nível totalmente transparentes em relação aos de outros níveis. 3.1 - Gerenciamento de Tráfego O controle de tráfego em uma rede ATM está fundamentalmente relacionado com a habilidade da rede prover qualidade de serviço (QoS - Quality of Service) diferenciada para cada aplicativo. Uma regra primária para o gerenciamento de tráfego é proteger a rede e os sistemas finais de congestionamento, permitindo o alcance de seus objetivos de desempenho. Uma regra adicional é promover o uso eficiente dos recursos da rede. A especificação de Gerenciamento de Tráfego 4.0 (TM 4.0 – Traffic Management 4.0) do ATM Forum define uma série de procedimentos e parâmetros relacionados com o gerenciamento de tráfego e QoS em redes ATM. Cinco categorias de serviço são definidas. Para cada categoria é estabelecido um conjunto de parâmetros que permite descrever o tráfego apresentado à rede e a qualidade de serviço esperada da rede. Esta especificação estende alguns tópicos apresentados nas Recomendações I.371 e I.356 do ITU-T. 3.2 - Controle de Tráfego e Controle de Congestionamento Congestionamento pode ser definido como uma condição que ocorre na camada ATM dos equipamentos da rede, tal que a rede não consegue atender a objetivos de desempenho previamente negociados. Em contrapartida, controle de tráfego pode ser definido como um conjunto de ações tomadas pela rede para evitar o congestionamento. 3.3 - Qualidade de Serviço na Camada ATM A Qualidade de Serviço da camada ATM é determinada a partir de um conjunto de parâmetros que caracterizam a desempenho de uma conexão no nível da camada ATM. Estes parâmetros, conhecidos com parâmetros de QoS, quantificam a desempenho de extremo a extremo na camada ATM. Alguns destes parâmetros podem ser negociados entre os sistemas finais ATM e a rede. 3.4 - Parâmetros de