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3.1 Substâncias inorgânicas Água A água é sempre a substância mais abundante no corpo dos seres vivos. Cerca de 60% da massa de uma pessoa adulta, por exemplo, é constituída por água. Modelo da molécula de água: constituída por um átomo de oxigênio (representado em vermelho) e dois átomos de hidrogênio (representados em branco). Para se ter uma ideia de sua dimensão, uma gota de água possui 1020 moléculas de água. oxigênio hidrogênio hidrogênio Molécula de água ATENÇÃO Na fi gura a seguir, a molécula de água está representada em sua forma geométrica, indicando a distribui- ção espacial dos áto- mos que a compõem. A representação do tamanho dos átomos não está na proporção real, mas busca for- necer uma noção das diferenças entre suas dimensões. As cores usadas são convencio- nalmente adotadas na área de Química. A água atua como um “solvente universal”, pois muitos compostos químicos que estão dentro da célula encontram-se dissolvidos em água, e todas as reações celulares ocorrem em meio aquoso. De acordo com a sua capacidade de dissolu- ção na água, as outras substâncias são classificadas como: › hidrofílicas (que significa “amigos da água”) – que se dissolvem na água; › hidrofóbicas (que significa “medo da água”) – que não se dissolvem na água. A molécula de água é constituída por dois átomos de hidrogênio e um de oxi- gênio, representada pela fórmula química H2O. Na figura acima, representa-se o arranjo espacial da molécula, que possui uma região eletricamente negativa (na extremidade onde está o oxigênio) e outra eletricamente positiva (em que estão os átomos de hidrogênio). Por essa característica, a água é classificada como uma molécula polar. Moléculas que não possuem polaridade são chamadas de apolares e não se dissolvem em água, ou seja, são hidrofóbicas. Sais minerais Os sais minerais geralmente encontram-se dissolvidos na água, formando íons. Os íons possuem carga elétrica negativa ou positiva. Diversos íons participam de funções da célula e, embora sejam necessários em pequenas quantidades, são es- senciais para o metabolismo. Podemos citar alguns exemplos de sais minerais importantes para o organismo humano, como o cálcio, o fósforo, o potássio, o sódio e o ferro, entre outros. A ta- bela na página seguinte informa algumas funções desses sais minerais no organis- mo humano e indica as principais fontes alimentares em que eles são encontrados. PENSE E RESPONDA Como você classifi- caria o sal de cozinha (ou cloreto de sódio) e o óleo de cozinha quanto à solubilidade em água? Qual desses compostos é hidrofílico e qual é hidrofóbico? Para verifi car sua hipó- tese, misture uma co- lher de sal em um copo com água e observe; faça o mesmo para o óleo. Anote suas obser- vações e conclusões no caderno e depois pros- siga na leitura do texto para verifi cação. G us ta vo M oo re /A rq ui vo d a ed ito ra 1 atividade 1 3 Química das células Funções e fontes alimentares de alguns sais minerais Íon Principais funções Principais fontes alimentares Cálcio Está envolvido na regulação de diversas funções celulares, além de fazer parte da constituição dos ossos e participar dos processos de coagulação sanguínea e contração muscular. • Leite e derivados • Vegetais de folhas verde-escuras• Leite e derivados • Vegetais de folhas verde-escuras Fósforo Faz parte das moléculas de ácidos nucleicos, entre outros compostos importantes para a célula. • Leite e derivados • Cereais e legumes • Carnes, aves, peixes• Leite e derivados • Cereais e legumes • Carnes, aves, peixes Potássio Está envolvido na transmissão de impulsos nervosos, na regulação da pressão sanguínea, na contração muscular e no equilíbrio hídrico do corpo, entre outras funções. • Verduras e frutas • Carnes • Leite Sódio Assim como o potássio, está envolvido na transmissão de impulsos nervosos e no equilíbrio hídrico, entre outras funções. • Sal de cozinha (cloreto de sódio) Ferro É componente da hemoglobina, a molécula transportadora de gás oxigênio presente nos glóbulos vermelhos do sangue. • Carnes, fígado • Leguminosas • Vegetais de folhas verde-escuras• Carnes, fígado • Leguminosas • Vegetais de folhas verde-escuras Os animais obtêm sais minerais pela alimentação, e a deficiên- cia ou excesso no seu consumo pode causar distúrbios no metabo- lismo. No caso do ser humano, uma alimentação variada, conten- do frutas e verduras, leite e carnes, costuma suprir as necessidades diárias de sais minerais. Os seres humanos e os outros animais não são os únicos organismos que necessitam de sais minerais. Todo o tipo de célula tem suas ativi- dades reguladas pela concentração de íons. As plantas, por exemplo, obtêm os sais minerais de que necessitam retirando-os do substrato. A deficiência na obtenção de algum elemento pode provocar altera- ções características nas plantas, como no exemplo mostrado ao lado. As folhas amareladas desta planta podem indicar deficiência de magnésio, um dos sais minerais essenciais para o seu metabolismo. • Carnes, fígado • Leguminosas • Vegetais de folhas verde-escuras• Carnes, fígado • Leguminosas • Vegetais de folhas verde-escuras cia ou excesso no seu consumo pode causar distúrbios no metabo- lismo. No caso do ser humano, uma alimentação variada, conten- do frutas e verduras, leite e carnes, costuma suprir as necessidades Os seres humanos e os outros animais não são os únicos organismos que necessitam de sais minerais. Todo o tipo de célula tem suas ativi- dades reguladas pela concentração de íons. As plantas, por exemplo, As folhas amareladas As folhas amareladas desta planta podem indicar deficiência de magnésio, um dos sais minerais essenciais para O sv al do S eq ue tin /A rq ui vo d a ed ito ra Lat ins to ck /G eo ff K id d/ Sc ie nc e Ph ot o Li br ar y 2 atividade 1 3.2 Substâncias orgânicas Carboidratos Também chamados de glicídios ou hidratos de carbono, os carboidratos são compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio. O nome hidratos de carbono se refere ao fato de essas moléculas serem formadas a partir de carbono (C) e água (H2O), ou seja, de CH2O. Os carboidratos mais simples são os monossacarídeos, cujas moléculas possuem de 3 a 7 átomos de carbono. São exemplos os açúcares: › glicose e frutose, chamados de hexoses por apresentarem 6 átomos de carbono em sua molécula (multiplique CH2O por 6 e terá uma hexose: C6H12O6); › ribose e desoxirribose, presentes nos ácidos nucleicos e chamados de pentoses por apresentarem 5 átomos de carbono na molécula (multiplique CH2O por 5 e terá uma pentose: C5H10O5). Os dissacarídeos são formados a partir da união de dois monossacarídeos. São exemplos de dissacarídeos: › lactose (glicose + galactose); › maltose (glicose + glicose); › sacarose (glicose + frutose). Os açúcares simples, como a glicose e a frutose, são solúveis em água, o que possibilita identificá-los pelo sabor doce que apresentam. O mel e os frutos do- ces, por exemplo, possuem esse sabor por causa da presença de monossacarídeos. O açúcar comum de cana, que é um dissacarídeo, também é solúvel em água e, assim, você pode sentir o seu sabor doce quando chupa um pedaço de cana, toma um caldo de cana ou usa a sacarose, já beneficiada, no seu café, chá ou suco. Os polissacarídeos são moléculas grandes (macromoléculas) formadas por vá- rios monossacarídeos ligados entre si. Essas macromoléculas formadas por cadeias longas de unidades que se repetem são chamadas polímeros e as unidades for- madoras são chamadas monômeros. Alguns polissacarídeos participam da estrutura de sustentação da célula, como a celulose na parede celular das plantas, enquan- to outros constituem reserva de energia da célula, caso do amido, presente nas plantas, e do glicogênio, presente nos animais e fungos. Os polissacarí- deos não são solúveis em água e, as- sim, não podemos identificar nenhum deles pelo sabor. PENSE E RESPONDA Ao estudaros consti- tuintes químicos das células, você vai per- ceber que carboidra- tos, proteínas, lipídios e ácidos nucleicos são polímeros, macromolé- culas formadas por mo- nômeros. Identifi que no texto os exemplos de polímeros e de mo- nômeros. Consultando livros de Química ou de Biologia para ensino médio, represente em seu caderno, simplifi - cadamente, uma mo- lécula de glicose e um trecho de molécula de amido. O pão é uma fonte de carboidratos na alimentação humana. longas de unidades que se repetem são chamadas polímeros e as unidades for- madoras são chamadas monômeros. Alguns polissacarídeos participam da estrutura de sustentação da célula, como a celulose na parede celular das plantas, enquan- to outros constituem reserva de energia da célula, caso do amido, presente nas plantas, e do glicogênio, presente nos animais e fungos. Os polissacarí- deos não são solúveis em água e, as- sim, não podemos identificar nenhum deles pelo sabor. Photodisc/Arquivo da editora 3 atividade 1 Lipídios São moléculas constituídas principalmente de carbono, oxigê- nio e hidrogênio, e sua natureza é hidrofóbica. Quando coloca- mos lipídios em água forma-se uma mistura heterogênea como a mostrada ao lado. Existem vários tipos de lipídios: óleos e gorduras, fosfolipí- dios, ceras e esteroides. Óleos e gorduras são importantes substâncias de reserva de energia em diversos organismos. Os fosfolipídios são lipídios associados com um grupo fosfato, daí o nome dessas substâncias. Eles são os tipos de lipídios pre- sentes na membrana plasmática de todas as células. As ceras são comuns, por exemplo, em certas plantas e fi- cam depositadas sobre a superfície de folhas, atuando como um revestimento que impede a perda de água por evaporação. Existem também ceras de origem animal, como a conhecida cera de abelhas. O esteroide mais conhecido é o colesterol, presente na mem- brana plasmática de células animais conferindo-lhe estabilidade, e utilizado pelo organismo humano na produção dos hormônios sexuais estrógeno e testosterona. A cera de abelhas é produzida nas colmeias por abelhas que digerem o mel, transformando-o em lipídio. O material expelido pelas abelhas é líquido e solidifica-se à temperatura ambiente, sendo usado na construção dos favos da colmeia. A abelha mede cerca de 1 cm de comprimento. Água e óleo formam uma mistura heterogênea, constituída de duas fases. Se rg io D ot ta /T he N ex t Fa bi o C ol om bi ni /A ce rv o do fo tó gr af o óleo água 4 atividade 1 Proteínas São polímeros constituídos de mo- nômeros chamados aminoácidos. Compõem-se basicamente de carbo- no, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. As proteínas fazem parte da estrutura das células e também participam de praticamente todas as reações quími- cas que acontecem dentro delas. Existem 20 tipos diferentes de ami- noácidos. No entanto, existem milhares de tipos de proteínas em cada organismo. Como isso é possível? Cada proteína possui um número e uma sequência específica de aminoáci- dos. Compare os aminoácidos com as letras do alfabeto – com apenas 26 le- tras, podemos formar milhares de pa- lavras diferentes! A síntese de proteí- nas será estudada com mais detalhes na unidade sobre Genética do volume 3 desta coleção, e lá você poderá en- tender melhor a estrutura e organiza- ção das proteínas. As proteínas podem ter formas va- riadas, e estão relacionadas a diferen- tes funções. Podemos agrupar as proteínas de acordo com sua função. Algumas des- sas funções estão listadas a seguir, com alguns exemplos. › Proteínas estruturais – quera- tina (pelos e unhas), colágeno (tendões e ligamentos). › Proteínas de defesa – anticorpos. › Proteínas transportadoras – he- moglobina do sangue (trans- porte de gás oxigênio e gás carbônico). › Hormônios – insulina e gluca- gon, hormônios relacionados com a manutenção de taxa ade- quada de glicose no sangue. › Enzimas – proteínas que acele- ram reações químicas das célu- las e do organismo. As hemácias ou glóbulos vermelhos do sangue são células avermelhadas devido à presença, no citoplasma, do pigmento hemoglobina, que é uma proteína. Veja na imagem obtida ao microscópio de luz, sem uso de corante, a cor avermelhada das hemácias. No detalhe, as hemácias observadas ao microscópio eletrônico de varredura, coloridas posteriormente em programa de computador para representar sua cor vermelha. A hemácia mede cerca de 7 micrometros (ou 0,007 mm) de diâmetro. Imagem de células tratadas com uma substância fluorescente que destacou apenas as fibras proteicas que formam o citoesqueleto. Os círculos correspondem aos núcleos de cada uma das células. SP L/ La tin st oc k A la in P ol /S PL /L at in st oc k Clouds Hill Imaging/Corbis/Latinstock 10 µm 5 capítulo 1 Ácidos nucleicos Os ácidos nucleicos estão relacionados com a transmissão de características hereditárias, além de comandar e controlar todas as atividades das células. Eles estão presentes em todos os seres vivos e são substâncias complexas, formadas pela repetição de um grupo de moléculas menores, os nucleotídeos. Cada nu- cleotídeo é constituído de um grupo fosfato (ácido fosfórico), uma molécula de açúcar e uma de base nitrogenada como mostra a figura abaixo. O fosfato possui fósforo e oxigênio na sua composição. Os açúcares são pentoses. As bases nitrogenadas são substâncias que, além do oxigênio e do hidrogê- nio (característica geral das bases), possuem também o nitrogênio. Existem cinco tipos de bases nitrogenadas, classificadas como púricas ou pirimídicas, de acordo com sua estrutura: › bases púricas – adenina (A) e guanina (G); › bases pirimídicas – citosina (C), timina (T) e uracila (U). São dois os tipos de ácidos nucleicos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA). DNA é a sigla de ácido desoxirribonucleico, formada a partir do termo em in- glês: DeoxyriboNucleic Acid. Em português, a sigla ficaria ADN. RNA é a sigla de ácido ribonucleico, do inglês RiboNucleic Acid. Em português seria ARN. O nome desses dois tipos de ácidos nucleicos deriva da pentose que ocorre em cada um deles. O açúcar presente no nucleotídeo do DNA é a desoxirribose; já o açúcar que se encontra no RNA é a ribose. DNA e RNA também podem ser diferenciados, em sua composição química, pelas bases nitrogenadas. Citosina, guanina e adenina ocorrem em todos os áci- dos nucleicos; a timina ocorre no DNA e não no RNA; a base que ocorre no RNA e não no DNA é a uracila. Além dessas diferenças, o RNA é constituído de uma cadeia simples e o DNA possui dois filamentos emparelhados entre si, formando uma estrutura em dupla-hélice. A sequência e o número de nucleotídeos que compõem cada fita do DNA e do RNA podem variar. PENSE E RESPONDA Compare as quatro bases que ocorrem no DNA – adenina, timi- na, guanina e citosina – com quatro letras do alfabeto. Quantas combinações diferentes poderiam ser formadas, mantendo-se o número (4) e variando-se a or- dem dessas letras? Considere a possibilidade de repetir nucleotídeos na sequência. fosfato fosfato base nitrogenada púrica base nitrogenada pirimídica açúcar açúcar Nucleotídeos Modelo simplificado de dois nucleotídeos, indicando seus componentes principais: o fosfato, o açúcar (uma pentose) e a base nitrogenada. Os componentes do nucleotídeo estão representados fora de proporção. Ed ua rd o Bo rg es /A rq ui vo d a ed ito ra 6 atividade 1 Veja o esquema que representa o modelo da estrutura da molécula de DNA como foi estabelecido pelos cientis- tas James Watson e Francis Crick, em 1953, e aceito até hoje. O modelo que você pode observar no esquema ficou conhecido como dupla- -hélice, pois considera que os dois filamentos, ligados entre si, estão enrolados em torno de um eixo imaginário, como uma escada em espiral. A pentose e o fosfato compõem o “corrimão” da dupla-hélice e os “degraus da escada” correspondemàs bases nitrogenadas emparelhadas e unidas por pon- tes de hidrogênio (um tipo de ligação química). Os cientistas Watson e Crick perceberam que a largura da molécula de DNA é constante. Além disso, estudos indicavam que em uma molécula de DNA as proporções en- tre adenina e timina eram sempre iguais, o mesmo ocorrendo nas proporções entre citosina e guanina. Observações como essas re- sultaram na conclusão de que as cadeias do DNA estão liga- das de acordo com um empa- relhamento específico das bases nitrogenadas, sendo adenina complementar de timina, e gua- nina complementar de citosina. Assim, se em uma amostra de DNA fosse observada uma determinada porcentagem de citosina em sua composição, a proporção de guanina teria o mesmo valor e não haveria uracila, pois essa base nitro- genada não é encontrada em nucleotídeos de DNA. 3,4 nm 0,34 nanometro (nm) Os cientistas ingleses James Watson (1928, à esquerda) e Francis Crick (1916-2004), em fotografia tirada logo após a publicação do artigo na revista científica Nature, em 1953, descrevendo a estrutura tridimensional da molécula de DNA. La tin st oc k/ A . B ar rin gt on B ro w n/ Sc ie nc e Ph ot o Li br ar y ATENÇÃO O micrometro (µm) é a milionésima parte do metro, ou seja, equi- vale a 1 m dividido em 1 milhão de partes. O nanometro (nm) é a bilionésima parte do metro. Vamos ver tais unidades de medida de comprimentos no capítulo 7. 7 atividade 1 Representação de um trecho de molécula de DNA, baseada no modelo proposto por Watson e Crick. Na parte inferior da ilustração, os nucleotídeos foram representados em sua estrutura química. As letras representam as quatro bases nitrogenadas do DNA: A = adenina; T = timina; C = citosina; G = guanina. A letra P representa fósforo, presente no grupo fosfato. Os pontos vermelhos ilustram as pontes de hidrogênio. 2 nanometros estrutura plana do DNA esqueleto de desoxirribose e fosfato bases hidrogenadas estrutura em dupla-hélice PENSE E RESPONDA Em uma amostra de DNA, foram observa- dos 30% de adenina, 30% de timina e 20% de citosina. Qual seria a proporção observada de guanina e de uracila? Justifi que sua resposta. eixo teórico de enrolamento da dupla-hélice açúcar Os va ld o Se qu et in /A rq ui vo d a ed ito ra ponte de hidrogênio 8 atividade 1 O DNA possui capacidade de autoduplicação. A duplicação de cada molécula de DNA inicia-se com a separação das duas cadeias de nucleotídeos que consti- tuem a dupla-hélice, pelo rompimento das pontes de hidrogênio que mantêm as bases complementares unidas. Cada cadeia servirá de molde para a formação de um novo filamento complemen- tar. Nucleotídeos de adenina, timina, citosina e guanina, disponíveis no núcleo da cé- lula, começam a emparelhar com os nucleotídeos da cadeia molde. Uma enzima cha- mada DNA polimerase participa desses processos. O emparelhamento segue a ligação específica entre as bases nitrogenadas: adenina com timina, citosina com guanina. Resultam, assim, duas moléculas de DNA. Em cada uma delas, a dupla-hélice é formada por um filamento “novo” (construído a partir dos nucleotídeos livres) e um filamento proveniente da molécula original. Dizemos, então, que a duplica- ção do DNA é semiconservativa. ATENÇÃO A palavra cadeia está sendo usada para descrever os filamen- tos que compõem a molécula de DNA. Nesse sentido, a pa- lavra cadeia significa série, ou sequência, de elos, sendo esses “elos” os nucleotí- deos de DNA. Esquema representando, de modo simplificado, um pequeno segmento da molécula de DNA em processo de duplicação: veja o emparelhamento dos nucleotídeos (A = adenina; T = timina; G = guanina; C = citosina) na formação de novas cadeias. 1. Segmento de molécula de DNA. 2. As duas cadeias da molécula inicial se separam e servem de molde para a formação de duas molé- culas idênticas de DNA, pelo emparelhamento de novos nucleotídeos, representados em azul-claro. 3. Formam-se duas moléculas de DNA com sequências idênticas de nucleotídeos. A duplicação é semiconservativa. fi lamento da molécula original nucleotídeos fi lamento novo Duplicação semiconservativa do DNA O DNA também serve de molde para a síntese de cadeias de RNAs, processo que recebe o nome de transcrição. Na célula eucariótica, moléculas de DNA são encontradas principalmente no núcleo, compondo os cromossomos; o RNA é encontrado tanto no núcleo, onde é sintetizado, quanto no citoplasma, onde participa de diversas funções e faz par- te da composição de estruturas especiais chamadas ribossomos, importantes na síntese de proteínas. No citoplasma de células eucarióticas, existem várias estruturas delimitadas por membranas e que desempenham funções específicas. Essas estruturas são coleti- vamente chamadas organelas membranosas e não ocorrem nas células procarió- ticas. Um tipo de organela membranosa presente em quase todas as células eu- carióticas é a mitocôndria, responsável pela respiração aeróbia. No interior desta organela há DNA, RNA e ribossomos. Nas plantas e em outros organismos euca- riontes fotossintetizantes, há nas células, além de mitocôndrias, um tipo especial de organela responsável pela realização da fotossíntese: os cloroplastos. Neles também há DNA, RNA e ribossomos. RECORDE-SE Respiração aeróbia Liberação de energia contida na matéria or- gânica com utilização de oxigênio livre e for- mação de gás carbôni- co e água. Fotossíntese Nome dado em função do fato de a luz do Sol ser a fonte natural de energia utilizada pe- los seres clorofi lados, como é o caso das plantas, para a síntese da matéria orgânica. O sv al do S eq ue tin /A rq ui vo d a ed ito ra 9 atividade 1
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