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Diagnóstico Laboratorial das Leucemias O que é Leucemia? Aguda Linfoide Mieloide Crônica Linfoide Mieloide Comum na infância (2 a 10 anos); Excelente prognóstico (80% cura). No adulto, incide em 20%, pior prognóstico, taxa de cura 20-40%. 20% casos em crianças e 80% em adultos, aumentando gradativamente a incidência de acordo com a idade (aumenta a partir dos 15 anos de idade). Maior incidência em orientais. Mais comum em adultos. Idade mediana de diagnóstico é de 70 anos (incidência aumenta com idade). Mais comum no ocidente. Representa 15-20% das leucemias em adultos. Idade mediana do diagnóstico esta entre a 5ª e 6ª década de vida, mas não são poucos casos diagnosticados na 3ª e 4ª década. Pode ocorrer em crianças (2% casos) infiltrado medular demonstra a predominância de blastos e o curso clínico é rápido e agressivo. existe maior proporção de células diferenciadas ou maduras; tem início insidioso, mostrando curso clínico mais lento. • FAB (características morfológicas, citoquímicas e de imunofenotipagem) • LMA → cada subtipo morfológico corresponde ao tipo de célula que sofreu mutação. Temos 8 subtipos. • LLA → linhagem B (80% dos casos) e linhagem T (20% dos casos). Temos 3 subtipos (variante infantil, variante adulto, variante do linfoma de burkitt). • OMS (características citogenéticas e moleculares) • Definiu grupos de prognóstico e tratamentos diferenciados. • Engloba leucemias mais raras que não faziam parte da FAB (ex leucemia basofilica aguda) • É a classificação mais utilizada nos dias atuais. Leucemias agudas Tríade sintomática: • Astenia → sintoma inicial na metade dos casos. Seguida por: dispneia, cefaleia, tontura postural. • Hemorragia → sangramento cutâneo (petéquia, equimose), mucoso (sangramento gengival, hemorragia digestiva) ou CIVD. • Febre→ Infecções bacterianas e/ou fúngicas. Leucemia Aguda - Hemograma Eritrograma = contagem total de eritrócitos baixa, Hb baixo (5 a 9g/dL) e Ht baixo. Comum presença de eritroblastos. Sem reticulocitose. Plaquetopenia ou trombocitopenia (20% dos pacientes tem <20.000/mm3). Leucograma = predominância de blastos; alteração na contagem global (leucopenia → leucocitose - comum). A presença de mais de 5% de blastos em sangue periférico indica leucemia aguda. LMA • 50 % pacientes: 5-50.000/mm3 • 25% pacientes: >50.000/mm3 • 10-20% pacientes: >100.000/mm3 • 25% pacientes: <5.000/mm3 • Bastões de auer Mieloblastos= semelhante ao anterior, porem possui relação núcleo-citoplasma média, grânulos azurófilos e podem ter bastão de Auer. LMA - Hemograma Bastão de Auer (inclusão citoplasmática de enzimas lisossomais e peroxidase) em paliçada. Patognomônica LMA. LMA - Hemograma Linfoblastos subtipo L1, de acordo com classificação da FAB (citoplasma escasso, nucleólos raros, célula pequena, cromatina homogênea). LLA - Hemograma Leucemias crônicas – Sinais/Sintomas Leucemias crônicas: - LMC: maior parte dos casos é descobertas na fase assintomática, através do exame físico mostrando esplenomegalia (60-80% dos casos) e das alterações no hemograma. Evolui de forma lenta e progressiva. - Sintomas = Fraqueza, febre, perda de peso, astenia, desconforto abdominal no hipocôndrio esquerdo, dispneia, equimoses, saciedade precoce, dor óssea por expansão da medula. - O “marco” é a associação: leucocitose neutrofilica acentuada com desvio a esquerda + esplenomegalia de grande monta. Leucemias crônicas – Sinais/Sintomas Leucemias crônicas: - LMC: - Hemograma: depende da fase da doença. - Fase crônica = sem anemia ou anemia discreta normocítica e normocrômica. Leucocitose moderada a acentuada (25.000-100.000/mm3). Clínica → sem sinais e sintomas. - Neutrofilia com desvio a esquerda não escalonado, basofilia persistente e eosinofilia. -Plaquetas normais. - Fase acelerada (perda progressiva da capacidade de diferenciação dos neutrófilos, dificuldade de controle da leucocitose com medicamentos) = caracterizada por um ou mais critérios a seguir (de acordo com OMS): *Blastos entre 10-19% no sangue periférico ou medula óssea; *Basofilia no sangue periférico (>20%); *Plaquetopenia (<100.000/mm3) persistente; *Plaquetose (>1.000.000/mm3) persistente; *Leucocitose com esplenomegalia, sem resposta a terapia; *Evidências de alterações cromossômicas. Leucemias crônicas – Sinais/Sintomas Leucemias crônicas: - LMC: - Hemograma: depende da fase da doença. -Fase blástica (células perdem capacidade total de diferenciação) = deve ser evidenciada por um dos critérios a seguir (de acordo com OMS): *Blastos >20% na medula óssea ou sangue periférico; *Quando há proliferação extramedular de blastos; *Quando existir grandes agregados de blastos a biópsia da medula. LMC: observar presença de leucocitose com desvio a esquerda. LMC: observar presença de desvio a esquerda (neutrófilo, bastonete, metamielócito e mielócito). LMC: observar presença de blastos (fase blástica) LMC: observar basofilia. Leucemias crônicas – Sinais/Sintomas Leucemias crônicas: - LLC: Maioria dos pacientes são diagnosticados na fase assintomática, pelo encontro de uma linfocitose expressiva no hemograma. Outro achado comum é a adenomegalia cervical. Sintomas: febre, fraqueza, perda de peso. - Sintomas = febre, astenia, fadiga, perda ponderal, queda do estado geral. Esses sintomas são comuns nas fases avançadas da doença. - O “marco” é a associação: linfocitose acentuada + adenomegalia Leucemias crônicas – Sinais/Sintomas Leucemias crônicas: - LLC: - Hemograma: - Leucocitose (30.000-200.000/mm3) com linfocitose >5.000/mm3, geralmente se encontra entre 25.000-150.000/mm3. - Presença de manchas de grumpecht. - Redução na contagem de eritrócitos, redução de Hb e de Ht em 20% dos pacientes. - Plaquetopenia em 10% dos pacientes. LLC típica com manchas de grumpecht em esfregaço de sangue periférico. Observar morfologia dos linfócitos. • Hemograma • Mielograma (aspirado de medula óssea) • “A medula encontra-se hipercelular com substituição dos espaços adiposos e elementos medulares normais por células leucêmicas” Farias, M.G.; Castro, S.M. Diagnóstico laboratorial das leucemias linfóides agudas. Bras. Patol. Med. Lab., v. 40, n. 2, p. 91-98, 2004. • Citoquímica • Imunofenotipagem • Citogenética Mielograma • Sua indicação quase sempre parte do hemograma: elevações numéricas, citopenias, células atípicas persistentes e inexplicadas. • Quantificar e classificar células da medula óssea. • Primeira avaliação → aspecto da amostra → ela é adequada para o diagnóstico??? • Avaliação esfregaço do aspirado de medula óssea → Leishman, May- Grünwald-Giemsa ou Wright-Giemsa → realizada imediatamente → análise preliminar da morfologia→ direcionamento dos demais exames. Mielograma • LMA: presença >20% de mieloblastos no aspirado da medula óssea entre as células nucleadas. • LLA: presença de >20% de linfoblastos na medula óssea entre as células nucleadas. • LMC: esse exame é realizado para auxiliar no prognóstico (citogenética que fecha diagnóstico). Medula esta com hiperplasia mieloide acentuada, relação mieloide-eritroide entre 15:1 – 20:1 (normal é 3:1). • LLC: aspirado de medula terá >30% de linfócitos (normal até 10%). Citoquímica • As provas citoquímicas utilizam reagentes capazes de colorir estruturas específicas das diferentes linhagens. • Ainda é importante para confirmar a linhagem acometida. • Pode ser realizada no sangue periférico ou aspirado da medula óssea. - Linfoblastos (células B) são positivos para a prova do ácido periódico de Schiff (PAS). - Linfoblastos (células T) são positivos para a prova da fosfatase ácida. - Mieloblastos são positivos para a prova da peroxidase e prova do sudan black B. - Monoblastos são positivos para a prova da esterase. Linfoblastos positivos PAS Coloração citoquímica para peroxidase: mostra blastos com moderada a forte atividade para peroxidase (coloração azul). Monoblastos esterase positivos Reação SudanBlack B positiva. • Identificaos antígenos celulares de superfície, citoplasmáticos e nucleares. Método considerado padrão ouro. • A imunofenotipagem é realizada com a técnica de citometria de fluxo sendo útil no diagnóstico, classificação, prognóstico, estadiamento, monitoramento e caracterização fenotípica das células hematopoiéticas patológicas. • São pesquisados marcadores de membrana ou citoplasma do blasto, através da incubação com anticorpos específicos ligados a substâncias fluorescentes. Imunofenotipagem Quixabeira, V.B.L.; Saddi, V.A. A importância da imunofenotipagem e da citogenética no diagnóstico das leucemias: uma revisão da literatura. RBAC, v. 40, n. 3, p. 199-202, 2008. • Cada subtipo de leucemia apresenta um conjunto de marcadores positivos. • LLC é classificada em 2 grupos, de acordo com a imunofenotipagem: Tipo B→ 90% casos Tipo T→ 10% casos Citogenética • Estudo dos cromossomos em metáfase = buscar alterações numéricas ou estruturais. • Objetivo: prover a melhor classificação da leucemia, escolha terapêutica, definição de prognóstico e eventual detecção posterior de doença residual, recaída ou evolução clonal. Citogenética • LMA = • LLA = t(4;11), t(8;14), t(1;19), t(12;21) – única com bom prognóstico. • LLC = Anomalias cromossômicas mais comuns são trissomia 12 e a deleção do 13. • LMC = cromossomo Philadelphia t(9;22). Cariótipo Principais Anomalias Favorável t(8;21), t(15;17), inv(16) Intermediário +6, +8, +21, del(9q) Desfavorável t(6;9), t(9;22), cariótipo com mais de 3 alterações Translocação entre os braços longos dos cromossomos que aproxima o gene c-abl (presente no cromossomo 9) a um gene do cromossomo 22 chamado bcr. A aposição desses genes forma um oncogene chamado bcr/abl, responsável pela síntese da proteína p210 que estimula o aumento do número de divisões celulares e bloqueia a apoptose.
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