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Mycobacterium leprae 1 Mycobacterium leprae Mycobacterium leprae Características gerais (da bactéria) Morfologia: igual ao do bacilo da tuberculose Coloração utilizada: Ziehl-Neelsen → microrganismo intracelular obrigatório → diferente da Mycobacterium tuberculosis que é intracelular facultativo Células afetadas: → Células de Schwann: produz a mielina que envolve os neurônios do SNP → Macrófagos → Células endoteliais → Histiócitos epitelióides Crescimento: → Cresce melhor em temperaturas mais frias do corpo, o que facilita a instalação da infecção → nariz, orelha, dedos dos pés e mãos → Cresce muito lentamente, apresentando um tempo de geração aproximadamente de 14 dias Hanseníase doença infectocontagiosa de evolução crônica Locais afetados Afeta predominantemente a pele, vias aéreas superiores, células dos nervos periféricos e olhos Tipos de lesões → Lesões nervosas → Perda sensorial → Desfiguração celular Ocorre devido 1. Contato direto da bactéria no nervo periférico → Os músculos se atrofiam ocorrendo paralisias → Deformidades ocorrem devido a falta de comunicação dos nervos com os músculos 2. Ou pela destruição mediada por reações do sistema imune (hipersensibilidade tipo V) Mycobacterium leprae 2 → Uma erupção cutânea crônica com perda de sensação ao frio e calor → Redução da percepção do toque Transmissão → Ocorre pelo envolvimento das vias aéreas superiores (secreções) através de contato íntimo e prolongado com pacientes lepra multibacilar (lepromatosa) → O paciente com erupção cutânea e sem tratamento também pode eliminar muitos bacilos (lepromatosa) → A doença é transmitida entre pessoas pelo convívio entre susceptíveis e doentes Período de incubação Varia de 2 a 7 anos Fatores de risco → Nível de exposição (carga infectante) → grande número de pessoas vivendo em um mesmo local: superpopulação doméstica, prisões, asilos etc → intensidade da fonte infecciosa - lepra multibacilar → Condições predisponentes do paciente → imunodeficiências (ex AIDS) → imunossupressão (ex transplantados) → desnutrição → Fator genético → Segundo a teoria (teoria genética), os LTCD8 supressores defeituosos, bloqueiam a resposta dos LTCD4 auxiliares contra o M. leprae → Nestes pacientes a mucosa nasal e a pele com lesão mostra-se infiltrada com linfócitos TCD8 supressoras defeituosas Formas clínicas 1. Hanseníase Indeterminada 2. Hanseníase Tuberculóide 3. Hanseníase Boderline ou Dimorfa 4. Hanseníase Lepromatosa ou Wirchowiana 5. Hanseníase Indeterminada → Forma inicial da doença → 75% evolui espontaneamente para a cura → 25% evolui para outras formas da doença → Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade – dormência Mycobacterium leprae 3 → Formigamento → As lesões inicias são planas, esbranquiçadas e começam a perder a sensibilidade → Neste estágio, não há contágio 6. Hanseníase Tuberculóide → Caracterizada por lesões cutâneas e nervosas → Lesões localizadas e limitada, vigora resposta imune celular e com uma carga paucibacilar → A imunidade celular (linfócitos T e macrófagos) confere proteção contra o bacilo e inviabiliza a disseminação da doença → A imunidade celular permanece intacta e a pele lesada mostra-se infiltrada com LTCD4 (auxiliares) → Formação de granulomas → Porém, sem tratamento e com o esgotamento da imunidade celular pode ocorrer progressão da doença → Surge a partir da forma indeterminada não tratada, em indivíduos de boa resistência ao M. leprae – presença de LTCD4 → Presença de pequenas pápulas na superfície da pele → Com o tempo, tendem a aumentar em número e tamanho, formando tubérculos – granulomas → As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos, um pouco elevados e com ausência de sensibilidade – dormência → Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, fraqueza e atrofia muscular → Secreções com poucos bacilos – paucibacilar → A resposta imune celular é responsável pelos danos aos nervos e lesões cutâneas – hipersensibilidade IV 7. Hanseníase Boderline ou Dimorfa → Forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária → O número de lesões é maior que a tuberculóide, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia → O acometimento dos nervos também é mais extenso 8. Hanseníase Wirchowiana ou Lepromatosa → Lesões generalizadas com carga multibaciar e resposta celular específica (LTCD4) muito baixa ou nula → Imunidade celular encontra-se bastante deficiente e em certos casos a pele mostra-se infiltrada com células TCD8 supressor – se houver fator genético desencadeante → Apresenta um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas → Podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das penas e surgimento de lesões elevadas na pele – nódulos → Secreções com muito bacilos Mycobacterium leprae 4 → A lesão do nervo é causada pelo contato direto da bactéria, uma vez que existem muitos B.A.AR nas lesões e a resposta mediada por células é pequena ou nula → A evolução é progressiva e maligna, com lesões cutâneas nodulares, acometimento lento dos nervos, bacteremia contínua → Órgãos internos também são acometidos pela doença → Caroços nas orelhas e no corpo → Perda de pelos – cílios e sobrancelhas → As mãos e os pés ficam inchados e o nariz entupido e escorrendo → Observa-se que em alguns pacientes, na hanseníase lepromatosa, apenas a resposta mediada por células contra M. leprae é fraca ou não responde → A resposta mediada por células contra outros microrganismos não é afetada, e a resposta humoral contra M. leprae encontra-se intacta → Entretanto, esses anticorpos não são protetores → Segundo a teoria (teoria genética), os LTCD8 supressores defeituosos, bloqueiam a resposta dos LTCD4 auxiliares contra o M. leprae → Nestes pacientes a mucosa nasal e a pele com lesão mostra-se infiltrada com linfócitos TCD8 supressoras defeituosas Métodos de diagnóstico Coloração de Ziehl-Neelsen (BAAR): esfregaço é preparado do material colhido de: → Raspado de lesões cutâneas → Raspado de tecido nasal → Linfonodos e nervos → Sangue de lóbulo da orelha Exames histológicos de biópsias: tipo celular da lesão define os dois polos clássicos da hanseníase: → Na lepra Tuberculóide, os histiócitos ou macrófagos diferenciam-se em células epitelioides que reunidas, formam granulomas com maior capacidade de destruir os bacilos → Na lepra Lepromatosa, encontramos macrófagos carregados de bacilos, com fraca capacidade de eliminá-los. Macrófagos cheios de lipídeos, denominados de células esponjosas Técnica da reação em cadeia polimerase (PCR): Verifica a presença do DNA da bactéria no material colhido Imunologia → os linfócitos TCD4, através da produção de citocina específicas, aumentam a resposta celular observadas em pacientes com lepra tuberculoide → isto confere o chamado “estado de imunidade resistente” através da ativação de http://b.a.ar/ Mycobacterium leprae 5 macrófagos e outros linfócitos T → a resposta humoral (anticorpos) é ineficaz, não tem valor protetor Epidemiologia → a transmissão se dá de individuo para individuo, por germes eliminados por gotículas da secreção nasal e que são inalados por outras pessoas, penetrando o organismo pela mucosa do nariz – pacientes com L.L → outra possibilidade é o contato direto com a pele através de feridas de doentes – pacientes com L.L → a transmissão da hanseníase tem maior probabilidade de ocorrer quando crianças pequenas e idosos de idade avançada são expostas por períodos prolongados a indivíduos que eliminam grandes quantidades de bacilos → daí a importância do exame dos familiares do doente de hanseníase → de modo geral, a fonte de infecção é o paciente com lepra lepromatosa (L.L), que elimina o bacilo em grande quantidade pelas secreções nasais e suas lesões → paciente com lepra lepromatosa, pode conter uma quantidade(108 bacilos da lepra por mL de secreção ou grama de tecido) → outras prováveis fontes de infecção – leite materno, atrópodes vetores → a maioria da população adulta é resistente à hanseníase → a doença ainda tem grande incidência nos países subdesenvolvidos Prevenção → O isolamento de todos os pacientes acometidos por hanseníase lepromatosa → Associar quimioprofilaxia com Dapsona em crianças e idosos expostos (6 meses) Vacinação → Ainda não há uma conclusão definitiva sobre os valores da BCG na proliferação da lepra Tratamento As drogas mais usadas são: → Dapsona; Rifampicina; Clofazimina VO → Para pacientes com lepra lepromatosa (multibacilar): D + R + C por 1 ano → Para pacientes com lepra tuberculóide (paucibacilar): D + R por 6 meses Nathália Farias @medicinathy
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