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CCJ0009-WL-PA-22-T e P Narrativa Jurídica-Antigo-34115

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Título 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
11 
Tema 
Função argumentativa da narração: a questão do ponto de vista (1). 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Compreender a relação entre fato narrado e produção dos argumentos; 
- Aprimorar a função argumentaƟva de suas narrações; 
- Diferenciar o texto Narrativo do argumentativo. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Função argumentaƟva da narração 
2. Narração a serviço da argumentação 
3. Fato e valoração 
Aplicação Prática Teórica 
Como veremos, a narrativa comporta uma função argumentativa, pois é da narrativa que se extraem os fatos e as provas que servem de base para que se possa inferir uma 
determinada valoração e, em seguida, justificá-la, mediante um tipo de argumento. 
Reconhecemos a importância dessa narrativa, por exemplo, quando nos inteiramos de que o Código de Processo Civil, em seu art. 535, II estabelece que é possível embargar uma 
decisão de mérito quando a fundamentação omitir um ponto sobre o qual o Juiz ou o Tribunal devesse ter se pronunciado. Isso representa dizer que tudo o que se registra no 
relatório cumpre uma função argumentativa, que se concretiza na fundamentação. 
Assim, a seleção daquilo que se narra deve ser criteriosa a fim de fornecer base sólida aos argumentos que visam à defesa de uma determinada tese. Os esquemas abaixo revelam 
essa conexão que se opera na construção de um argumento: 
Esquema: 
FATO 
A médica indicou o uso do analgésico xyz. 
VALORAÇÃO 
Agiu, portanto, com imperícia, 
JUSTIFICATIVA 
porque sabia que a paciente era alérgica ao medicamento 
Ao desenvolver o parágrafo argumentativo, poderíamos redigi-lo assim: 
Importa destacar que a médica Maria das Dores Silva, que atendeu a paciente e indicou-lhe o analgésico xyz, agiu de forma imperita. Isso porque, segundo a mãe da paciente, essa 
lhe informou que sua filha tinha alergia àquele medicamento e, mesmo assim, foi -lhe ministrada uma dose suficiente para causar-lhe o choque anafilático. 
  
Questão 
Leia o texto, selecione pelo menos cinco fatos importantes da narrativa e produza um esquema à semelhança da que apresentamos anteriormente. 
  
Orientações: não é necessário redigir o parágrafo argumentativo ainda. Não se preocupe com qual tipo de argumento estamos produzindo. Nosso interesse nesta aula é 
compreender a relação que existe entre o fato narrado e sua função argumentativa, pois, como vimos, a narração está a serviço da argumentação. 
  
Texto 
MANDATO NÃO É EMPREGO 
Luiz Garcia 
15.20.2011 - O Globo - p. 07 
A partir de amanhã, o Supremo Tribunal Federal começa a julgar a primeira de cinco ações contra pensões vitalícias pagas a ex -governadores. De carona, vai a julgamento também 
uma ação da Ordem dos Advogados contra o pagamento de décimo quarto salário a deputados estaduais do Pará. Eles embolsam esse dinheiro sempre que a Assembleia 
Legislativa suspende o recesso para se reunir extraordinariamente. 
Não é a primeira vez que o STF trata do assunto: em 2007, o tribunal cassou a pensão vitalícia concedida a Zeca do PT, ex-governador do Mato Grosso do Sul, e não deve ser a 
última. Outro dia, três outros políticos que confundem mandato com emprego pediram e conseguiram receber o benefício: Ana Júlia Carepa (PT), do Pará; Leonel Pavan (PSDB), de 
Santa Catarina; e Roberto Requião (PMDB), do Paraná. 
Na Paraíba  - que já ostenta o desonroso título de estado que mais gasta com pessoal acima do que é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal  - ganham a pensão ex -
governadores e suas viúvas. Rombo nas finanças estaduais, no momento: R$2,8 milhões por ano. Um dinheirão para um estado nordestino sem dinheiro para jogar fora. 
Não é a primeira vez que tenho a melancólica pachorra  - que o Houaiss define como "paciência embotada", e a gente fica sem saber se é virtude ou defeito - de tratar do assunto. 
Portanto, se vocês acham que já leram o que se segue, não se espantem; foi aqui mesmo. Torço para perder, um dia, esse motivo para teimosa indignação. 
Mas é preciso voltar a ele de vez em quando, na esperança de que, um dia desses, a classe política brasileira tome as providências necessárias para tirar essa questão das páginas 
dos jornais e da pauta dos tribunais. Com certeza é difícil, devido aos interesses a serem contrariados, mas não deixa de ser simples na formulação. Basta que seja aprovada pelo 
Congresso e sancionada pelo presidente uma lei deixando claro o que sempre foi óbvio: mandatos políticos não são empregos públicos. 
Ocupá-los, o que ninguém faz contra a vontade  - nem mesmo em estado de dócil constrangimento  - proporciona privilégios indispensáveis, como carro oficial e diversos outros, mas 
praticamente todos (ex-presidentes da República têm direito a algumas compreensíveis exceções) desaparecem quando o mandato termina. Ou deveriam desaparecer. 
A expressão "governador aposentado" é, ou deveria ser, uma contradição em termos. O que é um jeito meio pedante de designar algo absurdo, inconcebível. 
Plano de Aula: Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Estácio de Sá Página 1 / 2
Título 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
11 
Tema 
Função argumentativa da narração: a questão do ponto de vista (1). 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Compreender a relação entre fato narrado e produção dos argumentos; 
- Aprimorar a função argumentaƟva de suas narrações; 
- Diferenciar o texto Narrativo do argumentativo. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Função argumentaƟva da narração 
2. Narração a serviço da argumentação 
3. Fato e valoração 
Aplicação Prática Teórica 
Como veremos, a narrativa comporta uma função argumentativa, pois é da narrativa que se extraem os fatos e as provas que servem de base para que se possa inferir uma 
determinada valoração e, em seguida, justificá-la, mediante um tipo de argumento. 
Reconhecemos a importância dessa narrativa, por exemplo, quando nos inteiramos de que o Código de Processo Civil, em seu art. 535, II estabelece que é possível embargar uma 
decisão de mérito quando a fundamentação omitir um ponto sobre o qual o Juiz ou o Tribunal devesse ter se pronunciado. Isso representa dizer que tudo o que se registra no 
relatório cumpre uma função argumentativa, que se concretiza na fundamentação. 
Assim, a seleção daquilo que se narra deve ser criteriosa a fim de fornecer base sólida aos argumentos que visam à defesa de uma determinada tese. Os esquemas abaixo revelam 
essa conexão que se opera na construção de um argumento: 
Esquema: 
FATO 
A médica indicou o uso do analgésico xyz. 
VALORAÇÃO 
Agiu, portanto, com imperícia, 
JUSTIFICATIVA 
porque sabia que a paciente era alérgica ao medicamento 
Ao desenvolver o parágrafo argumentativo, poderíamos redigi-lo assim: 
Importa destacar que a médica Maria das Dores Silva, que atendeu a paciente e indicou-lhe o analgésico xyz, agiu de forma imperita. Isso porque, segundo a mãe da paciente, essa 
lhe informou que sua filha tinha alergia àquele medicamento e, mesmo assim, foi -lhe ministrada uma dose suficiente para causar-lhe o choque anafilático. 
  
Questão 
Leia o texto, selecione pelo menos cinco fatos importantes da narrativa e produza um esquema à semelhança da que apresentamos anteriormente. 
  
Orientações: não é necessário redigir o parágrafo argumentativo ainda. Não se preocupe com qual tipo de argumento estamos produzindo. Nosso interesse nesta aula é 
compreender a relação que existe entre o fato narrado e sua função argumentativa, pois, como vimos, a narração está a serviço da argumentação. 
  
Texto 
MANDATO NÃO É EMPREGO 
Luiz Garcia 
15.20.2011 - O Globo - p. 07 
A partir de amanhã, o Supremo Tribunal Federal começa a julgar a primeira de cinco ações contra pensões vitalícias pagas a ex -governadores. De carona, vai a julgamento também 
uma ação da Ordem dos Advogadoscontra o pagamento de décimo quarto salário a deputados estaduais do Pará. Eles embolsam esse dinheiro sempre que a Assembleia 
Legislativa suspende o recesso para se reunir extraordinariamente. 
Não é a primeira vez que o STF trata do assunto: em 2007, o tribunal cassou a pensão vitalícia concedida a Zeca do PT, ex-governador do Mato Grosso do Sul, e não deve ser a 
última. Outro dia, três outros políticos que confundem mandato com emprego pediram e conseguiram receber o benefício: Ana Júlia Carepa (PT), do Pará; Leonel Pavan (PSDB), de 
Santa Catarina; e Roberto Requião (PMDB), do Paraná. 
Na Paraíba  - que já ostenta o desonroso título de estado que mais gasta com pessoal acima do que é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal  - ganham a pensão ex -
governadores e suas viúvas. Rombo nas finanças estaduais, no momento: R$2,8 milhões por ano. Um dinheirão para um estado nordestino sem dinheiro para jogar fora. 
Não é a primeira vez que tenho a melancólica pachorra  - que o Houaiss define como "paciência embotada", e a gente fica sem saber se é virtude ou defeito - de tratar do assunto. 
Portanto, se vocês acham que já leram o que se segue, não se espantem; foi aqui mesmo. Torço para perder, um dia, esse motivo para teimosa indignação. 
Mas é preciso voltar a ele de vez em quando, na esperança de que, um dia desses, a classe política brasileira tome as providências necessárias para tirar essa questão das páginas 
dos jornais e da pauta dos tribunais. Com certeza é difícil, devido aos interesses a serem contrariados, mas não deixa de ser simples na formulação. Basta que seja aprovada pelo 
Congresso e sancionada pelo presidente uma lei deixando claro o que sempre foi óbvio: mandatos políticos não são empregos públicos. 
Ocupá-los, o que ninguém faz contra a vontade  - nem mesmo em estado de dócil constrangimento  - proporciona privilégios indispensáveis, como carro oficial e diversos outros, mas 
praticamente todos (ex-presidentes da República têm direito a algumas compreensíveis exceções) desaparecem quando o mandato termina. Ou deveriam desaparecer. 
A expressão "governador aposentado" é, ou deveria ser, uma contradição em termos. O que é um jeito meio pedante de designar algo absurdo, inconcebível. 
Plano de Aula: Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Estácio de Sá Página 2 / 2

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