25 pág.

Pré-visualização | Página 3 de 8
matas secundárias bem evoluídas com respeito à sucessão florestal. Entretanto alguns trechos do Parque apresentam cobertura original. Fauna: A fauna do parque é semelhante a de outros parques situados na região, com grande número de pequenos mamíferos. A avifauna é muito rica em formas de diferentes grupos, entre as aves ameaçadas, encontramos o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), o bicudo (Oryzoborus crassirostris) e a jacutinga (Pipile jacutinga). Hidrografia: O PARNASO protege mananciais que drenam para as duas principais bacias hidrográficas fluminenses, a do Paraíba do Sul e a da Baía de Guanabara. Do alto da Serra dos Órgãos atravessam todo o território do Parque córregos, riachos e rios, que cumprem importante papel no abastecimento de água e na vida econômica, além de compor o cenário natural e preservar os ecossistemas da região. Os rios Soberbo, Bananal, Sossego, Inhomirim, Magé, Santo Aleixo, Iconha e Corujas, desaguam na Baía de Guanabara. Esses rios são os últimos que apresentam condições aceitáveis de conservação, passando pelos manguezais preservados pela APA Guapimirim. O rio Soberbo tem sua cabeceira na Serra das Andorinhas, acima da Mata Azul. Durante o verão chuvoso, o volume dos rios aumenta rapidamente, produzindo o fenômeno chamado de "cabeça-d'água" ou "tromba-d'água", principalmente no Rio Soberbo. Isto ocorre em função das nuvens baixas, carregadas de chuva, que se chocam com os cumes da serra e se precipitam. Em razão do acentuado desnível das encostas, a água desce em grande velocidade, atingindo o pé da serra, podendo provocar acidentes e até mesmo mortes. Benefícios para o entorno e região A manutenção da área inalterada assegura a proteção da paisagem, incluindo as formações geológicas e geomorfológicas e a proteção dos mananciais, através da minimização da erosão, garantindo o fornecimento de água potável para as populações do entorno. Usos conflitantes que afetam a unidade e seu entorno Poluição hídrica, desmatamentos, erosão dos solos, lixo, ação dos palmiteiros, perturbações humanas, vandalismo, poluição do ar pelo tráfego intenso na BR-116, caça ilegal, ventos poluídos e riscos constantes de afogamentos no Parque. Fonte: IBAMA/ ICMBIO; http://www.icmbio.gov.br/parnaso APA GUAPIMIRIM A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim foi criada em 25 de setembro de 1984, pelo Decreto Federal nº 90.225, atendendo, na época, ao pleito de universidades, movimentos ambientalistas e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, tornando-se a primeira unidade de conservação específica de manguezais. Engloba os manguezais da porção oriental da baía de Guanabara, nos municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo, entre as coordenadas geográficas 22°40'-22°46' S e 42°57'-43°07' W. 8 Com uma área aproximada de 14.000 ha, tem como limites: ao Norte, a rodovia BR-493 e a área urbana do município de Magé; ao Sul, a serra de Itaúna e ilha de Itaoca; a Leste, a rodovia BR- 493 e o ramal ferroviário Itambi-Campos e; a Oeste, a baía de Guanabara. Além de manguezais, a APA de Guapimirim compreende regiões ocupadas por atividades agrícolas e zonas urbanas, que são compostas por pequenos núcleos de pescadores, agricultores e população de baixa renda, que respondem por alguns dos principais entraves à adequada gestão da APA: aterros, invasões, vazadouros de lixo, desmatamentos, queimadas e despejo de esgoto. Soma- se a isto, a grande poluição gerada pelo pólo industrial instalado na bacia da baía de Guanabara, caracterizada principalmente por derrames de óleo. Embora a estrutura física da APA não seja suficiente para efetivar a conservação a que se propõe, a partir do rompimento do oleoduto da Petrobras, ocorrido em janeiro de 2000, foi iniciada uma série de investimentos, na tentativa de contribuir para a preservação deste que é um dos maiores remanescentes de manguezal do estado do Rio de Janeiro. Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro CAMPO ESCOLA ESCOTEIRO CHEFE GERALDO HUGO NUNES (GUAPIMIRIM, RJ) O campo é um patrimônio do Escotismo, e por vezes o espaço é alugado para atividades de outras instituições. Antes de passar a pertencer a União dos Escoteiros do Brasil, em 1968, o Campo Escoteiro era uma fazenda. A área original do Campo, de 38 hectares, é uma localidade de Mata Atlântica outrora ligada a floresta que hoje recobre o maciço da Serra dos Órgãos. Em 2001, foi adquirida mais uma área, de 8,87 hectares, que tem seu solo recoberto de gramíneas e algumas árvores de grande porte. Seu reflorestamento por vegetação nativa é atualmente alvo de estudo pela Região do Rio de Janeiro. A floresta que recobre o Campo tem uma altura média de 15 metros, onde se destacam algumas árvores mais altas. A mata é hoje abrigo para mais de uma centena de espécies de aves, algumas consideradas sob ameaça de extinção. Mamíferos como gambá, cuíca, preguiça e guaxinim já foram encontrados pelas trilhas. Sobre a fauna de répteis e anfíbios, não houve ainda um estudo sistematizado, mas é corriqueira a presença do sapo cururu (Bufo marinus). O avistamento de serpentes é raro. A área de mata alagada abriga aproximadamente sete espécies de pequenos peixes, e pode ser o último reduto de uma espécie endêmica de killifish (Leptolebias sandrii), conhecida como peixe-do-céu, que se julgava extinta desde a década de 30. Em 1984, a II Conferência Brasileira de Proteção à Natureza aprovou moção feita pela Comissão de Recursos Florísticos, Inclusive Espécies Ameaçadas, com o seguinte teor: Que seja declarada a área do Campo Escoteiro de Magé um Refúgio Particular de Animais Nativos (portaria 327/77, de 29/07/77 MA-IBDF) como forma de salvaguardar a flora e a fauna característica das matas de baixada. Fonte: http://www.uebrj.org.br/ceghnProjEco.php 9 PRÁTICA ENCONTRE & MOSTRE Introdução "It was impossible to wish for any thing more delightful than thus to spend some weeks in so magnificent a country. In England any person fond of natural history enjoys in his walks a great advantage, by always having something to attract his attention; but in these fertile climates, teeming with life, the attractions are so numerous, that he is scarcely able to walk at all." “-Seria impossível desejar algo mais delicioso do que passar algumas semanas em tão magnífico país. Na Inglaterra, qualquer apreciador de história natural goza de grande vantagem em suas caminhadas, pois há sempre algo a lhe atrair a atenção; mas nestes climas tão férteis, fervilhando de vida, as atrações são tão numerosas, que literalmente mal se pode caminhar.” Charles Darwin Certamente você conhece o trabalho de Darwin sobre a evolução das espécies, não é? Em 1831, com apenas 22 anos, o jovem Charles Darwin tomou parte em uma expedição exploratória em um navio inglês de investigação, o HMS Beagle, que partiu da Inglaterra com o objetivo de descrever a cartografia do mundo e os recursos naturais que poderiam ser aproveitados para posterior exploração, principalmente comercial. A jornada de Darwin a bordo do Beagle lhe deu a oportunidade de observar as diversas formações geológicas em diferentes continentes e ilhas ao longo do caminho, obtendo uma ampla variedade de fósseis e organismos vivos. Em 1832, Darwin aportou no Brasil, e durante sua estadia pôde estudar a fauna e flora locais, fazendo inúmeras anotações, formulando todo tipo de perguntas sobre as peculiaridades das nossas matas. Coletou insetos, orquídeas e bromélias (a quem chamava de parasitas, por desconhecer o epifitismo), e observou atentamente a polinização de várias flores por diversas espécies de insetos e pássaros. Suas observações meticulosas eram anotadas em cadernetas de campo, que posteriormente serviriam de base para seus estudos, culminando com a publicação de “A Origem das Espécies” em 1859. Assim, podemos perceber que Darwin não era apenas um “turista curioso”, mas um investigador da história