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Eleco Apostila de prática 2012-2 (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE BIOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ECOLOGIA 
DISCIPLINA ELEMENTOS DE ECOLOGIA – IBE 121 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AAPPOOSSTTIILLAA DDAASS AATTIIVVIIDDAADDEESS PPRRÁÁTTIICCAASS DDEE 
EELLEEMMEENNTTOOSS DDEE EECCOOLLOOGGIIAA –– 22001122--22 
Silva Primitiva in Serra dos Órgãos, Prov. Rio de Janeiro (1906)
Fonte: Flora Brasiliensis - CRIA
 2
Índice 
 
Datas, horários e equipe responsável....................................................................................03 
Cronograma das práticas.......................................................................................................04 
Roteiro diário.........................................................................................................................04 
Informações sobre o Termo de Responsabilidade e Conduta................................................05 
Recomendações......................................................................................................................05 
Responsabilidades do coordenador do grupo.........................................................................06 
Material a ser levado...............................................................................................................06 
Informações gerais..................................................................................................................06 
Avaliações das práticas...........................................................................................................07 
Objetivos da saída de campo e informações sobre os locais das práticas...............................08 
Prática Encontre & Mostre.................................................................................................... .11 
Prática de Manguezal..............................................................................................................14 
Prática de Rio/ Riacho.............................................................................................................18 
Práticas de Mata.......................................................................................................................21 
Prática de Bromélia..................................................................................................................25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
 
IBE-121 ELEMENTOS DE ECOLOGIA 
 
Prática de Campo 
 
Campo Escoteiro Chefe Geraldo Hugo Nunes 
Parque Nacional da Serra dos Órgãos 
Área de Proteção Ambiental de Guapimirim 
 
30 de novembro a 02 de dezembro, 2012 
 
Saída às 12:00 no dia 30/11/2012 em frente ao Banco do Brasil, CCS, Fundão. 
 
Professores Responsáveis: Míriam Albrecht, Rita Portela, Mariana Vale e Vinícius Farjalla 
 
Monitores Bolsistas: Rafaela Lima, Alex Alves, Alex Bastos 
 
 
Encontre & Mostre 
Prof. responsável: Igor França 
Monitores: todos 
 
 
 
Manguezal 
Prof. responsável: Vinícius Farjalla 
Monitores: 
Alex Alves * 
Ana Carolina Silva 
Alice Magaldi Leite 
Amanda Santos 
Gabriela Ushida Neves 
Lívia Cosme 
Maíra Mendonça 
Maíra Perazzo 
 
 
Riacho 
Prof. responsável: Miriam P. Albrecht 
Monitores: 
Thiago Barros 
Elisabeth Henshel 
André Vieira 
Raysa Magalhães 
Joseph Ferro 
Rebeca Khouri 
André Prado 
 
 
 
 
Mata 
Prof. responsável: Rita Q. Portela 
Monitores: Rafaela Lima * 
Lucas Maravilhas 
Fernanda Tubenchlak 
Viviane Carnevale 
Angela Bouzan 
Luíza Cosme 
Bernard Piñero 
 
 
 
 
Bromélia 
Prof. responsável: Mariana M. Vale 
Monitores: 
Alex Bastos * 
Caio Kenup 
Lívia Mantuano 
Francisca Melo 
Rodrigo Leitão 
Juliana Leal 
Gabriel Duarte 
 
 
* monitores bolsistas 
 2
Cronograma das Práticas de Campo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organização da turma 
Os alunos serão divididos em grupos pré-estabelecidos de 4 ou 5 pessoas. Esses grupos serão 
distribuídos em quatro turmas (A, B, C e D). Cada turma terá seu próprio cronograma de práticas 
(acima). 
 
 
ROTEIRO DIÁRIO 
 
Sexta (30/11) 
 
o Saída às 12:00 hs em frente ao Banco do Brasil, prédio do CCS (em frente à Educação 
Física) 
o Chegada às 13:30 no Campo Escola dos escoteiros (acampamento) 
o Armar acampamento (barracas). OBS.: somente aqueles alunos que têm problema de saúde 
deverão ficar no alojamento. 
o Início da Prática Encontre & Mostre: 15hs 
o Jantar: 19:00. Refeição quente servida no refeitório 
 
OBS.: o almoço nesse dia é responsabilidade de cada um. Sugerimos que cada um almoce antes ou 
leve seu lanche individual. Não há lanchonetes nas proximidades e não haverá parada no caminho! 
 
 turma 30/11 01/12 02/12 
Manhã 
A 
Saída às 12:00 do 
Fundão 
Mata 
(PARNASO - Terê) 
Mangue 
(APA) 
B Mangue (APA) 
Mata 
(PARNASO - Terê) 
C Bromélia (PARNASO - Terê) 
Riacho 
(Campo Escoteiro) 
D Riacho (Campo Escoteiro) 
Bromélia 
(PARNASO - Terê) 
Tarde 
A 
Encontre e Mostre 
(Campo Escoteiro) 
Bromélia 
(PARNASO - Terê) 
Riacho 
(Campo Escoteiro) 
B Riacho (Campo Escoteiro) 
Bromélia 
(PARNASO - Terê) 
C Mata (PARNASO - Terê) 
Mangue 
(APA) 
D Mangue (APA) 
Mata 
(PARNASO - Terê) 
 3
Sábado (01/12) 
o Café da manhã: 6:00 hs 
o Saída para as práticas: 7:00hs 
o Volta para o acampamento: em torno de 17-18hs 
o Jantar: 19hs 
 
Domingo (02/12) 
o Café da manhã: 6:00 hs 
o Saída para as práticas: 7:00hs 
o Volta para o acampamento: em torno de 17-18hs 
o Desarmar acampamento e limpeza do camping: até 18:30 
o Lanche: 18:30hs 
o Previsão de saída: 19hs 
o Previsão de chegada de volta ao CCS/ UFRJ: 20h. 
 
 
OBS.: TODOS OS ALUNOS DEVEM TER LIDO COM ATENÇÃO, 
PREENCHIDO E ASSINADO O “TERMO DE RESPONSABILIDADE E 
CONDUTA”. ESTE É UM PRÉ-REQUISITO PARA PARTICIPAR DA 
SAÍDA DE CAMPO. Para os MENORES DE IDADE, esse termo deve ser 
TAMBÉM assinado pela pessoa RESPONSÁVEL. O termo encontra-se no site 
da disciplina. 
 
 
Recomendações importantes: 
a) As normas de conduta devem ser lidas atentamente e seguidas 
b) Os roteiros deverão ser lidos antes da realização de cada prática 
c) Remédios: leve os de recomendação de seu médico 
d) Não é permitido uso de celular durante as práticas 
e) Não é aconselhado levar objetos de valor, como laptops, jóias e afins 
f) Levar sua própria caneca ou copo para evitar desperdício de copos plásticos descartáveis 
 
Recomendações Individuais: 
• Vestir-se adequadamente para as atividades de campo. Recomenda-se boné, camiseta branca ou 
outra cor clara, de malha (de preferência com manga comprida), calça velha (de preferência 
tactel), meia, tênis velho e confortável (ou sandálias com fecho de velcro e meia). Não é 
permitido o uso de chinelos durante as práticas! Não é permitido o uso de bermudas, 
shorts ou saias durante as práticas! Para a noite, roupas confortáveis. Na prática de riacho, 
roupas e sapatos serão molhados; levar roupas secas para trocar. 
• Atenção! Estejam preparados para muito sol e muita chuva! Não podemos prever como será 
o clima, então estejam preparados para ambos os extremos: Levar protetor solar, capa de chuva, 
boné, cantil com água; 
• Estejam preparados para a presença de mosquitos e carrapatos: Levar repelente e medicamentos 
específicos; usar roupas fechadas. 
• Levar sua própria toalha e produtos de higiene pessoais; 
• Levar material para anotações de campo (ver detalhes mais adiante). 
Responsabilidades do Coordenador de Grupo: 
• Fornecer seu e-mail e telefone aos organizadores (professores e monitores); 
• Anotar os e-mails, endereços e telefones de contato de cada componente do seu grupo; 
 4
• Garantir que todos os membros do grupo assinaram o Termo de Responsabilidade e Conduta. 
• Se algum componente do grupo for menor de idade, o coordenador deve cobrar que leve a 
assinatura dos pais ou responsáveis no Termos de Responsabilidade e Conduta. Na ausência 
deste documento, o alunonão poderá viajar, seja menor de idade ou não! 
• Informar-se sobre eventuais problemas de saúde de cada componente do grupo, e, em caso 
positivo, garantir que o mesmo estará levando os medicamentos necessários; 
• Coordenar as atividades do grupo de forma a atender os cronogramas propostos; estar atento 
para mobilizar o grupo ao início de cada atividade; 
• Evitar dispersão do grupo durante os trabalhos; saber onde se encontram os componentes a cada 
momento da prática; 
• Zelar para que sejam respeitadas as normas de conduta para o trabalho de campo. 
• Comunicar aos professores qualquer problema ou dificuldade que esteja além de suas 
possibilidades resolver. 
 
Material a ser levado (“check list”): 
� Barraca, saco de dormir ou roupa de cama, cobertor, isolante, material para higiene pessoal; 
� Calça comprida, camisetas leves, capa de chuva, agasalho, roupa de banho, 2 tênis velhos 
(pelo menos um que possa ser molhado), meias (preferencialmente compridas), chapéu ou 
boné; 
� Protetor solar, repelente 
� Cantil ou similar para levar para as práticas 
� Lanterna e pilhas 
� Prancheta, saco plástico transparente, papel e lápis; 
� Papel higiênico, saco para lixo; 
� Relógio (com despertador) 
� Caneca ou copo para uso individual ao longo de todo o período da saída de campo (para 
evitar desperdício de copos plásticos descartáveis) 
 
Acampamento: 
Os alunos deverão utilizar barracas, e, para isso, é necessária organização prévia entre os 
colegas, para que cada um tenha certeza de que terá local para dormir. As barracas devem ser 
levadas pelos próprios alunos, e serão montadas assim que chegarmos ao local ou após a aula 
prática de Encontre & Mostre, dependendo das condições. Cada um deve providenciar também seu 
próprio saco de dormir e/ ou roupa de cama e cobertor. Lembrem que, mesmo que seja verão, à 
noite pode ser bem frio! Lembrem também de estarem preparados para chuva. Para o caso de 
termos que montar as barracas mais para o final da tarde, é necessário que sejam levadas lanternas 
para facilitar o trabalho. 
 
Infraestrutura do local: 
 O acampamento possui gramados para instalação de barracas, um de cada lado da rua. No 
lado contrário à sede, além do gramado, há ainda 7 clareiras disponíveis para instalação de barracas, 
as quais são acessíveis por pequenas trilhas. No total há aproximadamente 12 banheiros, divididos 
em 4 locais próximo às barracas, sendo que os femininos e masculinos estarão indicados na 
respectiva porta. O alojamento possui 15 leitos, que serão destinados a professores e alguns 
monitores. Adjacente ao alojamento se localiza o refeitório, com mesas cobertas e na rua. Os 
banheiros localizados próximo ao alojamento e refeitório são de uso exclusivo para professores 
e monitores, e permanecerão trancados. 
 
Refeições e lanches: 
O almoço de sexta-feira fica por conta de cada aluno. Não haverá parada na estrada, 
então cada um deve levar seu próprio lanche. Sugere-se que os alunos almocem antes de embarcar 
no ônibus. Lembrem também que no dia da saída será feriado na UFRJ (dia do funcionário público), 
 5
e portanto, a oferta de locais para almoço pode ser limitada. Procurem se informar anteriormente. À 
noite, após as atividades, será servida uma refeição quente. 
No sábado haverá café da manhã e refeição quente à noite, ambos no acampamento. 
No domingo também haverá café da manhã, porém após o término das atividades, no final 
da tarde, será servido um lanche ao invés de refeição quente, para que a saída do local seja 
agilizada. No meio do dia (sábado e domingo) entre a troca das práticas, será fornecido um lanche 
reforçado (sanduíche, refresco e doce). Mas Atenção: se alguém achar que esse lanche pode não 
ser suficiente, favor providenciar individualmente um reforço! Recomendamos que não sejam 
levados alimentos que deteriorem rapidamente (iogurte, frios, maionese, etc..). Sugerem-se frutas, 
biscoitos, barras de cereal, sanduíches de queijo, sucos e/ ou achocolatados em caixinhas. Levar 
sempre recipiente para água. 
 
 
 
AVALIAÇÕES DAS PRÁTICAS 
 
1) Para a prática de Encontre & Mostre: deverá ser entregue um relatório até 24 horas após o 
término da prática. Instruções para a confecção do relatório serão dadas pelo professor durante a 
aula. 
 
2) Para as demais práticas: Na segunda-feira seguinte à volta da saída de campo (03/12/2012) será 
aplicada uma prova de avaliação sobre as práticas, durante o horário normal de aula (10 às 12hs 
para o DIURNO e 18:20 às 20hs para o NOTURNO). A prova será feita em grupo (o mesmo das 
práticas) e com consulta às anotações feitas durante as práticas e também qualquer material 
impresso que os grupos queiram levar. Serão elaboradas quatro questões dissertativas sobre os 
temas abordados nas práticas: 
. Características físicas e químicas do ambiente (Todas) 
. Estrutura do substrato do sistema - Solo/sedimento (Mangue, Riacho e Mata) 
. Adaptações da flora e da fauna (Todas) 
. Fluxo de energia / Ciclagem de Nutrientes/ Matéria Orgânica (Todas) 
. Relações tróficas – produtores, consumidores e decompositores do sistema (Todas) 
. Ciclos biogeoquímicos (Mangue e Mata) 
. Sucessão ecológica (Mata) 
. Métodos utilizados e principais resultados obtidos (Mata e Bromélia) 
 
 6
PRÁTICA DE CAMPO 
 
Objetivo 
 Permitir o contato com diferentes ecossistemas e adaptações dos organismos, identificando 
conceitos e variáveis do meio físico e biológico. Pretende-se estimular a observação para elaboração 
de sua própria descrição dos fenômenos. Através da vivência em diferentes ambientes, pretende-se 
que o aluno construa seus conhecimentos. Recomenda-se manter sempre claros e presentes os 
conceitos de ecossistemas e adaptações, para, dessa forma, encarar os diferentes ambientes. Todas 
as informações deverão ser recolhidas e anotadas. Não confie na memória e tenha sempre a mão sua 
prancheta e lápis. 
 
INFORMAÇÕES SOBRE OS LOCAIS DAS PRÁTICAS 
 
Abaixo são apresentadas informações de cada um dos locais onde serão realizadas as aulas práticas: 
(1) Parque Nacional da Serra dos Órgãos (práticas de Mata e Bromélia e parte da prática de Rio/ 
Riacho), (2) Área de Proteção Ambiental Guapimirim (prática de Manguezal) e (3) Campo Escola 
Escoteiro Geraldo Hugo Nunes (práticas de Rio/ Riacho e Encontre & Mostre). 
 
PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ORGÃOS (PARNASO) 
 
Objetivos específicos da UC 
Conservar e proteger amostra do ecossistema da floresta primitiva da Serra do Mar, e do 
ecossistema de "campo de altitude", onde encontra-se grande parte dos casos de endemismo do 
Parque e promover a pesquisa e a educação ambiental na unidade 
Área: 10.527,00 (ha) 
 
Aspectos Culturais e Históricos 
A idéia de criação do Parque foi devido a estudos cartográficos feitos por uma missão da 
qual participaram militares belgas. Por isso a área passou a despertar maiores interesses para a 
criação de uma Reserva. A área onde se localiza o Parque abrange a região de Petrópolis à Friburgo, 
tem origem ocupacional antiga, datando de 1788 num primeiro documento cartográfico produzido 
para a área de Teresópolis. 
 
Aspectos Físicos e Biológicos 
 
Clima: Situa-se numa faixa climática variando entre o quente, sub-quente e super-úmido; porém 
com período de sub-seca intermediário. A porção do Parque acima das cotas altimétricas de 800 m 
possui um clima denominado de Mesotérmico brando com temperaturas entre 18 e 19° C. 
Relevo: Está na faixa de dobramento remobilizado formado por escarpas e reversos da Serra do 
Mar; também denominada "frente dissecada do bloco falhado", sendo que esse bloco falhado se 
 7
apresenta dividido em dois grupos aparentemente distintos. O Parque está na província 
biogeográfica da Serra do Mar e no domínio morfoclimático Tropical Atlântico. 
Vegetação: O Parque possui uma Floresta Tropical Pluvial Atlântica rica em palmeiras, cipós, 
epífitas, e árvores de elevado tamanho. As formas florestais, apesar de apresentarem aparência 
primitiva são na verdadematas secundárias bem evoluídas com respeito à sucessão florestal. 
Entretanto alguns trechos do Parque apresentam cobertura original. 
Fauna: A fauna do parque é semelhante a de outros parques situados na região, com grande 
número de pequenos mamíferos. A avifauna é muito rica em formas de diferentes grupos, entre as 
aves ameaçadas, encontramos o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), o bicudo (Oryzoborus 
crassirostris) e a jacutinga (Pipile jacutinga). 
Hidrografia: O PARNASO protege mananciais que drenam para as duas principais bacias 
hidrográficas fluminenses, a do Paraíba do Sul e a da Baía de Guanabara. Do alto da Serra dos 
Órgãos atravessam todo o território do Parque córregos, riachos e rios, que cumprem importante 
papel no abastecimento de água e na vida econômica, além de compor o cenário natural e preservar 
os ecossistemas da região. Os rios Soberbo, Bananal, Sossego, Inhomirim, Magé, Santo Aleixo, 
Iconha e Corujas, desaguam na Baía de Guanabara. Esses rios são os últimos que apresentam 
condições aceitáveis de conservação, passando pelos manguezais preservados pela APA 
Guapimirim. O rio Soberbo tem sua cabeceira na Serra das Andorinhas, acima da Mata Azul. 
Durante o verão chuvoso, o volume dos rios aumenta rapidamente, produzindo o fenômeno 
chamado de "cabeça-d'água" ou "tromba-d'água", principalmente no Rio Soberbo. Isto ocorre em 
função das nuvens baixas, carregadas de chuva, que se chocam com os cumes da serra e se 
precipitam. Em razão do acentuado desnível das encostas, a água desce em grande velocidade, 
atingindo o pé da serra, podendo provocar acidentes e até mesmo mortes. 
Benefícios para o entorno e região 
A manutenção da área inalterada assegura a proteção da paisagem, incluindo as formações 
geológicas e geomorfológicas e a proteção dos mananciais, através da minimização da erosão, 
garantindo o fornecimento de água potável para as populações do entorno. 
Usos conflitantes que afetam a unidade e seu entorno 
Poluição hídrica, desmatamentos, erosão dos solos, lixo, ação dos palmiteiros, perturbações 
humanas, vandalismo, poluição do ar pelo tráfego intenso na BR-116, caça ilegal, ventos poluídos e 
riscos constantes de afogamentos no Parque. 
Fonte: IBAMA/ ICMBIO; http://www.icmbio.gov.br/parnaso 
 
 
 
APA GUAPIMIRIM 
 
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim foi criada em 25 de setembro de 1984, 
pelo Decreto Federal nº 90.225, atendendo, na época, ao pleito de universidades, movimentos 
ambientalistas e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, tornando-se a 
primeira unidade de conservação específica de manguezais. Engloba os manguezais da porção 
oriental da baía de Guanabara, nos municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo, entre 
as coordenadas geográficas 22°40'-22°46' S e 42°57'-43°07' W. 
 8
Com uma área aproximada de 14.000 ha, tem como limites: ao Norte, a rodovia BR-493 e a 
área urbana do município de Magé; ao Sul, a serra de Itaúna e ilha de Itaoca; a Leste, a rodovia BR-
493 e o ramal ferroviário Itambi-Campos e; a Oeste, a baía de Guanabara. 
Além de manguezais, a APA de Guapimirim compreende regiões ocupadas por atividades 
agrícolas e zonas urbanas, que são compostas por pequenos núcleos de pescadores, agricultores e 
população de baixa renda, que respondem por alguns dos principais entraves à adequada gestão da 
APA: aterros, invasões, vazadouros de lixo, desmatamentos, queimadas e despejo de esgoto. Soma-
se a isto, a grande poluição gerada pelo pólo industrial instalado na bacia da baía de Guanabara, 
caracterizada principalmente por derrames de óleo. 
Embora a estrutura física da APA não seja suficiente para efetivar a conservação a que se 
propõe, a partir do rompimento do oleoduto da Petrobras, ocorrido em janeiro de 2000, foi iniciada 
uma série de investimentos, na tentativa de contribuir para a preservação deste que é um dos 
maiores remanescentes de manguezal do estado do Rio de Janeiro. 
Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro 
 
 
CAMPO ESCOLA ESCOTEIRO CHEFE GERALDO HUGO NUNES (GUAPIMIRIM, RJ) 
 
O campo é um patrimônio do Escotismo, e por vezes o espaço é alugado para atividades de 
outras instituições. Antes de passar a pertencer a União dos Escoteiros do Brasil, em 1968, o Campo 
Escoteiro era uma fazenda. A área original do Campo, de 38 hectares, é uma localidade de Mata 
Atlântica outrora ligada a floresta que hoje recobre o maciço da Serra dos Órgãos. Em 2001, foi 
adquirida mais uma área, de 8,87 hectares, que tem seu solo recoberto de gramíneas e algumas 
árvores de grande porte. Seu reflorestamento por vegetação nativa é atualmente alvo de estudo pela 
Região do Rio de Janeiro. A floresta que recobre o Campo tem uma altura média de 15 metros, 
onde se destacam algumas árvores mais altas. A mata é hoje abrigo para mais de uma centena de 
espécies de aves, algumas consideradas sob ameaça de extinção. Mamíferos como gambá, cuíca, 
preguiça e guaxinim já foram encontrados pelas trilhas. Sobre a fauna de répteis e anfíbios, não 
houve ainda um estudo sistematizado, mas é corriqueira a presença do sapo cururu (Bufo marinus). 
O avistamento de serpentes é raro. A área de mata alagada abriga aproximadamente sete espécies de 
pequenos peixes, e pode ser o último reduto de uma espécie endêmica de killifish (Leptolebias 
sandrii), conhecida como peixe-do-céu, que se julgava extinta desde a década de 30. Em 1984, a II 
Conferência Brasileira de Proteção à Natureza aprovou moção feita pela Comissão de Recursos 
Florísticos, Inclusive Espécies Ameaçadas, com o seguinte teor: Que seja declarada a área do 
Campo Escoteiro de Magé um Refúgio Particular de Animais Nativos (portaria 327/77, de 29/07/77 
MA-IBDF) como forma de salvaguardar a flora e a fauna característica das matas de baixada. 
Fonte: http://www.uebrj.org.br/ceghnProjEco.php 
 9
PRÁTICA ENCONTRE & MOSTRE 
 
 
Introdução 
 
"It was impossible to wish for any thing more delightful than thus to spend some 
weeks in so magnificent a country. In England any person fond of natural history 
enjoys in his walks a great advantage, by always having something to attract his 
attention; but in these fertile climates, teeming with life, the attractions are so 
numerous, that he is scarcely able to walk at all." 
 
“-Seria impossível desejar algo mais delicioso do que passar algumas semanas em tão 
magnífico país. Na Inglaterra, qualquer apreciador de história natural goza de grande 
vantagem em suas caminhadas, pois há sempre algo a lhe atrair a atenção; mas nestes climas 
tão férteis, fervilhando de vida, as atrações são tão numerosas, que literalmente mal se pode 
caminhar.” 
 
Charles Darwin 
 
 
 
 Certamente você conhece o trabalho de Darwin sobre a evolução das espécies, não é? Em 
1831, com apenas 22 anos, o jovem Charles Darwin tomou parte em uma expedição exploratória 
em um navio inglês de investigação, o HMS Beagle, que partiu da Inglaterra com o objetivo de 
descrever a cartografia do mundo e os recursos naturais que poderiam ser aproveitados para 
posterior exploração, principalmente comercial. A jornada de Darwin a bordo do Beagle lhe deu a 
oportunidade de observar as diversas formações geológicas em diferentes continentes e ilhas ao 
longo do caminho, obtendo uma ampla variedade de fósseis e organismos vivos. 
 Em 1832, Darwin aportou no Brasil, e durante sua estadia pôde estudar a fauna e flora 
locais, fazendo inúmeras anotações, formulando todo tipo de perguntas sobre as peculiaridades das 
nossas matas. Coletou insetos, orquídeas e bromélias (a quem chamava de parasitas, por 
desconhecer o epifitismo), e observou atentamente a polinização de várias flores por diversas 
espécies de insetos e pássaros. 
 Suas observações meticulosas eram anotadas em cadernetas de campo, que posteriormente 
serviriam de base para seus estudos, culminando com a publicação de “A Origem das Espécies” em 
1859. 
 Assim, podemos perceber que Darwin não era apenas um “turista curioso”, mas um 
investigador da histórianatural – um Naturalista. Sendo estudioso de geologia, zoologia, botânica e 
química, este naturalista procurou aliar seu conhecimento teórico à observação meticulosa e à 
aplicação criteriosa do Método Científico de investigação. 
 É aqui que você entra nesta história: esta prática tem por objetivo trabalhar a interação entre 
a exploração do ambiente com os sentidos e os conhecimentos construídos por você em sala de 
aula, desenvolvendo o hábito do pensamento crítico e do olhar investigativo, ao invés de 
simplesmente um olhar contemplativo. 
 
Procure refletir sobre as seguintes questões, e posteriormente discuta com o seu grupo: 
 
• O que você entende por Método Científico? 
• O que você entende por Modelo Científico? 
• Na sua opinião, é possível se definir a “VERDADE” sobre os eventos biológicos por meio 
da ciência? 
 
 10
ATIVIDADE DE CAMPO 
 
Para iniciar nosso trabalho podemos seguir alguns passos que irão facilitar a composição do 
relatório. 
 
1) Observação 
Utilizando seus sentidos, com interesse e sensibilidade, devemos caminhar pelas trilhas observando 
atentamente seus elementos. É importante manter um olhar curioso, investigativo e questionador, 
não apenas contemplativo. Nesta parte da prática, procure formular tantas perguntas quanto 
puder, para que possa escolher a melhor para trabalhar. 
 
2) Identificação de um padrão ou objeto de interesse. 
A partir dos elementos observados e das questões formuladas, identifique um padrão: algo que se 
repita de maneira regular; ou escolha um objeto, um elemento ou curiosidade que achar 
particularmente intrigante. Focalize-se na sua escolha e procure descrevê-la com o máximo de 
atenção. 
 
3) Formulação de um problema 
Esta é uma parte importantíssima do trabalho. Você deve se questionar acerca do padrão 
encontrado: Por que ele ocorre? Onde ele ocorre? Como se desenvolve? A formulação correta de 
um problema irá facilitar muito os passos seguintes. 
 
4) Elaboração de uma hipótese 
Por definição, uma hipótese é o enunciado de uma solução estabelecida provisoriamente para um 
dado problema. Ao estabelecer uma hipótese, você estará fazendo uma previsão sobre o seu objeto 
de pesquisa, que deverá ser confirmada ou refutada por meio de evidências experimentais. 
 
5) Proposição de uma metodologia 
Agora, seu grupo deverá debater sobre as melhores abordagens experimentais para se testar a 
hipótese. Como não teremos tempo de realizar os experimentos, você deve apenas avaliar as 
possibilidades. Você poderá propor abordagens ousadas, mas tenha em mente que sua abordagem 
deverá ter coerência com a ciência, e utilizar mecanismos possíveis, conceitualmente falando 
 
6) Debate e avaliação do trabalho 
Depois de formulada sua metodologia, é hora de apresentá-la aos seus companheiros de trabalho. 
Procure ouvir atentamente e anotar as críticas e sugestões dadas por seus colegas, monitores e 
professores. Muitas vezes é neste passo que se delineiam as melhores idéias. Lembre-se de que sua 
idéia deve ser defendida, mas não a qualquer custo. Deve-se manter a coerência, sempre. 
 
 
Relatório: 
 
Ao fazer seu relatório, procure elaborá-lo como se fosse um projeto de pesquisa a ser 
submetido a um órgão financiador, como o CNPq. Ele deverá ter, antes de mais nada, rigor 
científico; e deverá resumir todas as etapas realizadas pelo seu grupo. 
 Na investigação científica, a integração entre o que é captado pelos sentidos e os 
conhecimentos prévios do investigador deve ser total. Em determinadas etapas, como na 
formulação da hipótese, as idéias vêm primeiro: é necessário se refletir sobre o que se sabe de modo 
a prever o comportamento de um determinado sistema. Durante a fase experimental, os fatos são 
preponderantes. O que é observado tem peso de prova, e irá direcionar o raciocínio do pesquisador. 
Em todas as etapas, deve-se estar munido de criatividade, intuição e conhecimento prévio. Vale 
lembrar que mesmo os naturalistas, como Darwin, possuíam algum conhecimento nas suas áreas de 
 11
interesse, e foi conjugando este conhecimento com o que se observava em campo que se pôde 
elaborar conhecimentos mais amplos e complexos. 
A ciência, enquanto instituição, constrói-se a si mesma. Os conhecimentos construídos com 
base no método científico tornam-se progressivamente mais sólidos, à medida em que são utilizados 
para respaldar novas pesquisas, estudos e observações. As teorias que são aceitas com maior adesão 
são chamadas de PARADIGMAS, e é sobre elas que se constroem os conhecimentos mais novos, 
mais complexos e mais ousados, à semelhança da base de uma pirâmide. A ciência construída sobre 
esta base é chamada “ciência paradigmática ou ciência normal”, mas isso não quer dizer que estas 
bases sejam imutáveis. Ocasionalmente, novos corpos de conhecimento são desenvolvidos e 
escapam às proposições do paradigma. Este momento de ruptura é designado “ciência 
revolucionária”, mas, ao contrário do que se possa pensar, ele não anula o paradigma anterior. A 
ciência, por seu caráter não-absolutista, reconstrói suas bases sobre alicerces mais sólidos, e cresce 
em complexidade, fornecendo modelos cada vez mais confiáveis e complexos. 
As afirmações científicas constituem uma base para o desenvolvimento de novas e melhores 
maneiras de vida para o homem, mas não têm a intenção de descrever o mundo como ele é. 
 
A construção da realidade é uma tarefa que cabe a cada um de nós. Como você 
constrói a sua? 
 12
PRÁTICA DE MANGUEZAL 
 
O que quer dizer a palavra manguezal? 
Manguezal é um substantivo coletivo que designa um ecossistema formado por uma 
associação de animais e plantas que vivem na faixa entre-marés das costas tropicais baixas, ao 
longo de estuários, deltas, águas salobras interiores, lagoas e lagunas. Já o termo “mangue” refere-
se ao conjunto de plantas de diferentes espécies típicas deste ecossistema. 
O manguezal teve sua origem na superfície da Terra há aproximadamente 60 milhões de 
anos, no Período Terciário. 
 
Ocorrência e formação dos manguezais 
Os manguezais ocorrem em regiões onde a amplitude média da maré varia de 2 a 4 metros e 
cujo terreno é formado por um suave gradiente de planície costeira ou ilhas deltaicas, apresentando 
grande quantidade de partículas finas (silte) na água. São locais protegidos de correntes fortes e 
ação das ondas, onde acontece a mistura da água doce com a água do mar, o que promove as 
condições ideais para o desenvolvimento – em altura e taxa de crescimento – das espécies de 
árvores de mangue. A temperatura média deve ser acima de 20ºC, a amplitude térmica anual menor 
que 5ºC e a precipitação acima de 1550mm/ano, sem períodos de seca prolongados. Com a união 
dessas propriedades, em condições específicas, ocorre o acúmulo de partículas finas – vindas tanto 
do riacho como do mar – que vão sendo depositadas e dão condições de fixação aos propágulos de 
plantas do mangue. As raízes, conforme se desenvolvem, permitem a retenção de mais partículas 
que, juntamente com material orgânico proveniente dessas próprias plantas, matéria orgânica 
animal e material recebido do rio e do mar, irão formar o sedimento do manguezal. 
O ecossistema de manguezal ocorre na faixa intertropical, que estende-se do Trópico de 
Câncer ao Trópico de Capricórnio, sendo encontrado desde a América Central até o sul do Brasil, 
na costa leste e oeste da África, no sul da Ásia, na Austrália e nas ilhas oceânicas. No Brasil, os 
manguezais estão distribuídos ao longo de 6800 Km de costa, do Oiapoque (Amapá) até a Praia do 
Sonho (Santa Catarina). 
 
Características dos manguezais 
O manguezal é caracterizado por vegetação lenhosa típica, adaptada às condições limitantes 
de salinidade, substrato inconsolidado e pouco oxigenado e freqüente submersão pelas marés. Uma 
fauna típica, igualmente adaptada a essas características, compõe também o ecossistema. 
Manguezais são ecossistemas com funções extremamente importantes relacionadas à zona 
costeira, o que pode ser atribuído à suacaracterística de ecossistema aberto, intimamente associado 
aos ambientes marinho e terrestre, e à sua elevada produtividade primária. O transporte de matéria 
para dentro do ecossistema, sua ciclagem e conseqüente exportação do ecossistema, são controlados 
por fatores físicos (maré e chuvas) e biológicos (queda das folhas, decomposição, atividades da 
fauna, etc.) (Araújo & Maciel, 1979). O manguezal constitui um local de abrigo, alimentação e 
criadouro para uma enorme variedade de peixes, moluscos, crustáceos (características da zona 
costeira), além de aves, répteis, mamíferos da Mata Atlântica ou oriundas de outras regiões (por 
exemplo, aves migratórias que utilizam os manguezais como pontos de repouso, abrigo e 
alimentação na rota de migração). Assim, o os manguezais possuem papel importante na 
manutenção da alta diversidade biológica, estrutural e funcional da zona costeira, apesar da 
reduzida diversidade de suas espécies vegetais quando comparada à de outros ecossistemas, sendo 
também vital para a manutenção dos estoques pesqueiros. Além de servir de abrigo para espécies de 
valor econômico, é uma importante fonte de matéria orgânica para as águas adjacentes, funcionando 
como um "transformador" de nutrientes em tecido/estrutura vegetal e animal (matéria orgânica) 
exportados para as águas costeiras. Esse material exportado, enriquecido com fungos e bactérias, 
constitui a base da cadeia alimentar dessas águas (Soares, 1997). Por esses atributos, nos últimos 
anos, tem-se dado maior atenção à conservação dos manguezais. 
 
 
 13
Os manguezais da baía de Guanabara 
Na região do litoral fluminense, onde localiza-se a baía de Guanabara, são encontradas três 
espécies vegetais típicas de manguezal: Rhizophora mangle, Avicennia schaueriana e Laguncularia 
racemosa. A ocorrência, a contribuição em termos de dominância e o maior desenvolvimento 
estrutural de cada uma dessas espécies dependerão das características ambientais de cada região em 
associação com as tolerâncias de cada espécie a esses fatores, bem como da interação biológica 
entre as espécies existentes no ecossistema (Soares, 2006). 
 Os manguezais da baía de Guanabara foram progressivamente destruídos e alterados à 
medida que a costa sofreu o processo de intensa urbanização. Podemos citar como os principais 
processos responsáveis pela degradação da baía e dos manguezais associados: desmatamento para 
diversos fins, aterro de diferentes naturezas, ocupação por favelas e expansão urbana, retificação, 
alteração de curso e canalização de rios e canais, esgoto doméstico, despejos de resíduos industriais, 
refinarias, atividade portuária, pesca predatória, captura predatória de caranguejos, lixo de diversas 
origens, deposição de lixo urbano formando os chamados “lixões” (Soares, 2006). 
 
O manguezal no rio Guapimirim (Baía de Guanabara) 
 
Que tipo de vegetação encontramos predominantemente nesta região? Quais as características 
deste manguezal? (Observe o tipo de solo, a disposição, o tipo de vegetação, etc.) 
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Características da vegetação do mangue 
 
Do ponto de vista ecológico, as espécies de plantas de mangue são semi-halófitas ou, pelo 
menos, tolerantes à salinidade em variados níveis. A tolerância à salinidade é mantida através de 
diferentes mecanismos morfológicos e fisiológicos, que poderiam ser reunidos em três categorias. 
Quais seriam estes mecanismos? 
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Outro fator que influencia a estrutura do mangue é seu sedimento inconsolidado. As partículas 
finas, aliadas ao movimento da maré, dão ao mangue uma grande mobilidade. Assim, a vegetação 
precisa de adaptações para conseguir se fixar, além de adaptações para a anoxia (falta de oxigênio) 
desse sedimento. 
Quais seriam estas adaptações? 
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No mangue de Guapimirim, além da presença da samambaia do mangue e de algumas espécies de 
área de transição como o algodoeiro da praia (Hibiscus), temos basicamente três tipos de árvores. 
Descreva algumas de suas características: 
1) Rhizophora 
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 14
2) Laguncularia 
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3) Avicenia 
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Quais as outras plantas que podemos encontrar nesse ecossistema (aquáticas e na zona entre-
marés)? 
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Fauna no mangue 
A fauna de manguezal é constituída por espécies residentes e visitantes. Apesar da baixa 
diversidade de animais, observa-se uma grande quantidade deles, dentre os quais estão crustáceos, 
moluscos, aves, peixes e pequenos mamíferos. 
Qual a importância dos animais no manguezal? (Lembre-se que temos diferentes níveis de 
cadeia trófica neste ecossistema) 
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Animais que podem ser observados: 
- Ucides cordatus (caranguejo-verddeiro ou uca-una) - escava galerias em locais sombreados, com 
sedimento lodoso e inundados periodicamente pela maré; apresenta cerdas nas pernas e geralmente 
coloração cinza-esverdeada ou castanho-amarelada; alimenta-se de folhas do mangue, armazenadas 
nas galerias e cobertas por fungos; os machos apresentam quelas maiores e mais largas que as 
fêmeas. 
- Cardiosoma guanumi (Guaiamum) - escava, em solos salinos, galerias profundas próximas à água 
doce, podendo ser encontrado em locais muito afastados do mar; apresenta coloração azul, quelas 
grandes e esbranquiçadas, não possui cerdas nas pernas e se alimenta de grandevariedade de 
vegetais. 
- Goniopsis cruentata (Maria-mulata, aratu vermelho e preto) - apresenta a carapaça quadrada e 
escura com manchas vermelhas e pretas, pernas avermelhadas com cerdas pretas e quelas 
amareladas; alimenta-se de vegetais, cascas de madeira, pequenos peixes e outros crustáceos. Tem a 
habilidade de subir em árvores. 
- Aratus pisonii (aratu, aratu-de-pedra) - durante a maré baixa, é encontrado no sedimento; porém, 
quando a maré está cheia, possui hábito arborícola, sendo comumente encontrado sobre aquelas 
árvores que ficam próximas às margens; possui carapaça trapezóide castanho-esverdeada, com 
manchas amarelas e pretas, e quelas vermelhas com cerdas; alimentam-se de folhas, algas e insetos. 
- Uca sp. (chama-maré) - cava galerias e empilha na entrada destas o material retirado, formando 
um amontoado de bolinhas de areia; apresenta dimorfismo sexual: a fêmea possui duas quelas 
iguais e pequenas, enquanto o macho possui uma quela maior, que pode ser usada para combate ou 
corte; alimenta-se da matéria orgânica que retira do substrato; as várias espécies do gênero Uca 
 15
podem ser diferenciadas pelo local onde são encontradas ou pelo tipo de movimentação de suas 
quelas. 
- Callinectes dunae - conhecido apenas como “siri”, é aquático e vive em estuários e na zona 
costeira; apresenta coloração azulada, carapaça achatada e o último par de patas modificado para 
natação; é onívoro, mas prefere se alimentar de peixes. 
- Balanus sp. (cracas) – crustáceos incrustados em qualquer superfície que está em contato com a 
água, como troncos ou pedras. São filtradores e, durante a maré baixa, fecham as valvas e guardam 
a umidade até chegar a próxima maré. 
 
O resultado da decomposição de bactérias anaeróbicas sulfato-redutoras acaba por acumular 
grandes quantidades de gases dissolvidos no sedimento. 
 
Quais são os gases encontrados em abundância no manguezal? Quais as características de 
cada um deles? 
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A destruição do manguezal pelo homem acarreta a diminuição da diversidade e da 
quantidade de organismos que ali habitam, dentre eles alguns de valor comercial como certos 
caranguejos e peixes, também muito utilizados na alimentação de populações locais. Isso se deve ao 
fato de que o manguezal funciona como um berçário para os indivíduos jovens que, com a poluição 
ou a destruição do seu habitat, não conseguem chegar à fase adulta. Um dos grandes problemas que 
levam à destruição desse ecossistema no litoral Brasileiro e que está diretamente relacionado à ação 
do homem é o crescente número de aterros de grandes áreas de manguezal, decorrente do avanço de 
construções com finalidades comerciais. 
Qual é a principal conseqüência desses aterros feitos de forma inconsciente? Que 
propriedade do manguezal se relaciona diretamente com esse problema? 
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BIBLIOGRAFIA: 
• Araújo, D.S.D. & Maciel, N. C. (1979). Os manguezais do recôncavo da Baía de Guanabara. 
Cadernos FEEMA. Série técnica 10/79. 
• Soares, M.L.G. (1997). Estudo da biomassa aérea de manguezais do sudeste do Brasil – análise de 
modelos. Tese de doutorado. Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo. 2 vol. 
• Soares, M.L.G. (2006). Diagnóstico dos manguezais da APA Guapimirim atingidos por 
derramamento de óleo diesel em abril de 2005. Relatório. 
 16
PRÁTICA DE RIO-RIACHO 
(ECOSSISTEMAS LÓTICOS) 
 
Ecossistemas lóticos, ou de águas correntes, são afetados pelo gradiente longitudinal do rio 
(variação vertical por unidade de comprimento do rio). Em geral, um rio nasce em um ponto 
elevado onde se situa um manancial ou um lago de montanha. Neste estágio o rio (nascente) é 
considerado de primeira ordem (não recebe nenhum afluente), e ao longo do seu curso até a 
desembocadura ele vai recebendo afluentes e aumentando de ordem e tamanho. 
O conceito de continuidade fluvial (River Continuum Concept), estabelecido por Vannote et 
al. (1980), propõe que a estrutura física do rio e o ciclo hidrológico provocam respostas das 
populações, resultando em padrões de estrutura (composição) e função (modos de alimentação) das 
comunidades, além de padrões de carreamento, transporte, utilização e estocagem da matéria 
orgânica ao longo do rio. De acordo com este conceito, as águas correntes são divididas em 
cabeceiras (1a, 2a e 3a ordens), trecho médio (4a, 5a e 6a ordens) e trecho inferior (acima de 6ª ordem). 
Geralmente as cabeceiras são caracterizadas por baixa temperatura e rápida velocidade da água, 
pouca profundidade e leito pedregoso. Nesta parte há uma grande influência da vegetação em torno, 
que reduz a produção autotrófica devido ao sombreamento e fornece grande quantidade de material 
terrestre/orgânico alóctone (folhas, galhos, frutos, sementes, restos de animais etc); o ecossistema 
apresenta, então, um metabolismo heterotrófico. A fauna de invertebrados que predomina nas 
cabeceiras é a dos organismos chamados de cortadores e coletores desta matéria orgânica. 
À medida que o tamanho do riacho aumenta, a temperatura também aumenta, a velocidade 
da água diminui, o leito torna-se mais largo e profundo, predominando um fundo de pedras, seixos e 
areia. No trecho médio a influência da vegetação e a entrada de material alóctone diminuem, 
enquanto a produção primária autóctone (algas e plantas aquáticas) aumenta. Aqui o ecossistema 
apresenta um metabolismo autotrófico. A fauna de invertebrados que predomina é a de organismos 
raspadores e coletores da matéria orgânica particulada proveniente das cabeceiras. 
Nos trechos inferiores ocorrem as menores velocidades da água e as temperaturas máximas, 
e o leito passa a ser constituído de seixos menores, areia e silte. A influência da vegetação marginal 
na entrada de luz passa a ser insignificante, porém a produção autotrófica encontra-se muitas vezes 
limitada pela maior profundidade e turbidez da água. A fauna de invertebrados que predomina é a 
de organismos coletores da matéria orgânica mais finamente particulada, proveniente de trechos 
superiores do rio. 
Em um ecossistema de riacho, a correnteza, ao carregar as partículas, não permite que os 
nutrientes produzidos/liberados num determinado ponto do rio fiquem disponíveis aos organismos 
nesse mesmo ponto. Eles são carreados, voltam ao compartimento biológico quando são capturados 
ou retidos por algum organismo e retornam à correnteza ao serem liberados novamente por 
excreção e processos locais de decomposição. Rio abaixo esses nutrientes são retidos outra vez e 
novamente liberados. Essa dinâmica imposta às partículas em suspensão é denominada “espiral de 
nutrientes”. 
A velocidade crítica da água em um ambiente lótico se situa em torno de 50 cm/seg. Abaixo 
desta velocidade, o leito do rio apresentará partículas inferiores a 5 mm e será arenoso ou lodoso. 
Em geral, os rios são uma sucessão de rápidos e remansos, caracterizados por velocidades 
superiores e inferiores a 50 cm/seg, à medida que varia o volume da calha e a topografia do relevo. 
Os organismos possuem diferentes adaptações morfológicas e funcionais para resistir ao arraste da 
correnteza nos rápidos e para aproveitar o folhiço como refúgio ou alimento nos remansos. 
 
Organismos de ambientes de águacorrente 
Os produtores primários nas águas correntes são basicamente diatomáceas e cianofíceas 
mucilaginosas que formam comunidades sobre as superfícies das rochas, o epilíton. Os 
consumidores primários nos rápidos são principalmente larvas de insetos capazes de se manter 
contra a velocidade da correnteza graças a seus corpos achatados, hidrodinâmicos e com órgãos tipo 
ganchos (larvas de simulídeos e de tricópteros) ou ventosas (larvas de blefarocéridos e peixes 
 17
loricariídeos) que os prendem às pedras. Outra adaptação dos animais dos rápidos é a presença 
comum de reotaxia e tigmotaxia positiva, que se manifesta, respectivamente, na natação contra a 
correnteza e no ato de agarrar qualquer superfície que entre em contato com o animal. Com exceção 
dos cascudos, que são herbívoros/detritívoros, os peixes atuam como consumidores secundários e 
podem deslocar-se livremente entre rápidos e remansos, mas sua distribuição pode variar em função 
da profundidade, tipo de fundo, etc. Algumas espécies vencem a correnteza utilizando, para 
descanso, áreas de velocidade nula entre as pedras (lambaris); outros, como o canivete, fixam-se às 
pedras por meio das nadadeiras peitorais expandidas e outros, ainda, como os bagres, escondem-se 
em frestas utilizando dentículos operculares. Os organismos dos rápidos são, freqüentemente, mais 
sensíveis a baixas concentrações de oxigênio dissolvido que os habitantes dos remansos. 
Texto elaborado pelas profs. Érica Caramaschi 
e Angela Sanseverino 
 
Prática de Rio-Riacho 
 
Córrego do Sertão (Campo Escoteiro) 
 
O objetivo é observar um ecossistema lótico, com enfoque em suas características físicas e 
adaptações dos organismos a diferentes meso e micro-hábitats. A prática é realizada próximo no 
córrego do Sertão, próximo ao local de acampamento. Esse corpo d’água faz parte da bacia de 
drenagem Guapi/Macacu, e está de certa forma interligado, através de afluentes, aos canais do 
manguezal da APA Guapimirim, que representa o trecho final do gradiente lótico que será discutido 
na aula de riacho. Assim, notem que devem ser feitas algumas comparações também com a aula de 
manguezal. Seguir o roteiro para anotações e estudo. 
A aula prática envolve dois momentos: primeiramente, uma aula sobre a ponte à beira do 
riacho, que envolve observação de características físicas do ambiente e explicações a respeito do 
gradiente longitudinal de ecossistemas lóticos, envolvendo seus aspectos físicos, químicos e 
biológicos, incluindo o Conceito de Rio Contínuo (RCC), espiral de nutrientes e metabolismo da 
comunidade. Em um segundo momento, cada grupo será acompanhado por um monitor e será feita 
a prática de reconhecimento de adaptações dos organismos aos diferentes tipos de ambiente do 
riacho, através de fichas e coleta de material. 
 
 
Roteiro da prática: 
 
1) Após a explicação inicial da professora, observe e anote as seguintes características 
físicas do local, sempre tendo em mente a comparação com o manguezal: (i) granulação do 
substrato (ii) largura do rio; (iii) transparência da água; (iv) estrutura e presença de vegetação nas 
margens; (v) tipo de vegetação nas margens e nível de sombreamento do leito; (vi) formação de 
meandros; (vii) velocidade da correnteza (estimativa); (viii) presença de micro-hábitats. 
2) Responda, dentro do grupo, com ajuda do monitor, às questões colocadas nas fichas que 
relacionam fauna e hábitat, que serão entregues para cada grupo no momento da prática. 
3) Colete, com auxílio de peneira e/ ou picaré, os organismos presentes em diferentes locais 
do riacho (margem, leito e micro-hábitats variados), e coloque-os no balde para posterior 
observação. 
4) Reconheça, com auxílio do monitor e das pranchas de identificação, cada um dos 
organismos coletados e identifique suas principais adaptações para as características do local onde 
habitam. 
5) Ao final, reunir com os grupos restantes para discutir os resultados encontrados. 
 
 
 
 
 18
Roteiro para estudo: 
 
o Descrever e comparar as características observadas (item 1 do roteiro) com aquelas do canal 
do manguezal da APA Guapimirim; 
o Marcar nas fichas os organismos coletados e o local em que foram encontrados. Comparar o 
que foi esperado com o que foi, de fato, encontrado; 
o Salientar as principais adaptações desses organismos para o tipo de hábitat utilizado; 
o Citar quais organismos que constavam nas fichas da dinâmica e não foram coletados na 
prática. Quais as possíveis explicações para essas ausências? 
o Responder às seguintes questões: 
o Ao que se devem as diferenças entre as características físicas observadas? 
o Qual a relação entre os ecossistemas Mata e Rio no trecho observado? 
o O que é a “espiral de nutrientes”? 
o Por que se considera que no trecho superior dos rios o metabolismo do sistema é 
heterotrófico e, no trecho médio, autotrófico? 
o Pode-se identificar influência antrópica no trecho observado? De que tipo? 
o Se seu grupo de trabalho fosse contratado para tentar minimizar o impacto antrópico 
desse trecho, quais ações vocês proporiam? 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
• Dudgeon, D. (2008). Tropical Stream Ecology. Ed. Elsevier 
• Vannote, R.L.; Minshall, G.W.; Cummins, K.W.; Sedell, J.R. & C.E. Cushing. (1980). The 
river continuum concept. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences 37: 130-137. 
• Townsend, Begon & Harper (2006). Fundamentos em Ecologia - Cap. 4. Ed. Artmed. 
 
 19
PRÁTICA DE MATA 
 
 A Prática de Mata objetiva, num sentido amplo, abordar conceitos, teorias e processos 
relacionados a florestas tropicais. Especificamente, buscaremos apresentar e entender quais são os 
fatores, que delineiam o que se entende por uma floresta tropical úmida. O foco está no 
entendimento de elementos relacionados à ciclagem de matéria, à sucessão ecológica e a 
características dos organismos. 
 A Mata Atlântica é composta por dois tipos principais de vegetação: a Floresta Estacional 
Semidecidual e a Floresta Pluvial Atlântica (também chamada de Floresta Ombrófila Densa). A 
primeira se estende pelo planalto (> 600 m de altitude) ao centro e sudeste do interior do país. A 
segunda cobre as elevações médias (≤1.000 m de altitude) das encostas orientais da cadeia de 
montanhas situada ao longo da costa sul ao nordeste brasileiro. Esta floresta cobria uma área de 
aproximadamente 1,1 milhão de km2, o que corresponde a 12% da superfície do país se estendendo 
por mais de 3.300 km ao longo da costa entre as latitudes 6 e 30º S. Ela corresponde ao que se 
chama de Mata Atlântica sensu strictu. 
 Classificações mais amplas incluem as florestas semidecíduas e a Mata de Araucária como 
domínios da Mata Atlântica. Alternativamente, a vegetação atlântica brasileira pode ser tratada 
como um complexo de formações incluindo não somente a Mata Atlântica strictu sensu como 
também mata de araucária, a floresta semidecidual, e o mosaico de vegetações vizinhas abertas que 
incluem: formações em afloramentos rochosos, áreas pantanosas, florestas secas, manguezais e 
restingas. Tal classificação torna-se relevante do ponto vista de conservação uma vez que, por 
situarem-se nas áreas mais populosas do Brasil, estas florestas estão entre as florestas tropicais mais 
ameaçadas do mundo e estão reduzidas a cerca de 5 % de sua cobertura original. O trecho de Mata 
Atlântica que estudaremos faz parte da Floresta Ombrófila Densa com um clima úmido e quente 
sem estação seca. 
 Dentro do contexto da disciplina de Elementos de Ecologia, três pontos serão enfatizados: 
(i) mudanças temporais na vegetação, 
(ii) ciclagem de nutrientes, 
(iii) características dos organismos associadas a cada tipo de ambiente . 
 
 
Protocolo de prática – estrutura da vegetação arbórea em diferentes estádios sucessionais. 
 
Em uma das parcelas marcadas, o grupo medirá as seguintes variáveis: 
- PAP (perímetro à altura do peito = 1,3 m do chão) de todas as árvores a partir de 10cm; 
- cobertura do dossel 
Cobertura = NC / TC, onde, NC = númerode casas com cobertura > 50 %, 
TC = número total de casas, no caso, 25 
- presença/ausência de: Cecropia sp. (embaúba), epífitas e lianas. 
 
Esses dados serão compilados e enviados para o coordenador de cada grupo, e deverão ser 
discutidos no relatório. A discussão deverá ser baseada na Tabela 1, onde estão algumas 
expectativas sobre as variáveis medidas de acordo com o estágio sucessional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20
Tabela 1. Características estruturais esperadas para as florestas úmidas em função do estágio 
sucessional (modificado de Guariguata & Ostertag 2001). 
 
Parâmetros Floresta secundária jovem 
Floresta secundária 
tardia Floresta “madura” 
Área basal total* Baixa intermediária alta 
Distribuição dos 
tamanhos de PAP 
baixo coeficiente de 
variação (CV**) 
coeficiente de variação 
(CV) intermediário 
alto coeficiente de 
variação (CV) 
cobertura do dossel Baixa intermediária alta 
lianas e epífitas Ausentes Raras comuns 
Cecropia Presente Rara rara 
*A área basal total é o somatório das áreas de cada árvore. Perímetro é 2pir, e a área pir2. 
**Coeficiente de variação: CV=(desvio padrão/média)x100. 
 
Prática de Mata – Medidas 
 
Cobertura do dossel (%): 
Presença/ausência de lianas e epífitas: 
Presença/ausência de Cecropia: 
 
Árvore PAP (cm) Área (cm2) 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
11 
12 
Área basal total 
(somatório das áreas): 
 
 
 
 21
Cálculos 
Calcular área basal, onde: 
Perímetro = 2 pi r 
Área basal = pi r2 
Calcular coeficiente de variação (CV): 
CV = (DP / média) * 100 onde: DP = desvio padrão 
DP = √1/n-1 ∑(cada valor observado - média)2 
 
Tabela 2. Compilação dos dados de todos os grupos. 
 
Parâmetros Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7 Grupo 8 
Área basal total* 
Distribuição dos 
tamanhos de 
PAP 
 
 
cobertura do 
dossel 
 
lianas e epífitas 
Cecropia 
 
 
As respostas para as questões abaixo servem para um melhor entendimento da prática e ajudarão na 
elaboração da questão da prova. 
 
 
1) Como você definiria: sucessão, distúrbio e mata secundária? 
2) Dados os resultados da prática e o que foi discutido durante ela, que características 
estruturais mudam numa floresta na medida em que a sucessão avança? 
3) A entrada de novos indivíduos (recrutamento) é necessária à manutenção das populações 
de árvores. Você espera que a densidade de regenerantes de espécies arbóreas varie ao 
longo da sucessão? Qual é o recurso que determina esse padrão? 
4) A floresta é homogênea? Discuta. 
 
 
 
 
 
 
 22
5) Como acontece a ciclagem de nutrientes numa floresta? Utilize a figura abaixo como um 
guia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6) As espécies presentes no início da sucessão diferem daquelas presentes em estádios mais 
tardios? Quais estratégias dos organismos estão associadas a cada tipo de ambiente? 
 
 
Leituras recomendadas 
 
Baraloto, C. & Couteron, P. 2010. Fine-scale microhabitat heterogeneity in a Franch Guiana Forest. 
Biotropica 42: 420-428. 
Guariguata, M.R. & Ostertag, R. 2001. Neotropical secondary Forest succession: changes in 
structural and functional characteristics. Forest Ecology and Management 148: 185-206. 
Morellato, L.P.C. 2000. Introduction: The Brazilian Atlantic Forest. Biotropica 32: 786-792. 
Oliveira-Filho, A.T. & Fontes, M.A.L. 2000. Patterns of floristic differentiation among Atlantic 
Forests in Southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica 32 793-810. 
Ricklefs, R.E. 1993. A Economia da Natureza. 3ª Ed. Guanabara Koogan S.A. Capítulo 23. 
Townsend, Begon & Harper 2006. Fundamentos em Ecologia. 2ª Ed. Ed. Artmed. Capítulo 9. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 23
PRÁTICA DE BROMÉLIA 
 
As bromélias têm um importante papel no funcionamento de vários ecossistemas. Estes 
organismos influenciam na erosão das rochas através do seu enraizamento, que auxilia na formação 
do protosolo em regiões em estágio sucessional baixo. As bromélias servem como facilitadoras para 
a germinação de outras plantas, bem como devido a sua capacidade de reter água, propiciam 
condições que favorecem a manutenção de várias espécies animais. 
 As bromélias que acumulam água no seu interior (também conhecidas como bromélia-
tanque) podem ser consideradas como um ecossistema. No tanque das bromélias são encontrados 
produtores primários, consumidores primários e secundários e decompositores, bem como 
concentrações relativamente elevadas de matéria orgânica morta e de nutrientes. Sua coluna d’água 
apresenta as mesmas variações de temperatura, pH e concentrações de nutrientes e oxigênio que são 
observadas em lagos profundos, em escalas de centímetros. 
 Cada bromélia possui características especificas devido às condições físicas, como local 
onde a mesma se encontra, exposição ao sol, tipo e quantidade de matéria orgânica acumulada em 
seu interior, grau de abertura de suas folhas, etc. Como conseqüência destas diferenças, os tanques 
formados pelas bromélias apresentam características distintas, fazendo com que cada bromélia seja 
um ecossistema próprio. Muitas vezes bromélias vizinhas são completamente distintas. 
A prática de bromélias será realizada no jardim no entorno da sede do PARNA Serra dos 
Órgãos. Neste local, há diversas bromélias que foram apreendidas pelo IBAMA e ali plantadas. 
Embora não seja uma paisagem natural, essas bromélias oferecem uma excelente oportunidade para 
estudar o microecossistema de seus tanques. Nesta prática os alunos medirão alguns parâmetros 
físico-químicos da água acumulada nos tanques. A profundidade da coluna d’água e a largura do 
copo central da bromélia serão medidas com uma régua. Os valores de pH e concentrações de 
oxigênio serão medidos na superfície e no fundo das bromélias, através do uso de um pHmetro e 
oxímetro de campo. A temperatura será determinada com um termômetro de bulbo e a incidência 
luminosa sobre a bromélia-tanque com um luxímetro. O volume d’água será mensurado com um 
sistema feito com frascos de vidro, parecido com os sugadores utilizados em coletas entomológicas. 
Parte da água coletada para determinação do volume será transferida para frascos transparentes, 
sendo os valores de turbidez, coloração e clorofila-a determinados relativamente a partir da 
comparação visual dos mesmos. Todos os resultados encontrados serão tabulados em um quadro 
branco e uma discussão será conduzida no próprio local da prática, abordando as diferenças e 
semelhanças encontradas entre estes microecossistemas, alguns conceitos básicos de limnologia e a 
relação entre os parâmetros mensurados. 
 
Parâmetros Limnológicos 
 
Características Bromélia1 Bromélia2 Bromélia3 Bromélia4 Bromélia5 Bromélia6 
[O2] mg/l e % 
 
pH 
 
Temperatura(Cº) 
 
Diâmetro (cm) 
 
Profundidade(cm) 
 
Material em Suspensão 
 
Volume (ml) 
 
Clorofila-a

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