variedade de vegetais. - Goniopsis cruentata (Maria-mulata, aratu vermelho e preto) - apresenta a carapaça quadrada e escura com manchas vermelhas e pretas, pernas avermelhadas com cerdas pretas e quelas amareladas; alimenta-se de vegetais, cascas de madeira, pequenos peixes e outros crustáceos. Tem a habilidade de subir em árvores. - Aratus pisonii (aratu, aratu-de-pedra) - durante a maré baixa, é encontrado no sedimento; porém, quando a maré está cheia, possui hábito arborícola, sendo comumente encontrado sobre aquelas árvores que ficam próximas às margens; possui carapaça trapezóide castanho-esverdeada, com manchas amarelas e pretas, e quelas vermelhas com cerdas; alimentam-se de folhas, algas e insetos. - Uca sp. (chama-maré) - cava galerias e empilha na entrada destas o material retirado, formando um amontoado de bolinhas de areia; apresenta dimorfismo sexual: a fêmea possui duas quelas iguais e pequenas, enquanto o macho possui uma quela maior, que pode ser usada para combate ou corte; alimenta-se da matéria orgânica que retira do substrato; as várias espécies do gênero Uca 15 podem ser diferenciadas pelo local onde são encontradas ou pelo tipo de movimentação de suas quelas. - Callinectes dunae - conhecido apenas como “siri”, é aquático e vive em estuários e na zona costeira; apresenta coloração azulada, carapaça achatada e o último par de patas modificado para natação; é onívoro, mas prefere se alimentar de peixes. - Balanus sp. (cracas) – crustáceos incrustados em qualquer superfície que está em contato com a água, como troncos ou pedras. São filtradores e, durante a maré baixa, fecham as valvas e guardam a umidade até chegar a próxima maré. O resultado da decomposição de bactérias anaeróbicas sulfato-redutoras acaba por acumular grandes quantidades de gases dissolvidos no sedimento. Quais são os gases encontrados em abundância no manguezal? Quais as características de cada um deles? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ A destruição do manguezal pelo homem acarreta a diminuição da diversidade e da quantidade de organismos que ali habitam, dentre eles alguns de valor comercial como certos caranguejos e peixes, também muito utilizados na alimentação de populações locais. Isso se deve ao fato de que o manguezal funciona como um berçário para os indivíduos jovens que, com a poluição ou a destruição do seu habitat, não conseguem chegar à fase adulta. Um dos grandes problemas que levam à destruição desse ecossistema no litoral Brasileiro e que está diretamente relacionado à ação do homem é o crescente número de aterros de grandes áreas de manguezal, decorrente do avanço de construções com finalidades comerciais. Qual é a principal conseqüência desses aterros feitos de forma inconsciente? Que propriedade do manguezal se relaciona diretamente com esse problema? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ BIBLIOGRAFIA: • Araújo, D.S.D. & Maciel, N. C. (1979). Os manguezais do recôncavo da Baía de Guanabara. Cadernos FEEMA. Série técnica 10/79. • Soares, M.L.G. (1997). Estudo da biomassa aérea de manguezais do sudeste do Brasil – análise de modelos. Tese de doutorado. Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo. 2 vol. • Soares, M.L.G. (2006). Diagnóstico dos manguezais da APA Guapimirim atingidos por derramamento de óleo diesel em abril de 2005. Relatório. 16 PRÁTICA DE RIO-RIACHO (ECOSSISTEMAS LÓTICOS) Ecossistemas lóticos, ou de águas correntes, são afetados pelo gradiente longitudinal do rio (variação vertical por unidade de comprimento do rio). Em geral, um rio nasce em um ponto elevado onde se situa um manancial ou um lago de montanha. Neste estágio o rio (nascente) é considerado de primeira ordem (não recebe nenhum afluente), e ao longo do seu curso até a desembocadura ele vai recebendo afluentes e aumentando de ordem e tamanho. O conceito de continuidade fluvial (River Continuum Concept), estabelecido por Vannote et al. (1980), propõe que a estrutura física do rio e o ciclo hidrológico provocam respostas das populações, resultando em padrões de estrutura (composição) e função (modos de alimentação) das comunidades, além de padrões de carreamento, transporte, utilização e estocagem da matéria orgânica ao longo do rio. De acordo com este conceito, as águas correntes são divididas em cabeceiras (1a, 2a e 3a ordens), trecho médio (4a, 5a e 6a ordens) e trecho inferior (acima de 6ª ordem). Geralmente as cabeceiras são caracterizadas por baixa temperatura e rápida velocidade da água, pouca profundidade e leito pedregoso. Nesta parte há uma grande influência da vegetação em torno, que reduz a produção autotrófica devido ao sombreamento e fornece grande quantidade de material terrestre/orgânico alóctone (folhas, galhos, frutos, sementes, restos de animais etc); o ecossistema apresenta, então, um metabolismo heterotrófico. A fauna de invertebrados que predomina nas cabeceiras é a dos organismos chamados de cortadores e coletores desta matéria orgânica. À medida que o tamanho do riacho aumenta, a temperatura também aumenta, a velocidade da água diminui, o leito torna-se mais largo e profundo, predominando um fundo de pedras, seixos e areia. No trecho médio a influência da vegetação e a entrada de material alóctone diminuem, enquanto a produção primária autóctone (algas e plantas aquáticas) aumenta. Aqui o ecossistema apresenta um metabolismo autotrófico. A fauna de invertebrados que predomina é a de organismos raspadores e coletores da matéria orgânica particulada proveniente das cabeceiras. Nos trechos inferiores ocorrem as menores velocidades da água e as temperaturas máximas, e o leito passa a ser constituído de seixos menores, areia e silte. A influência da vegetação marginal na entrada de luz passa a ser insignificante, porém a produção autotrófica encontra-se muitas vezes limitada pela maior profundidade e turbidez da água. A fauna de invertebrados que predomina é a de organismos coletores da matéria orgânica mais finamente particulada, proveniente de trechos superiores do rio. Em um ecossistema de riacho, a correnteza, ao carregar as partículas, não permite que os nutrientes produzidos/liberados num determinado ponto do rio fiquem disponíveis aos organismos nesse mesmo ponto. Eles são carreados, voltam ao compartimento biológico quando são capturados ou retidos por algum organismo e retornam à correnteza ao serem liberados novamente por excreção e processos locais de decomposição. Rio abaixo esses nutrientes são retidos outra vez e novamente liberados. Essa dinâmica imposta às partículas em suspensão é denominada “espiral de nutrientes”. A velocidade crítica da água em um ambiente lótico se situa em torno de 50 cm/seg. Abaixo desta velocidade, o leito do rio apresentará partículas inferiores a 5 mm e será arenoso ou lodoso. Em geral, os rios são uma sucessão de rápidos e remansos, caracterizados por velocidades superiores e inferiores a 50 cm/seg, à medida que varia o volume da calha e a topografia do relevo. Os organismos possuem diferentes adaptações morfológicas e funcionais para resistir ao arraste da correnteza nos rápidos e para aproveitar o folhiço como refúgio ou alimento nos remansos. Organismos de ambientes de água