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PREPARATÓRIO PARA OAB Professor: Dr. Marcel Leonardi DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Capítulo 7 Aula 1 RESPONSABILIDADE CIVIL Coordenação: Dr. Flávio Tartuce 01 Responsabilidade Civil "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br O princípio geral da responsabilidade civil está no artigo 186 do Código Civil, que define o que é ato ilícito. O ato ilícito é o ato praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direito subjetivo individual. Ele causa dano patrimonial ou moral a outra pessoa, criando o dever de repará-lo. Logo, produz efeito jurídico, só que este não é desejado pelo agente, mas imposto por lei. Para que se configure o ato ilícito, será imprescindível que haja: a) fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou omissão voluntário, negligência ou imprudência; b) ocorrência de um dano patrimonial ou moral, e c) nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. A conseqüência do ato ilícito é a obrigação de indenizar. O artigo 187 prevê a hipótese de abuso de direito, ou de exercício irregular do direito. Isto significa que o uso de um direito, poder ou coisa além do permitido, ou extrapolando as limitações jurídicas, lesando alguém, traz como efeito o dever de indenizar. Realmente, é possível que, sob a aparência de um ato legal ou licito, exista ilicitude no resultado, por atentar o princípio da boa-fé e os bons costumes, ou mesmo por desvio da finalidade socioeconômica para a qual aquele direito foi estabelecido. No artigo 188 estão os casos de atos lesivos que não são ilícitos. Ou seja, há hipóteses excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar de causarem danos aos direitos de outrem, isto porque o procedimento lesivo do agente, por motivo legítimo estabelecido em lei, não acarreta o dever de indenizar, porque a própria norma jurídica lhe retira a qualificação de ilícito. Assim, de acordo com este artigo, não são ilícitos a legítima defesa, nem o exercício regular de um direito, nem o estado de necessidade. A legítima defesa exclui a responsabilidade pelo prejuízo causado se, com uso moderado de meios necessários, alguém repelir uma agressão injusta, atual ou iminente, a um direito seu ou de outrem. Se os meios não forem moderados, porém, não se terá legítima defesa, surgindo o dever de indenizar; na hipótese de exercício regular de um direito reconhecido, ou seja, quando alguém, no uso normal de um direito, lesar terceiro, não terá qualquer responsabilidade pelo dano, por não ser um procedimento ilícito. Só haverá ilicitude se houver abuso do direito ou seu exercício irregular ou anormal. Assim, se alguém leva um título regular e já vencido a protesto e com isto prejudica o crédito do devedor, não haverá dever de reparar esse dano causado ao devedor, já que o protesto, nesse caso, é um direito do credor; já o estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio para remover perigo iminente, quando as circunstâncias a tornarem absolutamente necessária e quando não exceder os limites do indispensável para a remoção do perigo. No artigo 927 está a obrigação geral de indenizar um dano causado por ato ilícito. Ou seja, o autor de ato ilícito terá responsabilidade pelo prejuízo que causou, indenizando-o. Logo, seus bens ficarão sujeitos à reparação do dano patrimonial ou moral causado, e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação, por meio de seus bens, de tal modo que ao titular da ação de indenização caberá opção entre acionar apenas um ou todos ao mesmo tempo, e o que pagar a indenização terá direito regressivo contra os demais para reaver o que desembolsou. E, além disso, o direito de o lesado exigir a reparação, bem como o dever de prestá-la, são transmissíveis aos seus herdeiros, que por eles responderão até os limites das forças da herança. Aula 1 02 Está consagrada, também, a responsabilidade civil objetiva que impõe o ressarcimento de prejuízo, independentemente de culpa, nos casos previstos legalmente, ou quando a atividade do lesante importar risco para direitos de outrem. Substitui-se a culpa pela idéia do risco. Pelo artigo 928 do Código Civil, um incapaz que lesar terceiro deverá indenizar os prejuízos que causou, se o seu responsável não tiver obrigação de arcar com tal ressarcimento ou se não tiver meios suficientes para tanto. Ou seja, nestes casos de responsabilidade do incapaz, quem tem o dever de indenizar, em primeiro lugar, é o incapaz com seus bens. Seu responsável legal apenas arcará com a indenização subsidiariamente, gozando do beneficio de ordem na sua relação com tutelado e curatelado, para fins de exercer seu direito de regresso. Na relação com o terceiro, lesado por ato do incapaz, juntamente com este, terá responsabilidade solidária e objetiva, podendo ser por ele acionado.A segunda parte do artigo fala em indenização eqüitativa. Isto quer dizer que há um atenuamento, uma mitigação, ou seja, uma diminuição da indenização, ou até mesmo a sua exclusão, se ela vier a privar o incapaz e os que dele dependerem dos meios necessários à sua subsistência. Nessa hipótese, seu representante legal arcará sozinho com a indenização devida ao lesado, não exercendo seu direito de regresso. Pelo artigo 929, se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do Inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. Vamos recordar o que diz o Inciso II do artigo 188 do Código Civil Não constitui ato ilícito a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Nós vimos agora há pouco que, em tese, somente existe indenização quando alguém pratica um ato ilícito. Porém, este artigo 929 prevê a possibilidade de indenização do dano praticado por alguém em estado de necessidade. Isto funciona assim: o dono da coisa danificada em razão de estado de necessidade, que, como visto, não constitui ilícito, poderá, desde que não tenha sido o causador do perigo, reclamar indenização do autor do prejuízo. Apenas não haverá o dever de ressarcir o dano se o lesado for o próprio ofensor ou o próprio autor do perigo. Por exemplo: se alguém, para afastar um animal selvagem que ataca várias pessoas, utiliza um objeto de alguém para golpear esse animal, e quebra esse objeto, a pessoa lesada, dona do objeto quebrado, poderá reclamar indenização pelo prejuízo que sofreu, desde que ela própria não tenha criado aquela situação de perigo, como se, por exemplo, ela tivesse soltado esse animal. Pelo artigo 930 do Código Civil, se alguém, em estado de necessidade, vier a lesar outrem e a ressarcir o dano causado, terá ação regressiva contra terceiro, autor do perigo, para reaver o montante desembolsado. E se o causador do dano agiu para proteger bens alheios, vindo a pagar a devida indenização ao dano da coisa danificada, terá também direito de regresso contra terceiro que culposamente causou o perigo, que evitou. O artigo 931 trata da responsabilidade por vício de produtos. As pessoas jurídicas e até mesmo empresários individuais que exercerem exploração industrial responderão, independentemente da prática de qualquer ato culposo, pelos danos provocados pelos seus produtos, colocados em circulação, por vício de qualidade por insegurança oi por vício de quantidade ou de qualidade por inadequação. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer