1:1. Fibrilação atrial: condio em que a musculatura cardaca atrial passa a apresentar, por algum fator desencadeante, uma atividade eltrica absolutamente ca tica. a arritmia mais comum (0,4% a 1% na populao adulta) e eleva 2 vezes o potencial de mortalidade (que aumenta mais ainda com a idade). A fibrilao atrial caracterizada por no configurar onda P regular no traado grfico, no apresentar uma contrao atrial efetiva e pela irregularidade da passagem do estmulo do trio para o ventrculo (ou seja, hora passa, hora no passa, de forma aleat ria). As principais causas so: doena valvar mitral, doena coronariana, cardiomiopatias, HAS. As demais causas so: excesso de consumo alco lico, Sndrome de WPW, pericardite, DPOC com hipoxemia. Pacientes com fibrilao atrial devem ser tratados como um grupo especial, isto porque a sua condio predispe a formao de trombos, que podem desgarrar-se da cavidade atrial, ganhar a circulao e causar, entre outros comemorativos, a necrose de extremidades ou AVCi. Por esta razo, prescrevem-se anticoagulantes para estes pacientes. De uma forma geral, os objetivos do tratamento da fibrilao atrial consistem em: Controle da frequencia cardaca; Reverso para ritmo sinusal; Manuteno para ritmo sinusal; Profilaxia de tromboembolismo. Arlindo Ugulino Netto – CARDIOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1 18 Flutter atrial: a incidência geral do flutter atrial é de 0,09% da população, dos quais 58% também apresentam fibrilação atrial. O flutter se caracteriza por ondas atriais não-sinuais (pois não configuram uma onda P) que ocorrem com frequência muito rápida. O gráfico traçado se assemelha a dentes de serra. O tratamento de eleição para seu tratamento é a cardioversão elétrica (95 a 100%). Taquicardia reentrante nodal (TRN): fenômeno que envolve o nó AV. É mais frequente em mulheres (2:1), na 3ª a 5ª décadas de vida, sendo muito raro abaixo dos 2 anos de idade. Os sinais clínicos se manifestam na forma de batimento evidente em fúrcula esternal e síncope. O tratamento emergencial consiste em: Cardioversão elétrica (100 J): se houver instabilidade hemodinâmica; Compressão do seio carotídeo; Adenosina (6/12/18 mg IV); Verapamil (até 15 mg IV). Na presença de sintomas severos ou por falência de tratamento clínico, optar pela ablação por cateter. Taquicardia reentrante atrioventricular (Síndrome de Wolf-Parkinson-White): síndrome caracterizada pela presença de uma via acessória anômala que promove um estímulo ventricular precoce. No ECG, observamos um QRS alargado com a presença marcante da chamada onda Delta, logo no início do complexo. O alargamento do QRS acontece porque o estímulo se propaga pelo feixe de His e depois retorna por esta via acessória (o que não deveria acontecer). Tais características do QRS podem ser vistas em DI, aVL, V4, V5 e V6. Podemos perceber ainda uma diminuição do intervalo PR devido à excitação precoce dos ventrículos (síndrome de pré-excitação). Na realidade, do ponto de vista gráfico, o QRS se alarga as custas desta redução do intervalo PR. A FC se mostra muito alta e a onda P inexistente. O tratamento pode ser feito por ablação por cateter de radiofrequência introduzido pela via acessória. Arlindo Ugulino Netto – CARDIOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1 19 2.2. Taquicardia ventricular a ocorrncia de 3 ou mais batimentos de origem ventricular com frequncia acima de 100 bpm, sendo sustentada se a durao maior ou igual a 30 segundos e no-sustentada se a durao menor. Geralmente, est associada a cardiopatias graves. Seu quadro clnico caracterizado por: A repercusso ir depender da disfuno miocrdica pr-existente e da frequncia ventricular; Pode levar a fibrilao ventricular. O exame fsico caracterizado por FC em torno de 160 spm, ritmo regular ou discretamente irregular. O ECG da taquicardia ventricular mostra FC entre 100 e 220 spm, com ritmo regular ou discretamente regular. A morfologia do traado absolutamente inespecfica, sem padres. A onda P, na FC alta, no vista e, quando presente, no tem relao harmoniosa com o complexo QRS. Este tem a mesma morfologia das extra-sstoles ventriculares, mostrando-se largo e bizarro. O tratamento da taquicardia ventricular sustentada, quando o paciente estiver instvel, consiste na cardioverso eltrica, de imediato. Se o paciente estiver estvel, bem monitorado e internado em UTI, possvel optar pelo tratamento medicamentoso (Amiodarona 150 IV em bolus em 10 minutos ou Lidocana 0,75 mg/kg IV em bolus). 2.3.Fibrilação ventricular (FV) Situao em que a atividade contrtil dos ventrculos deixa de ser efetiva, e o corao apenas tremula, sem capacidade de ejetar sangue. Por esta razo, o dbito cardaco zero, no h pulso, nem batimento cardaco (caracterizando uma parada cardíaca, sendo considerada a maior tragdia dentro da cardiologia abaixo apenas da assistolia). No ECG temos um ritmo irregular e absolutamente ca tico, sem ondas P, QRS ou T. Note que, diferentemente da taquicardia ventricular, as ondas so extremamente assincrnicas. O nico tratamento efetivo para a fibrilao ventricular a cardioversão elétrica (recomendao mxima). Nenhum outro tratamento pode reverter o quadro. Pacientes cardiopatas, que apresentam miocardiopatias dilatadas, podem apresentar FV frequentemente. Tais pacientes so candidatos ao implante de um cardioversor desfibrilador implantável (CDI). Tal procedimento responsvel por prover a preveno primria e secundria da morte sbita cardaca (MSC) em pacientes com cardiopatia estrutural. So indicaes para o implante de CDI: Pacientes refratrios terapia medicamentosa; BRE – dissincronismo intra e interventricular por retardo do VE em relao ao VD ou por abertura e fechamento tardios da valva a rtica em relao a mitral. OBS6: Classificação de interferência eletromagnética sobre os dispositivos cardio-elétricos implantáveis (DCEI), conforme o grau de risco e recomendação para proteção. Risco aceitvel: Eletrodomsticos em geral; Escadas rolantes e portas automticas; Autom veis, nibus, avies, motocicletas. Arlindo Ugulino Netto – CARDIOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1 20 Aceitável com riscos: Colchões magnéticos e mini-imãs; Telefones celulares, telefones sem fio, blue tooth, walkie talkie, wireless, Wi-fi, iPod; Antenas de telefonia celular; Eletrocautério; Radiação terapêutica; Desfibrilação externa. Ablação por radiofrequência (RF) e mapeamento eletro-anatômico magnético; Litotripsia; Aparelhos que produzem vibração mecânica; Sistemas de detecção de metais e anti-furto; Estimulação transcutânea, eletro-acumputura; Radares de navegação, radares militares; Campos eletromagnéticos, amplificadores de som e caixas acústicas; Profissional da área de montagem de televisores e uso de equipamentos de solda por radiofrequência. Inaceitável: Ressonância nuclear magnética; Medidor de gordura corporal. OBS7: O termo assistolia consiste na cessação de qualquer atividade elétrica ou mecânica dos ventrículos. No ECG se caracteriza pela ausência de qualquer atividade elétrica ventricular observada em pelo menos 2 derivações, se mostrando com um desenho de gráfico em linha reta. Cerca de 80% das paradas cardiorrespiratórias são advindas de arritmias ventriculares e a presença de assistolia se reveste de um prognóstico sombrio para o paciente. Afirmar corretamente que o ritmo em tratamento é de fato assistolia passa a ser um diagnóstico que necessita uma absoluta certeza. Ao visualizarmos um monitor com um gráfico sem ondas em qualquer momento do atendimento deve se proceder uma série de medidas que visam certificar-se do diagnóstico, o que será chamado de protocolo da "linha reta". 1º medida: confira o