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de deslizamento e o eixo de tração : ângulo entre a normal ao plano de deslizamento e o eixo de tração. Tensão de cisalhamento resolvida: R = t sen cos = t cos cos Casos particulares: = 90o R = 0 = = 45o R = máx = 0,5 t R t não ocorre deslizamentoou = 0o Equação de SCHMID e BOAS (1935): ys = ys senys cosys Portanto, o deslizamento inicia-se quando o esforço de cisalhamento sobre o plano de deslizamento e na direção de deslizamento atinge um valor crítico ys, chamado de tensão crítica de cisalhamento (limite de escoamento). A orientação mais favorável para o deslizamento é aquela na qual = = 45o, isto é, quando o fator de Schmid é máximo e igual a 0,5. ys = 2 ysDesta forma, o limite de escoamento do cristal será: Variação do limite de escoamento de cristais de antraceno com a orientação. Variação da tensão nominal aplicada em função do fator de Schmid para monocristais de cádmio, e determinação da tensão crítica resolvida de cisalhamento. • A equação de SCHMID e BOAS encontrou comprovação experimental principalmente em cristais HC. Para metais cúbicos a correspondência entre resultados experimentais e a referida equação não é tão boa, principalmente devido ao grande número de sistemas de deslizamento em cristais cúbicos. Em alguns metais cúbicos a tensão de cisalhamento é praticamente independente da orientação. Variação da tensão de cisalhamento com a orientação; monocristal de cobre. Dependência de orientação para ys (valores em MPa); observa-se que na região central o valor de ys é praticamente constante. • A despeito das incertezas com relação a cristais cúbicos, ys representa uma propriedade mecânica fundamental, porque está diretamente relacionada com o modo básico de deformação plástica por cisalhamento ao longo dos planos de deslizamento. Trata-se de um ponto de partida para determinar nas propriedades mecânicas o efeito de diversas variáveis. Contornos do fator de Schmid constante (M-1) {111} ; [110] Efeito de variáveis em ys: Exemplo: Ag 99,99: ys = 0,47 MPa 99,97: ys = 0,72 MPa 99,93: ys = 1,28 MPa pureza Metal Estrutura Plano Direção ys (MPa) Pureza Al Cu Au Ni Ag CFC CFC CFC CFC CFC {111} {111} {111} {111} {111} <110> <110> <110> <110> <110> 0,54-0,98 0,88-0,98 0,49 3,24-7,35 0,39-0,69 99,994 99,980 99,999 99,980 99,999 Cd Mg Zn HC HC HC {0001} {0001} {0001} <1120> <1120> <1120> 0,13 0,49 0,29 99,999 99,990 99,999 Fe CCC {110} {112} {123} <111> 14,71 99,960 Exemplo de direções e planos densos em diversos metais. Efeito de variáveis em ys: Exemplo: Mg 100K: ys = 1,20 MPa 150K: ys = 0,90 MPa 200K: ys = 0,70 MPa temperatura Efeito de variáveis em ys: Exemplo: Cd 10-2 s-1: ys = 0,20 MPa 10-1 s-1: ys = 0,44 MPa taxa de deformação 6 – DEFORMAÇÃO DE DESLIZAMENTO Deformação de um monocristal: (a) deformação por tração de um monocristal sem constrangimento; (b) rotação de planos de deslizamento, devido ao constrangimento cabeças do CP presas nas garras da máquina. Cálculo da deformação cisalhante: - quantidade total de deslizamento dividida pela espessura do “pacote” de cisalhamento (dimensão da porção deslizada). BB AC ' 1 0 1 0 2 2 0 1 2 0sen sen cos / L L A medida fundamental de deformação plástica num monocristal é a deformação de deslizamento . Consideração: o deslizamento ocorre em um único sistema de deslizamento. Alongamento de um monocristal. - deslocamento relativo de 2 planos de deslizamento paralelos separados de uma distância unitária. BB AC ' 1 0 1 0 2 2 0 1 2 0sen sen cos / L L Alongamento de um monocristal. • A equação anterior determina a deformação cisalhante nos planos de deslizamento, a partir do plano (0) e da direção (0) iniciais de deslizamento, e da extensão da amostra (L1/L0). • Se a orientação dos elementos de deslizamento pode ser determinada durante ou após a deformação, a deformação cisalhante será determinada a partir de: cos sen cos sen 1 1 0 0 Cálculo da deformação cisalhante: • Para metais cúbicos, a rotação do plano e da direção de deslizamento pode ativar, durante o deslizamento, outros sistemas, que seriam então colocados em posição favorável. Esta situação é analisada com auxílio da projeção estereográfica. Fator de SCHMID = M = ys ys sen cos • Admite-se um cristal CFC com eixo de tração no ponto P do triângulo padrão. Projeção estereográfica de um cristal CFC. O sistema de deslizamento a ser solicitado será o que apresentar o maior fator de SCHMID. • O sistema (111) [101] é o que dá maior fator de SCHMID M = 0,5. • Com o prosseguimento da deformação, e se alteram o eixo de tração sofre uma rotação. Quando se atinge um dos lados do triângulo padrão, o sistema (111) [110] terá o mesmo fator de SCHMID do que o sistema primário. • Pode-se considerar também o sistema cruzado e o sistema crítico. O deslizamento ocorrerá inicialmente neste sistema, chamado de sistema primário. Este novo sistema, chamado de sistema conjugado, também será ativado, o que gera um deslizamento duplo, com o eixo de tração dirigindo-se para [211]. Conclusão: Se P coincidir com um vértice Exemplos: P em [110] 4 sistemas 2 sistemas de deslizamento; complicado (vários sistemas). P em [111] 6 sistemas P em [100] 8 sistemas Se P estiver num lado do triângulo 7 – CRISTALINIDADE E DUCTILIDADE Em princípio, os metais cristalinos são dúcteis. Por outro lado, se for considerado o diamante, constata-se que este material cristalino é extremamente frágil à temperatura ambiente. Materiais com ligação covalente ou iônica, como também a alumina Al2O3 e a sílica SiO2, são materiais muito frágeis. Questão: todos os materiais cristalinos são dúcteis? Uma tentativa para explicar este comportamento seria a consideração de que os materiais acima citados não possuem discordâncias. Esta consideração está errada, uma vez que materiais cristalinos não metálicos também possuem discordâncias. Assim, a presença de discordâncias em um material cristalino não é uma condição suficiente para que a ductilidade se manifeste. Deve-se portanto procurar entender o que se passa com um material de ligação covalente ou iônica, quando submetido a uma tensão cisalhante. Seja um material cristalino metálico: O movimento de uma discordância em cunha (ou em hélice) exige a troca de posições atômicas no plano de deslizamento. As ligações atômicas são perturbadas, quando um átomo A deve romper uma ligação estável com um átomo B, para restabelecer esta ligação com um átomo C. A ausência de direcionalidade da ligação metálica entre os átomos A, B e C facilita o deslocamento da discordância, com conseqüente deformação plástica e ductilidade. Com efeito, deve-se considerar os átomos A, B e C como íons positivos envolvidos por um gás eletrônico que garante a sua coesão. As discordâncias se deslocam facilmente nestes materiais. Seja um material cristalino com ligação covalente: Estrutura cúbica do diamante. Estrutura hexagonal da grafite. Material cristalino com ligação covalente: